Buscar

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 32 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 32 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 32 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Prática Forense Penal 
 
AV1 – Resumão 
 
Relaxamento de Prisão em Flagrante: 
 
Técnica redacional forense linguagem técnico-jurídico. 
Utilização de frases curtas + concisão + texto menor = COMPREENSÃO MAIS RÁPIDA. 
 -UMA BOA PEÇA DEVE TER – FASE PRELIMINAR: 
- PLANEJAMENTO: Antes de iniciar o Texto, qual a sequência da redação 
- MARCAÇÃO DA LEI. 
- FAÇA UM RASCUNHO. 
Narração lógica: Fatos; Fundamentos Jurídicos; Pedidos - TESES DE MÉRITO 
Identificando a Peça: 
Organizar na sua folha de rascunhos os dados essenciais para a correta solução do problema, sob a 
forma de uma lista de perguntas: 
1) NOME DO CLIENTE: anote aqui se você está atuando em favor do acusado ou da vítima e 
também, se for o caso, quem é a parte contrária no processo. 
2) CRIME QUE É IMPUTADO: anote o tipo penal atribuído ao cliente ou por ele sofrido e a 
respectiva pena. Atenção, ainda que você discorde da capitulação dada pela acusação, é preciso saber 
qual o crime está sendo imputado, pois ele é que vai determinar o rito que está sendo seguido. Por 
exemplo: se o crime imputado é um HOMICÍDIO DOLOSO, é esse delito que você deve anotar 
nesse momento, pois só assim saberá que o processo tramita segundo o rito do júri. Por isso, mesmo 
que você entenda que o homicídio praticado não foi doloso e sim culposo, deverá, nesse momento, 
anotar que o réu está sendo acusado de homicídio doloso. 
3) AÇÃO PENAL: verifique, de acordo com o crime imputado, se a ação penal é pública 
incondicional, pública condicionada ou privada. Essa informação pode ser encontrada no próprio tipo 
penal (ex.: art. 147, parágrafo único, CP) ou em disposições gerais atinentes àquele tipo (ex.: art. 167, 
CP). 
Se não houver nada em contrário no próprio tipo ou em disposições gerais a ele atinentes, a ação 
penal é pública incondicionada. A exceção é o crime de lesão corporal leve e culposa (art. 129, CP) 
em que a ação penal pública condicionada à representação não está prevista no próprio tipo nem em 
disposições gerais do CP, e sim em uma lei extravagante (art. 88, Lei n. 9.099/95). Ainda sobe esse 
tema é preciso lembrar da Súmula 542 do STJ, segundo a qual, “a ação penal relativa ao crime de 
lesão corporal resultante de violência doméstica contra a mulher é pública incondicionada.” 
4) RITO: verificar o rito processual relativo ao crime imputado, segundo o seguinte esquema: 
 
5) SUSPENSÃO CONDICIONAL DO PROCESSO (QUALQUER QUE SEJA O RITO): verificar 
se seria cabível a suspensão condicional do processo, nos termos do artigo 89 da Lei n. 9.099/95. 
6) MOMENTO: em que se encontra o feito do cliente. 
Para identificar o momento processual, deve-se seguir a seguinte linha de raciocínio: 1ª pergunta: Há 
ação penal em andamento? Três respostas são possíveis a essa pergunta: (1) Ainda não há ação em 
andamento; (2) Sim há ação em andamento; e (3) Já houve ação penal, mas terminou. 
1) PROCEDIMENTO COMUM ORDINÁRIO: o cliente acabou de ser citado; o próximo ato 
é a resposta a acusação pela defesa. É a peça a ser elaborada. Veja abaixo exemplo de linha do 
tempo: Denúncia –––––––– Citação –––––––– Próxima peça da fase. 
QUAL ATO VEM APÓS A CITAÇÃO? TRATA-SE DA RESPOSTA À ACUSAÇÃO, PEÇA 
A SER APRESENTADA. 
Outro exemplo: O problema diz que acusado de homicídio foi denunciado e pronunciado pelo 
crime de homicídio e que você é procurado como seu advogado para elaborar a medida 
cabível. Vejamos novamente o esquema procedimental: - Homicídio: rito especial do júri - 
cliente acabou de ser pronunciado; próximo ato: recurso em sentido estrito da decisão de 
pronúncia. Vejamos o esquema procedimental: 
Denúncia –––––––– Citação –––––––– Resposta –––––––– Audiência de instrução e 
julgamento –––––––– Pronúncia –––––––– Próxima peça da fase. 
Note o raciocínio desenvolvido: identificou-se que se trata de crime de homicídio e que esse 
crime segue procedimento especial do Júri. Identificou- se ainda que o cliente fora 
pronunciado. Ora, contra a pronúncia, a medida cabível é o recurso em sentido estrito, próximo 
ato do feito nesse caso. 
Vejamos mais um exemplo. O problema diz que houve sentença e que o Ministério Público 
apresentou recurso. Diz ainda que você está patrocinando os interesses do acusado e que deve 
apresentar a medida cabível. 
Denúncia –––––––– Sentença –––––––– Apelação –––––––– Contrarrazões de Apelação. 
7) PEÇA: a partir da resposta de todas as questões anteriores, especialmente sobre o cliente, o crime, 
o rito e o momento, já tendo colocado no papel a linha do tempo relativa àquele procedimento, você 
encontrará a peça processual cabível. 
Exemplo: você está defendendo o acusado, o crime é de peculato, o rito é especial e o momento é 
aquele em que a denúncia foi oferecida e o denunciado foi notificado. A partir desses dados, a única 
peça cabível é a defesa preliminar prevista no artigo 514 do CPP. 
8) Competência: a partir da identificação da peça e do rito, descobre-se a competência. Exemplo: no 
caso supranarrado, a competência é do juiz da Vara Criminal. Caso o crime fosse contra a vida, a 
competência seria do júri. 
9) Qual foi o último ato processual realizado 
10) Pedidos: Da mesma forma, cada peça comporta determinadas teses específicas. Por sua grande 
relevância, as teses de defesa serão objeto do próximo capítulo. 
ANTES DA PEÇA, PARE, PENSE E PROSSSIGA 
A depender da resposta a cada uma dessas perguntas, outras podem ser necessárias, até que se chegue 
à peça correta. 
AINDA NÃO HÁ AÇÃO PENAL EM ANDAMENTO: Não tendo sido ainda iniciada a ação penal, 
significa que estamos em fase pré-processual, ou seja, no INQUÉRITO POLICIAL. Nessa situação, 
caso estejamos atuando em favor do suspeito/indiciado da prática do crime, devemos fazer nova 
pergunta: 
O indiciado/suspeito está preso? Ainda não, embora tenha sido determinada a sua prisão. O 
indiciado/suspeito ainda não está preso, embora já tenha sido decretada a sua prisão e já fora tomada 
medida em seu favor, mas a medida foi negada: 
• Houve impetração habeas corpus em favor do cliente, que foi negado pelo juiz de primeiro 
grau. 
• Houve impetração habeas corpus em favor do cliente, que foi negado pelo Tribunal de Justiça. 
O indiciado/suspeito já está preso? O indiciado/suspeito já está preso e nenhuma medida fora tomada 
em seu favor: nesse caso, qual a prisão a que está submetido seu cliente, já que pode haver prisão em 
flagrante, prisão preventiva ou prisão temporária. 
O indiciado/suspeito já está preso, fora tomada medida em seu favor que foi negada: nessa hipótese, 
é preciso que o candidato identifique quem foi que negou a medida em favor do cliente para, então, 
elaborar a medida cabível. 
QUAL É A PEÇA: Antes de falar propriamente do relaxamento da prisão em flagrante, da liberdade 
provisória ou da revogação da preventiva ou da temporária, é importante fazer uma breve análise das 
peças que podem ser requeridas a qualquer momento da persecução criminal e daquelas que podem 
ser requeridas nas fases da persecução penal. 
PEÇAS PRÁTICAS QUE PODEM SER REQUERIDAS A QUALQUER MOMENTO DA 
PERSECUÇÃO CRIMINAL: 
Habeas Corpus (HC): 
Pode ser intentado a qualquer tempo: antes ou durante o inquérito policial, durante a instrução 
criminal ou fase recursal ou após o trânsito em julgado da sentença penal. O limite para sua utilização 
será o fim da aplicação da pena privativa de liberdade. 
Vale ressaltar que o Habeas Corpus não é uma peça privativa de advogado, sendo esta a razão de ele 
não ser tão cobrado nas peças prático-profissionais da OAB. 
Mandado de Segurança (MS): 
O mandado de segurança em matéria criminal é outra peça processual cabível em qualquer momento 
da persecução criminal, sendo mecanismo que visa, nos termos do art. 5º, inc. LXIX, da CF, proteger 
direito líquido e certo não amparado por habeas corpus ou habeas data, quando o responsável pela 
ilegalidade ou abuso de poder for autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no exercíciode 
atribuições do Poder Público. 
 
PEÇAS PRÁTICAS QUE PODEM SER REQUERIDAS NA FASE PRÉ-PROCESSUAL: 
 
RELAXAMENTO DA PRISÃO EM FLAGRANTE 
CONCEITO: o RELAXAMENTO DA PRISÃO EM FLAGRANTE, é a peça processual 
que deve ser feita quando estivermos diante de uma prisão em flagrante ilegal, irregular. 
Se a prisão for regular, e não estiverem presentes os requisitos para a prisão preventiva, será caso 
de pedido de liberdade provisória, e não relaxamento da prisão, NÃO CONFUNDA. 
PRISÃO EM FLAGRANTE 
A prisão em flagrante deve ser feita pelas autoridades policiais e seus agentes, mas também poderá 
ser efetuada por qualquer do povo, nos termos do art. 301 do CPP. 
 
 
 
Espécies de prisão em flagrante O art. 302 do CPP elenca 03 (três) espécies de flagrante, vejamos: 
 
FLAGRANTE ESPERADO: o flagrante esperado não se confunde com o flagrante preparado. No 
esperado há uma espera pela prática da conduta criminosa, no entanto, não há induzimento, não é 
feita nenhuma intervenção provocadora. A atividade da polícia aqui é de alerta (campana), vigilância. 
Esse tipo de flagrante é regular e aceito; 
FLAGRANTE PRORROGADO: pode ser denominado flagrante retardado ou diferido. Neste caso 
a polícia poderá realizar o flagrante em momento posterior ao que faria normalmente, isso pautado 
na necessidade de juntar maiores informações. Esse tipo de flagrante não pode ser feito em qualquer 
caso, existe previsão legal de sua realização: 
 
 
 
 
 
Deve ser feita ainda a comunicação imediata para a autoridade judicial competente sobre a prisão, 
bem como ao Ministério Público e a família do preso ou pessoa por ele indicada, conforme determina 
o art. 306 do CPP. 
Também deve ser observado o prazo de até 24 (vinte e quatro) horas para encaminhamento do auto 
de prisão em flagrante para o juiz, e caso não seja indicado pelo preso o nome do seu advogado, será 
remetida cópia também para a Defensoria Pública, regra do art. 306, § 1º, do CPP. 
A nota de culpa deve ser entregue ao preso, no prazo de até 24 horas, conforme art. 306, § 2º, do CPP. 
Vícios: 
Os vícios da prisão em flagrante são classificados pela doutrina em vícios intrínsecos, no caso em 
que for feito o flagrante, mas a situação não caracterizava flagrante delito, ou vícios extrínsecos, 
neste caso, há nulidade da lavratura do auto de prisão em flagrante, ou seja, não foram observados os 
ditames legais para o procedimento (o auto não foi lavrado como determina a lei), conforme dispõe 
o art. 304 do Código de Processo Penal. 
 
Se a pessoa for presa em flagrante em situação que não configura flagrante delito, ou ainda, se não 
forem cumpridas as formalidades do flagrante e da lavratura do auto de prisão, estaremos diante de 
uma PRISÃO ILEGAL, PORTANTO, BUSCA-SE O RELAXAMENTO DA PRISÃO. 
FLAGRANTE PREPARADO OU PROVOCADO: 
Crime de ensaio, delito de experiência, delito putativo por obra do agente provocador. Não está 
previsto em lei, nesse caso a pessoa instiga o agente a praticar a conduta criminosa, e ao mesmo tempo 
está com tudo concatenado para que a infração não se consume. Esse tipo de flagrante não é regular, 
e configura o crime impossível, nos termos do art. 17 do CP e consequentemente a atipicidade da 
conduta. 
Súmula 145, STF. Não há crime, quando a preparação do flagrante pela polícia torna 
impossível a sua consumação. 
FLAGRANTE FORJADO: 
Também chamado de flagrante fabricado, maquinado ou urdido. Trata-se de flagrante artificial, em 
que não se demonstra a realidade dos fatos pois são “plantadas” provas de uma infração inexistente. 
 
AUDIÊNCIA DE CUSTÓDIA: 
A audiência de custódia já havia sido implementada por decisão do Conselho Nacional de Justiça. 
O Pacote Anticrime fez foi trazer a sua previsão expressa na lei processual penal. Com a nova redação 
do art. 310 do CPP, há previsão da realização da audiência de custódia no prazo de até 24 (vinte e 
quatro) horas após a realização da prisão em flagrante. 
A realização da audiência de custódia deve ser feita com a presença do acusado, do seu defensor 
constituído ou nomeado, bem como do membro do Ministério Público. O art. 310 do CPP indica que 
na audiência o juiz deverá decidir de forma fundamentada (princípio da motivação das decisões 
judiciais) se é caso de relaxamento da prisão em flagrante, se deve converter a prisão em flagrante 
em prisão preventiva, ou se concede liberdade provisória com ou sem fiança. 
 
Também será possível O RELAXAMENTO DA PRISÃO EM FLAGRANTE, quando não for 
realizada a audiência de custódia no prazo estabelecido em lei, sem motivo justificado. Neste caso, 
estará configurado o constrangimento ilegal, devendo ser o preso colocado em liberdade 
imediatamente. 
A autoridade judicial que não realizar a audiência de custódia, e não tiver uma justificativa idônea, 
responde administrativa, civil e penalmente, nos termos do art. 310, § 4º, do CPP. 
Além disso, caso o prazo de 24 horas contado da realização da prisão transcorra sem a realização da 
audiência, e não exista motivos que justifiquem, configura ilegalidade da prisão, e consequentemente 
ela deverá ser relaxada. 
 
FAZENDO A PEÇA: 
 
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA VARA DO JÚRI OU 
CRIMINAL DA COMARCA DE 
(espaço de cinco linhas) 
NOME, (nacionalidade), (estado civil), (profissão), residente e domiciliado na Rua 
 , por seu advogado que esta subscreve (conforme procuração anexa), vem, respeitosamente, à 
presença de Vossa Excelência, requerer o RELAXAMENTO DA PRISÃO EM FLAGRANTE, com 
fulcro no art. 5º, LXV, da CF/88 e no art. 310, I, do CPP, pelas razões de fato e de direito a seguir 
expostas. 
I. DOS FATOS 
O Requerente (Narrar o fato criminoso copiando resumidamente o enunciado, JAMAIS, inventar ou 
acrescentar informações não constantes do enunciado.). 
 
II. DO DIREITO 
Trata-se de flagrante ilegal, devendo ser imediatamente relaxado. 
Com efeito, o nosso ordenamento jurídico não convive com prisões ilegais, estabelecendo o art. 5º, 
LXV, da CF/88 que a prisão ilegal será imediatamente relaxada pela autoridade judiciária. 
O silogismo jurídico, é uma técnica de estrutura e escrita, que visa organizar melhor nossas 
peças processuais, permitindo maior clareza, eficácia e assertividade na escrita e 
comunicação. 
Ele consiste em 3 fases: premissa maior, premissa menor e conclusão. 
III. DO PEDIDO 
Diante do exposto, requer seja deferido o presente pedido de relaxamento da prisão em flagrante 
imposta ao Requerente, com fundamento no art. 310, I, do CPP ou, caso Vossa Excelência assim não 
entenda, que seja concedida a Liberdade Provisória, nos termos do art. 310, parágrafo único, do 
mesmo codex, EXPEDINDO-SE O COMPETENTE ALVARÁ DE SOLTURA EM SEU FAVOR, 
como medida de inteira justiça. Termos em que, pede deferimento. 
 
Local e data. 
 
Advogado... 
OAB n... 
 
CABIMENTO/ ADEQUAÇÃO: 
A LIBERDADE PROVISÓRIA SERÁ UTILIZADA QUANDO OCORRER UMA PRISÃO EM 
FLAGRANTE LEGAL, MAS NÃO É CASO DE DECRETAÇÃO DA PRISÃO PREVENTIVA, 
OU SEJA, NÃO ESTÃO PRESENTES OS REQUISITOS E PRESSUPOSTOS PARA A 
PREVENTIVA. TAMBÉM SERÁ POSSÍVEL QUANDO RESTAR DEMONSTRADO QUE A 
CONDUTA FOI PRATICADA ABARCADA POR CAUSAS EXCLUDENTES DE ILICITUDE. 
 
 
 
FINALIDADE: 
Permite que o acusado fique em liberdade até o trânsito em julgado da sentença criminal, desde que 
cumpra certos deveres processuais, sob pena de sua revogação e possível decretação da prisão 
preventiva. 
A PRISÃO PREVENTIVA, prevista no Código de Processo Penal no art. 311 e seguintes, também é 
uma prisão cautelar. Os dispositivos que regulamentam a prisão preventiva foram bastante 
modificados com o PACOTE ANTICRIME. 
Para reforçar: o juiz não pode decretar prisão preventiva de ofício, nem na fase de investigação nem 
na fase da ação penal. 
No caso de infração de menor potencial ofensivo, o Delegado não lavrará o auto de prisão em 
flagrante nem imporá fiança, se o autor do fato se comprometera comparecer ao Juizado. Já o juiz 
poderá impor liberdade provisória sem fiança. 
Permitida: pode ser: 
Com fiança: tendo em vista o fato de a Lei n. 12.403/2011 não especificar quais infrações penais 
admitem fiança, a leitura a contrário sensu dos arts. 323 e 324 do CPP nos dará essa informação. 
Noutros termos, todas as infrações que não estiverem indicadas nos arts. 3231 e 3242, ambos do CPP, 
são considerados infrações afiançáveis; 
Sem fiança: é admitida nas seguintes hipóteses: 1. Causa excludente de ilicitude: 
“Art. 310.. Se o juiz verificar, pelo auto de prisão em flagrante, que o agente praticou o 
fato nas condições constantes dos incisos I a III do caput do art. 23 do Decreto-Lei n. 
2.848, de 7 de dezembro de 1940 – Código Penal, poderá, fundamentadamente, conceder 
ao acusado liberdade provisória, mediante termo de comparecimento a todos os atos 
processuais, sob pena de revogação”. 
 
O primeiro caso é a hipótese da conduta do acusado se encaixar no art. 23 do Código Penal (causas 
excludentes da ilicitude do fato), pouco importando se o crime é inafiançável ou não. 
 
FIANÇA: 
Fiança é uma caução destinada a garantir o cumprimento das obrigações processuais 
Natureza: a fiança é um direito subjetivo constitucional do acusado; é garantia real, que incide sobre 
coisa. Com a Lei n. 12.403/2011, pode ser uma medida cautelar originária, evitando a decretação da 
prisão cautelar, ou uma contracautela ou medida cautelar substitutiva, visando substituir a prisão 
preventiva decretada. 
“Art. 323. Não será concedida fiança: I – nos crimes de racismo; II – nos crimes de tortura, 
tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, terrorismo e nos definidos como crimes 
hediondos; III – nos crimes cometidos por grupos armados, civis ou militares, contra a 
ordem constitucional e o Estado Democrático”. 
“Art. 324. Não será, igualmente, concedida fiança: I – aos que, no mesmo processo, tiverem 
quebrado fiança anteriormente concedida ou infringido, sem motivo justo, qualquer das 
obrigações a que se referem os arts. 327 e 328 deste Código; II – em caso de prisão civil ou 
militar; III (Revogado pela Lei n. 12.403, de 2011); IV – quando presentes os motivos que 
autorizam a decretação da prisão preventiva (art. 312) (Redação dada pela Lei n. 12.403, 
de 2011)” 
 
Finalidade: 
(a) no caso de medida cautelar a finalidade é possibilitar a aplicação da lei penal, para a investigação 
ou a instrução criminal e, nos casos expressamente previstos, para evitar a prática de infrações penais; 
(b) quando for contracautela, o objetivo é o comparecimento a atos do processo, a fim de evitar a 
obstrução do seu andamento ou impedir resistência injustificada à ordem judicial. 
Momento da Fiança: 
Pode ser concedida em qualquer fase do inquérito ou do processo, até o trânsito em julgado da 
sentença, mesmo na pendência de recurso extraordinário. 
Réu Pobre: 
“Art. 350. Nos casos em que couber fiança, o juiz, verificando a situação econômica do 
preso, poderá conceder-lhe liberdade provisória, sujeitando-o às obrigações constantes 
dos arts. 327 e 328 deste Código e a outras medidas cautelares, se for o caso. Parágrafo 
único. Se o beneficiado descumprir, sem motivo justo, qualquer das obrigações ou medidas 
impostas, aplicar-se-á o disposto no § 4º do art. 282 deste Código”. 
A segunda hipótese de liberdade provisória sem fiança depende de três requisitos: 
a) somente pode ser concedida nos casos em que se admite fiança; 
b) o réu deve ser pobre; 
c) sujeição às condições previstas nos arts. 327 e 328 do CPP. 3. Crimes Inafiançáveis (arts. 323 e 
324 do CPP): 
Vedada: proibida por lei; 
I – nos crimes de racismo (art. 5º da CF): 
“Artigo 5º, inciso XLII – a prática do racismo constitui crime inafiançável e imprescritível, 
sujeito à pena de reclusão, nos termos da lei”; 
II – nos crimes de tortura, tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, terrorismo e nos definidos 
como crimes hediondos: 
“Artigo 5º, inciso XLIII – a lei considerará crimes inafiançáveis e insuscetíveis de graça ou 
anistia a prática da tortura, o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, o terrorismo e 
os definidos como crimes hediondos, por eles respondendo os mandantes, os executores e os 
que, podendo evita-los, se omitirem”; 
IV – aos que, no mesmo processo, tiverem quebrado fiança anteriormente concedida ou infringido, 
sem motivo justo, qualquer das obrigações a que se referem os arts. 327 e 328 deste Código; V – em 
caso de prisão civil ou militar; 
VI – quando presentes os motivos que autorizam a decretação da prisão preventiva (art. 312 do CPP); 
VII – crimes hediondos e equiparados (art. 5º, XLIII, da Constituição Federal): é vedada apenas 
liberdade provisória com fiança; 
VIII – Lei de drogas (Lei n. 11.343/2006): é vedada liberdade provisória para os seguintes crimes: (a) 
tráfico de drogas; (b) condutas equiparadas ao tráfico de drogas (comércio de matéria-prima, insumo 
ou produto químico destinado à produção da droga, cultivo e local para o tráfico); (c) maquinário para 
fabricação de drogas; (d) associação para o tráfico; (e) associação para financiamento; (f) 
financiamento ou custeio ao tráfico; (g) informante eventual; IX – Lei de Lavagem de Dinheiro (Lei 
n. 9.613/98): diante da revogação do art. 3º da Lei n. 9.613/98 a lavagem de dinheiro passa a admitir 
liberdade provisória, com ou sem fiança. 
Oitiva do MP: 
O MP é ouvido sobre a concessão de liberdade provisória sem fiança, nos termos do art. 333 do CPP. 
Apesar da redação legal, a doutrina entende que o MP deve ser ouvido, também, no prazo de 24 horas, 
sobre a concessão da liberdade provisória com fiança. 
Estrutura da Peça Prática: 
A peça prática da liberdade provisória tem as seguintes partes: (a) Endereçamento; (b) Preâmbulo: 
nome e qualificação do requerente (pessoa presa em flagrante); capacidade postulatória, fundamento 
legal (artigo da lei sobre a peça), nome da peça e frase final; (c) Corpo: Fatos e Direito; (d) Pedido; 
(e) Parte final. 
Termo: na peça prática da liberdade provisória usar para o autor do pedido (suposto infrator) a 
expressão requerente. 
Descoberta do endereçamento: verificar a infração praticada e a matéria: a) se for crime doloso contra 
a vida e matéria federal: Juiz Federal da Vara do Júri; b) se for crime doloso contra a vida e matéria 
estadual: Juiz de Direito da Vara do Júri; c) se for crime não doloso contra a vida, pena de reclusão, 
se for Capital e matéria estadual: juiz de Direito do DIPO; d) se for crime não doloso contra a vida, 
pena de detenção, se for Capital e matéria estadual: juiz de Direito da Vara Criminal; e) se for crime 
não doloso contra a vida, pena de reclusão ou detenção, se for Capital e matéria federal: juiz federal 
da Vara Criminal; f) se for crime não doloso contra a vida, pena de reclusão ou detenção, se for Interior 
e matéria estadual: juiz de Direito da Vara Criminal; g) se for crime não doloso contra a vida, pena de 
reclusão ou detenção, se for Interior e matéria federal: juiz federal da Vara Criminal. 
 
FAZENDO A PEÇA: 
 
EXCELENTÍSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA VARA DO JÚRI DA COMARCA 
DE 
Outros endereçamentos possíveis do pedido de liberdade provisória são: 
Se o crime não for da competência do júri: 
“Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da Vara Criminal da Comarca de ”. 
Se o crime for da competência da Justiça Federal: 
“Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz Federal da Vara Criminal da Justiça Federal da Seção 
Judiciária de ”. 
(espaço de cinco linhas) 
A, (nacionalidade), (estado civil), (profissão), residente e domiciliado na Rua , por seu advogado 
que esta subscreve (conforme procuração anexa), vem, respeitosamente, à presença de Vossa 
Excelência, requerer a concessão de LIBERDADE PROVISÓRIA, com fulcro no art. 5º, LXVI, da 
CF/88, bem como art. 310, III (2) do CPP, pelas razões de fato e de direito a seguir expostas. 
 
I. DOSFATOS 
Na data de , o Requerente foi preso em flagrante pela prática do crime de homicídio qualificado, 
encontrando-se recolhido no Distrito Policial desta Comarca. 
 
II. DO DIREITO 
O Requerente faz jus ao benefício da liberdade provisória, uma vez que não estão presentes quaisquer 
das hipóteses que autorizariam a conversão do flagrante em prisão preventiva. Conforme a norma 
insculpida no art. 5º, LXVI, da CF/88, ninguém será levado à prisão ou nela mantido, quando a lei 
admitir a liberdade provisória, com ou sem fiança. 
Já o art. 310, III, do CPP estabelece que deverá ser concedida liberdade provisória, com ou sem fiança, 
assim que recebido o auto de prisão em flagrante. 
Conforme o art. 312 do CPP a prisão preventiva poderá ser decretada, desde que haja certeza da 
materialidade e indícios suficientes de autoria, para garantir a ordem pública ou econômica, quando 
houver necessidade para a realização da instrução criminal ou para garantia da aplicação da lei penal. 
Portanto, não estando o Requerente em qualquer das situações do art. 312 do CPP, que, como já 
mencionado, excluem a possibilidade de concessão de sua liberdade provisória é medida que se 
impõe. 
 
III. DO PEDIDO 
Diante do exposto, requer seja concedida a Liberdade Provisória, nos termos do art. 310, III, do CPP, 
expedindo-se o competente alvará de soltura em favor do Requerente, como medida de inteira justiça. 
Termos em que, pede deferimento. 
Local e data. 
 
Advogado... 
OAB n... 
 
Importante! O pedido de liberdade provisória também pode ter como base o artigo 310, parágrafo 
único, ou seja, a ocorrência de situação que configure excludente de ilicitude. 
 
Prisão Preventiva: revogação de prisão preventiva: 
 
A PRISÃO PREVENTIVA, prevista no Código de Processo Penal no art. 311 e seguintes, também 
é uma prisão cautelar. Os dispositivos que regulamentam a prisão preventiva foram bastante 
modificados com o PACOTE ANTICRIME. 
Para reforçar: o juiz não pode decretar prisão preventiva de ofício, nem na fase de investigação nem 
na fase da ação penal. 
Prisão processual ou cautelar ou provisória: é a que ocorre antes do trânsito em julgado; são 
cinco modalidades: (a) prisão em flagrante; (b) prisão temporária; (c) PRISÃO PREVENTIVA. 
 
Revogação da prisão preventiva: 
Diverso do que acontece no relaxamento da prisão em flagrante, a revogação da prisão preventiva 
será utilizada quando estivermos diante de uma prisão preventiva que foi feita dentro dos conformes 
legais, no entanto, ela não é mais necessária, não estão mais presentes os requisitos e pressupostos 
que ensejaram a sua decretação. 
O momento processual poderá ser em qualquer fase da persecução penal, seja na fase 
de investigação preliminar, ou ainda, na fase da ação penal, afinal, a prisão preventiva é 
possível nos dois momentos. 
PRESSUPOSTOS PARA DECRETAÇÃO 
Para que seja decretada a prisão preventiva, necessário observar o preenchimento de 
pressupostos indicados pelo legislador. 
A decisão a presença do “fumus comissi delicti” e do “periculum libertatis”. Trata-se de 
pressupostos cumulativos, ambos devem estar presentes. 
 
A prisão é a exceção, sendo assim, somente será decretada prisão cautelar quando as 
demais possibilidades de medida cautelar diversas da prisão não forem suficientes, 
conforme determina o art. 282, § 6º, do CPP. 
Para reforçar: somente poderá ser decretada prisão preventiva quando não existirem outras medidas 
diversas da prisão. 
Além dos pressupostos, também haverá a necessidade de algum dos requisitos indicados no caput do 
art. 312 do CPP: 
• Garantia da ordem pública; 
• Conveniência da instrução criminal; 
• Garantia da aplicação da lei penal; 
• Garantia da ordem econômica; 
• Perigo gerada na liberdade do imputado. 
Os requisitos não são as únicas situações que ensejam a possibilidade de decretação da preventiva, o 
art. 312, § 1º, do CPP também diz que poderá ser decretada em caso de descumprimento de qualquer 
das obrigações impostas por força de outras medidas cautelares (art. 282, § 4º). 
Independente de qual situação apta para decretar a preventiva, a decisão judicial sempre deverá ser 
fundamentada, não só pelo princípio base da motivação das decisões judiciais (art. 93, ix, da cf), mas 
também pelo que dispõe o art. 312, § 2º, do CPP. 
A decisão que decretar a prisão preventiva deve ser motivada e fundamentada em receio de perigo e 
existência concreta de fatos novos ou contemporâneos que justifiquem a aplicação da medida adotada. 
Hipóteses de admissibilidade da preventiva: PREENCHIDOS os pressupostos e requisitos, 
também deverá a situação estar enquadrada em uma das hipóteses descritas no art. 313 do CPP. 
 
 
CRIME DOLOSO COM PENA MÁXIMA SUPERIOR A 4 ANOS: 
O legislador utilizou o patamar máximo da pena em paralelo com a possibilidade de se substituir a 
pena privativa de liberdade por restritiva de direito (art. 44 do CP). Demonstra atenção ao princípio 
da proporcionalidade. 
Imagine a situação de uma pessoa, que mesmo sendo condenada não iria cumprir pena privativa de 
liberdade, não faria sentido que no decorrer do processo ela respondesse a demanda preso 
cautelarmente. Para analisar a possibilidade de decretação da preventiva diante dessa hipótese, não 
deve ser levado em conta a pena cumulada em abstrato apenas, na verdade, trata-se da pena que 
poderá ser aplicada para aquele caso, sendo assim, deverá ser levado em consideração eventual 
concurso de crime, qualificadoras, causas de aumento e/ou diminuição da pena. 
REINCIDENTE EM CRIME DOLOSO: 
Não há diferença se a condenação foi com pena de reclusão ou detenção, basta que a reincidência seja 
em crime doloso. 
Caso o acusado seja reincidente em crime doloso, poderá a prisão preventiva ser decretada, no 
entanto, fique atento se já não transcorreu o prazo de 05 (cinco) anos. 
Cuidado, não basta que seja reincidente, aqui é uma reincidência específica, precisa ser em crime 
doloso. 
Atenção! Somente para crimes dolosos com pena máxima maior que 4 anos, ou seja, essa hipótese 
NÃO abarca CRIMES CULPOSOS. 
 
 
CRIME ENVOLVER VIOLÊNCIA DOMÉSTICA E FAMILIAR: 
Quando se fala em violência familiar, via de regra, pensamos na violência doméstica e familiar contra 
a mulher, no entanto, o dispositivo foi além. Aqui a vítima também poderá ser criança, adolescente, 
idoso, enfermo, ou pessoa com deficiência, independente do gênero. Tal prisão se faz para garantir a 
execução das medidas protetivas de urgência. O conceito de violência doméstica pode ser retirado do 
art. 5º da Lei n. 11.340/2006. 
DÚVIDA SOBRE A IDENTIDADE CIVIL DA PESSOA: 
Com relação aos incisos do art. 313 do CPP, em todos eles, necessário que o crime seja doloso. No 
entanto, há entendimento no sentido de que se for decretação da preventiva diante da dúvida da 
identificação civil da pessoa, pautado no art. 312, § 1º, do CPP, poderá ser tanto para os crimes de 
natureza dolosa quanto para os de natureza culposa. 
De olho na Súmula 522 do STJ: A conduta de atribuir-se falsa identidades perante autoridade policial 
é atípica, ainda que em situação de alegada autodefesa. 
HIPÓTESES DE INADMISSIBILIDADE DA PREVENTIVA: 
Dispositivo de suma importância é o art. 314 do CPP que veda a decretação da prisão preventiva se o 
juiz verificar pelas provas constantes dos autos ter o agente praticado o fato nas condições previstas 
nos incisos I, II e III do caput do art. 23 do Decreto-lei n. 2.848, de 7 de dezembro de 1940 – Código 
Penal. 
Art. 23 - Não há crime quando o agente pratica o fato: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 
11.7.1984) 
I - em estado de necessidade; (Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 
II - em legítima defesa; (Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) (Vide ADPF 779) 
III - em estrito cumprimento de dever legal ou no exercício regular de direito. (Incluído pela 
Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 
Excesso punível (Incluído pela Lei nº 7.209,de 11.7.1984) 
Parágrafo único - O agente, em qualquer das hipóteses deste artigo, responderá pelo excesso 
doloso ou culposo. (Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 
Se ficar demostrado que o agente praticou a conduta abarcado pelas causas excludentes de ilicitude, 
não poderá ser preso preventivamente, caso seja, a prisão será ilícita, e deverá ser relaxada. 
FUNDAMENTAÇÃO DA DECISÃO: 
A decisão que decretar a prisão preventiva, DEVE SER FUNDAMENTADA, isso decorre antes de 
qualquer coisa do Princípio da Motivação das Decisões Judiciais, nos termos do art. 93, IX, da CF, 
além do art. 312, § 2º, do CPP. 
No entanto, com as alterações trazidas pelo Pacote Anticrime, a redação do art. 315 do CPP está mais 
ampla, vejamos: 
Art. 315. A decisão que decretar, substituir ou denegar a PRISÃO PREVENTIVA SERÁ 
SEMPRE MOTIVADA E FUNDAMENTADA. § 1º Na motivação da decretação da prisão 
preventiva ou de qualquer outra cautelar, o juiz deverá indicar concretamente a existência de 
fatos novos ou contemporâneos que justifiquem a aplicação da medida adotada. § 2º Não se 
considera fundamentada qualquer decisão judicial, seja ela interlocutória, sentença ou 
acórdão, que: I – limitar-se à indicação, à reprodução ou à paráfrase de ato normativo, sem 
explicar sua relação com a causa ou a questão decidida; II – empregar conceitos jurídicos 
indeterminados, sem explicar o motivo concreto de sua incidência no caso; III – invocar 
motivos que se prestariam a justificar qualquer outra decisão; IV – não enfrentar todos os 
argumentos deduzidos no processo capazes de, em tese, infirmar a conclusão adotada pelo 
julgador; V – limitar-se a invocar precedente ou enunciado de súmula, sem identificar seus 
fundamentos determinantes nem demonstrar que o caso sob julgamento se ajusta àqueles 
fundamentos; VI – deixar de seguir enunciado de súmula, jurisprudência ou precedente 
invocado pela parte, sem demonstrar a existência de distinção no caso em julgamento ou a 
superação do entendimento. 
A revogação da prisão pode ser motivada, dentre outras razões: 
a) pela não fundamentação, em perfeita discordância ao disposto no art. 315 do Código de Processo 
Penal (no caso de prisão preventiva) combinado com o art. 93, inciso IX, da CF; 
b) pela fundamentação baseada em proposições abstratas, como simples ato formal, mas que resultar 
de fatos concretos; 
c) pela fundamentação que se limitar a acolher o pedido do representante do Ministério Público; 
d) pela falta de prova da materialidade do delito e pelos indícios suficientes da autoria; 
e) por excesso de prazo, desde que a demora não seja atribuída ao acusado (ninguém pode beneficiar-
se da própria torpeza); 
f) pelo não cabimento da prisão para certos crimes, como no caso da preventiva, que não pode ser 
decretada em crimes culposos; 
g) pelo não cabimento da prisão a certas pessoas, como o Presidente da República (art. 86, § 3º, da 
CF) e agentes diplomáticos (art. 29 do Decreto n. 56.435/65). 
PRISÃO PREVENTIVA E PRAZO DE DURAÇÃO: 
A prisão preventiva continua sendo uma prisão cautelar sem prazo determinado, diferente do que 
acontece com a prisão temporária. Enquanto subsistirem os requisitos da preventiva, em regra, ela 
poderá ser mantida. Ocorre que o Pacote Anticrime inovou mais uma vez, e estabeleceu no art. 316, 
parágrafo único, que deverá a manutenção da precisão ser revisada a cada 90 (noventa) dias, mas essa 
verificação deve se dar por meio de decisão fundamentada. Essa revisão deverá ser feita de ofício 
pelo juiz, sob pena de tornar a prisão ilegal e acarretar o seu relaxamento. 
 
Estrutura da peça prática: a peça prática da Revogação tem as seguintes partes: 
(a) Endereçamento; 
(b) Preâmbulo: nome e qualificação do requerente (pessoa presa); capacidade postulatória, 
fundamento legal (artigo da lei sobre a peça), nome da peça e frase final; 
(c) Corpo: Fatos e Direito; 
(d) Pedido; 
(e) Parte final. 
Descoberta do endereçamento: Competência A peça deverá ser endereçada ao juízo que decretou a 
prisão preventiva, seja da Justiça Federal ou Estadual, vejamos possíveis endereçamentos: 
 
 
LEGITIMIDADE: 
• Será o preso preventivamente que buscará a revogação perante o juízo competente. 
• Necessário defensor, seja constituído, ou nomeado - capacidade postulatória para o ato. 
• A nomenclatura que você pode utilizar para se referir ao preso, é requerente. 
• Prazo Não há um prazo estipulado para o requerimento de revogação. 
 
PRINCIPAIS TESES E REQUERIMENTOS: 
Liberdade como regra, ou seja, a prisão cautelar é a exceção, deverá ser decretada somente quando 
as demais medidas cautelares diversas da prisão não forem suficientes para o caso, fundamente no 
art. 282, § 6º, do CPP. Argumente o motivo pelo qual a prisão foi decretada e mostre que não mais 
subsistem tais circunstâncias, portanto, não se torna mais necessária a manutenção do cárcere. Deverá 
requerer a revogação da prisão preventiva, e a expedição do respectivo alvará de soltura, nos casos 
em que a pessoa já estiver presa. 
Atenção! Imagine que o juiz tenha decidido pela prisão preventiva, e expediu mandado de prisão, no 
entanto, o mandado ainda não foi cumprido, ou seja, a pessoa ainda está solta. Dessa forma, você irá 
pedir a expedição do alvará de soltura, mas sim, a expedição do contramandado de prisão. 
 
MODELO DE REVOGAÇÃO DE PRISÃO: 
 
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR ___________________ (mesmas regras do relaxamento 
de prisão em flagrante). 
 
_________ (nome), ______________ (nacionalidade), ________ (estado civil), 
__________________ (profissão), residente e domiciliado _______________ (endereço), vem, por 
seu advogado infra-assinado (documento n. 1), à presença de Vossa Excelência, com fundamento no 
artigo ________________, requerer REVOGAÇÃO DA PRISÃO _______________ (especificar a 
modalidade de prisão) pelos motivos de fato e de direito a seguir aduzidos: 
(2 linhas) 
DOS FATOS 
* Narrar o fato criminoso, com todas as circunstâncias, sem inventar dados ou copiar o problema. 
Seguir roteiro de questões: (a) Quando – tempo do fato – No dia tal, mês tal, ano tal, por volta das 
_______________ horas; (b) Sujeito Ativo – quem pratica a conduta criminosa – Fulano de tal; (c) 
Lugar do crime; (d) Motivo do crime; (e) Comportamento criminoso; (f) Maneira pela qual o crime 
foi praticado; (g) Mal produzido com a conduta criminosa. Se houver concurso de pessoas: especificar 
a conduta de cada coautor ou partícipe. * Narrar a prisão efetuada, dentre as modalidades aceitas no 
direito brasileiro, por exemplo: No dia tal, mês tal, no lugar tal, ocorreu a prisão tal do Fulano de tal, 
em razão da ocorrência da infração tal, conforme _____________ (nome do documento que registra 
a prisão) a fls. 
(2 linhas) 
DO DIREITO 
* Comprovar a ilegalidade da prisão. Convencer o juiz de que a prisão constitui um constrangimento 
ilegal. Exemplo: A prisão tal de Fulano de tal constitui constrangimento ilegal, pois __________ 
(motivo do constrangimento). No caso em tela, _____________ (explicar o motivo do 
constrangimento). Não resta dúvida de que houve cristalina violação à liberdade de locomoção, um 
dos direitos fundamentais do ser humano, amparado e protegido no Estado Democrático de Direito. 
(2 linhas) 
DO PEDIDO 
Diante do exposto, vem requerer a Vossa Excelência a revogação da prisão __________ (modalidade) 
imposta ao requerente, a fim de que possa permanecer em liberdade durante o processo, com a 
expedição do alvará de soltura, como medida de inteira justiça. 
(2 linhas) 
Termos em que pede deferimento. 
(2 linhas) 
Cidade, ____ de __________ de ____. 
(2 linhas) 
Advogado 
OAB/n. ___ 
 
 
 
Prisão Temporária: Notitia Criminis 
 
Prisão temporária: 
Está disciplinada na Lei n. 7.960/89, e possui o objetivo de assegurar a eficácia das investigações de 
determinados crimes. 
Somente pode ser decretada na fase de investigação preliminar, e deve ser por meiode decisão 
fundamentada pela autoridade judicial competente. 
Diferente da prisão preventiva a prisão temporária possui prazo de duração determinado pela lei. 
O prazo de duração está esculpido no art. 2º da lei, e será de cinco dias, podendo ser prorrogado por 
igual prazo em caso de extrema e comprovada necessidade. 
Para os crimes hediondos e equiparados o prazo é diferenciado, será de 30 dias, prorrogável por mais 
30 dias, nos termos do art. 2º, § 4º, da Lei n. 8.072/90. 
Finalidade: 
Possibilitar a investigação de crimes graves no inquérito policial. 
Iniciativa: 
Representação da autoridade policial ou requerimento do Ministério Público. 
Decretação: 
Juiz, em 24 horas a partir do recebimento da representação ou requerimento, por despacho 
fundamentado. Oitiva do Ministério Público: na hipótese de representação da autoridade policial. 
Duração: 
Cinco dias, prorrogáveis por mais cinco dias, em caso de extrema e comprovada necessidade; quando 
for crime hediondo ou equiparado, será de trinta dias, prorrogáveis por mais trinta dias, em caso de 
extrema e comprovada necessidade. 
Momento: A prisão temporária é admissível durante o inquérito policial. 
Requisitos: 
Art. 1º da lei estabelece os requisitos para a decretação da prisão temporária. 
Fundadas razões de autoria ou participação da pessoa nos crimes elencados nas alíneas. 
Rol taxativo dos crimes que admitem a prisão temporária, ou seja, somente será possível prisão 
temporária para os crimes indicados pela lei, vejamos o dispositivo: 
a) homicídio doloso (art. 121, caput, e seu § 2º); 
b) sequestro ou cárcere privado (art. 148, caput, e seus § § 1º e 2º); 
c) roubo (art. 157, caput, e seus § § 1º, 2º e 3º); 
d) extorsão (art. 158, caput, e seus § § 1º e 2º); 
e) extorsão mediante sequestro (art. 159, caput, e seus § § 1º, 2º e 3º); 
f) estupro (art. 213, caput, c/c o art. 223, caput e parágrafo único); 
g) atentado violento ao pudor (art. 214, caput, c/c o art. 223, caput e parágrafo único); 
h) rapto violento (art. 219, c/c o art. 223, caput e parágrafo único); 
i) epidemia com resultado de morte (art. 267, § 1º); 
j) envenenamento de água potável ou substância alimentícia ou medicinal qualificado pela morte (art. 
270, caput, c/c o art. 285); 
l) quadrilha ou bando (art. 288), todos do Código Penal; 
m) genocídio (arts. 1º, 2º e 3º da Lei n. 2.889, de 1º-10- 1956), em qualquer de suas formas típicas; 
n) tráfico de drogas (art. 12 da Lei n. 6.368, de 21-10-1976); 
o) crimes contra o sistema financeiro (Lei n. 7.492, de 16-6-1986); 
p) crimes previstos na Lei de Terrorismo. 
 
Cabimento: 
I – quando imprescindível para as investigações do inquérito policial ou II – quando o indiciado não 
tiver residência fixa ou III – quando não fornecer elementos necessários ao esclarecimento de sua 
identidade. 
 
 
Notitia Criminis: é a notícia do crime: pedido de instauração de inquérito policial. 
Inquérito policial: 
Conceito: 
Trata-se de um procedimento preparatório da ação penal, de caráter administrativo, conduzido pela 
polícia judiciária e voltado à colheita preliminar de provas para apurar a prática de uma infração 
penal e sua autoria. Seu objetivo precípuo é a formação da convicção do representante do 
Ministério Público, mas também a colheita de provas urgentes, que podem desaparecer, após o 
cometimento do crime, bem como a composição das indispensáveis provas pré-constituídas 
que servem de base à vítima, em determinados casos, para a propositura da ação privada. 
Conjunto de diligências realizadas pela polícia judiciária para a apuração de uma infração penal e 
de sua autoria, a fim de que o titular da ação penal possa ingressar em juízo. Trata-se de 
procedimento persecutório de caráter administrativo instaurado pela autoridade policial. 
O pedido de instauração de inquérito policial é um requerimento simples, feito pelo ofendido ou 
o seu representante legal, ou ainda, no caso de morte ou declaração judicial de ausência, pelos 
legitimados do art. 31 do CPP (cônjuge, ascendente, descendente ou irmão – “C.A.D.I.”). 
O conceito da chamada “Notícia do Crime”. Segundo Nestor Távora: 
 
“É o conhecimento pela autoridade, espontâneo ou provocado, de um fato aparentemente 
criminoso. A ciência da infração penal pode ocorrer de diversas maneiras, e esta comunicação, 
provocada ou por força própria, é chamada de notícia do crime. Normalmente é endereçada à 
autoridade policial, ao membro do Ministério Público ou ao magistrado. Caberá ao delegado, 
diante do fato aparentemente típico que lhe é apresentado, iniciar as investigações. O MP, diante 
de notícia crime que contenha em si elementos suficientes revelando a autoria e a materialidade, 
dispensará a elaboração do inquérito, oferecendo de pronto denúncia; diante de notícia crime 
deficiente, poderá requisitar diligências à autoridade policial. Já o magistrado, em face da notícia 
crime que lhe é apresentada, poderá remetê-la ao MP, para providências cabíveis, ou requisitar a 
instauração do inquérito policial. Curso de Direito Processual Penal – Nestor Távora – Pg. 165. 
A finalidade do requerimento é solicitar que a autoridade policial instaure procedimento 
investigativo da infração penal da qual o requerente foi vítima. 
Poderá ser feito requerimento de instauração de inquérito policial, tanto nos casos de crime de 
ação penal pública, nos termos do art. 5º, II, do CPP, como também nos crimes de ação penal de 
iniciativa privada, pautado no art. 5º, § 5º, do CPP. 
Em outras palavras: “disque-denúncia - “prestar queixa na delegacia”, na verdade não estamos 
tratando de denúncia ou queixa no sentido jurídico, mas sim, da chamada notícia do crime. 
Vejamos as espécies de notitia criminis: 
a) Notitia criminis de cognição imediata (ou espontânea): A autoridade policial toma 
conhecimento do fato delituoso por meio de suas atividades rotineiras. Exemplo doutrinário: 
Autoridade policial toma conhecimento da prática de um crime por meio da imprensa; 
b) Notitia criminis de cognição mediata (ou provocada): A autoridade policial toma 
conhecimento da infração penal por meio de um documento escrito. Exemplo: Requisição de 
Ministro de Justiça. 
c) Notitia criminis de cognição coercitiva: A autoridade policial toma conhecimento da infração 
penal por meio de apresentação de alguém preso em flagrante. 
d) Notitia criminis inqualificada: É o conhecimento da infração penal por meio de uma denúncia 
anônima. Nessa hipótese, o delegado de polícia deve realizar um procedimento preliminar antes 
de instaurar o IP propriamente dito. 
O procedimento preliminar realizado a fim de comprovar a veracidade das informações contidas 
na denúncia é chamado de verificação de procedência das informações (VPI). 
 
Delatio Criminis: 
Comunicação da infração penal por qualquer pessoa do povo, e não pela vítima ou seu representante 
legal: 
a) Delatio criminis postulatória: É a própria representação do ofendido nas ações penais 
condicionadas à representação. 
b) Delatio criminis simples: É a chamada notícia de qualquer do povo (CP- art. 5º, § 3º, do CPP: 
Qualquer pessoa do povo que tiver conhecimento da existência de infração penal em que caiba ação 
pública poderá, verbalmente ou por escrito, comunicá-la à autoridade policial, e esta, verificada a 
procedência das informações, mandará instaurar inquérito). Também há necessidade de VPI. 
A chamada delação apócrifa ou notitia criminis inqualificada nada mais é do 
 que a “denúncia anônima”, no jargão popular. Sobre este instituto, tanto STF 
 quanto o STJ não admitem que o inquérito seja instaurado com base 
 unicamente em denúncia anônima. No entanto, a delação apócrifa é 
 justificativa idônea para a tomada de diligências complementares pela 
 autoridade, de modo que uma vez confirmada a veracidade dos fatos narrados 
de forma anônima, pode-se proceder à instauração do inquérito regularmente. 
 
Competência: 
O requerimentoé destinado para autoridade policial, ou seja, o Delegado de Polícia, seja ele da Polícia 
Federal, ou ainda, da Polícia Estadual, a depender da competência investigativa. 
Via de regra, caso o crime seja de competência da Justiça Estadual, o requerimento deverá ser 
endereçado ao delegado estadual, e o mesmo raciocínio para o caso do Delegado Federal. 
Atenção: Caso o requerimento seja feito por meio de advogado, deverá ser juntada procuração com 
poderes especiais, até pelo fato de existir o crime de comunicação falsa de crime ou contravenção 
(art. 340 do CP), é segurança para o cliente e para o advogado. 
Prazo: 
Não há prazo para o pedido de instauração de inquérito policial; enquanto não transcorrer o prazo 
prescricional, poderá ser apresentado. 
A prescrição não é o único prazo a ser observado. 
Nos crimes de ação penal privada, e nos crimes de ação penal pública condicionada à representação, 
existe o prazo decadencial de 06 meses contados do conhecimento da autoria, nos termos do art. 38 
do CPP. 
O início da contagem do prazo decadencial não é do marco temporal dos fatos, mas sim do 
conhecimento da autoria. 
Principais teses e requerimentos: 
A intenção do pedido é a instauração de inquérito policial, ou seja, que sejam iniciadas investigações 
com objetivo de reunir elementos informativos sobre a materialidade delitiva, autoria e circunstâncias 
do fato. Para isso, todas as informações que a pessoa tenha sobre o que aconteceu, devem estar 
descritas no requerimento. Sejam informações dos fatos e circunstâncias, sejam informações sobre o 
autor da conduta. Muitas vezes o objetivo é de fato chegar ao autor da conduta, sendo assim, qualquer 
informação que possa auxiliar nas investigações que o requerente tiver, deverá ser juntado. O pedido 
é a instauração do inquérito policial, além da oitiva das eventuais testemunhas, conforme art. 5º, § 1º, 
do CPP. 
 
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR DELEGADO DE POLÍCIA TITULAR DO 
DISTRITO POLICIAL DA COMARCA DE___ DO ESTADO DE___ 
(OU) 
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR DELEGADO FEDERAL TITULAR DA DELEGACIA 
DA POLÍCIA FEDERAL DA COMARCA DE___ (Para crimes de atribuição da Justiça Federal – art. 
109 da Constituição Federal). 
 
(NOME), nacionalidade, estado civil, profissão, inscrito no CPF/MF sob o n., residente e domiciliado 
na (endereço completo), por seu advogado que esta subscreve (procuração com poderes especiais 
anexa), vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, requerer INSTAURAÇÃO DE 
INQUÉRITO POLICIAL com fulcro no art. 5º, inciso_, do Código de Processo Penal, a fim de apurar 
conduta criminosa, pelos motivos de fato e de direito que seguem: 
I – DOS FATOS (Narrar o fato criminoso copiando resumidamente o enunciado, JAMAIS inventar 
ou acrescentar informações não constantes do enunciado) 
I – DO DIREITO Deve ter introdução, desenvolvimento e conclusão. 
Persuasão jurídica – Silogismo (perfeito raciocínio dedutivo): trata-se de uma argumentação 
composta de três proposições encadeadas. 
1ª) Premissa Maior – Lei. 
2ª) Premissa Menor – Fato. 
3ª) Conclusão (consequência natural das duas primeiras). 
Estabelece o art. do Código Penal o crime de (Descrever o tipo penal). 
No caso em comento, que a conduta do requerido ao (descrever o fato concreto), se adequa 
perfeitamente ao previsto na legislação penal. 
Assim, verifica-se a existência de indícios de autoria e prova de materialidade referente ao crime 
de , legitimando o requerimento de instauração de inquérito policial. 
PEDIDO 
Diante do exposto, requer a instauração do competente inquérito policial, a fim de que, 
posteriormente, possa ser intentada a ação penal contra o requerido, bem como requer a notificação 
para que seja realizada a oitiva das testemunhas abaixo arroladas. 
Termos em que pede deferimento. 
Local e Data. 
Advogado 
OAB 
ROL DE TESTEMUNHAS: 
1. Nome____, Endereço 
2. Nome____, Endereço 
Queixa-crime: 
 
Ação penal: 
CONCEITO: O direito de ação é o meio que se utiliza para buscar do Estado-juiz a aplicação da lei 
ao caso concreto, e isso será feito de acordo com o devido processo legal (art. 5º, LIV, da CF). 
O direito de ação está respaldado na Constituição Federal, especificamente no art. 5º, XXXV: “a lei 
não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito”. 
Dependendo do tipo de ação penal, será oferecida determinada peça inicial acusatória, seja a 
denúncia ou a queixa. Os prazos para o início da ação penal são diferentes, mas os requisitos são os 
mesmos. 
A ação penal, é o ato em que se vai ao Judiciário na busca do exercício do direito de ação, para que o 
Estado exerça o seu jus puniendi e aplique a lei ao caso concreto. 
Sendo assim, há provocação do Estado pela pretensão acusatória, para que seja exercida a pretensão 
punitiva. 
A ação penal é regulada pelo direito material e pelo direito processual, trata-se na verdade de normas 
de conteúdo misto, sendo assim, o caso rege-se pelo princípio da retroatividade mais benéfica ao réu, 
nos termos do art. 5º, XL, da CF. 
Condições da ação: 
Existem algumas condições que precisam estar presentes na ação penal. 
Desde já tenha em mente que existem diferenças das condições da ação no processo civil e no 
penal. No processo penal, as condições da ação devem ser analisadas no momento do juízo de 
admissibilidade da peça inicial acusatória, seja ela uma denúncia ou uma queixa. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A) Possibilidade jurídica do pedido: 
No âmbito do processo penal, a possibilidade jurídica do pedido está ligada à imputação feita 
a denúncia ou queixa, deve existir a possibilidade de que com relação ao que foi narrado exista 
uma providência jurídica a ser tomada. 
B) Interesse de agir: 
O interesse de agir é pautado em um tripé, necessidade da demanda, utilidade do processo e 
adequação. 
C) Legitimidade ad causam: 
No processo penal, a legitimidade ativa é preenchida ou pelo Ministério Público, nos casos de 
ação penal pública, ou pelo ofendido ou seu representante legal, nas ações penais privadas. 
 
Condições da ação específicas: 
As condições específicas da ação são chamadas de condições de procedibilidade, juízo de 
admissibilidade da peça inicial acusatória. Caso não estejam presentes, deverá ser rejeitada e 
denúncia ou queixa, fundado no art. 395, II, do CP. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
As ações penais podem ser colocadas como um gênero, o qual divide-se em duas espécies, ações 
penais públicas e ações penais privadas. 
Essa classificação é feita de acordo com o legitimado para ocupar o polo ativo da demanda. Dentre 
as públicas estão a incondicionada, condicionada à representação e condicionada à requisição. 
As ações penais privadas são divididas em: exclusiva, subsidiária da pública ou personalíssima, 
conforme quadro abaixo: 
 
Ação penal pública: 
As ações penais públicas são de legitimidade do Ministério Público, nos termos do art. 129, I, da 
CF e são iniciadas com o oferecimento da denúncia. Os principais princípios que regem as Ações 
Penais Públicas são: 
A) PRINCÍPIO DA OBRIGATORIEDADE: há quem chame de princípio da legalidade processual. 
Esse princípio obriga o Ministério Público a oferecer denúncia quando estiverem presentes 
as condições da ação e houver justa causa. Não cabe discricionariedade do MP, se não for caso 
de arquivamento ou se algumas das exceções não estiverem presentes, deve ser oferecida a 
denúncia. Exceções ao princípio da obrigatoriedade: – Transação penal (art. 76 da Lei n. 9.099/95); 
– Acordo de leniência (arts. 86 e 87 da Lei n. 12.529/2011); – Termo de ajustamento de conduta 
(art. 5º, § 6º, da Lei n. 7.347/85); – Parcelamento de débito tributário (art. 83, § 2º, da Lei n. 
12.383/2011); – Colaboração premiada (arts. 4º a 7º da Lei n. 12.850/2013); – Acordo de não 
persecução penal (art. 28-A do CPP). 
B) PRINCÍPIO DA INDISPONIBILIDADE:na análise do princípio anterior foi estudado que não 
pode o MP escolher se irá ou não oferecer a denúncia, existindo justa causa, e presentes as 
condições da ação, deverá assim agir, pois bem, após o oferecimento da denúncia, o MP não poderá 
desistir da ação penal, ou seja, deverá prosseguir até o seu término, diante da indisponibilidade da 
ação penal, nos termos do art. 42 do CPP. Exceção ao princípio da indisponibilidade: – Suspensão 
condicional do processo (art. 89 da Lei n. 9.099/95). 
C) PRINCÍPIO DA DIVISIBILIDADE: existe uma divergência quanto à divisibilidade ou 
indivisibilidade da ação penal pública, no entanto, parte da doutrina e a jurisprudência 
majoritária entendem que é divisível. Significa que o Ministério Público pode oferecer denúncia 
contra uma parte dos agentes, ou somente um agente, enquanto se dá continuidade nas 
investigações dos demais, claro que isso ocorre nos casos em que houver concurso de pessoas. 
Ação penal pública incondicionada: 
A ação penal pública incondicionada é a regra (art. 100 do CP), a titularidade é do Ministério 
Público, conforme o art. 129, I, da CF e art. 257, I, do CPP, e será iniciada com o oferecimento da 
denúncia ao juiz. 
O Ministério Público poderá oferecer a denúncia independente da vontade do ofendido ou 
terceiros. Por ser a regra, a lei não indica ou menciona que determinado crime se procede pela ação 
penal pública incondicionada, sendo assim, quando a lei não fizer nenhuma observação sobre ação 
penal, estaremos diante da regra geral. 
Ação penal pública condicionada à representação: 
A ação penal pública condicionada à representação é uma das exceções, neste caso legitimado 
continua sendo o Ministério Público, e a peça inicial acusatória é a denúncia, no entanto, para que 
possa oferecer a denúncia, haverá necessidade de representação da vítima ou do seu representante 
legal. 
No caso de morte, ou declaração judicial de ausência, também poderá ser feita a representação pelo 
cônjuge, ascendente, descendente ou irmão (art. 24, § 1º, do CP). 
Ação penal pública condicionada à requisição: 
Aqui o raciocínio é o mesmo da Ação Penal Pública Condicionada à representação, no entanto, a 
condição será requisição. 
A requisição deve ser feita pelo Ministro da Justiça. São poucas as situações que a lei exige a 
manifestação da vontade do Ministro da Justiça, como por exemplo, os crimes contra a honra do 
Presidente da República ou chefe de governo estrangeiro (art. 141, I, c/c art. 145, parágrafo único, 
do CP) e crime cometido por estrangeiro contra brasileiro fora do Brasil (art. 7º, § 3º, “b”, do CP). 
Quanto ao prazo, não há menção na lei sobre a decadência desse direito de requisição do Ministro da 
Justiça, portanto, o entendimento é no sentido de que enquanto não houver a extinção da punibilidade, 
poderá ocorrer a requisição. 
 
Cabimento da quiexa-crime: 
No processo penal, as peças iniciais são a denúncia ou a queixa, dependendo do tipo de ação penal. 
Se a ação penal for pública, a peça inicial acusatória será de denúncia, caso contrário, se a ação 
penal for privada, teremos uma queixa-crime. 
A regra é que a ação penal seja pública incondicionada, os demais tipos de ação penal são a exceção, 
a lei é omissa quando se tratar da regra, fazendo menção nos demais casos. 
Normalmente nos casos de ação penal privada o legislador indica “procede-se mediante queixa”. 
A queixa-crime é utilizada para dar início à ação penal privada. 
Importante ressaltar que além da ação penal privada exclusiva, também é possível a existência de 
ação penal privada subsidiária da pública, e neste caso, será iniciada por meio de queixa-crime, ou 
também chamada de queixa-crime subsidiária. 
A queixa-crime subsidiária somente será possível quando houver inércia do Ministério Público para 
oferecimento da denúncia, mas não é possível nos casos em que ocorrer o arquivamento do inquérito 
ou das peças de informação. 
COMPETÊNCIA A QUEIXA-CRIME SERÁ OFERECIDA NO JUÍZO COMPETENTE, EM 
REGRA, O JUÍZO CRIMINAL DE 1ª INSTÂNCIA, SEJA DA JUSTIÇA ESTADUAL, OU DA 
JUSTIÇA FEDERAL (ART. 109 DA CF). TAMBÉM PODERÁ SER NO JUIZADO ESPECIAL 
CRIMINAL, NOS CASOS DE INFRAÇÃO DE MENOR POTENCIAL OFENSIVO (TODAS AS 
CONTRAVENÇÕES PENAIS E CRIMES COM A PENA MÁXIMA ATÉ 02 [DOIS] ANOS). 
Algo que não é muito falado, e muitas vezes causa até espanto, é a possibilidade de termos queixa-
crime para a Vara do Tribunal do Júri. Nos casos em que houver inércia do Ministério Público para 
oferecer denúncia nas hipóteses de crimes dolosos contra a vida, poderá sim o ofendido oferecer 
queixa-crime subsidiária. 
Legitimidade: 
A ação penal privada ou a ação penal privada subsidiária da pública deverá ser proposta pelo 
ofendido ou o seu representante legal, nos termos do art. 100, § 2º, do CP e art. 30 do CPP. 
No caso de morte ou declaração judicial de ausência poderá ser proposta pelo cônjuge, ascendente, 
descendente ou irmão, o (C.A.D.I), essa legitimidade é estabelecida pelo art. 31 do CPP e art. 100, 
§ 4º, do CP. 
 
 
 
 
Requisitos: 
A peça inicial acusatória deverá observar os requisitos legais, são os mesmos para a denúncia e 
para a queixa, sob pena de indeferimento pelo juízo. 
O dispositivo legal que estabelece tais requisitos é o art. 41 do CPP. Um detalhe quanto à queixa-
crime, que não acontece na denúncia, é a necessidade de instrução da peça inicial acusatória COM 
PROCURAÇÃO COM PODERES ESPECIAIS PARA HABILITAR O ADVOGADO, nos 
termos do art. 44 do CPP, portanto, sempre indique alguma expressão que demonstre o cumprimento 
desse requisito, como por exemplo, “procuração com poderes especiais anexo”. Os requisitos da 
queixa são: 
Prazo: 
O prazo para oferecimento da queixa-crime é decadencial, ou seja, caso o ofendido não faça, perderá 
o direito de buscar para aquele fato resposta do Judiciário. 
O prazo decadencial é de 06 (seis) meses, e em regra será contado do conhecimento da autoria. 
Teremos momentos de início de contagem do prazo diferentes para os casos de queixa em ação penal 
privada personalíssima, que se inicia após o trânsito em julgado da sentença cível que anulou o 
casamento. Já na ação penal privada subsidiária da pública, o início será após transcorrer o prazo de 
o Ministério Público oferecer a denúncia. O prazo para oferecimento da denúncia está no art. 46 do 
CPP, mas existem prazos diferenciados em alguns casos. 
Teses e requerimentos: 
Basicamente é necessário trazer uma descrição minuciosa dos fatos, uma narrativa do que o acusado 
supostamente praticou, e ainda, a imputação da autoria. 
O objetivo é mostrar que a pessoa praticou uma conduta descrita na lei como infração penal, 
portanto, necessário o início da ação penal para que seja aplicada a lei ao caso concreto. 
O querelante deverá indicar que os fatos se enquadram em determinado tipo penal, isso também é 
importante, apesar de poder a classificação ser alterada posteriormente. 
Enquadramento da conduta em uma determinada infração penal. 
Quanto aos pedidos, o principal será a condenação do acusado, como incurso em determinado tipo 
penal, mas também deve ser pedida a citação do acusado para responder à acusação, bem como a 
indicação do valor mínimo para indenização. Ao final, apresente o rol de testemunhas. 
 
Modelo de queixa-crime: 
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA VARA CRIMINAL DA 
COMARCA___(matéria estadual) 
ou 
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ FEDERAL DA VARA CRIMINAL DA SEÇÃO 
JUDICIÁRIA DE___ (matéria federal) 
ou 
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA VARA DO JÚRI DA COMARCA 
DE___ (crimes dolosos contra a vida e matéria estadual) 
ou 
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ FEDERAL DA VARA DO JÚRI DA SEÇÃO 
JUDICIÁRIA DE___ (crimes dolosos contra a vida e matéria federal) 
 
 
Nome, nacionalidade, estado civil, profissão, residente e domiciliado no endereço, vem, por 
seu advogado infra-assinado (documento n. 1 – poderes especiais),à presença de Vossa 
Excelência, com fundamento nos artigos 41 e 44 do Código de Processo Penal combinado com 
o artigo 100, § 2º, do Código Penal, oferecer 
QUEIXA-CRIME 
em face de nome, nacionalidade, estado civil, profissão, residente e domiciliado no endereço, 
pelos motivos de fato e de direito a seguir aduzidos: 
 (2 linhas) 
DOS FATOS: 
* Narrar o fato criminoso, com todas as circunstâncias, sem inventar dados ou copiar o 
problema. Seguir roteiro de questões: (a) Quando – tempo do fato – No dia tal, mês tal, ano 
tal, por volta das horas; (b) Sujeito Ativo – quem pratica a conduta criminosa – Fulano de tal; 
(c) Lugar do crime; (d) Motivo do crime; (e) Comportamento criminoso; (f) Maneira pela qual 
o crime foi praticado; (g) Mal produzido com a conduta criminosa. Se houver concurso de 
pessoas: especificar a conduta de cada coautor ou partícipe. 
(2 linhas) 
DO DIREITO: 
* Comprovar a ocorrência do crime e sua respectiva autoria, com adaptação ao fato típico 
realizado no mundo real. Demonstrar a ocorrência da infração, através da explicação dos seus 
requisitos (tipo objetivo, tipo subjetivo, consumação e outros). Não esquecer de relacionar os 
requisitos do tipo penal com o fato concreto. 
(2 linhas) 
DO PEDIDO: 
Diante do exposto, tendo o querelado infringido o artigo__, requer a Vossa Excelência que, 
recebida e autuada esta, seja o mesmo citado para apresentar resposta à acusação, ser 
processado e ao final condenado. Requer, outrossim, a notificação das testemunhas do rol 
abaixo para virem depor em juízo, em dia e hora a serem designados, sob as cominações legais. 
(2 linhas) 
Termos em que pede deferimento. 
(2 linhas) 
Local/data 
Advogado 
OAB 
Rol de testemunhas: 
Testemunha 1: Nome, profissão, endereço. 
Testemunha 2: Nome, profissão, endereço.