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Resumo dos tutoriais UC 13 dor.

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Mariana FranzoniMinski - 5º período
Tut� 01:
DOR: experiência sensitiva e emocional desagradável
associada ou semelhante aquela associada a uma lesão
tecidual real ou potencial.
● Espontânea (constante ou intermitente) ou
evocada.
DECÁLOGO DA DOR:
1. Localização: onde está a dor.
2. Irradiação: qual raiz nervosa foi comprometida (mapa
dermatomérico).
3. Fator(es) desencadeante(s): o que causou a dor.
4. Qualidade: sensação que a dor provoca.
5. Fator(es) de melhora e piora.
6. Duração: se é aguda ou crônica, e o relacionamento
com ciclos (circadiano, menstrual, …).
7. Evolução: como a dor mudou ou não desde o ínicio
(contínua, intermitente, insidiosa, …).
8. Intensidade: usar a escala subjetiva, analógica visual
ou a de expressão facial.
9. Relação com funções orgânicas: influência da dor na
funcionalidade do órgão.
10. Sintomas associados: o que mais foi causado depois
do início da dor, que tenha relação.
MECANISMOS FISIOPATOLÓGICOS DA DOR:
Nociceptores: terminações nervosas livres que
traduzem estímulos nocivos em potenciais de ação
(transmitidos por meio de 2 tipos de fibras aferentes).
● Fibras finas: conduzem a sensibilidade térmica
e mecânica de forma rápida (alta intensidade).
○ Fibras A-delta e A-beta mielínicas.
● Fibras grossas: conduzem a sensibilidade
térmica, mecânica e química, de forma lenta
(baixa intensidade).
○ Fibras C amielínicas.
Transdução:
Estímulo nociceptivo ➞ ativação dos nociceptores ➞
agrupamento das fibras sensoriais em neurônios de 1º
ordem ➞ transformação do estímulo nociceptivo em
potencial de ação despolarizante (pela ação de
substâncias protéicas).
Transmissão:
Neurônios entram na medula (pela raiz dorsal) ➞
sinapse com os neurônios de 2º ordem (no corno dorsal,
por meio de neurotransmisores: aminoácidos -
glutamato, derivados de aminoácidos - norepinefrina, e
neuropeptídeos - substância P).
Existem 2 tipos de neurônios de 2º ordem:
● Neurônios de ampla faixa (WDR): estímulos de
baixa intensidade.
● Neurônios nociceptivos: estímulos nociceptivos.
Corno dorsal ➞ comissura anterior ➞ lado oposto
(decussação) ➞ ascensão pela via espinotalâmica (dor
aguda e rápida) ou pela via paleoespinotalâmico (dores
surdas e difusas, relacionadas a dor crônica) ➞ tálamo
➞ sinapse com neurônio de 3º ordem ➞ córtex
somatossensorial, sistema límbico, tronco encefálico ou
hipotálamo.
Modulação: teoria dos portões.
● Fibras grossas ➞ excitação de interneurônios
inibitórios da substância gelatinosa de Rolando
➞ liberação de encefalina ➞ impedimento da
passagem do impulso doloroso (fechamento).
● Fibras finas➞ inibe os interneurônios inibitórios
➞ passagem do estímulo nociceptivo
(abertura).
Cascata do ácido araquidônico: porque a inflamação
gera dor.
● Ácido araquidônico na membrana plasmática
➞ lesão ➞ ação da fosfolipase A2 sobre a
membrana ➞ liberação do ácido ➞ oxidação
por COX ou LOX ➞ formação de mediadores
inflamatórios.
○ COX1: substâncias fisiológicas
protetoras.
○ COX2: substâncias álgicas ligadas a
inflamação (prostaglandinas,
tromboxanos e prostaciclinas).
DOR NOCICEPTIVA: problema na transdução (causada
por traumas, dor visceral e somática).
● EX: pontada, aperto, cãimbra, …
DOR NEUROPÁTICA: problema na transmissão
(causada por lesão neural ou por desaferentação).
● EX: queimação, formigamento, dormência, …
● Alodinia (estímulo que não causaria dor mas
causou) e hiperalgesia (estímulo que causou
uma dor maior do que deveria).
DOR PSICOLÓGICA: problema na modulação.
● EX: dor que some e depois volta em lugares
estranhos sem ligação.
DOR REFERIDA: percebida distante da estrutura onde
se originou, porém com uma continuidade lógica.
DOR IRRADIADA: percebida em regiões distantes, mas
inervadas pela raiz nervosa pela dor (mapa
dermatomérico).
DOR AGUDA: segundos-semanas.
● Localizada e autolimitada, lesão tecidual óbvia e
pode cronificar.
DOR CRÔNICA: no mínimo 3 meses, mas pode ir a anos.
● Mal definida e difusa, progride de uma dor leve
a uma intensa.
● Somática: superficial (bem localizada) e
profunda (difusa).
● Visceral (difusa e mal localizada).
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Tut� 02:
INFLAMATÓRIO: decorrente de uma inflamação.
● Dor incaracterística, náuseas, anorexia, vômito e
alteração do trânsito intestinal.
● Causas: apendicite, colecistite, litíase biliar,
diverticulite, DIP, …
PERFURATIVO: perfuração de uma víscera oca.
● Dor de início súbito (somática), que começa de
forma intensa e rapidamente atinge o pico.
● Causas: corpo estranho, DII (Crohn),
diverticulite, úlceras pépticas, …
● Abdome em tábua (rígido e reto).
● No raio-x apresenta pneumoperitônio.
○ Sinal de Jobert: timpanismo à
percussão em toda região hepática.
OBSTRUTIVO: bloqueio do fluxo intestinal.
● Alta - acima da válvula ileocecal (vômitos
precoces e parada de fezes e gases tardio) ou
baixa - abaixo da válvula ileocecal (vômitos
tardios e parada de fezes e gases precoces).
● Causas: simples (aderências), mecânicas
(hérnias parietais, volvo, DII, fecaloma, …) ou
funcionais (íleo funcional e síndrome de
Ogilvie).
● Paciente agitado com RH inicialmente
reduzidos mas depois ausentes.
● Raio-x (local da obstrução): sinal do grão de
café, da bolha gástrica e do empilhamento de
moedas.
VASCULAR OU ISQUÊMICO: bloqueio do suprimento
sanguíneo de uma região.
● Fase inicial (dor intensa), fase intermediária
(peritonite) e fase final (choque).
● Causas: embolia da artéria mesentérica
superior, trombose da veia mesentérica
superior, colite isquêmica, …
● RH ausentes devido a isquemia da mucosa.
HEMORRÁGICO: extravasamento de sangue para a
cavidade abdominal.
● Dor súbita e difusa, palidez e hipovolemia.
● Causas: gravidez ectópica rota, endometriose,
traumas, ruptura de aneurisma abdominal, …
Sinal de Giordano (pielonefrite): dor a punho percussão
lombar à direita ou esquerda.
Sinal de Torres-Homem (abscesso hepático): percussão
dolorosa em região hepática.
Sinal de grey-turner (pancreatite): equimose nos
flancos.
Sinal de cullen (pancreatite): equimose periumbilical.
Sinal de piparote (ascite): dar pequenos petelecos em
um lado do abdome com uma mão e com a outra
separando o abdome, observando as “ondas”.
APENDICITE: inflamação do apêndice.
Etiologias: fecalitos, neoplasias, parasitas, …
Fisiopatologia: não complicado (fase 1 ou catarral:
apêndice hiperemiado e edemaciado e fase 2 ou
supurativa: apêndice cheio de exsudato fibrinoso) ou
complicado (fase 3 ou gangrenosa: apêndice com
abscesso e necrose e fase 4 ou perfurativa: apêndice
perfurado).
Quadro: dor periumbilical (visceral) que “migra'' para a
fossa ilíaca direita, náuseas, vômito, febre, …
Exame físico: RH diminuídos e dor à palpação e
movimentos.
● Sinal de Blumberg: dor a compressão no ponto
de Mcburney com piora a descompressão do
quadrante inferior direito do abdome.
● Sinal do Psoas: dor no quadrante inferior do
abdome direito a elevação contra resistência da
coxa ipsilateral.
● Sinal de Rovsing: compressão do quadrante
inferior esquerdo do abdome com dor no
quadrante inferior direito.
● Sinal do obturador: dor no quadrante inferior
abdominal direito devido a elevação da coxa
ipsilateral.
Exame laboratorial: leucocitose moderada à esquerda e
PCR elevado.
Exame de imagem: raio-x, USG (sinal do alvo) e TC.
Tratamento: não operatória (antibioticoterapia),
apendicite aguda não complicada (apendicectomia +
antibioticoterapia pré-operação), e apendicite
complicada (antibioticoterapia pré-operação +
apendicectomia).
GRAVIDEZ ECTÓPICA ROTA: rotura do saco gestacional.
Etiologias: presença de fatores de risco (DIP prévia, uso
de DIU, cirurgia tubária prévia, gravidez ectópica
anterior, infecções genitais, tabagismo, …).
Fisiopatologia: presença de fatores de risco ➞ lesão
tubária ou alteração no transporte ovular ➞ quando
chegado o momento da nidação o ovo ainda não se
encontra na cavidade uterina e se implanta em
localização anômala.
● Subaguda: blastocisto implantado na ampola
tubária (região de maior distensibilidade da
tuba) ➞ ruptura ➞ perda de sangue
intermitente para cavidade abdominal➞
irritação peritoneal com dor e distensão
abdominal, náuseas e vômitos, estado subfebril.
● Aguda: sangue se acumula no fundo de saco
posterior ➞ sensação de peso no reto e na
bexiga, dor à defecação e micção, palidez,
sudorese, extremidades frias, pulso fino e
rápido, juntamente com hipotensão.
Quadro: tríade (dor abdominal + sangramento vaginal +
atraso ou irregularidade menstrual).
Exame físico: dor à pressão do fundo do saco de
Douglas (grito de Douglas) e desconforto na
manipulação do colo.
Mariana FranzoniMinski - 5º período
Exame de imagem: USTV (massa anexial completa,
embrião, ou anel tubário).
Exame laboratorial: beta-HCG.
Tratamento: cirúrgico (salpingectomia e
salpingostomia) ou expectante (reabsorção).
DIP: inflamação do trato genital superior.
Etiologias: processo polimicrobiano (N. gonorrhoeae, C.
trachomatis, G. vaginalis, …).
Fisiopatologia: ascensão dos microrganismos
(endocérvice, endométrio ou tubas).
● Restrita a região no quadro agudo =
piossalpinge.
● Restrita a região após destruição do epitélio
endo tubário = hidrossalpinge.
● Atinge a cavidade pélvica = pelviperitonite.
Quadro: assintomática ou sintomática (dor à pressão na
descompressão súbita e febre).
Exame físico: secreção purulenta do colo uterino,
inflamação das glândulas de Bartholin, dor a
mobilização do colo e região anexial abaulada.
Diagnóstico: 3 critério maiores + 1 critério menor ou 1
critério elaborado.
● Critérios maiores: palpação anexial, mobilização
do colo uterino e dor pélvica infrapúbica.
● Critérios menores: febre, secreção vaginal
purulenta, massa pélvica, leucocitose no
hemograma, PCR elevado, >5 leucócitos por
campo na secreção e comprovação laboratorial
de infecção cervical por gonococo, chlamydia e
mycoplasma.
● Critérios elaborados: evidência histopatológica
de endometrite, presença de abscesso
tubo-ovariano nos exames de imagem e
laparoscopia evidenciando DIP.
Tratamento: classificação de Monif.
● Estágio 1 (endometrite e salpingite sem
peritonite): ceftriaxona + doxiciclina +
metronidazol.
● Estágio 2 (salpingite aguda com peritonite):
clindamicina + gentamicina.
● Estágio 3 (salpingite aguda com oclusão tubária
ou abscesso tubo-ovariano): clindamicina +
gentamicina.
● Estágio 4 (abscesso tubo-ovariano roto com
secreção purulenta na cavidade): clindamicina
+ gentamicina + cirurgia (determinada durante
os exames).
NEFROLITÍASE: presença de cálculos no rim.
Etiologias: cálcio (hipercalciúria, hiperoxalúria,
hipocitratúria, …), ácido úrico (hiperuricosúria), estruvita
(bactérias produtoras de urease), e de cistina (cistinúria).
Fisiopatologia: Baixo volume de urina + excreção
excessiva ou insuficiente de compostos + redução do
pH urinário ➞ urina saturada de minerais ➞ solução
instável ➞ processo de cristalização ➞ nucleação ➞
junção dos cristais➞ retenção do cristal + agregação de
outros cristais➞ cálculo.
Quadro: cólicas renais intensas (de início abrupto),
podendo se irradiar para os flancos, hematúria, disúria,
polaciúria, náuseas e vômitos.
Exame de imagem: USG abdominal e raio-x simples.
Exame laboratorial: potássio, glicose, cálcio, ácido úrico,
e urocultura.
Tratamento: cirúrgico (ureterorrenolitotripsia e
litotripsia extracorpórea - LECO), medicamentoso
(AINEs, opióides, antiemético e soro fisiológico) ou
expulsiva (BCC e bloqueador alfa-1).
CISTO OVARIANO:
Etiologias: estimulação ovariana por GnRH, falha de
involução de um folículo, …
Fisiopatologia: cistos foliculares (resultam da falha do
folículo em maturação em ovular e involuir) e cistos do
corpo lúteo (resultado do acúmulo de líquido no corpo
lúteo, que se forma após a ovulação).
Quadro: assintomático (em neonatos, crianças
pré-púberes e adolescentes) ou sintomático (grandes
cistos que causam aumento da frequência urinária,
constipação, sensação de pressão na parte inferior
abdominal e dor caso esteja torcido, infectado ou roto).
Exame de imagem: USG (cisto folicular - unilocular com
paredes delgadas e mede até 8 cm e cisto lúteo -
paredes ecogênicas).
Tratamento: conservador (menor de 5-7 cm) ou
cirúrgico (cirurgia para a retirada do cisto por
laparoscopia).
TORÇÃO DE OVÁRIO: entrelaçamento de componentes
anexiais.
Etiologias: devido ao peso aumentado do ovário,
ligamentos útero-ovário mais longos devido a defeito
congênito, mobilidade excessiva e técnicas de
fertilização in vitro.
Fisiopatologia: torção ➞ pedículos ovarianos
parcialmente ou completamente torcidos ➞ estase
circulatória.
Quadro: dor unilateral intensa súbita (irradiação para o
flanco, região inguinal ou coxa), náuseas, vômito e febre
(sugere necrose axial).
Exame de imagem: USG pélvica associada ou não ao
doppler, TC e RM (usado para casos ambíguos).
Tratamento: anexectomia laparoscópica ou
ooforectomia (caso necrose).
ADENITE MESENTÉRICA: inflamação dos nódulos
linfáticos do mesentério, ligados ao intestino.
Etiologias: infecções virais ou bacterianas e de DII.
Quadro: dor abdominal intensa, febre, mal-estar, perda
de peso, vômitos e diarreia.
Exame físico: gânglios linfáticos aumentados.
Exame laboratorial: coprocultura.
Exame de imagem: TC e USG abdominal.
Mariana FranzoniMinski - 5º período
Tratamento: causa viral (analgésicos +
anti-inflamatórios) ou causa bacteriana (antibiótico +
analgésicos).
Tut� 03:
DOENÇA FUNCIONAL GASTROINTESTINAL: distúrbios
da interação cérebro-intestino, associados a
hipersensibilidade visceral, distúrbios da nocicepção
(situações que não incomodam outras pessoas),
distúrbios de motilidade e microbiota alterada.
ENDOMETRIOSE: tecido endometrial ectópico
(glândulas endometriais e estroma) fora do útero.
Etiologias e fisiopatologia: teoria da menstruação
retrógrada, das metástases benignas, das alterações
genéticas, metaplásica e a das células-tronco extra
uterinas.
Quadro: dismenorreia secundária, dispareunia, dor
pélvica crônica, infertilidade, distensão abdominal, e
alterações do hábito abdominal.
Exame físico: útero fixo, aumento do volume axial e
nodulações no fundo do saco do útero e em regiões
que têm cicatriz.
Exame de imagem: laparoscopia pélvica, laparotomia,
sigmoidoscopia, cistoscopia, USGTV e RM em t1 ou t2.
Tratamento: medicamentoso (AINEs +
anticoncepcionais mistos, agonistas e agonistas de
GnRH, androgênicos e progestinas) ou cirúrgico
(laparoscopia e histerectomia abdominal total com ou
sem salpingo-ooforectomia bilateral).
VARIZES PÉLVICAS: veias dilatadas e tortuosas.
Etiologias: primária (defeitos congênitos) ou secundária
(síndrome de cockett ou nutcracker).
Fisiopatologia: aumento da pressão abdominal + ação
de hormônios (estrogênio) ➞ dilatação mecânica +
disfunção hormonal ovariana ➞ aumento da tensão
venosa ➞ incompetência valvar das veias ovarianas ➞
fluxo retrógrado ➞ congestão e tortuosidade ➞ estase
➞ liberação de mediadores➞ dor.
Quadro: assintomático ou sintomático (dor pélvica,
sensação de peso nas pernas, dispareunia, distensão
abdominal, urgência miccional e incontinência urinária.
Exame físico: varizes ou varicoses vulvares, perineais e
nas nádegas e ovários sensíveis ao movimento do colo.
Exame de imagem: flebografia com contraste, ECO
doppler venoso e USGTV ou abdominal.
Tratamento: clínico (AINEs, progesterona, flebotônicos e
análogos de GnRH) ou cirúrgico (embolização das veias
e escleroterapia).
SÍNDROMES ADERÊNCIAIS: aderências e bridas que
levam a formação de tecido cicatricial.
Fisiopatologia: cirurgia ou inflamação abdominal ➞
formação de tecido cicatricial (bridas ou aderências) ➞
união de diferentes órgãos ou partes do intestino entre
si.
Quadro: oclusão intestinal, dor abdominal (quanto
maior a aderência menor a dor), infertilidade, dor
durante o contato íntimo e distensão abdominal.
Exame de imagem: USG, raio-x, TC e laparoscopia.
Tratamento: medicamentoso (analgésicos,
antiespasmódicos e anti-gases) ou cirúrgico
(laparoscopia).
DISPEPSIA FUNCIONAL: distúrbio funcional relacionado
com o trato GI superior, envolvendo sintomas como dor,
queimação ou desconforto na região superior
abdominal, sem causa aparente, que dura no mínimo 3
meses.
Etiologias: alteraçõesmotoras ou sensoriais
(esvaziamento gástrico lento, distúrbios na
acomodação gástrica e hipersensibilidade visceral).
Fisiopatologia: alteração da função motora e/ou
sensorial gastroduodenal + fatores psicossociais ➞
sintomas.
Quadro: síndrome da dor epigástrica (1 pelo menos 1x
por semana = dor epigástrica, queimação epigástrica,
nenhuma evidência de doença orgânica) e síndrome
do desconforto pós-prandial (1 pelo menos 3x na
semana = plenitude pós-prandial incômoda, saciedade
precoce, nenhuma evidência de doença orgânica).
Critérios de roma IV: pelo menos 1 dos sintomas, nos
últimos 3 meses, com início nos últimos 6 meses: dor
epigástrica, plenitude pós-prandial, saciedade precoce,
queimação estomacal.
Exame de imagem: EDA (caso tenha sinais de alarme).
Tratamento: medicamentoso (IBPs, bloqueadores de
H2, procinéticos e antidepressivos) ou não
medicamentoso (comer menos e mais vezes, horas
adequadas de sono, exercício físico, …).
SÍNDROME DO INTESTINO IRRITÁVEL: distúrbio na
motilidade intestinal não associado a alterações
estruturais ou bioquímicas.
Fisiopatologia: alterações multifatoriais (alteração de
motilidade, hipersensibilidade visceral, fatores
psicossociais, pós-infecção, …).
Quadro: 3 padrões (diarreia líquida, prisão de ventre e
diarreia alternada e distúrbios do padrão de evacuação),
muco nas fezes, flatulências, pirose, náuseas, …
Critérios de roma IV: dor abdominal recorrente + dor
relacionada a defecação + mudança na frequência das
fezes + mudança na aparência das fezes).
Tut� 04:
FISIOLOGIA DA BILIRRUBINA: eritrócitos normais após
120 dias de vida➞ sequestro pelas células reticulares de
baço, fígado e da medula ➞ lise dos eritrócitos ➞
degradação da hemoglobina (grupo heme e globina):
Mariana FranzoniMinski - 5º período
● ➞ degradação da globina (quebra do anel de
ferroprotoporfirina) ➞ ferro ➞ reutilizado para a
síntese do grupo heme.
● ➞ hemeoxigenase ➞ grupo heme em
biliverdina ➞ enzima biliverdina redutase ➞
biliverdina em bilirrubina indireta (lipossolúvel e
apolar (absorve)) ➞ corrente sanguínea ➞
bilirrubina indireta + albumina (ligação
reversível) ➞ fígado (hepatócitos) ➞ proteína
ligandina (que impede de sair do fígado e voltar
para o plasma) ➞ retículo endoplasmático ➞
glicuronidação (ácido glicurônico) + enzima
UDP-gluronosil transferase (UGT) ➞ bilirrubina
direta ou conjugada (hidrossolúvel e polar (não
absorve)) ➞ plasma sanguíneo ➞ excreção nas
vias biliares➞ armazenada na vesícula.
Alimentação ➞ liberação da bile no duodeno ➞
bilirrubina direta + enzimas bacterianas ➞ hidrólise ➞
urobilinogênio (*pequena parcela absorvida no cólon)
➞ intestino grosso ➞ oxidação do urobilinogênio ➞
estercobilina ou urobilina (**)➞ excreção intestinal.
● * Essa pequena parcela normalmente é
re-excretada pelo fígado na bile e pelos rins.
○ ⬆ na produção de bilirrubina ➞ ⬆ de
urobilinogênio na urina➞ colúria.
● ** ⬇ da excreção de bilirrubina no intestino ➞
fezes mais claras (hipocolia) ou esbranquiçadas
(acolia).
SÍNDROME DA ICTERÍCIA OBSTRUTIVA: causada por
problemas mecânicos/anatômicos sobre a via biliar
principal.
Etiologias: hepatites virais, cirrose biliar primária,
colangite esclerosante primária, colangiocarcinoma,
cistos de colédoco, pancreatite crônica, …
Fisiopatologia: obstrução biliar ➞ ⬆ da pressão
intraductal e intracanalicular no parênquima hepático:
● ➞ controle de regulação negativo na secreção
de colesterol e fosfolípideos na bile ➞
transforma a bile em uma substância menos
litogênica (para proteção).
● ➞ edemaciação e tortuosidade dos canalículos
biliares ➞ distorção das microvilosidades ➞
(caso ocorra permanência da obstrução) ➞
acúmulo e reabsorção dos pigmentos biliares:
○ ➞ reação inflamatória infiltrativa
(colangite aguda).
○ ➞ ação sobre formas imaturas do
colágeno 1 ➞ fibrose periductal➞ pode
levar ➞ agravamento do quadro
obstrutivo ➞ metaplasia da mucosa
biliar e atrofia.
Quadro: dor no hipocôndrio direito e epigastro, febre,
icterícia, colúria, acolia fecal e prurido.
Exame físico: sinal de courvoisier-terrier (vesícula biliar
palpável e indolor) e sinal de murphy (dor a palpação do
hipocôndrio direito durante inspiração).
Exames laboratoriais: enzimas hepáticas (elevação da
fosfatase-alcalina e da gama-GT, das transaminases e
do marcador tumoral CA19-9) e avaliadores de função
renal (tempo de protrombina, albumina e bilirrubina).
Exames de imagem: USG de abdome total, TC,
colangiorressonância e CPRE.
COLELITÍASE: cálculos na vesícula.
Fatores de risco: mais de 40 anos, obesidade,
multíparas e histórico familiar.
Fisiopatologia: supersaturação de colesterol +
predisposição ➞ precipitação➞ nucleação➞ formação
do cálculo.
● Cálculos de colesterol: puros (únicos, cristalinos
e arredondados, com 2-4 cm) ou mistos
(múltiplos, amarelados e facetados, com 0,2-0,3
cm).
● Cálculos pigmentares: misturas complexas de
bilirrubina indireta e sais de cálcio (múltiplos,
brilhantes, irregulares e pretos, com 0,2-0,5 cm).
Quadro: assintomático ou sintomático (cólica biliar
constante no hipocôndrio direito referida no dorso e na
escápula direita), distensão abdominal e febre.
Exame de imagem: USG transabdominal,
colescintilografia, raio-x simples de abdome (só
funciona se tiver bastante cálcio) e TC.
Tratamento: assintomáticos (cuidar da dieta) e
sintomáticos ou assintomáticos com fatores de risco
(colecistectomia laparoscópica ou aberta).
COLECISTITE: inflamação da vesícula.
Etiologias: calculosa (presença de litíase) ou acalculosa
(obstrução causada por tumores, bolo de ascaris, …).
Fisiopatologia: obstrução do ducto cístico ➞ distensão
da vesícula ➞ contração (clinicamente = cólicas) ➞
processo inflamatório (devido a produção de
substâncias irritativas a mucosa) ➞ circulação venosa e
linfática comprimida➞ edema e ulcerações.
Quadro: cólicas (dor intensa no hipocôndrio direito
contínua que irradia para escápula, precórdio ou dorso),
náuseas e vômitos.
Exame físico: sinal de Murphy (dor ao pressionar região
subcostal direito durante respiração profunda) e
icterícia.
Diagnóstico: hipersensibilidade no quadrante superior
direito + leucocitose + febre.
Exame de imagem: USG abdominal (sinal do Murphy
ultrassonográfico) e cintilografia hepatobiliar.
Exame laboratorial: leucocitose, elevação do PCR, da
amilase e da fosfatase alcalina.
Tratamento: sem intervenção ou cirúrgico
(colecistectomia laparoscópica ou percutânea).
COLEDOCOLITÍASE: cálculos do colédoco.
Etiologias: aumento da secreção hepática de colesterol
na bile, aumento da absorção intestinal de colesterol,
alteração na composição da bile, …
Mariana FranzoniMinski - 5º período
Fisiopatologia: os cálculos podem ser, primários
(formados no próprio ducto) ou secundários (formados
na vesícula mas que migram para o ducto).
Quadro: dor no hipocôndrio direito e no epigastro,
náuseas e vômitos.
Exame físico: sensibilidade à palpação do quadrante
superior direito ou epigástrico e icterícia.
Exame laboratorial: aumento da bilirrubina sérica, da
aminotransferase e da fosfatase alcalina.
Exame de imagem: USG abdominal, TC abdominal
(apenas calcificados), colangiopancreatografia por RM
(CPRM) e colangiopancreatografia endoscópica
retrógrada (CPRE).
Tratamento: com colangite e/ou pancreatite (CPRE
pré-operatória com remoção de cálculo (papilotomia))
ou com alto risco de coledocolitíase (CPRE com
remoção do cálculo seguida por colecistectomia
eletiva).
COLANGITE: infecção da árvore biliar.
Etiologias: cálculos biliares, estenose biliar benigna,
tumores na vesícula, na ampola e no duodeno, e
infecção bacteriana por E.coli, Klebsiella e
Enterococcus.
Fisiopatologia: disfunção do esfíncter de Oddi (barreira
mecânica que impede o refluxo duodenal para as vias
biliares) + alteração na secreção dos sais biliares e de
IgA➞ translocação bacteriana e de toxinas➞ infecção.
Quadro: tríade de charcot (febre + dor abdominal no
hipocôndrio direito + icterícia) e pêntade de reynolds
(hipotensão + alterações do estado mental + tríade de
charcot).
Exame laboratorial: elevação de PCR, da fosfatase
alcalina, gama-GT, transpeptidasee alanina
aminotransferases, e hemocultura.
Exame de imagem: USG e TC abdominal, e CPRM (não
usado com contraste devido a disseminação
bacteriana).
Tratamento: analgésicos, antibioticoterapia (ceftriaxona
(às vezes commetronidazol) e descompressão biliar por
CPRM (pacientes com quadro grave).
Tut� 05:
DAOP (DOENÇA ARTERIAL OBSTRUTIVA PERIFÉRICA):
Etiologias: 85% dos casos por aterosclerose.
Fisiopatologia: lesão vascular ➞ ativação de monócitos
se prendem ao endotélio + ativação de células T ➞
liberação de citocinas ➞ atravessam para o espaço
subendotelial ➞ se tornam macrófagos teciduais
ativados + produção de colágeno + aumento da
captação de LDL ➞ células espumosas ➞ rompimento
➞ plaquetas➞ formação da placa.
Quadro: assintomáticos ou sintomáticos (claudicação
intermitente (dor incômodo, cãimbra ou dormência),
sensação de frio ou dormência nos pés e dedos,
neuropatia isquêmica, enfraquecimento das unhas,
quedas do pelos, úlceras, …
Classificação de fontaine: estágio I (assintomático),
estágio IIa (claudicação intermitente limitante), estágio
IIb (claudicação intermitente incapacitante), estágio III
(dor isquêmica em repouso), e estágio IV (lesões
tróficas).
Classificação de Rutherford:
● Classificação 0 = assintomático.
● Classificação 1 = claudicação leve.
● Classificação 2 = claudicação moderada.
● Classificação 3 = claudicação severa.
● Classificação 4 = dor em repouso.
● Classificação 5 = lesão trófica pequena.
● Classificação 6 = necrose extensa.
Exame físico: diminuição do pulso, coloração mais
branca do membro, redução da temperatura cutânea, e
ITB (índice tornozelo-braquial).
Exame de imagem: USG com doppler, angioTC e RM e
arteriografia baseada em cateter.
Tratamento: não medicamentoso (deambulação e
musculação e cuidados com a alimentação),
medicamentoso (antiagregantes plaquetários - AAS e
estatina), ou cirúrgico (angioplastia ou
endarterectomia).
OAA (OCLUSÃO ARTERIAL AGUDA):
Etiologias: DAOP agudizada, fibrilação atrial e
arteriosclerose.
Fisiopatologia: causada por êmbolos e trombos.
Quadro: assintomáticos ou sintomáticos (palidez ou
cianose, parestesia, paralisia, poiquilotermia, dor de
início súbito e de difícil controle, perda de força e “pele
mosqueada”.
Exame físico: ausência de pulso e pele cianótica ou
pálida.
Exame de imagem: USG com doppler, arteriografia
(cálice invertido ou ponta de lápis) e angioTC.
Tratamento: medicamentoso (opioides e
anticoagulantes - heparina) ou cirúrgico (angioplastia
transluminal percutânea - ATP, embolectomia ou
trombólise).
Tut� 06:
INSUFICIÊNCIA VENOSA CRÔNICA (VARIZES):
Etiologias: congênita (síndrome de Klippel-Trenaunay),
primária (disfunção da parede venosa), ou secundária
(síndrome pós-trombótica).
Fisiopatologia: força gravitacional ➞ dilatação das veias
➞ válvulas distanciadas ➞ fechamento incorreto ➞
refluxo venoso ➞ acúmulo de sangue➞ hipertensão no
sistema venoso + estase de toxinas➞ inflamação.
Quadro: telangiectasias, microvarizes ou varicosas,
varizes, dor em peso ou cãimbra, queimação ou
Mariana FranzoniMinski - 5º período
desconforto (ao fim do dia), dermatite ocre, edema,
úlcera venosa e lipodermatoesclerose.
Exame físico: cianose, coroa flebectasia, varizes e/ou
varicosas, teste de Brodie-Trendelenburg, teste de
Perthes, teste de Schwartz e manobra de valsalva.
CEAP: clínica (C0: ausência de sinais de doenças
venosas, C1: telangiectasia, C2: veias varicosas, C3:
edema + veias varicosas, C4a: prurido + dermatite ocre,
C4b: dermatoesclerose, C5: úlcera venosa cicatrizada, e
C6: úlcera venosa aberta), etiologia (Ec: congênita, Ep:
primária, Es: secundária, e En: inespecífica), anatomia
(As: superficial, Ad: profunda, Ap: perfurante, e An:
indefinida), e patologia (Pr: refluxo, Po: obstrução, Pr,o:
refluxo + obstrução, e Pn: indefinida).
Exame de imagem: USG com doppler e flebografia.
Tratamento: cirúrgico (escleroterapia), não
medicamentoso (compressão elástica, prática de
exercícios físicos, e elevação dos membros acima do
nível do coração) ou medicamentoso (flebotônicos).
TROMBOSE VENOSA PROFUNDA (TVP):
Fatores de risco: hereditários (síndrome do anticorpo
antifosfolipídeo, deficiência de antitrombina, …) e
adquiridos (obesidade, câncer, síndrome nefrótica, …).
Etiologias: tríade de virchow (estase venosa +
hipercoagulabilidade + lesão endotelial.
Fisiopatologia: lesão endotelial➞ ativação de plaquetas
➞ liberação de mediadores pró-inflamatórios ➞
agregação plaquetária ➞ síntese de trombina ➞
formação de um trombo.
Quadro: dor com sensação de peso, edema, e eritema.
Exame físico: aumento da temperatura do membro,
taquicardia, teste do cacifo, sinal de Homans, sinal da
bandeira, sinal de Bancroft, sinal de Denecke-Payr e
diferença de diâmetro entre as panturrilhas.
Exame de imagem: flebografia e USG com doppler.
Exame laboratorial: D-dímero e coagulograma.
Escore de Wells:
Tratamento: estabilidade hemodinâmica + baixo risco
de sangramento + ausência de doença renal crônica =
não precisa internar.
● Medicamentoso (3-6 meses ou 1 ano com
recidivas): HBPM ou HNF + varfarina (demora 5
dias para fazer efeito, até lá manter a heparina),
rivaroxabana, e fibrinolíticos.
● Não medicamentoso: meias compressivas.
● Cirúrgico: fibrinólise.
TROMBOEMBOLISMO PULMONAR (TEP):
Etiologias: ar, gordura, líquido amniótico, êmbolo de
TVP, …
Fisiopatologia: obstrução mecânica da circulação
pulmonar ➞ vasoconstrição e broncoconstrição reflexa
➞ perda de ventilação + comprometimento das trocas
gasosas + perda de surfactante alveolar.
Quadro: dor torácica, dispnéia, taquipneia, tosse e
hemoptise.
● Em embolias maciças pode ocorrer choque e
perda da consciência.
Exame de imagem: angioTC com contraste, raio-x
(corcova de Hampton) e ECG.
Exame laboratorial: D-dímero, gasometria arterial e
troponinas.
Escore de Wells:
Tratamento: HBPM + varfarina.
PROFILAXIA DE TEV (TROMBOEMBOLISMO VENOSO):
Para quem é indicado:
● Pacientes com insuficiência cardíaca
descompensada.
● Insuficiência respiratória grave.
● Com 3 ou mais fatores de risco.
● Acamados por longo período de tempo.
Como é feita:
● Baixo risco: deambulação.
● Médio risco: HBPM (20mg subcutânea 1x/dia) +
meia compressiva.
● Alto risco: HBPM (40mg subcutânea 1x/dia) +
pressão pneumática intermitente.
Mariana FranzoniMinski - 5º período
Tut� 07:
ANGINA: causada pela isquemia do miocárdio.
● Típica (desconforto torácico subesternal,
provocado por exercício ou estresse emocional
e que é aliviado em repouso ou com nitratos)
ou atípica (dor até a linha do umbigo que
nunca passa).
ANGINA ESTÁVEL: isquemia causada por esforço físico,
estresse ou qualquer situação que aumenta a demanda
das células miocárdicas de O2, onde não ocorre ruptura
de placa.
● Classificação funcional da angina estável:
○ Classe I: angina apenas em atividades
rigorosas.
○ Classe II: atividade moderada.
○ Classe III: atividade discreta.
○ Classe IV: qualquer atividade, até
mesmo em repouso.
ANGINA INSTÁVEL: isquemia causada por pequenos
esforços ou em repouso de duração prolongada (máx
20 min) que se desenvolve de forma crescente, que
existe ruptura de placas.
● Angina variante ou de Prinzmetal: tipo de
angina instável, onde se tem episódios
recorrentes de angina em repouso com
elevação reversível de ST.
INFARTO AGUDO DO MIOCÁRDIO (IAM): isquemia
prolongada (mais de 20 min) que resulta em morte
tecidual.
● Infarto transmural (IAM sem supra de ST):
envolve toda a espessura do miocárdio,
endocárdio e epicárdio.
○ Afeta a onda Q.
● Infarto subendocárdico (IAM com supra de ST):
envolvem o terço interno do miocárdio, não
atravessam a parede ventricular.
○ Afeta as ondas ST.
● Microinfarto multifocal: envolve somente vasos
intramurais menores.
Diagnóstico da angina: ECG, angiografia e ECG com
estresse.
DISSECÇÃO AGUDA DE AORTA: criação de um lúmen
falso devido a uma laceração transversal ou
longitudinal.
● Classificação de Stanford:
○ Tipo A: ascendente ou ascendente +
descendente.
○ Tipo B: descendente.
● Classificação de Debakey:
○ Tipo I: ascendente.
○ Tipo II: ascendente + descendente.
○ Tipo III:aorta descendente.
Etiologias: aterosclerose, HAS, síndrome de Marfan, …
Exame de imagem: USG transesofágico, angioTC,
angiografia por RM, raio-x torácico, e ECG.
Exame laboratorial: leucocitose e aumento da
desidrogenase.
Tratamento: betabloqueador e reparo intravascular ou
aberto, e endoprótese.
DOENÇA DO REFLUXO GASTROESOFÁGICO (DRGE):
refluxo de ácido crônico.
Etiologias: incompetência do EEI, relaxamento
recorrentes não relacionados à deglutição, obesidade,
tabagismo, uso contínuo de AINEs, acidez aumentada,...
Fisiopatologia: etiologias ➞ lesão esofágica inicial ➞
retração cicatricial ➞ EEI incomopetente ➞ lesão
recorrente.
Quadro: pirose, regurgitação, tosse crônica, dor torácica
na região epigástrica ou retroesternal (pode irradiar
para a garganta, ombro ou dorso), e eructações.
Exames: teste de supressão de acidez, esofagoscopia,
monitoramento ambulatorial do pH esofágico, e EDA.
Tratamento: IBPs, bloqueadores do receptor de H2,
antiácidos, controle da dieta, e fundoplicaturas totais
ou parciais.
ESÔFAGO DE BARRETT: complicação do DRGE crônico.
Fisiopatologia: refluxo crônico de ácido ➞ agressão na
mucosa ➞ estimulação metaplásica esofágica ➞
epitélio esofágico (escamoso estratificado) para epitélio
estomacal (colunar).
Diagnóstico: EDA (lesão rosa salmão) e biópsia (células
caliciformes).
Tratamento: IBPs, ablação por radiofrequência da
mucosa, e mucosectomia.
ESÔFAGO EM QUEBRA NOZES: contrações repetitivas e
vigorosas com início normal da peristalse e latência
normal da contração.
Quadro: dor torácica, disfagia, pirose, regurgitação,
dispepsia, e odinofagia.
Diagnóstico: EDA, esofagografia, pHmetria, e
manometria.
Tratamento: nitratos, BCC, hidralazina, toxina botulínica,
IBPs, miotomia longitudinal ou esofagectomia.
ESPASMO ESOFAGIANO: contrações de latência curta.
Quadro: disfagia, dor torácica, pirose, e regurgitação.
Diagnóstico: manometria e EDA.
Tratamento: nitratos, BCC, hidralazina, toxina botulínica,
miotomia longitudinal ou esofagectomia.
Tut� 08:
REMIT: resposta endócrina, metabólica, imunológica ao
trauma.
Mariana FranzoniMinski - 5º período
● Fase aguda: dura 1 dia e depende da
permanência dos fatores de manutenção do
trauma.
○ Pulso rápido, apatia, imobilidade,
anorexia, hipotermia discreta e oligúria.
● Fase de convalescença catabólica: início poucas
horas após o trauma e pode durar dias.
○ Destruição tecidual (proteínas da
massa corporal magra).
● Fase de convalescença anabólica:
○ Muscular: surge no 2º ou 3º dia e pode
durar até o 10º.
○ Tecido gorduroso: surge no 5º ou 6º dia
e pode se prolongar por meses.
Resposta endócrina:
Cortisol: resposta ao estresse ➞ lipólise e proteólise +
inibição da síntese proteica.
Catecolaminas: permanecem elevadas por 12-14 hrs.
● Fase Ebb: taquicardia, taquipneia, ativação do
sistema de coagulação, vasoconstrição e
redução da produção de insulina.
● Fase flow: glicólise, glicogenólise e
gliconeogênese, proteólise muscular, produção
de lactato, lipólise e resistência à insulina e
aumento da produção de ACTH.
Glucagon: produção aumentada por meio de estímulos
simpáticos e pela hipoglicemia.
Insulina: reduzida na fase Ebb e sua resistência é
aumentada na fase flow devido a sua atividade
anabólica.
Aldosterona: estimula retenção hídrica, reabsorção de
HCO3 e excreção de K e H.
ADH (elevação pela perda volêmica e aumento da
osmolaridade do sangue): eleva a reabsorção de Na e
H2O nos tubos distais e coletores, diminui a diurese, faz
vasoconstrição esplênica, e aumenta a glicogenólise.
GH: aumenta a glicemia, lipólise e potencializa as
catecolaminas.
Hormônios tireoidianos: aumento de T3, redução de T4
livre.
Melatonina e prolactina: estímulo da imunidade celular
e melhora a sobrevida na sepse polimicrobiana.
Resposta imunológica: ativação endotelial de
macrófagos ➞ liberação de citocinas (IL-6, IL-8 e IL-1) +
TNF ➞ manutenção da resposta hipotálamo-hipófise
adrenal.
ABORDAGEM AO PACIENTE:
Anamnese:
● História médica atual.
● História médica pregressa (comorbidades, uso
de medicamentos contínuos, históricos de
sangramentos, cirurgias prévias, …).
● História médica familiar (hipertermia maligna,
câncer, e doenças cardiovasculares).
● Hábitos de vida (etilismo, tabagismo, e uso de
drogas).
Exame físico:
● Escala de Mallampati.
○ I: palato mole, fauce, úvula e pilares
amigdalianos visíveis.
○ II: palato mole, fauce e úvula visível.
○ III: palato mole e base da úvula visíveis.
○ IV: palato mole totalmente não visível.
● Extensão cervical.
● Avaliação do sistema cardiovascular,
respiratório e endócrino.
● Distância esternomentoniana (normal = 12,5).
● Distância tireomentoniana.
ASA: estratificação de riscos.
● ASA I: paciente normal.
● ASA II: doença sistêmica leve.
● ASA III: doença sistêmica grave.
● ASA IV: doença sistêmica incapacitante.
● ASA V: paciente sem expectativas de vida sem a
operação.
● ASA VI: doação de órgãos.
MANEJO DE COMORBIDADES E MEDICAMENTOS:
● HAS: manter os hipertensivos.
● DM: avaliação pré-operatória da hemoglobina
glicada.
● Inibidores do receptor P2Y12 (clopidogrel):
suspender pelo menos 5 dias antes.
● Aspirina: até 3-10mg/kg não aumenta o risco
vascular, manter.
● Varfarina: suspender 5 dias antes.
● Inibidores da recaptação de serotonina:
suspender.
● Inibidores de MAO: suspender.
PROFILAXIA PARA TVP:
● Muito baixo: deambulação precoce.
● Baixo: compressão pneumática intermitente -
CPI ou meias compressivas.
● Moderado: HBPM subcutânea 1 vez ao dia com
doses constantes ou HNF 5000 U 2 horas antes
da operação e depois de 8/8 horas.
● Alto: HBPM ou HNF + CPI ou meias
compressivas.
CLASSIFICAÇÃO DA CIRURGIA:
● Classe I: cirurgia limpa, não traumática, sem
inflamação e não envolve o TGI.
○ Normalmente não precisa de ATB,
porém se for necessário usar material
sintético, administrar cefazolin.
● Classe II: cirurgia limpa e contaminada, que
envolve o TGI ou respiratório sem ou com
pouco extravasamento de conteúdo.
○ Usar ATB que cubra gram - e
anaeróbios (fluoroquinolona +
Mariana FranzoniMinski - 5º período
metronidazol ou cefalosporinas de 1º
geração + metronidazol).
● Classe III: cirurgia contaminada, ferida
traumática recente, extravasamento de
conteúdo luminal, entrada no TGI ou TGU com
bile infectada ou infecção urinária.
○ Usar ATB que cubra gram - e
anaeróbios (fluoroquinolona +
metronidazol ou cefalosporinas de 1º
geração + metronidazol).
● Classe IV: cirurgia infectada suja, perfuração
visceral prévia à cirurgia, ferida traumática com
contaminação e infecção clínica.
○ Não é mais profilaxia, passa a ser
tratamento.
Tut� 09:
EXAME FÍSICO: inspeção (hiperemia, ptose, hipópio,
opacidade corneana, pupila - midríase ou miose, rubor,
…), palpação (tonometria bidigital), fundoscopia,
acuidade visual (tabela de Snellen), avaliação dos
movimentos oculares, exoftalmometria, exame de
fundo de olho, e campimetria.
ENCAMINHAMENTO IMEDIATO PARA OFTALMO:
unilateral, náuseas e vômitos, hipópio ou hifema,
história de trauma penetrante, dor ocular severa ou
BAV, e opacidade corneana que cora com fluoresceína.
CONJUNTIVITE AGUDA: inflamação da conjuntiva
(membrana fina que reveste a esclera e o interior das
pálpebras).
Alérgica:
Etiologias: alérgenos.
Fisiopatologia: alérgeno ➞ contato com o olho ➞
resposta de hipersensibilidade do tipo I (mediada por
IgE) ➞ desgranulação dos mastócitos ➞ liberação de
histamina e fatores quimiotáticos.
Quadro (bilateral): prurido, hiperemia ocular, quemose
conjuntival, edema, fotofobia, espirros, congestão nasal,
e secreção aquosa.
Diagnóstico: raspado conjuntival, dosagem de IgE
lacrimal e sérico, teste cutâneo (prick test) e teste de
Schirmer.
Tratamento: anti-histamínicos tópicos e orais,
compressas frias, e corticoides tópicos (apenas prescrito
por oftalmo).
Infecciosa: vírus, bactérias e fungos.
● Viral:
○ Etiologias: herpes simples e zoster e
adenovírus.
○ Fisiopatologia: infecção da conjuntiva
(normalmente começa em 1 olho e
depois a contaminação ocorre no
outro).
○ Quadro (unilateral): hiperemia ocular,
lacrimejamento, hemorragiasconjuntivais, linfonodos pré-auricular e
submandibular aumentados, e
sensação de corpo estranho.
○ Tratamento: colírio lubrificante,
compressas com água fria, analgésicos
e anti-inflamatórios.
● Bacteriana:
○ Etiologias: S. aureus, S. epidermidis, S.
pneumoniae, e H. influenzae.
○ Quadro: dilatação vascular acentuada,
secreção purulenta, ardência e
queimação, “pálpebras coladas ao
acordar”, e hiperemia conjuntival.
○ Diagnóstico: cultura de bactérias.
○ Tratamento: ATB (ciprofloxacino) e
colírios lubrificantes.
UVEÍTE ANTERIOR AGUDA: inflamação da íris.
Etiologias: infecciosa, imunológica, traumática, química,
ou idiopática.
Quadro: dor, hiperemia, fotofobia, visão turva,
escotomas, baixa da acuidade visual, aumento da
pressão ocular, e miose.
Diagnóstico: oftalmoscopia sob dilatação e exame com
lâmpada de fenda.
Tratamento: corticóides tópicos (apenas oftalmo
prescreve), e fármacos cicloplégicos-midriáticos
(ciclopentolato).
TRAUMAS OCULARES: injúrias no globo ocular.
● Contuso: sem perfuração.
● Penetrante: com perfuração.
Etiologias: crimes violentos, substâncias químicas,
pregos, unhas, bolas, cotovelos, …
Quadro:
● Penetrante: hemorragia vítrea, falência do
corpo ciliar, descolamento da coróide (visão
“borrada”) e da retina (moscas volantes) e
endoftalmite.
● Contuso: hemorragia na câmara frontal (entre a
córnea e a íris), hifema, e baixa acuidade visual.
Diagnóstico: acuidade visual, inspeção com a lanterna
(hemorragia subconjuntival volumosa e corectopia),
USG ocular, e gonioscopia.
Tratamento: colírios corticosteróides e midriáticos
(apenas prescritos por oftalmo), corticosteróides
sistêmicos, drenagem cirúrgica por meio da
esclerotomia (caso não haja reabsorção do
descolamento da coróide), ATB (em traumas
perfurantes), analgésicos e anti-heméticos sistêmicos.
CERATITE: lesões inflamatórias da córnea.
Etiologias: bactérias, fungos, vírus, e protozoários.
Fisiopatologia: a ceratite bacteriana é uma emergência
ocular, por ter evolução rápida.
Mariana FranzoniMinski - 5º período
Quadro: dor forte, fotofobia, lacrimejamento, edema
palpebral, olho vermelho, e pode causar úlceras.
Diagnóstico: raspagem da córnea (cultura) e lâmpada
de fenda.
Tratamento: colírios de antibióticos de amplo espectro
(quando bacteriano) e colírio lubrificante.
ÚLCERA DE CÓRNEA: defeito epitelial com inflamação
subjacente.
Etiologias: anormalidades corneanas não traumáticas,
lesão de córnea, anormalidades das pálpebras, e
deficiências nutricionais, e bactérias (lentes de contato).
Fisiopatologia: lesão ➞ tecido cicatricial ➞ opacificação
da córnea e diminuição da acuidade visual.
Quadro: hiperemia conjuntival, dor ocular, sensação de
corpo estranho, fotofobia, lacrimejamento (inicial), e
mancha acinzentada na córnea e íris.
Diagnóstico: exame com lâmpada de fenda e exame
microscópico com raspado.
Tratamento: ATB (moxifloxacino) e colírios antibióticos
(tobramicina).
GLAUCOMA DE ÂNGULO FECHADO: neuropatia óptica
multifatorial que leva a lesão do campo de visão.
Etiologias: contraturas de membranas, síndrome do
cristalino móvel, uveíte, melanoma maligno, síndrome
da íris em platô, …
Fisiopatologia: íris puxada em direção ao irido cristalino
➞ impede o humor aquoso de passar entre o cristalino
e a íris ➞ pressão ocular aumentada ➞ íris empurrada
anteriormente (íris de bombé)➞ fechando o ângulo.
Quadro: elevação súbita da PIO, dor ocular e periocular,
baixa acuidade visual, náuseas e vômitos.
Diagnóstico: tonometria, gonioscopia, e exame
oftalmológico (congestão ciliar, edema de córnea,
câmara anterior rasa, midríase média e pupila
paralítica).
Tratamento: timolol, pilocarpina, brimonidina,
acetazolamida, agente osmótico (glicerol), e iridectomia
periférica a laser.
Tut� 10:
RESFRIADO: infecção da via aérea superior causada por
vírus.
Etiologias: rinovírus, parainfluenza, vírus sincicial
respiratório (VSR), coronavírus, e adenovírus.
Fisiopatologia: atacam os receptores ICAM-1➞ gerando
uma maior liberação de histamina, bradicinina e
ocitocina ➞ inflamação + supressão das células imunes
➞ sintomas.
Manifestações clínicas: dor de garganta, obstrução
nasal, espirro, tosse, cefaléia, mal-estar, inapetência,
rinorreia serosa (que pode evoluir a purulenta), e
calafrios.
Diagnóstico: RT-PCR para painel de doenças
respiratórias (para pacientes com comorbidades e
crianças internadas, e locais endêmicos), rinoscopia e
otoscopia.
Tratamento: SF ou descongestionante nasal,
vasoconstritores tópicos, anti-inflamatórios, analgésicos
(paracetamol), e anti-histamínicos.
INFLUENZA: gripe.
Etiologias: 3 tipos de vírus (A, B e C).
● Formato irregularmente circular, medem
80-120 nm de diâmetro e tem envoltório
lipídico e espículas proeminentes formadas por
duas glicoproteínas de superfície
(hemaglutinina - H e neuraminidase - N).
○ H: proteína de adesão, se liga aos
receptores de ácido siálico nas células
que revestem o epitélio respiratório.
○ N: cliva o vírus da membrana celular
para facilitar sua liberação da célula.
Tipo A: tem oito segmentos de RNA fita simples.
● Plasticidade de genomas (por meio da
modificação de epítopos genéticos).
● Segmentação de genomas (proteínas
rearranjadas criando variantes).
● Extenso reservatório emmamíferos e aves.
Fisiopatologia: vírus ➞ ligação com os receptores de
ácido siálico ➞ entra na célula por endocitose ➞ entra
no endossomo ➞ acidificação promove clivagem
proteolítica do H ➞ exposição de um domínio de fusão
➞ penetração do RNA viral no citoplasma ➞
nucleoproteína transportada até o núcleo da célula ➞
transcrição para um RNA➞ replicação.
● Começa no trato respiratório superior (vírus
aerossolizado)➞ camada epitelial pulmonar.
● Tempo de incubação = 48-72 horas.
Manifestações clínicas:
● Síndrome gripal (SG): rinorreia, dor de garganta,
conjuntivite e tosse (dura 2-5 dias a mais que os
outros sintomas).
● Inicio súbito.
● O que diferencia a influenza: grau de febre,
fadiga, mialgia e mal estar.
Diagnóstico: RT-PCR (swab de nasofaringeo), teste
rápido - antígeno (swab nasofaringeo), raio-x (para
exclusão de outras patologias), e lavado broncoalveolar.
Tratamento:
● Antiviral (SRAG e em casos de SG com fatores
de risco): fosfato de oseltamivir 75 mg VO 12/12
horas por 5 dias.
○ Gestantes, puérperas (até 2 semanas
após o parto), idosos maiores de 60
anos, crianças menores de 2 anos,
população indígena, comorbidades
clínicas e imunossuprimidos.
● Lavagem nasal.
● Nebulizador com SF 0,9%.
Mariana FranzoniMinski - 5º período
COVID-19:
Epidemiologia:
● No Brasil mais de 9 milhões de infectados.
○ 221.457 mortes.
○ Faixa etária mais acometida = 30-79
anos.
○ A maior taxa de mortalidade são os
idosos.
Etiologia: SARS-COV-2.
Fisiopatologia: mucosa das vias aéreas ➞ ligação a
ECA-2 (pneumócitos) - com auxílio da proteína spike S
➞ adentra as células ➞ fusão do envelope viral com a
membrana celular ➞ endocitose do material genético
viral.
● Lesão inicial nos pulmões ➞ resposta imune
local + vasodilatação + recrutamento de
leucócitos + aumento da permeabilidade
vascular ➞ hiperplasia dos pneumócitos +
exsudato ➞ hipoxemia + lesão cardiovascular +
pneumonia + síndrome respiratória aguda
grave (SRAG).
Manifestações clínicas:
● Tosse seca, febre, dispneia, e sintomas
gastrointestinais.
● 7º-12º dia (fase de agravamento): hipoxemia e
infiltrado pulmonar bilateral.
Diagnóstico: RT-PCR (pode ser feito a partir do 4º dia de
sintomas e até o 6º), sorologia (IgA, IgM - a partir do 5º
dia e IgG - a partir do 10º ou 18º dia), PCR, albumina
sérica, VHS, ALT e AST, D-dímero, CK-MB, LDH, ureia,
creatinina, troponina cardíaca, TC do tórax, raio-x, e
teste rápido (antígeno).
Tratamento:
● 1º fase gripal: antiviral (paxlovit - para idosos >
60 anos).
● 2º fase grave: corticóide (dexametasona) +
HBPM ou rivaroxabana + O2.
OTITE MÉDIA AGUDA (OMA): infecção aguda do ouvido
médio.
Etiologia: sucede uma ITRS viral (influenza, rinovírus e
enterovírus), ITRS bacteriana (S. pneumoniae).
Fisiopatologia: resfriado ➞ inflamação na nasofaringe e
na tuba auditiva ➞ edema na tuba ➞ colonizaçãode
patógenos.
Manifestações clínicas: líquido na orelha média (visto na
otoscopia pneumática), otalgia, otorreia (melhora dos
sintomas), perda de audição, febre, vertigem, nistagmo,
zumbido, e febre.
Diagnóstico: otoscopia pneumática (acúmulo de
secreção, abaulamento, opacidade, hiperemia e
hipervascularização).
Tratamento: ATB (amoxicilina) e AINEs (caso tenha dor).
SINUSITE AGUDA: inflamação da mucosa dos seios
paranasais e da cavidade nasal, associado a pelo menos
2 dos sintomas (congestão nasal, rinorreia purulenta,
dor e pressão na face e hiposmia ou anosmia).
Etiologia: S. pneumoniae, H. influenzae, S. aureus, e
adenovírus.
Fisiopatologia: infecção bacteriana, viral, alergia e/ou
obstrução mecânica ➞ afeta a mucosa ➞ diminuição
do clearance mucociliar (mecanismo de defesa que
consiste em movimentos ciliares que impulsionam a
camada de muco) + proliferação de bactérias ➞
inflamação ➞ edema da mucosa + redução do pH +
redução do batimentos dos cílios➞ tamponamento do
complexo ostiomeatal➞ impede a drenagem domuco.
Manifestações clínicas: secreção mucopurulenta
anterior e/ou posterior, hiposmia ou anosmia, cacosmia,
tosse produtiva ou seca, obstrução nasal, cefaléia, febre,
pressão ou dor na face, dor na arcada dentária superior,
fadiga, halitose, plenitude aural e irritação laríngea.
Diagnóstico: rinoscopia anterior (hiperemia e edema da
mucosa), endoscopia nasal, TC dos seios paranasais,
estudo bacteriológico, e percussão dos seios paranasais
(dor e maciço).
Tratamento: ATB (amoxicilina 10-14 dias ou levofloxacin),
corticoides, solução salina intranasal,
descongestionantes tópicos, anti-histamínicos e
analgésicos.
RINITE ALÉRGICA (RA): inflamação da mucosa nasal
provocada por contato com alérgenos.
Etiologias: rinite sazonal (em uma determinada época
do ano) ou rinite perene (em qualquer época do ano).
Fisiopatologia: exposição ao alérgeno ➞ macrófago
processa o alérgeno ➞ ligação e ativação do linfócito
Th2 ➞ liberação de IL-4, IL-6 e IL-13 ➞ diferenciação de
linfócito B em plasmócito➞ síntese de IgE➞ ligação do
IgE na superfície do mastócito ➞ sensibilização
(próximo contato ➞ desgranulação do mastócito +
liberação de histamina, triptase e protease + prurido
nasal, rinorreia, espirros e obstrução nasal).
Manifestações clínicas: prurido espirros, rinorreia
transparente, obstrução nasal, anosmia ou hiposmia,
perda do paladar, irritabilidade, náuseas, olheiras, linha
de Dennie-Morgan (prega palpebral inferior), cornetos
edemaciados e pálidos e palato em ogiva.
Diagnóstico: exame laboratorial para anticorpos IgE
específicos, testes cutâneo de hipersensibilidade (prick
test), endoscopia nasal, e rinoscopia.
Tratamento: anti-histamínicos (desloratadina),
descongestionantes (fenilefrina), corticoides orais
(budesonida), antileucotrienos (zileuton) e cromoglicato
dissódico.