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UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS INSTITUTO DE FÍSICA LABORATÓRIO DE ENSINO Experimento 2: Movimento Retilíneo Uniforme – MRU Julia Evelyn S. Santos Maceió 2022 Relatório referente ao experimento 2: Movimento Retilíneo Uniforme – MRU, requerido pelo Professor Noelio Dantas, como requisito para avaliação da disciplina de Laboratório de Física 1. 1 1 Introdução O estudo do movimento sem a preocupação com as causas que o produz, chama-se Cinemática. Na cinemática são definidas grandezas como posição, velocidade e aceleração. A partir das relações entre essas grandezas procura-se compreender o comportamento dos corpos em movimento. Para descrever o movimento de um corpo, primeiramente, toma-se um sistema de referência. A partir desse define-se uma origem e uma direção positiva. Desse modo o vetor posição desse corpo será (na direção x): 𝑟 = 𝑥𝑖 ̂ (1) Se o corpo muda de posição, tem-se o deslocamento que é definido matematicamente pela variação de posição, ou seja, Δ𝑟 = 𝑟𝑓 − 𝑟𝑖 = (𝑥𝑓 − 𝑥𝑖) = Δ𝑥𝑖 ̂ (2) Aqui Δ𝑟 é o deslocamento. No caso unidimensional é comum usar𝑥para a posição do objeto. Nesse caso não se faz necessário o uso do vetor unitário 𝑖̂ para indicar a direção do vetor. A velocidade é a taxa com que varia o deslocamento de um corpo em relação ao tempo. Assim a velocidade média do corpo é dada por: 𝑉𝑚 = 𝑥𝑓−𝑥𝑖 𝑡𝑓−𝑡𝑖 = Δ𝑥 Δ𝑡 (3) No limite em queΔ𝑡vai a zero tem-se a velocidade instantânea, que corresponde ao vetor velocidade. Matematicamente tem-se: 𝑣𝑚⃗⃗⃗⃗⃗⃗ = lim Δ𝑡→0 Δ𝑥 Δ𝑡 (4) Nesse caso temos que a variação de tempo tende a zero, logo𝑥também tenderá a zero, ou seja, ao tomar-se o gráfico de 𝑥 versus 𝑡 pode-se perceber que𝑣corresponde à inclinação da reta tangente ao ponto em que é tomado o limite. Em outras palavras𝑣corresponde a derivada temporal de 𝑥: �⃗� = 𝑑𝑥 𝑑𝑡 (5) Se o movimento do corpo for com velocidade vetorial e ainda em trajetória retilínea tem-se o movimento retilíneo uniforme e a equação que descreve esse movimento é 2 𝑥(𝑡) = 𝑥0 + 𝑣𝑡 (6) Onde 𝑥0 é a posição inicial (𝑡 = 0 → 𝑥 = 𝑥0) e 𝑣 é a velocidade. Nesta prática experimental verificaremos a validade dessas relações. 2 Objetivo Investigar o movimento isento de aceleração através de medidas de velocidade e tempo. 3 Material Descrição Quantidade Trilho 120 cm 1 Cronômetro digital multifunção com fonte DC 12 V 1 Sensores fotoelétricos com suporte fixador (S1 e S2) 2 Eletroímã com bornes e haste 1 Fixador de eletroímã com manípulos 1 Chave liga-desliga 1 Y de final de curso com roldana raiada 1 Suporte para massas aferidas – 9 g 1 Massa aferida 10 g com furo central de Ø2,5mm 1 Massas aferidas 20 g com furo central de Ø2,5mm 2 Massas aferidas 10 g com furo central de Ø5mm 2 Massas aferidas 20 g com furo central de Ø5mm 4 Massas aferidas 50 g com furo central de Ø5mm 2 Cabo de ligação conjugado 1 Unidade de fluxo de ar 1 Cabo de força tripolar 1,5 m 1 Mangueira aspirador Ø1,5” 1 Pino para carrinho para fixá-lo no eletroímã 1 Carrinho para trilho cor azul 1 3 Pino para carrinho para interrupção de sensor 1 Porcas borboletas 3 Arruelas lisas 7 Manípulos de latão 13 mm 4 Pino para carrinho com gancho 1 4 Procedimento Foi realizado as conexões do cronômetro aos sensores para as medidas de tempo. Em seguida, Ligou-se o eletroímã à fonte de tensão variável deixando-o em série com chave liga-desliga, foi colocado o eletroímã em um extremo do trilho onde está o fixador, prendendo-o nele, ajustando-se a distância entre o pino central sobre o carrinho e o sensor S1 de modo a obter um X0 =0,200𝑚. Observando que a medida deve ser tomada do pino central do carrinho ao centro do sensor. Logo após, Posicionou o sensor S2, que desliga o cronômetro, a uma X =0,300𝑚 (posição final) entre o sensor e o pino do carrinho. Notou-se que a distância entre os sensores representa o deslocamento do carrinho Δ𝑥 = 𝑥– 𝑥0. Colocou-se o Y de final de curso com roldana raiada na outra extremidade do trilho, Prendendo ao carrinho o fio de conexão com o suporte de massas aferidas, fixando-o depois ao eletroímã e ajustou-se a tensão aplicada de modo que o carrinho ficou na iminência de se mover. Colocou-se no suporte para massas aferidas na ponta da linha 20 g, totalizando 29 g. (suporte de 9 g + uma massa aferida de 20 g). Foi selecionada a função F1 no cronômetro e prontamente desligou-se o eletroímã, através da chave liga/desliga, liberando o carrinho. Foi anotado na Tabela 1 e 2 o tempo indicado no cronômetro. Posteriormente, reiniciou-se o cronômetro através do botão reset e repetiu o procedimento, agora com a massa de 39 g de modo que coletou três medidas de tempo. Reposicionou-se o sensor S2 aumentando a distância entre os dois sensores em 0,100 m (posição final 𝑥 0,400𝑚). Repetiu o procedimento até completar as tabelas, para cada deslocamento (∆x), calculou-se o tempo médio e a respectiva velocidade desenvolvida pelo carrinho e a média da velocidade desenvolvida. 4 5 Resultados e Discussões Após a coleta de dados dos tempos encontrados no procedimento experimental, fez-se os cálculos para preenchimento das Tabelas 1 e 2 por completo, calculando os valores de tm e v, que podem ser conferidos à baixo: 𝑡𝑚 = (𝑡1 + 𝑡2 + 𝑡3) 3 No ∆x = 0,100 m, os tempos foram, respectivamente, t1 = 0,156, t2 = 0,157, t3 = 0,156, Aplicando na equação do tm, substituindo os valores, temos, 𝑡𝑚 = (0,156 + 0,157 + 0,156) 3 = 0,156 𝑠 Logo, tm no deslocamento de ∆x = 0,100 m, foi de 0,156 s. Os mesmos cálculos foram reproduzidos em todos os deslocamentos, e respectivamente anotados nas Tabelas 1 e 2. Na segunda etapa de cálculos e preenchimento da tabela de dados, foi calculado os valores para a v (m/s) de cada caso, para isso, foi utilizada a equação, 𝑣 = ∆𝑥 𝑡𝑚 Aplicando os valores, que já temos em tabela e substituindo na equação temos, 𝑣 = 0,100 0,156 = 0,641 𝑚/𝑠 Desse mesmo modo, aplicou-se a mesma equação em todos os casos da tabela, e os valores de v encontrados. Para encontrar a média da v se fez da mesma forma que para achar o tm. Os valores obtidos foram dispostos na Tabela 1 e 2, para os dois diferentes tipos de massa utilizadas. 5 Massa Nº x0 (m) x (m) Δx (m) t1 t2 t3 tm vm ∆vm 29 g 01 0 0,100 0,100 0,156 0,157 0,156 0,156 0,641 0,000 02 0 0,200 0,200 0,312 0,312 0,312 0,312 0,641 0,000 03 0 0,300 0,300 0,473 0,470 0,468 0,470 0,638 0,003 04 0 0,400 0,400 0,628 0,630 0,628 0,629 0,635 0,006 05 0 0,500 0,500 0,784 0,785 0,787 0,785 0,637 0,008 Média: 0,638 0,003 Tabela 1: Medida de tempo para análise do MRU Massa Nº x0 (m) x (m) Δx (m) t1 t2 t3 tm vm ∆vm 49 g 01 0 0,10 0,10 0,199 0,199 0,200 0,199 0,502 0,009 02 0 0,20 0,20 0,404 0,399 0,393 0 399 0,501 0,010 03 0 0,30 0,30 0,587 0,586 0,588 0,587 0,511 0,000 04 0 0,40 0,40 0,781 0,781 0,785 0,782 0,511 0,000 05 0 0,50 0,50 0,978 0,981 0,978 0,979 0,511 0,000 Média: 0,507 0,004 Tabela 2: Medida de tempo para análise do MRU Para determinar a margem percentual de erro para as medidas de velocidade, tendo a tolerância de 5% adotada pelo fabricante, foram encontradas as ∆vm, onde através da consideração do padrão dos valores, achamos o valor tido como ideal 0,641 m/s e os demais valores foram comparados, encontrando a diferença para chegar ao valor tido com ideal. E em seguida, foram tabelados para melhor observação. Para encontrar o valor do erro, sabendo a margem de 5%, fez-se, ERRO percentual = (VALOR MÉDIO - VALOR REAL) ÷ (VALOR REAL) × 100% Substituindo pelos valores que temos, ERRO percentual = (0,638 – 0,641) ÷ (0,641) × 100% = 0,47% Com o valor de 0,47%, que estámuito longe do valor máximo permitido que é de 5%, podemos observar que foi baixo, permitindo analisarmos como valores muito próximos, o que condiz com o fato da velocidade ser constante. 6 Para o tratamento de dados, uma percepção melhor do movimento, foram feitos gráficos de 𝑥 = 𝑓(𝑡),onde, através dele pôde ser encontrado os valores de coeficiente angular e linear. Gráfico 1: X = f(t) 7 Gráfico 2: V = f(t) 1. Comparar o coeficiente linear do gráfico 𝑥 = 𝑓(𝑡) com o valor da posição inicial (x0), Considerando que a tolerância de erro admitida é de 5%. Comente o resultado. Coeficiente linear e a posição inicial são iguais. 2. Comparar o coeficiente angular do gráfico 𝑥 = 𝑓(𝑡) com o valor da velocidade média (vm) da tabela, considerando que a tolerância de erro admitida é de 5%. Comente o resultado. É a tangente do ângulo que a reta forma com o eixo X, onde é definido se a função é crescente ou decrescente. Com o erro e os valores de coeficiente angular e linear muito próximos, podemos quase que considerá-los iguais. Dedução teórica da equação horária do movimento do carrinho, utilizando Cálculo Integral Diferencial, desenvolvida pelo professor. MRU (Trajetória retilínea, v = cte) Sendo v = cte 8 𝑣 = ∆𝑥 ∆𝑡 → 𝑑𝑥(𝑡) 𝑑𝑡 lim ∆𝑡 → 0 𝑣 = 𝑑𝑥(𝑡) 𝑑𝑡 𝑥(𝑡) = ? 𝑥(𝑡) − 𝑥0 = 𝑣 (𝑡 − 𝑡0) 𝑥(𝑡) = 𝑥0 + 𝑣 (𝑡 − 𝑡0) 𝑥(𝑡) = 𝑥0 + 𝑣𝑡 1) Considerando a margem de erro adotada, pode-se concluir que a velocidade do carrinho permaneceu constante? Sim, ao considerar o erro de 5%. Tendo encontrado um erro de 0,47% nos mostrando que ainda que não fosse considerado, foi observado que os valores estão muito próximos entre si, com pequenas variações, por questões de procedimento operacional ou pequenos ajustes no sistema, tal qual também o equipamento. 2) Qual o significado físico do coeficiente linear do gráfico 𝑥 = 𝑓(𝑡)? E do coeficiente angular? O coeficiente linear é o ponto onde a reta passa pelo eixo y, ou seja, quando x = 0. O coeficiente angular é aquele que nos informa a inclinação da reta relativa a uma função do primeiro grau. Ou seja o coeficiente angular corresponde à tangente do ângulo de inclinação da reta. 3) Qual o significado físico da área sob o gráfico 𝑣 = 𝑓(𝑡)? v = f(t) → Velocidade em função do tempo e representa o deslocamento de um objeto. 9 4) Em vista dos resultados obtidos, como se classifica o movimento do carrinho entre os dois sensores? MRU – Movimento Retilíneo Uniforme. 6 Conclusão Com base no experimento, ainda que, com pequenas variações, que puderam ser absolvidas com a margem de erro adotada, com um percentual extremamente abaixo do que é considerado limite máximo, sendo possível de maneira eficiente investigar o movimento retilíneo uniforme isento de aceleração através de medidas de velocidade e tempo. podendo observá-los com clareza, através dos tratamentos de dados expostos de forma sucinta e visível, em tabela e gráficos. O que também aborda a eficiência do sistema montado, do equipamento utilizado e do procedimento operacional por parte dos experimentadores. Referência [1] KELLER, Frederick. Física Volume 1. São Paulo: Pearson Makron Books, 2004. [2] Manual de instruções e guia de experimentos Azeheb, Trilho de ar linear. [3] Noelio Dantas, Material complementar. Aulas, 2022. 10 Anexo Detalhes da montagem Detalhe A: Fixador e ajuste do eletroímã. Detalhe B – Fixação do carrinho ao eletroímã. Detalhe C – Ajuste da posição do sensor ao carrinho. Detalhe D – Roldana com suporte para massas. 1 Introdução 2 Objetivo 3 Material 4 Procedimento 5 Resultados e Discussões 6 Conclusão Referência Anexo
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