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Mobilização do paciente Crítico Os pacientes hospitalizados como estão acamados apresentando pouca mobilidade por isso desenvolvem-se a denominada síndrome do imobilismo. Em que há prejuízo da função cardiovascular, respiratória, da composição corporal, da função do sistema nervoso central e periférico, além de comprometimento da função do aparelho locomotor. → Fraqueza Muscular Adquirida na UTI Muitos na UTI evoluem para a fraqueza muscular esquelética e redução importante da capacidade física. Esses pacientes por estarem acamados evoluem para o aumento das espécies reativa de oxigênio chamados de radicais livres, aumento de citocinas inflamatórias e além de frequentemente estarem expostos a uma situação de má nutrição por uma série de fatores. Todos esses fatores levam a anormalidades neuromusculares que culminam com a fraqueza muscular. Essa por sua vez tende a aumentar o tempo de ventilação mecânica, aumentar o tempo de permanência na UTI e no hospital, piora na função física e diminuição/piora a qualidade de vida. → Imobilidade e Disfunção Muscular - O imobilismo afeta tanto as fibras musculares do tipo I, que são as vermelhas, com o metabolismo essencialmente aeróbio que são responsáveis pelo trabalho de resistência muscular localizada e manutenção da postura. - Quanto às fibras musculares do tipo II b, que são as brancas, com metabolismo essencialmente anaeróbico e responsáveis pelo trabalho de força e potência. - O que acontece é uma redução da função de todos os tipos de fibras musculares porém com uma modificação de muitas fibras do tipo I para se assemelhar mais no ponto de vista estrutural e bioquímico às fibras do tipo II b. No entanto isso não faz com que melhore a função muscular esquelética no ponto de vista de força e potência, uma vez que acontece atrofia muscular de todas as fibras musculares especialmente as do tipo II b. - Músculos antigravitacionais Os músculos antigravitacionais são bastantes afetados devido a posição horizontal do paciente acamado. Assim, os músculos eretores da espinha, quadríceps, músculos flexores do cotovelo e outros são bastante afetados no ponto de vista do desenvolvimento de força muscular, o que vai se repercutir negativamente quando esse paciente procurar a posição ereta. O termo mobilização refere-se a um nível de atividade física suficiente para promover efeitos fisiológicos agudos que aumentem a ventilação, a perfusão central e periférica, a circulação, o metabolismo muscular e o estado de alerta, e que atuem contra a estase venosa e a trombose venosa profunda. → Fundamentação Teórica O imobilismo resulta no prejuízo funcional de diversos sistemas orgânicos e complicações clínicas . Atrofia Muscular → . Redução da força Muscular . Redução da mobilidade articular . Retrações musculares . Redução do condicionamento . cardiorrespiratório . Redução da capacidade vital . Redução do clearance mucociliar . Úlceras de decúbito . Outros.. . Avaliação funcional → .Posicionamento . Mudança de decúbito . Exercícios . Eletroestimulação No paciente crítico: . Redução do tempo de internação . Redução do tempo de VM . Melhor prognóstico do desmame . Redução do delírio . Melhor perfil funcional na alta de CTI e hospitalar → Síndrome Pós- Terapia intensiva - Evitar e combater que o paciente cursa com essa síndrome, em que ocorre prejuízos físicos, cognitivos e mentais em muitos pacientes que passam por um período de internação. A intervenção fisioterapêutica atua nesses três domínios, especialmente no domínio físico por meio da cinesioterapia, da mobilização e outras, melhorando assim o prognóstico funcional e clínico a longo prazo. - Atualmente ela é entendida como uma síndrome que afeta também a família dos pacientes, especialmente no ponto de vista de saúde mental em que são frequentes os episódios de ansiedade, depressão e síndrome do estresse pós traumático também dos familiares que passam de certa forma junto com o paciente por uma experiência bastante marcante. ● Fatores que determinam a funcionalidade pós- UTI - Idade - Presença de comorbidade - Estado funcional do paciente antes dele internar ● Fatores inerentes à doença crítica - Gravidade da doença - Ocorrência ou não de neuromiopatia ou polineuropatia - Duração do período de imobilidade - Uso ou não de ventilação mecânica e por quanto tempo - Tempo de permanência na UTI - Se o paciente evolui para hiperglicemia ou não - Status nutricional - Se teve delirium - Aspectos relacionados à sedação (duração e profundidade) - Uso de corticóides e bloqueadores neuromusculares → Objetivos da Cinesioterapia- paciente acamado - Prevenir a trombose venosa profunda - Prevenir ou minimizar os encurtamentos musculares - Prevenir ou minimizar a limitação de movimento articular - Promover/aumentar: . Força muscular . Endurance muscular . Condicionamento cardiorrespiratório . Equilíbrio corporal . Controle motor . Mobilidade . Independência funcional - Sequência de exercícios → Mobilização Para que se respeite uma progressão e um racional em relação a evolução do tratamento deve-se utilizar um protocolo. Cada serviço deve seguir um protocolo. → Avaliação - Nível de consciência - Estabilidade Clínica - ‘Reserva cardiovascular’ - ‘Reserva respiratória’ - Condições músculo-esqueléticas, neurológicas ou cirúrgicas que possam limitar a mobilização - Força muscular - Escalas Funcionais ● Reserva Cardiovascular - Deve-se observar se o paciente faz uso de aminas vasoativas (o que não impeditivo por si só, porém o paciente não deve estar em uso de altas doses de aminas vasoativas para ser elegível para cinesioterapia ativa e as condutas que aumentem a demanda metabólica ) .Dopamina <10 μg/kg/min .Nor/adrenalina < 1 μg/kg/min - Frequência Cardíaca de repouso .Mobilização passiva: <75% da FCmáx predita (220-idade) .Mobilização ativa: <50% da FC máx predita (220-idade) - Variação recente de PA < 20mmHg - PAS entre 90 e 170 mmHg - Ausências de Arritmias Cardíacas ● Reserva Respiratória (apenas para pacientes acordados- mobilização ativa) - Deve-se observar: . PaO2/FiO2 > 200 . SpO2 >90% . Queda recente da SpO2 <4% (não pode apresentar acima de 4%) . FiO2 < 0,6 (menor que 60%) . PEEP < 10 cmH20 (não deve ta em um PEEP maior que 10) . PaCO2 até 50-55 mmHg (não deve apresentar maior que 55) . Padrão respiratório satisfatório (sem esforço excessivo) . FR <30 ipm com suporte ventilatório adequado ● Outros critérios - Hb > 7g/dL - Plaquetas > 30000 cels/mm³ - Leucócitos: 4300-10800 cels/mm³ - 36ºC < Temp < 38,5ºC - PIC <20mmHg - Glicemia entre 3,5 e 20 mmol/ L - Dor, fadiga, estado emocional - Condições ambientais apropriadas - Consentimento do Paciente - Treinamento da Equipe → Avaliação Funcional Pré- ICU (terapia intensiva) → paciente na UTI → enfermaria → alta do hospital A meta vai ser o estado funcional que o paciente tinha antes de internar Para avaliar a funcionalidade (testes voluntários) o paciente deve estar preferencialmente calmo, acordado e cooperativo → De Jonghe (compreensão), CAM-ICU (delírio), RASS (sedação) ● Critérios de De Jonghe (3/5) - São 5 comandos que deve solicitar ao paciente . Abre/feche os olhos . Olhe para mim . Abra sua boca e ponha a língua para fora . Acene com a cabeça . Levante as sobrancelhas - Se o paciente responder a 3 dos 5 comandos considera-se que ele está apto do ponto de vista de compreensão/interação com o examinador - É um pré teste para ver se tem condições de fazer o teste funcional ● Nível de Sedação - Estar com o RASS de -1 a 1, e o ideal é o 0 paciente alerta e calmo ● Delírio - Alteração neuropsiquiátrico que acontece com muitos pacientes internados - Alteração/Flutuação do nível de consciência, confusão mental → Instrumentos de Avaliação Funcional . Teste Muscular Manual (MRC) . Handgrip (preensão manual) . Dinamômetro portátil (handheld) . Escalas Funcionais: - Escala de mobilidade na UTI (ICU Mobility Scale) - Escala de estado funcional na uti (Functional status score for the ICU- FSS-ICU) - Instrumentode avaliação física em cuidados intensivos chelsea (chelsea critical care physical assessment tool-CPAx) - Teste de função física na UTI (Physical functioaln is intensive care test scored PFIT-s) - Escore Perme de Mobilidade em UTI (Perme Intensive Care Unit Mobility Score) → Escalas mais utilizadas para a avaliação da Independência Funcional (AVD) - Índice de Barthel - Índice de Katz - Escala de Lawton → Escalas mais utilizadas para avaliação da Qualidade de Vida - SF-36 - WHOQOL → Avaliação da Força Muscular - Teste Muscular Manual Testar bilateralmente Escore de 0 a 60 MRC < 48 ou média de cada segmento < 4 em dois dias consecutivos → polineuropatia do Paciente Crítico - Dinamômetro Portátil . Polineuropatia do paciente crítico Homens <11 kgf Mulheres <7 kgf - Força de Preensão Manual → Barreiras para mobilização