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Resumo de Nutrição Animal P1 UFRRJ

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Conceitos
∙ Nutrição: ciência que estuda os nutrientes e a maneira com que interagem no organismo
dos animais.
∙ Nutrientes: forma estática
∙ Interagem: forma dinâmica, modo ativo.
∙ Alimento (lat Alere= nutrir; munitum = fortalecer): substâncias ingeridas pelos animais
com o propósito de saciar sua fome.
∙ Apetite: desejo para se alimentar.
∙ Saciedade (lat Sacietas = fartura): desejo de não comer.
∙ Consumo voluntário: limite máximo do apetite quando o alimento é oferecido “Ad
Libitum”.
∙ Ração: alimento ou mistura de alimentos fornecida aos animais com o propósito de
atender suas necessidades por 24h.
∙ Metabolismo: interação do nutriente (não vivo) com o organismo (vivo) através de um
conjunto de reações químicas que ocorrem nas células objetivando a manutenção da
vida. Está dividido entre reações anabólicas e reações catabólicas,
∙ Anabolismo: reações que objetivam a síntese de moléculas, construindo uma matéria
maior (macromolécula) através de matérias menores (monômeros).
∙ Catabolismo: reações de quebra de macromoléculas em monômeros que resultam em
liberação de energia.
∙ Digestão: simplificação molecular dos polímeros contidos nos alimentos ∙ Absorção:
passagem da luz intestinal para o meio interior (sangue) dos monômeros liberados pela
digestão dos polímeros contidos nos alimentos. Essa passagem envolve mecanismos de
transporte ativo ou passivo.
∙ Bromatologia (Gir. Broma = alimento): ciência que estuda a composição dos alimentos.
∙ Energia: capacidade de gerar trabalho.
∙ Energia química: energia liberada quando os compostos orgânicos ou inorgânicos são
oxidados.
∙ Entalpia: total de energia liberada durante uma reação química (∆H)
Importância da nutrição animal
∙ Colabora no melhoramento genético, permitindo a máxima expressão do genótipo. ∙
Ordem econômica: O sucesso de um sistema de produção animal é dependente da
adequada nutrição dos animais, porque aproximadamente 50 a 80% dos custos de
produção são oriundos dos gastos com a alimentação.
∙ Gera novos conhecimentos (pesquisas) que objetivam a melhoria da qualidade da vida
humana na terra.
∙ A correta nutrição auxilia na garantia da saúde dos animais
Nutrição no dia a dia do médico veterinário
O rebanho mal alimentado em excesso pode apresentar cetose, acidose ruminal, abscessos
hepáticos, laminite, deslocamento abomasal, timpanismo, hipocalcemia da parturiente,
intoxicação pela uréia, sub-fertilidade (excesso de proteína), obesidade (distocias e retenção
placentária e em falta, deficiências de minerais e subnutrição com retardo no crescimento,
perda de peso, subfertilidade, redução na produção de leite, retenção da placenta e etc.
Nutrição das Aves
A CA - conversão alimentar é o consumo alimentar dividido pelo peso corporal (kg:kg). Trata se
uma medida de eficiência. Com o passar do tempo, o peso de abate da ave de corte
aumentou, sem que fosse necessário aumentar o consumo de ração, sendo possível pela
melhora da conversão alimentar que permite o maior peso de abate com menor consumo de
ração, levando assim ao preço mais acessível da sua carne. Nas ultimas décadas, foi observado
o máximo do desempenho das aves, sendo necessárias décadas para ser possível melhorar
minimamente os índices de produção.
Quem ganha mais peso: boi ou coelho?
Não é possível comparar os pesos individuais desses animais, já que o bovino pesa cerca de
350 kg e um coelho, 1 kg. Mas ao igualar as massas através do equivalente em peso, usando
um bovino e 350 coelhos. O consumo de alimento (gMS/animal/dia), cada bovino consome
10000 e cada coelho consome 150 e o consumo total de alimento é de 10000 para o bovino e
52500 para os 350 coelhos. O ganho de peso por dia (g/animal) do bovino é de 1250 e do
coelho é de 20. O ganho total de peso é de 1250 para o bovino e de 7000 para 350 coelhos. O
ganho de peso por kgMS de alimento (conversão alimentar) é similar 0,125kg para o bovino e
0,133 kg para os coelhos. Sendo assim, o coelho é uma boa opção para regiões onde há verde,
porque ele consome mais alimento, mas por outro lado, apresenta maior ganho de peso por
dia.
Parede celular vegetal - fibra
Durante a evolução vegetal, a PCV - parede celular vegetal permitiu confinar a água dentro da
célula vegetal e conferir rigidez e resistência mecânica ao vegetal.
Representa 50 a 80% do peso das plantas.
Pode ser chamada também de FDN – fibra em detergente neutra ou de fibra, sendo composta
basicamente de celulose, hemicelulose, lignina e pectina, quatro polímeros complexos
(macromoléculas) que não são digeridas pelas enzimas dos animais. A fibra é um nutriente de
difícil digestão por se tratar de macromoléculas. Quando um boi ingere 10 kg de capim está
ingerindo 5 a 8 kg de fibra, mas não se pode dizer que o animal está digerindo essas fibras. As
populações de microrganismo que albergam o tubo digestivo são capazes de digerir as fibras
em harmonia com o animal. Alguns tubos digestivos apresentam pouquíssimos
microrganismos e outros apresentam exuberantes populações de microrganismos, mas todos
os apresentam. A fibra é produzida a partir da fotossíntese e o custo da produção de pasto no
Brasil, devida às condições climáticas, é baixo.
1 kgMS parto: 4 centavos
1kgMS ração: 10 reais
Conversão alimentar: 1 kg BOI = 6 kg 1 kg FRANGO = 1,8kg
Tubo digestivo
Funções do tubo digestivo: Preensão, mastigação, ruminação, salivação, deglutição, prover
tempo de retenção (TR), gerar condições para o crescimento microbiano no rúmen e nos
intestinos, propelir a digesta, digerir, absorver nutrientes, eructar os gases da fermentação e
excretar os resíduos indigeríveis.
Taxa de passagem (TP): é a proporção do fluxo que é transferida de
um compartimento para outro.
Tempo de retenção (TR): Tempo que um nutriente ou partícula
permanece no tubo digestivo entre a boca e o ânus, sendo medido em
horas e proporcional ao peso vivo (PV).
TR (h) α PV ... ↑PV ↔ ↑TR TP (% x h) → TP = 5% h
↓ Peso corporal ... ↓TR ... ↑ Tx Pass
O capim para ser fornecido para o animal deve ser moído para que não ocorra desperdício,
porque quando o animal pega o capim integral, muitas vezes ele toca ao solo ocasionando
perdas, mas essa moagem deve ser feita o mais grosseiramente possível permitindo maior
tempo de retenção e maior aproveitamento de fibra.
Modelos de tubo digestivo nos animais domésticos
Os carnívoros estritos aproveitam 0% das
fibras que comem.
Os onívoros aproveitam de 25 a 30% das fibras que comem.
Os herbívoros não ruminantes aproveitam de 30 a 60% das fibras que
comem. Os herbívoros ruminantes aproveitam de 40 a 80% das fibras que
comem.
Alimento x
H2O Matéria
Seca
Matéria
mineral
Micromineral
Macromineral
Matéria
orgânica
Proteínas
Lipídeos
Fibra/CHT
Vitaminas
Análise da matéria seca
Três razões para saber o teor de matéria seca:
∙ Nutrientes
∙ Razão econômica
∙ Conservação do alimento: alimentos ricos em H2O se deterioram rapidamente, enquanto
os pobres em H2O se deterioram mais dificilmente. A indústria não aceita milho com
menos de 89% a 90% de matéria seca, porque isso levaria a maior proliferação de
microrganismos.
Milho
A B
Preço/kg 1,00 1,10
% MS 89 93
MS/10.000 8.900 9.300
Preço final 10.000 10.100
Preço da tonelada de
de matéria seca
Diferença de preço 0,04
Valor economizado pela
empresa que compra 500
000/mês
500 000/0,04 = 20.000
Ração para gato: 12,00/kg com 84% MS.
Para cada 1000 gramas de ração, tem-se
840gMS
Sachê para gato: 2,00 / 100gramas com
25%MS Para cada 1000 gramas de ração
úmida, tem-se 250gMS
Análise da matéria seca de alimentos ricos em água
Utilizando como exemplo uma amostra de 100g, usa-se a estufa de ventilação forçada para
realizar a pré-secagem de 50 a 55º durante três dias que tem como objetivo secar o alimento
lentamente, porque os alimentos ricos em água não podem ser secos brutamente, nesse caso
perderiam nutrientes. Se, por exemplo, restaram 20g de resíduo, pode-se calcular a MSAPS –
matéria seca da amostra pré-seca:
O resíduo restante vaiser pesado e moído por 1 minuto. Retira-se 3 gramas desse material
para fazer a secagem definitiva, colocando em uma estufa a 105º por 12 horas. Se o material
resultante foi de, por exemplo, 2,7 gramas, pode-se calcular a %ASE – amostra seca em estufa:
A %MSt - matéria seca total pode ser calculada através do seguinte cálculo:
Análise da matéria seca de alimentos pobres em água
A análise de alimentos pobres em água é feita da mesma forma, porém não é necessária a fase
de pré secagem, a amostra é pesada e moída, faz-se a secagem em estufa e calcula o teor de
amostra seca total.
Análise de matéria mineral
A matéria mineral não apresenta valor energético (não liberam caloria), então quanto maior o
teor de matéria mineral de uma ração, menor o valor calórico. Sua análise é feita através da
queima da matéria orgânica. No forno crematório a 550ºc por 12h toda a matéria orgânica e a
água do alimento são perdidas e resta apenas a matéria mineral. Ao colocar, por exemplo, 3
gramas de amostra do alimento x e colocarmos na mufla que é um forno que aquece de 500ºC
a 600ºC por 12h e restarem 0,3 gramas da amostra, pode-se calcular a porcentagem de
matéria mineral.
= 10% de matéria mineral ou 90% de matéria orgânica
Rúmen
Compartimentalização ruminal - no rúmen, existem três fases distintas:
∙ Líquida (ventral)
∙ Sólida (flutuante) -> estratificação por densidade
∙ Gasosa (dorsal)
Dinâmica ruminal - objetivos:
∙ Homogeneizar a digesta
∙ Inocular microrganismos na digesta
∙ Impede que o material fibroso (leve) flutue
∙ Colabora na absorção de AGV
∙ Colabora na taxa de passagem
∙ Colabora na ruminação e na eructação
Ruminação – importância:
∙ Reduzir o tamanho das partículas
∙ Aumentar a superfície específica das partículas
∙ Inocular microrganismos na digesta
∙ Estimular a produção de saliva
∙ Homogeneizar o conteúdo ruminal
Saliva (nos ruminantes)
Funções: Umectante, lubrificante, tamponante (bicarbonato + fosfato), nutritiva,
antiespumante (a mucina promove a ruptura de bolhas liberando gases.
Omaso (filtro)
Função: filtrar e reter as partículas aumentando o TR, permitindo melhor aproveitamento do
alimento, apresenta canal omasal e lâminas omasais que prendem o alimento que será
quebrado em partículas 0,5 cm para cair no abomaso. Porém se as partículas continuam
grandes, voltam para a boca para serem remastigadas. Em bovinos, as fezes com partículas
grandes podem ocorrer por estresse térmico, quando os animais passam a beber muita água e
o turbilhonamento de água, aumenta a taxa de passagem e diminui a taxa de retenção,
ocasionando o arrasto das fibras através do orifício retículo omasal ou por acidose ruminal:
devida a alimentação com excesso de grãos, a acidose mata as bactérias responsáveis pela
digestão das fibras que saem nas fezes.
Diferença entre ruminantes
Animais não seletivos
∙ Consomem alimentos ricos em fibras e baixo valor nutricional.
∙ Exemplos: bovino e ovino.
∙ Come muita quantidade poucas vezes ao dia.
∙ Apresenta cabeça grande e pequena abertura tempero-mandibular. ∙
Apresenta poucas papilas gustativas.
∙ As glândulas salivares desse grupo são proporcionalmente menores. ∙ O omaso desse
grupo é proporcionalmente maior e rico em lâminas omasais. ↑TR ↓TP
Animais seletivos intermediários
∙ Consomem alimentos ricos em fibra, mas preferem alimentos pobres em fibras. ∙
Exemplo: cabra.
∙ Come pouca quantidade muitas vezes ao dia.
∙ Apresenta cabeça pequena e grande abertura tempero-mandibular. ∙
Apresenta muitas papilas gustativas.
∙ As glândulas salivares desse grupo são proporcionalmente maiores.
∙ Apresenta o omaso proporcionalmente menor. ↓TR ↑TP.
∙ Apresenta significativa fermentação no intestino grosso.
Desenvolvimento ruminal
Ao nascerem, os ruminantes mamam o leite da mãe e ainda não ruminam, seu rúmen ainda é
pouco volumoso. Ao nascer, o rúmen e o retículo representam aproximadamente 30% do
estômago e o abomaso, 70%. Até um ano de idade, inverte-se essa relação para
aproximadamente 70% de rúmen e retículo e 30% de abomaso.
Via verdadeira/correta: O leite sai do teto da vaca, é ingerido pelo bezerro e a goteira
esofágica - arranjo anatômico que conduz o leite até o abomaso - não permite que ele caísse no
rúmen. A ingestão de líquidos por sucção é o principal estímulo ao fechamento da goteira
esofágica, conduzindo o leite ao abomaso. Outros estímulos: presença da mãe, presença do
tratador e postura ao mamar. Um dos sinais de que o leite está chegando o abomaso e que o
animal não está fazendo falsa via é o abanar do rabo dos filhotes de ruminantes.
Falsa via
Pode ocorrer quando o leite cai no rúmen em desenvolvimento por não funcionamento da
goteira esofágica ou por manejo inadequado dos filhotes com o fornecimento de grande
volume de leite ou utilização da postura incorreta, o leite vai parar no pulmão ou no rúmen -
falsa via ruminal.
*Osmolaridade
∙ 1L de água = 0 mOsmol/L – exemplo de solução hiposmolar (acima de 306 mOsmol/L) ∙
9g NaCl em 1L de água = 306 mOsmol/L – solução normosmolar (soro fisiológico) ∙ 2g Kcl +
9g NaCl em 1L de água = 370 mOsmol/L – exemplo de solução hiperosmolar (acima de 306
mOsmol/L)
Falsa via ruminal: leva microrganismos, proteínas e carboidratos para dentro do rúmen que
passa de normosmolar para hiperosmolar, essa alta osmolaridade faz com que a água tende a
difundir para dentro do rúmen, tornando o meio liquefeito, causando diarreia osmótica e
consequente desidratação. O tratamento é constituído em fluidoterapia, jejum alimentar e
depois que o animal expurgar o alimento, realizar o manejo correto de fornecimento de leite.
Início da ingestão de capim: Após os primeiros quarenta dias após o parto, a curva do leite cai.
Nesse período o bezerro, por imitação, começa a pastar, a alimentação sólida e com a boca
aberta ao invés da sucção, não estimulam o fechamento da goteira esofágica e o alimento
sólido cai no rúmen, promovendo a expansão desse compartimento. Além disso, os ácidos
graxos voláteis resultantes do crescimento microbiano do capim estimulam o desenvolvimento
das papilas ruminais que tem como função aumentar a superfície de contato.
Crescimento fetal
No terceiro terço da gestação, o feto apresenta um
crescimento exponencial, com grandes ganhos de
peso em pequenos intervalos de tempo.
Se a fêmea for superalimentada durante esse
período, ocorre aumento no seu escore corporal,
assim como o peso a nascer do seu concepto –
gigantismo fetal, podendo prejudicar o parto.
Sendo assim é interessante melhorar a
alimentação da vaca no terço final da gestação
para aumentar o peso ao nascer do feto, porém
sem cometer excessos que dificultem o parto.
Lagomorfos
Exemplos: coelho, capivara e preá
Comem a fibra que não é digerida nem no estômago, nem no intestino delgado. Somente
nutrientes solúveis como vitaminas, minerais e carboidratos solúveis são absorvidos no
momento de choque ácido violento (ph 2).Esses animais trituram o alimento através da
mastigação, chegando uma nuvem de partículas do alimento triturado ao tubo digestivo.
Nesses animais, os alimentos são separados no intestino grosso por densidade. Ocorre então
uma estratificação: as partículas nobres, por serem mais densas e se hidratarem mais fácil vão
para o fundo (assoalho) e as partículas menos nobres vão ficar no dorso e vão ser levadas para
a defecação, durante o dia, sendo envolvidos com um padrão de muco e excretados – fezes
verdadeiras. Depois de um tempo, quando a porção nobre já sofreu a ação dos
microrganismos e houve produção de AGV, essa porção vai ser conduzida para o reto e,
durante a noite, vai ser envolvida por um diferente padrão de muco - padrão de muco-ácido
resistente. Esse material é chamado de cecotrofo que vai animal engolir sem mastigar para
não romper esse muco que é responsável por proteger o alimento e os seus microrganismos,
aumentando o TR e a capacidade de aproveitamento do nutriente, mantendo o alimento mais
tempo parado no estomago.
Esse mecanismo é chamado de cecotrofiae não deve ser confundido com o ato dos animais de
comer as fezes, chamado de coprofagia, que pode ocorrer por parasitismo, deficiência de
proteína e estresse.
Microrganismos do tubo digestivo
População microbiana do animal saudável tem predomínio de bactérias gram negativo, porém
quando submetidos a estressores, como doenças crônicas, alimentos estragados, alimentação
desequilibrada a flora se torna predominante gram positiva.
Estressores: Atores/agentes do meio que corroem o bem estar dos amimais, levando ao mal
estar do animal. Quanto mais distante da natureza do animal, maior a possibilidade de haver
estressores.
Bem estar:
∙ Animais ausentes de dor e medo
∙ Animais criados normalmente/naturalmente
∙ Animais produzidos aquilo correspondente a sua natureza genética
Estereotipias: movimentos repetitivos sem nenhum propósito. No geral tendo vários fatores
envolvidos. Animais em mal estar começam a apresentar estereotipias. Enquanto o animal
está saudável, predomina a população de bactérias gram negativo (micro organismos
benéficos) e menor população gram positivo (micro-organismos maléficos/patogênicos), em
eubiose - vida em equilíbrio. A força de seleção natural age contra a população gram positiva
através do peristaltismo, da acidez, liberação de bicarbonato, entre outros. As bactérias gram
positiva absorvem água e nutriente e secretam toxinas e antibióticos contra as gram negativas.
Com a presença de estressores, a alteração da população microbiana, disbiose - alteração ou
diminuição da flora microbiana, levando a disfunções intestinais como diarreia, cólica ou
timpanismo. O estressor diminui a espessura do muco (agente protetor do estômago) e
aumenta a produção de HC. A partir do duodeno, as populações microbianas vão aumentando,
conforme vão se afastando da área de refluxo gástrico.
Parede celular
Enquanto as bactérias gram positiva só apresentam uma camada citoplasmática, as gram
negativa tem duas membranas citoplasmática. O antibiótico tem mais facilidade de penetrar a
bactéria gram positiva. Os antibióticos podem ser preventivos ou terapêuticos, os antibióticos
ionóforo são utilizados para prevenção e são utilizados para prevenir as bactérias patogênicas,
porém mantém resíduos na carne e no leite. Foram criados na Europa onde a maior parte do
rebanho é criado confinado, no Brasil o ionóforo é desnecessário pelo rebanho ser criado a
pasto e além de deixarem resíduos nos produtos dificultando a exportação, aumentarem o
custo de produção e elevarem o custo de produção.
Lipopolissarideos (LPS)
São moléculas de carboidratos, açúcares (função: hidratar). O tempo de vida de uma bactéria é
de 20 minutos, quando isso ocorre rompimento da sua membrana e liberação dos seus
lipopolissacarideos. Ao ser exposto a estressores, o animal sofre com disbiose, ocorre morte
de diversos microrganismos, levando a grande liberação de lipopolissacarídeos, levando a um
choque endotóxico. O lipopolissacarideo se liga ao enterócito afetando a bomba de sódio
potássio levando a influxo de água do sangue para a luz intestinal por secreção, liquefazendo o
conteúdo intestinal e levando a diarréia secretolítica que só vai cessar quando o corpo
descamar e expelir todo conteúdo microbiano ligado, podendo levar o animal a óbito.
Desmame
Grande estressor. O lactente possui na digestão líquido e um dissacarídeo de fácil digestão
(lactose). O desmame é um ato abrupto, onde o animal perde o contato com a mãe e os
irmãos, as brigas para estabelecer hierarquia na nova baia e passa a ingerir polissacarídio
(digestão mais difícil), gerando assim a disbiose. Para minimizar o estresse, pôde-se
acrescentar a ração seca junto ao leite.
Cápsulas ou glicocalix (slime)
Material “limoso”, formado por polissacarídeos (exopolissacarídeos) e, em alguns casos,
também por proteínas secretadas por inúmeros procariontes. A função desses
exopolissaccarídeos - EPS é propiciar a aderência ou adesão dos microrganismos ao seu
substrato ou a outros microrganismos.
A adesão bacteriana permite a formação de consórcios microbianos. Além disso, a cápsula de
polissacarídeos é hidrofílica e atraia água, mantendo a água necessária ao consórcio. O
consórcio microbiano é um sistema plural de cooperação, com pluralidade de enzimas. Na
nutrição, o consórcio microbiano é vantajoso para o metabolismo. Permitem a sobrevivência
em meio desidratado, evitam a predação, minimizam o contato com drogas e maximizam a
utilização dos substratos.
Crescimento microbiano
O crescimento microbiano é definido como um aumento do número de células que ocorre
pelas reações metabólicas.
Ni - número inicial de células
Nf - número final de celulas
Fase A ou LAG - fase de colonização: Caracterizada pelo avanço do tempo e pela ausência de
crescimento dos microrganismos, porque como os microrganismos não armazenm nenhum
tipo de enzima, precisam de um tempo para sintetizar as enzimas necessárias para conseguir
aproveitar o substrato recém disponibilizado para eles.
Fase B - período de crescimento exponencial: Ocorre um explosivo crescimento bacteriano
(∆C), já que todas as enzimas necessárias para a utilização do substrato já foram sintetizadas e
enviadas para fora das células, onde estarão digerindo o substrato e gerando monômeros para
serem absorvidos.
Fase C – parada do crescimento: esgotamento dos substratos disponíveis para o crescimento.
Condições necessárias para o crescimento microbiano no tubo digestivo:
∙ Tempo de retenção -
∙ Nutrientes
∙ pH
∙ Anaerobiose
∙ Ingestão contínua de nutrientes
∙ Temperatura
∙ Remoção dos produtos finais do metabolismo microbiano.
Ph: Importante para o perfeito funcionamento das enzimas microbianas. Como os
microrganismos dependem exclusivamente dessas enzimas para obterem o ATP necessário à
sua sobrevivência, o pH é fundamental para a vida microbiana. Os microrganismo tem
diferentes preferencias de pH.
Anaerobiose: Os radicais livres aeróbios são tóxicos e causam danos ao DNA e ao RNA levando
a mutações celulares e danos a membrana citoplasmática, danificando as células, levando ao
envelhecimento e morte celular. Os indivíduos aeróbicos metabolizam os radicais aeróbios em
água, porque possuem os genes produtores das enzimas com essa função: catalase,
peroxidadse e superóxido dismutase- SOD, enquanto os indivíduos anaeróbicos não possuem.
Nutrientes
∙ Nitrogênio (N): componente obrigatório de todas as proteínase do peptidoglicano. Não
há crescimento sem N.
∙ Enxofre (S): faz parte dos aminoácidos sulfurados (cisteina e metionina). É importante
para a síntese das proteínas. Também faz parte das vitaminas tiamina e biotina. Sua
principal fonte é o radical Sulfato (SO4
-).
*Cisteína, metionina, tiamina e biotina são produzidas somente por microrganismos. ∙
Fósforo (P): necessário para a síntese do ATP, dos ácidos nucleicos, do NADP e de algumas
proteínas. Sua principal fonte é o fosfato (PO4
3-).
∙ Magnésio: estabilização dos ribossomas, da membrana citoplasmática e dos ácidos
nucleicos.
∙ Cálcio: estabilização da parede celular e na resistência dos esporos ao calor. ∙
Ferro: síntese de proteínas do sistema respiratório.
∙ Cobalto: síntese de vitamina B12 que é importante na síntese de metionina e na
metanogênese.
*Somente microrganismos são capazes de produzir b12, sintetizam apartir do
cobalto. ∙ Molibdênio: forma as molibdo-flavoptns, envolvidas na assimilação do
nitrogênio. ∙ Cobre: faz parte do sistema enzimático da respiração.
∙ Manganês: faz parte das superóxido dismutases, necessárias para neutralizar a toxicidez
do oxigênio.
Fatores de crescimentos: Compostos orgânicos exigidos em pequenas quantidades e que não
podem ser sintetizados pelos microrganismos. Exemplos: vitaminas, aminoácidos e bases
nitrogenadas.
A Biomassa e a diversidade das espécies varia com:
∙ Modificações dietéticas: por exemplo, o pasto ingerido na seca e nas águas. ∙
Porção anatômica: tamanho do ceco e do rúmen conforme a espécie. ∙
Doenças metabólicas: comoacidose ruminal e timpanismo.
Classificação quanto à vida no tubo digestivo
∙ Autóctones: verdadeiros residentes do tubo digestivo, sempre presente. No caso dos
microrganismos intestinas, para serem considerados autóctones, devem ser
encontrados em duas ou mais espécies, encontradas em quantidade maior que 106
células/ml, serem anaeróbias, terem sido isolados em duas ou mais regiões
geográficas, produzem AGVs, CO2 e CH4.
∙ Alóctones: transientes, as vezes presentes, não se estabilizam no ambiente ruminal. São
frequentemente ingeridos.
Classificação quanto à utilização do nitrogênio
∙ Bactérias que utilizam NH3 - amônia: fibrolíticas
∙ Bactérias que utilizam peptídeos ou aminoácidos: bactérias que utilizam os carboidratos
não estruturais – amido ou sacarose.
Pasto novo e curto (época das chuvas)
∙ Equino: consumo moderado (48h)
∙ Bovino: consumo moderado 80h).
Pasto velho e longo (época da seca)
∙ Equino: aumenta o consumo para compensar o pasto de baixa qualidade. ∙ Bovino:ao
comer as fibras grandes e pobres, o alimento chega ao rúmen e se acumula, ativando o
centro da saciedade e o animal decresce o consumo.
Suplementação com ureia em ruminantes: Em caso de pasto seco, pode-se acrescentar ureia
ao sal dos bovinos para aumentar a população de bactérias fibrolíticas (precisam de NH3 –
amônia para crescer) que vão utilizar a ureia como fonte de amônia melhorando a digestão
das fibras, permitindo que o animal volte a comer.
*Não é necessário fornecer ureia aos animais quando o pasto se encontra verde ou quando
não há alimento para o animal, levaria a prejuízo financeiro. Deve-se lembrar que em grandes
quantidades a uréia pode causar intoxicação.

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