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ÁLGEBRA LINEAR E VETORIAL U N O PA R Á LG EB RA LIN EA R E V ETO RIA L Debora Cristiane Barbosa Kirnev Renata Karoline Fernandes Álgebra linear e vetorial Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) Fernandes, Renata Karoline F363a Álgebra linear e vetorial / Renata Karoline Fernandes, Debora Cristiane Barbosa Kirnev – Londrina: Editora e Distribuidora Educacional S. A., 2015. 192 p. ISBN 978-85-8482-109-9 1. Matrizes. 2. Operações. I. Kirnev, Debora Cristiane Barbosa. II. Título. CDD 510 © 2015 por Editora e Distribuidora Educacional S.A Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta publicação poderá ser reproduzida ou transmitida de qualquer modo ou por qualquer outro meio, eletrônico ou mecânico, incluindo fotocópia, gravação ou qualquer outro tipo de sistema de armazenamento e transmissão de informação, sem prévia autorização, por escrito, da Editora e Distribuidora Educacional S.A. Presidente: Rodrigo Galindo Vice-Presidente Acadêmico de Graduação: Rui Fava Diretor de Produção e Disponibilização de Material Didático: Mario Jungbeck Gerente de Produção: Emanuel Santana Gerente de Revisão: Cristiane Lisandra Danna Gerente de Disponibilização: Everson Matias de Morais Editoração e Diagramação: eGTB Editora Unidade 3 | Vetores e transformações lineares Seção 1 - Vetores bidimensionais e tridimensionais Seção 2 - Introdução aos espaços vetoriais euclidianos Seção 3 - Transformações lineares Sumário Unidade 1 | Conhecendo matrizes Seção 1 - Matriz, propriedades e classificações 1.1 Definição de Matrizes Seção 2 - Operações com matrizes Seção 3 - Determinantes de matrizes de diferentes ordens 3.1 Determinantes Unidade 2 | Sistemas lineares e sua relação com matrizes Seção 1 - Matrizes inversas e escalonamento de matrizes 1.1 Matrizes inversas Seção 2 - Métodos para resolver sistemas lineares e relação de sistemas lineares com matrizes Seção 3 - Resolução de sistemas lineares e classificações 7 11 11 21 33 33 51 55 55 67 85 101 105 113 135 Unidade 4 | Operações vetoriais Seção 1 - Espaços vetoriais Seção 2 - Transformações lineares Seção 3 - Espaços vetorias com produto interno 147 151 167 177 Apresentação Este livro trata de uma disciplina que é indispensável para a formação do futuro professor de Matemática, porém, tem também grande importância para todos os profissionais que aplicam conceitos matemáticos, a Álgebra Linear e Vetorial. No decorrer deste trabalho, perceberemos a importância dos conceitos da Álgebra Linear e Vetorial na Educação Básica, ao longo do Ensino Médio, pois alguns dos conceitos estudados nos capítulos I e II deste livro são ensinados também no Ensino Médio, mas há também aplicações para diversos cursos do Ensino Superior. Este livro está dividido em quatro unidades, as quais contemplam os conceitos da Ementa dessa disciplina, ou seja: Matrizes; Determinantes; Sistemas de Equações Lineares; Espaços Vetoriais; Produtos Internos; Autovalores e Autovetores e Transformações Lineares. Na Unidade 1, abordaremos o conceito de matrizes. Ao final dessa unidade, espera-se que você, estudante, reconheça uma matriz e saiba realizar operações como adição, subtração, multiplicação e divisão de matrizes; consiga identificar as principais propriedades das matrizes; conheça e saiba classificar matrizes de acordo com o tipo delas; seja capaz de calcular determinantes de uma matriz quadrada; consiga realizar escalonamentos em uma matriz qualquer e também calcular uma matriz inversa. A Unidade 2 é destinada para que você conheça e compreenda a relação entre matrizes e os sistemas lineares, a forma de solucionar um sistema linear utilizando a forma matricial por diferentes métodos; e também consiga classificar um sistema de acordo com a quantidade de soluções. A Unidade 3 é voltada para a introdução de conceitos de grande importância para muitos cursos de graduação, como as engenharias e, com certeza, a Licenciatura em Matemática, que são os vetores. Nessa unidade, você será conduzido para a compreensão do conceito de vetores, a visualização de vetores no plano e no espaço, a compreensão de transformações lineares e a aplicação dessas transformações. Na última unidade desse livro, a Unidade 4, você aprenderá a respeito das operações vetoriais, ou seja, aprenderá a determinar e conceituar o produto interno, bem como suas propriedades; entenderá e identificará uma função como produto interno; calculará autovalores e autovetores; compreenderá a importância destes conceitos de autovalores e autovetores; aprenderá a calcular o polinômio característico de um operador linear T, a diferenciar multiplicidade algébrica e geométrica e também a mudar a base de um espaço vetorial. A disciplina de Álgebra Linear e Vetorial, por meio da associação entre bases científicas e aplicações dos conhecimentos nos diferentes níveis de ensino, propiciará ao futuro professor uma base sólida de aprendizagem, que será indispensável para um bom processo de ensino e aprendizagem destes conceitos. Com relação a este material impresso, ele utiliza uma linguagem dialógica para auxiliar na construção do seu conhecimento. Para melhor aproveitar este material, faça as atividades e leituras sugeridas, organize seu tempo e, nos momentos de estudo, volte sua atenção apenas para o que está estudando. Bons estudos! Prof.ª Renata Karoline Fernandes Unidade 1 CONHECENDO MATRIZES Nesta seção, vamos definir o que são matrizes, como utilizá-las e aprenderemos algumas aplicações. As matrizes apresentam algumas propriedades específicas e é importante que você conheça essas propriedades e também suas classificações, pois elas serão úteis para aprender e compreender melhor os conceitos das próximas seções. Seção 1 | Matriz, propriedades e classificações Objetivos de aprendizagem: Essa unidade tem por objetivo conduzi-lo no processo de aprendizagem a respeito de uma parte muito importante dessa disciplina, o conceito de matrizes e operações com matrizes. Ao final dessa unidade, espero que você reconheça uma matriz e saiba realizar operações, como adição, subtração, multiplicação e divisão de matrizes, consiga identificar as principais propriedades das matrizes, conheça e saiba classificá-las de acordo com seus tipos. Espera-se, também, que você seja capaz de calcular determinantes de uma matriz quadrada e consiga realizar escalonamentos em uma matriz qualquer e calcular uma matriz inversa. Estes conceitos serão aplicados em várias disciplinas ao longo do curso e ao longo da disciplina de Álgebra Linear e Vetorial e também durante o exercício de sua futura profissão. Bons estudos. Renata Karoline Fernandes Conhecendo matrizes U1 10 Nesta seção, você aprenderá como operar com matrizes e também a respeito da soma, subtração, multiplicação de matrizes por uma constante, multiplicação de matrizes e divisão de matrizes. Essas operações fazem parte do currículo básico do Ensino Médio, sendo assim, tem importância tanto para sua formação quanto para a formação dos estudantes aos quais você ministrará aulas futuramente. A terceira seção dessa unidade é destinada ao estudo de determinantes de matrizes de diferentes ordens. Vamos aprender a operar e calcular determinantes por meio de técnicas específicas, o que nos permitirá resolver determinantes de matrizes com ordem superior a três. Seção 2 | Operações com matrizes Seção 3 | Determinantes de matrizes de diferentes ordens Conhecendo matrizes U1 11 Introdução à unidade É muito comum ver em computadores programas que utilizem planilhas eletrônicas para organizar informações. Algumas dessas planilhas são “tabelas” compostas de certa quantidade de linhas (que são horizontais) e de certa quantidade de colunas (que são verticais). Nós chamamos essas “tabelas” de matrizes. As matrizes são formas para auxiliar na representação de informações, sendo essas informações dados quantitativos.Comumente, para facilitar a realização de cálculos que podem ser complexos, utilizamos matrizes numéricas quadradas ou retangulares. Nós podemos utilizar matrizes em diversas áreas, por exemplo, Engenharia, Física, Computação, Engenharia, entre outras. As matrizes tiveram sua importância dissociada do cálculo de determinantes há pouco mais de 150 anos, porém este conceito já é conhecido desde, aproximadamente, 1826; entretanto, o nome matriz só foi estabelecido em 1850, por James Joseph Sylvester, mas foi Cayley, em 1858, na obra Memoir on the Theory of Matrices, quem divulgou o nome matriz e também iniciou o processo de demonstração de sua utilidade (SILVEIRA, 2014). James Joseph Sylvester utilizou a palavra matriz como sendo o local onde algo se gera ou cria, ou ainda: “[...] um bloco retangular de termos [...], o que não representa um determinante, mas é como se fosse uma MATRIZ a partir da qual podemos formar vários sistemas de determinantes, ou fixar um número p e escolher à vontade p linhas e p colunas [...]” (artigo publicado na Philosophical Magazine, 1850, p. 363-370 apud SILVEIRA, 2014). Somente com Cayley que as matrizes passaram a ter “vida própria” e deixaram de ser apenas um conceito matemático para o cálculo de determinantes. Sabendo da necessidade e importância tanto para a disciplina quanto Conhecendo matrizes U1 12 para a sua formação de aprender a respeito de matrizes, a Unidade 1 desse material está organizada em três seções. Na primeira seção, acontece a apresentação das matrizes, suas propriedades e classificações, tendo como intenção criar uma familiaridade com tais conceitos. Na segunda seção, aprenderemos a realizar operações com matrizes, somas, subtrações, multiplicações de matrizes por um número, que chamamos de constantes, e também matriz por matriz. A última seção é dedicada ao estudo de métodos para a resolução dos importantes determinantes. Aprenderemos a calcular o determinante de matrizes quadradas de qualquer ordem. Desejo a você um bom estudo e que possa aproveitar ao máximo o conteúdo que lhe é fornecido, assim como as dicas de leitura e pesquisa. Conhecendo matrizes U1 13 Uma matriz de ordem m x n é uma tabela numérica composta por m.n elementos. Estes elementos são dispostos em m linhas e n colunas. Por se tratar de linhas e colunas, os números que representam as quantidades de m e n pertencem ao conjunto dos números naturais e são diferentes de zero. A quantidade de linhas (m) e colunas (n) de uma matriz pode ser igual, ou diferente. Em muitos materiais, ao invés de m e n, os índices são representados por i (para a quantidade de linhas) e j (para a quantidade de colunas). Seção 1 Matriz, propriedades e classificações 1.1 Definição de Matrizes As matrizes são utilizadas para organizar dados, de forma que possam ser realizadas determinadas operações com eles. Cada número que compõe uma matriz é chamado de elemento da matriz; as filas horizontais que compõem uma matriz são chamadas de linhas; já as filas verticais são chamadas de colunas. Nós podemos definir uma matriz como: Os conjuntos a seguir são espaços vetoriais se as operações de adição e multiplicação podem ser não usuais. Conhecendo matrizes U1 14 quantidade de colunas.). Vamos ver, no próximo exemplo, como utilizar uma matriz para a representação de dados. Exemplo 2 – Utilização de matrizes para organizar dados O quadro abaixo mostra o consumo mensal de uma família, em quilogramas, de dois alimentos durante quatro meses específicos. Vejamos esse quadro: Como podemos ver pela imagem anterior, os elementos das matrizes podem ser representados dentro de parênteses ou colchetes. As matrizes representadas anteriormente são matrizes de ordem 3, pois têm três linhas e três colunas, mas podemos também dizer que elas são matrizes 3 x 3 (lemos matrizes três por três, sempre o primeiro valor se refere à quantidade de linhas e o segundo valor à Arroz Feijão Janeiro 15 4 Fevereiro 13 5 Março 16 5 Abril 15 6 Vamos ver exemplos de matrizes de diferentes ordens em diferentes situações. Exemplo 1 – Matriz Figura 1.1 - Matriz 3 x 3 Fonte: A autora (2014) Quadro 1.1 - Consumo de alimentos Fonte: A autora (2014) Conhecendo matrizes U1 15 Por meio do Quadro 1.1, podemos, por exemplo, saber quanto de feijão essa família consumiu no mês de março, procurando o número localizado na terceira linha e segunda coluna. Representando essas informações por meio de uma matriz, obtemos: informações por meio de uma matriz, obtemos: [−2 1,5 9 −8 0] Essa é uma matriz do tipo 4 x 2, pois temos quatro linhas e duas colunas. Vamos ver, no próximo exemplo, outros exemplos de matrizes. Exemplo 3: Matrizes a) Essa é uma matriz 2 x 4, pois é composta por 2 linhas e 4 colunas. Essa é uma matriz 1 x 5, pois é composta por 1 linha e 5 colunas. A matriz que é composta por apenas uma linha é chamada de matriz linha. Essa é uma matriz 3 x 1, pois é composta por 3 linhas e 1 coluna. A matriz que é composta apenas por uma coluna é chamada de matriz coluna. Essa é uma matriz 2 x 2, pois é composta por 2 linhas e 2 colunas. Como todos os elementos dessa matriz são zero, chamamos essa matriz de matriz nula. b) c) d) Essa é uma matriz 2 x 4, pois é composta por 2 linhas e 4 colunas. Conhecendo matrizes U1 16 Essa é uma representação genérica para uma matriz de qualquer ordem, em que podemos identificar um elemento de acordo com o local que ocupa na matriz, por exemplo, sabemos que o elemento a_23 ocupa na matriz a segunda linha e a terceira coluna, já o elemento a_31 ocupa a terceira linha e primeira coluna. Vamos ver um exemplo de como estabelecer matrizes utilizando a forma genérica das matrizes. Exemplo 4: Construção de matrizes Construa a matriz B= (b mn )4 x 2, tal que Para construir essa matriz, é necessário verificar em quais locais dela temos m≥n, nesses locais devemos calcular m+n2, e a resposta será o valor do elemento da matriz que ocupa a determinada linha e coluna. Vejamos, então, essa primeira determinação: Existe uma representação genérica para as matrizes com m linhas e n colunas, a qual é a seguinte: )4 x 2, tal que Conhecendo matrizes U1 17 Agora, só falta calcular o valor do único elemento que falta o b_12. Para esse elemento, devemos utilizar a regra m-n, pois m é menor que n. Assim: Sendo assim, nossa matriz B que segue as indicações é: Agora é sua vez! Agora que nós já conhecemos o que são matrizes e como elaborá-las por meio de uma lei de formação, vamos agora aprender classificações para as funções. 1. Qual o resultado da adição do elemento a 12 e a 23 da matriz A = (a mn ) 2x3 tal que a mn =m2-n2. 2. Qual o resultado da soma de todos os elementos que compõem a matriz b = (b mn ) 3x3 tal que b mn = m-n. Conhecendo matrizes U1 18 Matriz quadrada Nós dizemos que uma matriz m x n é quadrada quando m = n, ou seja, a matriz tem a mesma quantidade de linhas e de colunas. As matrizes a seguir são matrizes quadradas. Nas matrizes quadradas de ordem n, os elementos a 11 , a22 , ..., ann formam a diagonal principal da matriz. Nesses elementos o valor de m e n são iguais. Já a outra diagonal é chamada de diagonal secundária. Vamos ver essas diagonais na imagem abaixo. MATRIZ TRIANGULAR Uma matriz triangular é um tipo de matriz em que todos os elementos acima ou abaixo da diagonal principal são nulos. Se os elementos acima da diagonal principal forem nulos, temos o que nós chamamos de matriz triangular inferior; e se os elementos abaixo da diagonal forem nulos, temos o que chamamos de matriz triangular superior. Vamos ver exemplos dessas matrizes na figura 1.3: Matriz quadrada de ordem 2. Matriz quadrada de ordem 3 Matriz quadrada de ordem n. Matriz quadrada de ordem 2. Matriz quadrada de ordem 3 Figura 1.2- Diagonais da matriz Fonte: A autora (2014) Conhecendo matrizes U1 19 Agora que você já refletiu a respeito da questão apresentada anteriormente, podemos discutir a respeito dela. Todas as matrizes triangulares, tanto superiores quanto inferiores, são quadradas, não existem matrizes triangulares sem serem quadradas, mas, como vimos alguns exemplos, nem todas as matrizes quadradas são triangulares. MATRIZ DIAGONAL Diferentemente da matriz triangular em que os elementos acima ou abaixo da diagonal principal são nulos, na matriz diagonal os elementos acima e abaixo são nulos. Vamos ver um exemplo de matriz diagonal na figura abaixo. Figura 1.3 - Matrizes Triangulares Fonte: A autora (2014) Na Figura 1.3, Matrizes Triangulares, os dois exemplos, tanto a matriz triangular inferior quanto a matriz triangular superior, são matrizes quadradas. Será que é possível uma matriz triangular sem ser quadrada? Pense a respeito antes de prosseguir o estudo do nosso material impresso. Figura 1.4 - Matriz Diagonal Fonte: A autora (2014) ( ) 2 0 0 0 0 2 0 0 0 0 9 0 0 0 0 3 Matriz Diagonal Conhecendo matrizes U1 20 Existe um caso especial para a matriz diagonal, que é a matriz identidade. A matriz identidade é uma matriz diagonal em que todos os elementos da diagonal principal são o número um. Vamos ver uma matriz identidade. A matriz identidade é uma matriz quadrada, triangular e diagonal. Vamos aprofundar nosso conhecimento estudando os links abaixo: Agora, vamos estudar uma matriz que será de grande importância para o nosso estudo, a matriz transporta. Figura1.5 - Matriz Identidade Fonte: A autora (2014) Para saber mais a respeito das classificações de matrizes, acesse os seguintes links: <http://educacao.uol.com.br/disciplinas/matematica/matriz-1- definicao-e-classificacao.htm> <http://www.brasilescola.com/matematica/tipos-matrizes.htm>. 3. a) Escreva uma matriz diagonal de ordem 4, em que amn=2m-n quando m = n e 0 quando m é diferente de n. b) Escreva a matriz de ordem 3 que segue Essa matriz pode ser classificada de qual forma? Conhecendo matrizes U1 21 Como vimos, para duas matrizes serem iguais é preciso que os valores de todos os elementos correspondentes sejam iguais, deste modo: MATRIZES IGUAIS Este conceito é bem simples, mas tem utilidade na resolução de diversos exercícios. Nós dizemos que uma matriz é igual a outra se e somente se as matrizes tiverem a mesma quantidade de linhas e colunas e cada um dos elementos da primeira matriz é igual aos elementos da segunda matriz. Vamos ver um exemplo: Exemplo 5: Matrizes Iguais Sejam as matrizes MATRIZES TRANSPOSTAS A matriz transposta da matriz A m x n é indicada por At e essa matriz n x m, pois uma matriz transposta é formada pela inversão das linhas pelas colunas da matriz inicial. Mas o que isso significa? O que significa dizer que a matriz transposta é formada pela inversão da linha pela coluna? Significa que a primeira linha da matriz A é a primeira coluna da matriz At, a segunda linha da matriz A é a segunda coluna da matriz At, e assim por diante. Vamos ver um exemplo de matriz transposta na figura a seguir: s a b e n d o que A = B, então os valores da x, r, y e t valem: Conhecendo matrizes U1 22 Nós utilizaremos a matriz transposta para o cálculo de matrizes inversas. Vamos aprender um pouco mais das matrizes transpostas no nosso Para saber mais. Como você viu nos estudos dos links sugeridos, existem também matrizes opostas e matrizes simétricas. Figura 1.6 - Matriz Transposta Fonte: A autora (2014) Para saber mais a respeito das matrizes inversas, que tal estudar o seguinte material? <http://www.mundoeducacao.com/matematica/matriz-oposta- matriz-transposta.htm> <http://www.colegioweb.com.br/trabalhos-escolares/matematica/ matrizes/matriz-transposta.html> <http://www.alunosonline.com.br/matematica/matriz-transposta- matriz-simetrica.html>. Agora que já conhecemos as classificações das matrizes, vamos, na próxima seção, aprender a operar com elas. O que você compreendeu a respeito das matrizes opostas e simétricas? Conhecendo matrizes U1 23 então A + B e B – A é: Vamos calcular A + B, lembrando que fazemos isso somando cada um dos elementos da primeira matriz com os respectivos elementos na segunda matriz, assim: Sendo assim, Seção 2 Operações com matrizes Vamos aprender agora a respeito das principais operações com matrizes, como realizar essas operações e alguns exemplos. ADIÇÃO E SUBTRAÇÃO DE MATRIZES Para poder somar ou subtrair duas matrizes (ou mais), é necessário que elas tenham dimensões iguais, ou seja, tenham a mesma quantidade de linhas e de colunas. A soma ou subtração de matrizes é obtida por meio da adição ou subtração de cada elemento da primeira matriz com o seu correspondente na outra matriz. Vamos ver um exemplo: Exemplo 1: Adição e subtração de matrizes Seja Conhecendo matrizes U1 24 De modo análogo, realizamos a subtração dessas duas matrizes, deste modo: Sendo assim, Devemos, na operação de subtração, tomar cuidado, com as regras de sinais. Na operação de adição de matrizes, existe uma propriedade, vamos conhecê-la. Vamos pensar agora a respeito dessas propriedades, mas para a operação de subtração. Quando é possível realizar a soma de matrizes, ou seja, as matrizes têm a mesma quantidade de linhas e colunas, a soma apresenta as seguintes propriedades: A + B = B + A (propriedade comutativa) (A + B) + C = A + (B + C) (propriedade associativa) A + 0 = A (elemento neutro, sendo que 0 representa a matriz nula) A + (- A) = 0 (elemento oposto) Conhecendo matrizes U1 25 RESPOSTA: Para resolver essa questão, é necessário calcular o valor de x e de y, para isso, devemos utilizar as informações que temos, assim: Desta informação e do conhecimento a respeito adição com matrizes, podemos obter: Como vimos anteriormente, uma matriz só é igual a outra se todos os elementos forem iguais. Desta informação, concluímos que: Com essa equação calculamos o valor de x, porém poderíamos realizar esse cálculo também com a equação: Vamos ver exemplos de atividades que envolvem as operações de soma e subtração de matrizes. Exemplo 2. Sejam as matrizes e Será que as propriedades que valem para a adição valem também para a subtração de matrizes? sabendo que A + B = Qual é a matriz transposta da matriz A?sabendo que A + B = podemos obter: Como vimos anteriormente, uma matriz só é igual a outra se todos os elementos forem iguais. Não poderia ser diferente, em qualquer uma das equações obtemos o mesmo resultado, ou seja, o mesmo valor para x. Agora, conhecendo o valor dessa incógnita, podemos calcular o valor de y, assim: Conhecendo matrizes U1 26 Desta forma, a matriz A é: Vamos agora realizar algumas atividades a respeito dessas operações. A atividade pede a matriz transposta de A, deste modo: Agora é a sua vez, vamos resolver algumas atividades a respeito da adição e subtração de matrizes. 1. Sabendo que a soma de A + B = e que A = podemos afirmar que a matriz B é: 2. Sendo resolva as operações com matrizes. a) A + B. b) A + C. c) B - D. d) D + B. Sabendo que a soma de A + B = e que A = Sabendo que a soma de A + B = e que A = Vamos agora aprender mais a respeito da multiplicação de matrizes por uma constante. MULTIPLICAÇÃO DE MATRIZES POR CONSTANTES Para realizar a multiplicação de uma matriz por uma constante, ou seja, por um número real, nós precisamos multiplicar cada um dos elementos da matriz por este número. Vejamos exemplos: Conhecendo matrizes U1 27 Exemplo 3. Sendo A = calcule: a) 5.A b) -2.A c) 1/2.A A multiplicação de matrizes por uma constante apresenta algumas propriedades, vamos aprendê-las. Sejam α e β números reais e A e B matrizes de qualquer ordem, temos as seguintespropriedades: (a+ β) A = aA+βA a (A + B) = a A+ a B a(β.A)=(a.β)A Vamos aprender agora a respeito da multiplicação de matriz por matriz. MULTIPLICAÇÃO DE MATRIZES Se a matriz A = (aij)m x n e a matriz B = (bjk)n x p , o produto ou multiplicação de A por B é uma matriz C = (Cik)m x p. Essa afirmação nos mostra que só é possível multiplicar uma matriz por outra matriz se a quantidade de coluna da primeira matriz for igual à quantidade de linhas da segunda matriz. Na sequência, perceberemos essa necessidade nos exemplos. Na multiplicação de duas matrizes A e B, o número de colunas da matriz A deve ser igual ao número de linhas da matriz B, e a matriz C, que é o produto de AB, tem o mesmo número de linhas de A e o mesmo número de colunas de B. Conhecendo matrizes U1 28 Vamos ver alguns exemplos de como realizamos a multiplicações de matrizes. Por meio desses exemplos vamos perceber que o resultado da multiplicação de matrizes NÃO se dá por meio da multiplicação de cada um dos elementos. Exemplo 4. Seja A , a matriz C, que é resultado de A.B, é: Vamos resolver essa multiplicação assim: A multiplicação de matrizes também apresenta algumas propriedades. Figura 1.7 – Multiplicação de matrizes Fonte: A autora (2014) Conhecendo matrizes U1 29 Sejam A, B e C matrizes, sendo que existam soma e produtos entre essas matrizes, valem as seguintes propriedades. (B C) = (A . B) . C -> (PROPRIEDADE ASSOCIATIVA) (B + C ) . A = B . A + C. A -> (PROPRIEDADE DISTRIBUTIVA) A . (B + C) = A. B + A . C -> (PROPRIEDADE DISTRIBUTIVA) Para a multiplicação de matrizes não vale a propriedade comutativa, ou seja, em geral, A . B≠ B . A. Vamos aprender mais a respeito da multiplicação de matrizes no próximo exemplo. Exemplo 5: Determine os valores de x e y para que Para resolver esse exercício, é preciso utilizar os conhecimentos a respeito de multiplicação de matrizes e também de igualdade de matrizes. Sendo assim: seja verdadeira. Para que , que é o resultado de , seja igual a é preciso que: e Conhecendo matrizes U1 30 1. Sendo determine: a) A . B b) B . A Sendo assim, para que é necessário que x =1 e y = 5. Agora é sua vez de praticar essa operação. A resolução dessa atividade confirma que, para a multiplicação de matrizes, a ordem dos fatores altera o produto. Agora que já aprendemos a respeito dessas operações, vamos ver uma maneira de calcular o que chamamos de matriz inversa. MATRIZ INVERSA Quando temos uma matriz quadrada A, de qualquer ordem, ou seja, de ordem n, se X é uma matriz tal que A. X = I, ou seja, uma matriz identidade e X. A = I, dizemos que X é a matriz inversa de A e é indicada por A-1. Vale lembrar que I representa a matriz identidade. Se uma matriz A tem inversa, então dizemos que essa matriz é invisível ou não singular. Agora nós vamos aprender por meio dos próximos exemplos uma forma de resolver e calcular uma matriz inversa para matrizes quadradas de ordem 2 ou 3, mas na próxima seção aprenderemos outro método para o cálculo de matrizes, por meio do uso de determinantes. Sendo assim, para que é necessário que x =1 e Sendo determine: Conhecendo matrizes U1 31 Resolvendo a multiplicação, obtemos: Dessas igualdades obtemos: Organizando essas informações na matriz, obtemos: Exemplo 7. Se a matriz A = então vale: Para resolver essa questão, é preciso calcular inicialmente a matriz inversa da matriz A e depois calcular a transposta dessa matriz e, na sequência, multiplicar pela matriz A, sendo assim: Exemplo 6. Seja a matriz A = podemos calcular sua inversa por meio da informação que A . A-1 = I, sendo assim: Conhecendo matrizes U1 32 A matriz transposta de A-1 é: Agora que calculamos a matriz podemos realizar a multiplicação de assim: Sendo assim, matriz podemos realizar a multiplicação de assim:matriz podemos realizar a multiplicação de assim:matriz podemos realizar a multiplicação de assim:matriz podemos realizar a multiplicação de assim: Cálculo da Inversa: Essa igualdade de matrizes implica que: Organizando os dados na matriz , obtemos , sendo assim, A-1= Conhecendo matrizes U1 33 Vamos encerrar a nossa unidade com uma questão para refletir. Agora que já aprendemos a respeito das operações com matrizes, vamos aprender na próxima seção a calcular o determinante de matrizes. 1. Calcule a matriz inversa das matrizes que seguem: Para aprofundar seu conhecimento a respeito de operações com matrizes, acesse: <http://www.somatematica.com.br/emedio/matrizes/matrizes.php> <http://www.somatematica.com.br/emedio/matrizes/matrizes2.php> <http://www.somatematica.com.br/emedio/matrizes/matrizes3.php> <http://www.somatematica.com.br/emedio/matrizes/matrizes4.php>. Como vimos, na multiplicação de matrizes a ordem dos fatores altera o produto, ou seja, se A e B forem matrizes e exista as multiplicações A . B e B . A, o resultado dessas multiplicações será diferente. Pense a respeito das operações de matrizes. Conhecendo matrizes U1 34 Conhecendo matrizes U1 35 Seção 3 Determinantes de matrizes de diferentes ordens O cálculo de determinantes de funções é de grande importância para a resolução de sistemas lineares, assunto da Unidade 2 deste material. Os dois principais nomes associados ao desenvolvimento do estudo dos determinantes de matrizes são Augustin – Louis Cauchy e Carl Gustav Jacobi. 3.1 Determinantes O estudo dos determinantes é de grande importância. Uma das formas de resolver sistemas de equações, assunto de nossa próxima unidade é por meio da utilização desses determinantes. Os primeiros indícios de noções de determinantes já eram conhecidas por volta de 250 a.C., mas apenas por volta do século XVII que surgiram trabalhos matemáticos dos importantes matemáticos Gottfried Wilhelm Leibniz e Gabriel Cramer. Cramer desenvolveu um método muito utilizado até os dias de hoje para resolver sistemas de equações por meio de determinantes. Foi no século XIX que os determinantes começaram a ser sistematizados e outros matemáticos também contribuíram para que houvesse essa sistematização, sendo esses Augustin Louis Cauchy e Carl Gustav Jacobi, porém estes matemáticos citados não são os únicos. A notação que utilizamos para indicar o determinante de uma matriz quadrada B é dado por detB, como vemos no exemplo de uma matriz quadrada de ordem 3: quadrada B é dado por detB, como vemos no exemplo de uma matriz quadrada de ordem 3: Conhecendo matrizes U1 36 Perceba que o determinante não é escrito entre parênteses ou colchetes, ele é escrito entre barras, semelhantes às utilizadas para indicar o módulo de um número, porém a barra utilizada nos determinantes não tem relação com o módulo. Agora que já sabemos um pouco da história dos determinantes, vamos conhecer os determinantes de matrizes de ordens diferentes. Determinantes de uma matriz de ordem 1 O determinante de uma matriz de ordem 1, ou seja, uma matriz do tipo é o próprio elemento a 11 . Vejamos alguns exemplos: Exemplo 1. Vamos aprender agora a respeito de determinantes de matrizes de ordem 2. Determinantes de uma matriz de ordem 2 Para calcular o valor do determinante de uma matriz de ordem 2, é necessário multiplicar os valores dos elementos da diagonal principal e multiplicar os valores dos elementos da diagonal secundária; na sequência, realizar a subtração do resultado obtido na multiplicação da diagonal principal pelo resultado obtido na multiplicação da diagonal secundária. Vamos ver um exemplo de como realizar essas operações passo a passo na figura abaixo. é o próprio elemento Vamos aprender agora a respeito de determinantes de matrizes de ordem 2. Figura 1.8 - Determinante de matrizes de ordem 2 Fonte: A autora (2014) Conhecendo matrizes U1 37 Como podemos ver na Figura 1.8, no caso da matriz genérica, a multiplicação dos elementos da diagonalprincipal é igual a a 11 a 22 e a multiplicação dos elementos da diagonal secundária é a 12 a 21 . Para calcular o determinante da matriz A, é necessário realizar a subtração do resultado obtido na diagonal principal menos a matriz secundária. Vamos ver alguns exemplos na sequência. Exemplo 2: Calcule os determinantes das matrizes de ordem 2, que segue: Resolução dos exemplos. Perceba que para resolver esse determinante nós realizamos a subtração do resultado das multiplicações dos elementos da diagonal principal pelo resultado da multiplicação dos elementos da diagonal secundária. Tome cuidado com a regra de sinal. A matriz E dos nossos exemplos é uma matriz que envolve incógnita, porém, como não existe uma igualdade ou algo que possibilite definir o valor de x e y, apenas realizamos um cálculo literal, como veremos na sequência. Conhecendo matrizes U1 38 Agora que já temos mais familiaridade com o cálculo de determinantes de matrizes de ordem 2, vamos resolver um exemplo que envolva outros conceitos já estudados. Exemplo 3. Seja calcule: Resolução dos exemplos: Para resolver o item a, é necessário, inicialmente, calcular A . B e, na sequência, calcular o determinando da matriz resultante, assim: Agora que calculamos o valor de A . B, podemos calcular o determinante dessa matriz, logo: Para resolver o item b, é necessário, inicialmente, calcular o determinante de A, depois o de B e o de C e, na sequência, multiplicar os três valores obtidos, deste modo: Para resolver o item c, devemos calcular a matriz transposta de B e, na sequência, calcular o determinante, deste modo: dessa matriz, logo: Multiplicando Conhecendo matrizes U1 39 Agora, calculando o determinante da matriz transposta, temos: Se repararmos no determinante da matriz B calculado anteriormente, veremos que o determinante de uma matriz é igual ao determinante dessa matriz transposta. Sempre o determinante de uma matriz é igual ao determinante da sua transposta, logo: detA= detAt Vamos pensar a respeito dessa igualdade. Para resolver o item d, é necessário multiplicar a matriz A por 3 e depois calcular o determinante dessa nova matriz, logo: Calculando o determinante, obtemos: Exemplo 4: Calcule o valor da incógnita em cada uma das equações. Procure explicar o(s) motivo(s) pelo(s) qual(is) a igualdade detA= detAt é verdadeira. Conhecendo matrizes U1 40 Para obter o resultado do item a é necessário calcular o determinante e resolver a equação resultante. Sabemos que estamos lidando com determinantes, pois aparece a seguinte notação | |. Desta forma, podemos resolver o item a da seguinte forma: Ainda, da igualdade obtemos: Então: Para resolver o item b, é necessário calcular os dois determinantes, somar os resultados e igualá-lo a 4, assim: Somando os determinantes e igualando a 4, obtemos: Agora é sua vez de praticar e resolver determinantes de matrizes quadradas de ordem 2. Conhecendo matrizes U1 41 Vamos agora estudar os determinantes de matrizes de ordem 3. DETERMINANTES DE UMA MATRIZ DE ORDEM 3 Vamos aprender um método para realizar o cálculo do determinante de matrizes de ordem 3, a Regra de Sarrus. Seja podemos obter o detA por meio do seguinte cálculo: De acordo com essa regra (a Regra de Sarrus), para resolver um determinante de ordem 3 é preciso repetir a 1ª e a 2ª coluna à direita da matriz e efetuar as multiplicações, conforme evidenciada na figura abaixo. 1. Sendo calcule o valor de Sendo calcule o De acordo com essa regra (a Regra de Sarrus), para De acordo com essa regra (a Regra de Sarrus), para resolver um determinante de ordem 3 é preciso repetir a 1ª e a 2ª coluna De acordo com essa regra (a Regra de Sarrus), para De acordo com essa regra (a Regra de Sarrus), para resolver um determinante de ordem 3 é preciso repetir a 1ª e a 2ª coluna De acordo com essa regra (a Regra de Sarrus), para De acordo com essa regra (a Regra de Sarrus), para resolver um determinante de ordem 3 é preciso repetir a 1ª e a 2ª coluna De acordo com essa regra (a Regra de Sarrus), para Seja podemos obter o detA por meio do seguinte Figura 1.9 - Regra de Sarrus Fonte: Ribeiro (2007, p. 334) Conhecendo matrizes U1 42 Como vimos na figura anterior, as multiplicações feitas da esquerda para a direita mantêm os sinais e as multiplicações feitas da direita para a esquerda têm seus resultados multiplicados por menos um, assim, os números se mantêm, porém os sinais são trocados. Vamos ver outra forma para resolver o determinante de matrizes de ordem 3. Utilizando a ordem de multiplicação exposta na figura, também calculamos o determinante de uma matriz de ordem 3, porém temos que tomar cuidado com os sinais. Vejamos alguns exemplos: Exemplo 5: Calcule o determinante da matriz Inicialmente, vamos resolver esse determinante por meio da Regra de Sarrus. Para isso devemos repetir as duas primeiras colunar e realizar as multiplicações. Figura 1.10 - Cálculo de determinantes de matrizes de ordem 3 Fonte: Ribeiro (2007, p. 334) Conhecendo matrizes U1 43 Após realizar as multiplicações, devemos lembrar que algumas das multiplicações devem ser multiplicadas por menos 1. No caso do nosso exemplo, multiplicaremos por menos um as multiplicações 0 . 5 . (-2); 6 . 2 . 1 e 0 . (-1) . 4. Assim, obtemos: Exemplo 6. Calcule o determinante da matriz Calculando esse determinante pela Regra de Sarrus, obtemos: Figura 1.11 - Resolução do cálculo de determinantes Fonte: A autora (2014) Conhecendo matrizes U1 44 1. Considere as matrizes em que x é um número real. Sabendo que o determinante da matriz B . C é igual a 10, qual o valor de x? Para saber mais a respeito do cálculo de determinantes de ordem 3, acesse o link sugerido. <http://www.ptmat.fc.ul.pt/~matjoao/acetatoregrasdetordem3.pdf>. Seja A uma matriz de ordem maior ou igual a 2, chamamos de cofator do elemento a ij o seguinte produto: C ij =(-1)i+j.D ij Nesse produto, D ij é o determinante que se obtém da matriz A eliminando sua i-ésima Lina e j-ésima coluna. Agora é sua vez de praticar. Vamos aprender agora a respeito dos determinantes de matrizes de ordem superior a 2. DETERMINANTES DE UMA MATRIZ DE ORDEM N Vamos agora estudar o Teorema de Laplace. Este teorema apresenta uma regra prática para calcular determinantes de matrizes de ordem maior que 2. Porém, para estudar este teorema, precisamos aprender o que é o cofator de uma matriz. Considere as matrizes Conhecendo matrizes U1 45 Para compreender um mais o cálculo de um cofator, vamos ver exemplos. Exemplo 7: Seja a matriz , vamos obter o cofator do elementos a 11 e a 32 . Para calcular o cofator do elemento a 11 , é necessário calcular o determinante da matriz que se forma ao retirarmos a linha 1 e a coluna 1 (pois queremos o cofator do elemento que está localizado na primeira linha e primeira coluna). Logo: Deste modo, o cofator será: a 11 =(-1)2.8=1.8=8. Sendo assim, podemos afirmar que cofator do elemento a 11 vale 8. Para calcular o cofator do elemento a32 , é necessário calcular o determinante da matriz que se forma ao retirarmos a linha 3 e a coluna 2 (pois queremos o cofator do elemento que está localizado na terceira linha e segunda coluna). Logo: Deste modo, o cofator será: a 32 =(-1)5.0=-1.0=0. Sendo assim, podemos afirmar que cofator do elemento a 32 vale 0. Exemplo 8: Vamos determinar o cofator do elemento b 24 da matriz: Para calcular o cofator do elemento b 24 , é necessário calcular o determinante da matriz que se forma ao retirarmos a linha 2 e a coluna 4 (pois queremos o cofator do elemento que está localizado na segunda linha e quarta coluna). Logo: Seja a matriz , vamos obter o cofator Conhecendo matrizes U1 46 Deste modo, o cofator será: Sendo assim, podemos afirmarque cofator do elemento b 24 vale -32. Nós estudamos o cofator de um elemento, pois, para calcular o determinante de uma matriz de ordem maior que 2 por meio do teorema de Laplace, iremos utilizá-lo. O Teorema de Laplace oferece uma forma prática para calcular determinantes de ordem superior a dois, e podemos realizar esse cálculo adicionando os produtos dos elementos de uma linha ou coluna qualquer pelos correspondentes cofatores desses elementos. Vamos ver como realizar isso na figura abaixo: Vale lembrar que a segunda linha foi escolhida, mas poderia ser qualquer uma das linhas ou então das colunas. Vamos ver um exemplo para deixar esse conteúdo mais claro. Exemplo 9: Utilizando o teorema de Laplace, calcule o determinante da matriz A= Deste modo, o cofator será: Exemplo 9: Utilizando o teorema de Laplace, calcule o determinante da matriz A= Figura 1.12 - Teorema de Laplace Fonte: Ribeiro (2007, p. 337) Conhecendo matrizes U1 47 Visto que, para utilizar o Teorema de Laplace, necessitamos multiplicar o elemento pelo seu cofator e podemos escolher qualquer linha ou coluna para calcular o determinante, então, é preferível escolher a linha ou coluna que tenha mais zeros, pois como, ao multiplicar o cofator por zero, o resultado será zero, deixará de ser necessário o cálculo do cofator dos elementos nulos. Por conveniência, escolherei a segunda coluna para calcular o determinante, assim: Para isso, calcularemos o cofator do elemento a 12 e a 22 , pois o a 32 é zero. Logo: O cofator do elemento Agora que já calculamos os cofatores, podemos utilizar a Regra de Laplace. Sendo assim, o determinante da matriz A é igual a 42. Vale ressaltar que esse resultado seria obtido se escolhêssemos qualquer linha ou qualquer coluna, e também poderíamos utilizar para essa matriz que tem ordem 3 as regras apresentadas anteriormente. Vamos aprender mais a respeito do Teorema de Laplace, bem como outros teoremas relacionados a matrizes no nosso próximo Para saber mais. Conhecendo matrizes U1 48 Nos links abaixo, você pode aprender mais e conhecer outros exemplos da utilização do Teorema de Laplace para a resolução de determinante de matrizes. <http://www.somatematica.com.br/emedio/determinantes/ determinantes4.php> <http://www.somatematica.com.br/emedio/determinantes/ determinantes5.php> <http://tudodeconcursosevestibulares.blogspot.com.br/2012/11/ determinantes-propriedades.html>. Vamos, agora, fazer uma atividade para praticar. Com isso encerramos os conteúdos dessa unidade. Na próxima, aplicaremos esses conceitos em resolução de atividades de sistemas lineares. Para treinar e consolidar sua aprendizagem, vamos resolver algumas atividades na sequência. 1. Seja A= , aplique o Teorema de Laplace e calcule seu determinante. Seja A= , aplique o Teorema de Laplace e Conhecendo matrizes U1 49 Nessa unidade, você aprendeu: - O que é uma matriz e como utilizá-la para organizar dados. - Aprendeu as classifi cações das matrizes. - As operações de soma e subtração de matrizes só podem ser feitas se as matrizes envolvidas tiverem a mesma ordem. - Na multiplicação de matrizes, a ordem das parcelas altera o resultado. - Só podemos realizar multiplicação das matrizes A e B se a quantidade de colunas da matriz A for igual à quantidade de linhas da matriz B. - Ao multiplicar uma matriz pela sua inversa, obtém-se a matriz identidade. - Os determinantes são utilizados na resolução de sistemas de equações. - Existem determinantes apenas de matrizes quadradas. - A forma de resolver um determinante de matriz está relacionada à ordem dessa matriz. - Existe um teorema para resolver determinantes de ordem maior ou igual a 2, o Teorema de Laplace. Conhecendo matrizes U1 50 Esta unidade foi elaborada com a intenção de que por meio dela você fosse conduzido no processo de construção do conhecimento a respeito de matrizes, suas operações, características, propriedades, bem como métodos distintos para o cálculo de determinantes de matrizes, e para a resolução de problemas que envolvem esses assuntos. Espero que você tenha compreendido esses conteúdos importantes e de grande aplicação em diversas áreas, como Física, Computação, Engenharia e, logicamente, para a própria Matemática. Os conteúdos tratados nessa unidade fazem parte dos conteúdos do currículo do Ensino Médio. Para que você possa se aprofundar nos conteúdos apresentados, sugiro que faça as leituras dos sites ou livros que foram indicados nas dicas de leitura, assim como pense e busque uma resposta para as questões de refl exão. Faça todas as atividades de aprendizagem tanto da seção quanto da unidade, inicialmente sem olhar as respostas e, na sequência, verifi que se sua resposta está em concordância com a resposta sugerida. Anseio que tenha tido bons estudos e uma boa compreensão dos conceitos que estudamos nessa unidade e desejo que continue realizando bons estudos nas próximas unidades desse livro. 1. Dada a matriz podemos afirmar que a matriz A.At pode ser classificado como: a) Matriz linha. b) Matriz coluna. c) Matriz simétrica. Dada a matriz podemos afirmar que a d) Matriz Identidade. e) Matriz Inversa. Conhecendo matrizes U1 51 2. Dadas as matrizes A= Qual matriz X tal que a igualdade X.A=B é verdadeira? 3. Uma matriz C = [232 165 111 182] consta o consumo mensal de água em m3 em uma residência nos quatro primeiros meses do ano. Sabendo que a empresa que fornece água cobra R$1,20 por m3, determine a matriz que apresenta o valor gasto em reais da conta de água dessa residência. 4. Sendo tal que M = A. B, os valores de x e y podem ser obtidos por meio de qual sistema de equações? 5. Dada as matrizes vale: Dadas as matrizes A= Qual matriz X tal que a) 110. b) 140. c) 170. d) 200. e) 230. U1 52 Conhecendo matrizes Referências RIBEIRO, J. Matemática: ciência e linguagem. São Paulo: Scipione, 2007. SILVEIRA, J. F. Porto das Matrizes. Disponível em: <http://www.mat.ufrgs.br/~portosil/passa3b.html>. Acesso em: 03 nov. 2014. Unidade 2 SISTEMAS LINEARES E SUA RELAÇÃO COM MATRIZES Na seção 1 dessa unidade você vai aprender como realizar o cálculo de matrizes inversas de ordem superior à ordem 2, com o auxílio dos determinantes. Objetiva-se também que você seja capaz de realizar o escalonamento de matrizes de diferentes ordens. Na unidade anterior desse material impresso, vimos como calcular a matriz inversa de matrizes 2x2, mas com o escalonamento e com técnicas específicas é possível determinar a inversa de uma matriz de qualquer ordem. Seção 1 | Matrizes inversas e escalonamento de matrizes Objetivos de aprendizagem: Essa unidade tem por objetivo te auxiliar no processo de aprendizagem a respeito do cálculo de matrizes inversas com a utilização de determinantes, escalonamentos de matrizes, a relação existente entre matrizes e sistemas lineares, regras distintas para a resolução de sistemas lineares e classificação desses sistemas com relação à quantidade de soluções possíveis ou não. Ao longo dessa unidade, aprenderemos conceitos matemáticos muito importantes. A maioria desses conteúdos é ensinada no 2º ano do Ensino Médio e o estudo deles contribuirão para o processo de sua formação como futuro(a) professor(a). Os conceitos e conteúdos aprendidos nessa unidade são aplicáveis em diversas áreas dentro e fora da própria Matemática, sendo eles indispensáveis para uma boa aprendizagem dos demais conteúdos dessa disciplina, ou seja, da Álgebra Linear e Vetorial. Bons estudos! Renata Karoline Fernandes Sistemas lineares e sua relação com matrizes U2 54 Nesta seção, vamos aprender como resolver alguns tipos de sistemas lineares, mesmo que eles tenham mais de duas equações e duas incógnitas. Será nessa unidade que você vai aprender a relação existente entre as matrizes e os sistemas linearese ainda como utilizar matrizes para auxiliar na resolução de sistemas lineares. Nessa seção aprenderemos métodos diferentes para realizar o cálculo e, portanto, a resolução de sistemas lineares de equações, bem como conhecer e aprender as possíveis classificações com relação à quantidade de resoluções possíveis. Um sistema linear pode ser classificado de acordo com sua(s) solução(ões), então vamos aprender essas classificações na seção 3 da unidade. Seção 2 | Métodos para resolver sistemas lineares e relação de sistemas lineares com matrizes Seção 3 | Resolução de sistemas lineares e classificações Sistemas lineares e sua relação com matrizes Sistemas lineares e sua relação com matrizes U2 55 Introdução à unidade Algumas situações reais podem ser representadas como o que, matematicamente, chamamos de sistemas de equações. Esses sistemas de equações são úteis para descrever problemas em que temos mais de uma informação a respeito de mais de uma variável. Os chineses têm grande participação no estudo dos sistemas de equações devido ao interesse que eles apresentavam por diagramas. Eles representavam os sistemas lineares escrevendo-os com barras de bambu em quadrados de um tabuleiro, evidenciando os coeficientes. Foram eles que descobriram o método de resolução de sistemas por meio da eliminação. Aprenderemos esse método ao longo dessa unidade, mas de forma geral ele consiste em anular coeficientes por meio das operações elementares. Esse procedimento de anular os coeficientes por meio de operações elementares tem seus primeiros indícios por volta de 110 a.C., mas demorou mais de 1700 anos a partir dessa data para iniciar o estudo da relação entre os determinantes e a resolução de sistemas lineares. Por volta de 1750, desenvolveu-se o que chamamos de Regra de Cramer para resolver sistemas de equações com n incógnitas e n equações; depois disso, outros métodos foram sendo desenvolvidos. A relação entre determinantes e os sistemas lineares foi há muito tempo percebida e nessa unidade aprenderemos o modo de realizar uma associação entre estes dois assuntos a fim de determinar o valor das variáveis envolvidas. Sabendo da necessidade e importância tanto para a disciplina quanto para a sua formação de aprender a respeito de matrizes e sistemas lineares, a Unidade 2 desse material está organizada em três seções. A primeira seção trata do cálculo de matrizes inversas por meio da utilização de determinantes. Na segunda seção, será discutida a relação entre matrizes e sistemas de equações e também aprenderemos um conceito de grande aplicação, chamado de escalonamento de matrizes. Sistemas lineares e sua relação com matrizes U2 56 A última seção é dedicada ao estudo de métodos para a resolução de sistemas lineares. Desejo a você um bom estudo e que possa aproveitar ao máximo o conteúdo que lhe é fornecido, assim como as dicas de leitura e pesquisa. Sistemas lineares e sua relação com matrizes Sistemas lineares e sua relação com matrizes U2 57 Seção 1 Matrizes inversas e escalonamento de matrizes Nesta seção, vamos aprender mais a respeito das matrizes inversas, mas, como você deve ter percebido, na unidade anterior nós estudamos matrizes inversas de ordem 2, porém nessa seção vamos aprender a calcular as matrizes inversas de ordem superior a dois por métodos diferentes. 1.1 Matrizes inversas Escalonamento de matrizes A partir de agora, aprenderemos a respeito de escalonamento de matrizes. O método do escalonamento é um método de eliminação desenvolvido por Gauss, sendo um dos mais utilizados para a resolução de sistemas lineares, os quais estudaremos na sequência. O método de Gauss, em uma versão adaptada, denominada de Eliminação de Gauss-Jordan, é um dos mais utilizados para calcular matrizes inversas, mas ele não é utilizado apenas para resolver sistemas lineares e inverter matrizes, é utilizado também para calcular determinantes, transformações lineares e estudo de espaços gerados. Para aplicar o método de Gauss, chamado a partir de agora apenas de escalonamento, é necessário aplicando uma sequência de operações elementares para organizar a matriz de forma desejável. Tais operações não alteram quando a matriz está associada a um sistema, à solução do sistema. Vamos aprender agora quais são as operações que podemos realizar na intenção de escalonar matrizes: Sistemas lineares e sua relação com matrizes U2 58 As operações elementares que podem ser utilizadas para realizar o escalonamento de uma matriz são: SOMAR MÚLTIPLO DE UMA LINHA A OUTRA LINHA: isso significa que é possível somar múltiplo de uma linha inteira em outra linha. TROCAR LINHAS DE LOCAL: podemos, para escalonar uma matriz, trocar as posições das linhas. MULTIPLICAR UMA LINHA POR UM NÚMERO NÃO NULO: podemos multiplicar as linhas por qualquer número real diferente de zero, sem nenhum prejuízo. A última operação não é necessária na aplicação da eliminação de Gauss, mas é precisa na de Gauss-Jordan. Vamos ver exemplos de como calcular a inversa de matrizes utilizando o escalonamento. Exemplo: Calcule a matriz inversa por meio do escalonamento da matriz Nem todas as matrizes têm inversa, somente aquelas cujos determinantes são diferentes de zero. Então, se queremos calcular a matriz A-1, devemos calcular o determinante dessa matriz para assim verificar se a matriz A possui inversa, sendo assim, utilizando a Regra de Sarrus, obtemos: Como o determinante dessa matriz é -3, ou seja, diferente de zero, podemos calcular a inversa dela. Para calcular a inversa de uma matriz por meio do escalonamento, devemos copiar uma ao lado da outra, a matriz A, que queremos inverter, e a matriz identidade, e realizar as três operações elementares apresentadas anteriormente até que a matriz A se torne a matriz identidade. Como faremos as mesmas operações nas linhas da matriz A e da matriz identidade, Como o determinante dessa matriz é -3, ou seja, diferente de zero, Sistemas lineares e sua relação com matrizes Sistemas lineares e sua relação com matrizes U2 59 quando conseguimos escrever A como sendo a identidade, a matriz que era a identidade será a matriz A-1. Vejamos isso na nossa matriz A. Chamamos de B a matriz A e a matriz identidade, utilizamos uma barra para separar as duas matrizes. Agora, operaremos com as duas matrizes, na intenção de deixar a matriz A escrita como matriz identidade. Para facilitar a compreensão, faremos cada passo um a um e escreveremos cada uma das etapas. Como no nosso exemplo a diagonal principal já tem todos os elementos iguais a um, nós precisamos tornar zero os outros elementos. Nossa primeira etapa será trocar a linha três, que chamaremos de L 3 , por L 3 + L 1 (linha 1). Realizando L 3 + L 1 , temos:-1 2 1+1 2 0 = 0 4 1. O mesmo que foi feito na antiga matriz A devemos fazer na antiga matriz identidade, e então: L 3 + L 1 = 1 0 0 + 0 0 1 = 1 0 1 Faremos agora a troca de L 1 por L 1 – 2L 2 para zerar o elemento a 22 , assim: L 1 – 2L 2 = 1 2 0 -0 -2 -2 = 1 0 -2; o mesmo realizaremos em = 1 0 0 -0 -2 0 = 1 - 2 0. Realizando as substituições: Podemos agora substituir a linha L 3 por L 3 -4L 2 , ou seja, L 3 – 4L 2 = 0 4 1 -0 -4 -4 = 0 0 -3 e também 1 0 1 -0 -4 -0 = 1 -4 1. Realizando a substituição: Sistemas lineares e sua relação com matrizes U2 60 Podemos agora substituir L 1 por 3L 1 – 2L 3 realizando essa operação: 3L 1 – 2L 3 = 3 0 -6 -0 -0 -6 = 3 0 0; e ainda: 3 -6 0 -2 8 -2 = 1 2 -2. Realizando as substituições: Substituiremos agora L 2 por 3L 2 +L 3 , realizando essa operação obtemos: 3L 2 + L 3 = 0 3 3 + 0 0 -3 = 0 3 0; e ainda: 0 3 0 +1 -4 1 = 1 -1 1. Realizando as substituições: Agora, multiplicaremos a L 1 e L 2 por 1/3 e a L 3 por -1/3; após as multiplicações, trocaremos L 1 por 1L 1 /3, L 2 por 1L 2 /3 e L 3 por -1L 3 /3, assim: Realizando as substituições: Perceba que apenasutilizando as operações apresentadas anteriormente conseguimos escrever a matriz A como sendo uma matriz identidade; e após as mesmas manipulações, a matriz que estava à direita e era a matriz identidade passou a ser escrita como Realizando as substituições: Sistemas lineares e sua relação com matrizes Sistemas lineares e sua relação com matrizes U2 61 Essa matriz é a matriz inversa de A, logo: Vamos a mais um exemplo. Nesse exemplo começaremos a utilizar uma notação característica do escalonamento, que é, por exemplo, L 1 →L 1 -L 2 , isso significa que a linha um L 1 será substituída pelo resultado da linha um menos linha dois (L 1 -L 2 ). Cabe lembrar que não podemos, por exemplo, realizar L 1 →L 3 -L 2 , só substituímos uma linha por essa mesma linha operada com outra, ou operada com uma linha múltipla de outra. Exemplo: Calcule a matriz inversa por meio do escalonamento da matriz Após realizar a verificação que o determinante dessa matriz é diferente de zero, podemos realizar o escalonamento para poder determinar a matriz inversa, assim: Podemos chamar essa matriz de matriz aumentada. Num primeiro momento, precisamos fazer com que os elementos abaixo da diagonal principal sejam zero. Podemos realizar isso com as seguintes operações: L 2 →L 2 -L 1 e L 3 →L 3 -L 1 , assim, L 2 -L 1 = (1 1 0|0 1 0) - (1 1 1|1 0 0 )= 0 -1| -1 1 0) e L 3 -L 1 = (1 0 1|0 0 1) - (1 1 1|1 0 0)= -1 0|-1 0 1) realizando as substituições: Vamos a mais um exemplo. Nesse exemplo começaremos a utilizar uma Sistemas lineares e sua relação com matrizes U2 62 Agora podemos trocar a ordem das linhas L 2 e L 3 , assim: Precisamos anular o termo a 12 e para isso trocamos L 1 →L 1 +L 2 , assim, L 1 +L 2 = (1 1 1|1 0 0) + 0 -1 0|-1 0 1) = (1 0 1|0 0 1), temos: Podemos fazer um processo análogo para que o elemento a 13 se torne zero trocando a linha L 1 por L 1 →L 1 +L 3 , assim, L 1 +L 3 = (1 0 1|0 0 1) + (0 0 -1|-1 1 0)= (1 0 0|-1 1 1), temos: Agora a matriz já foi diagonalizada e devemos apenas multiplicar por menos 1 a segunda e a terceira linha, obtendo assim: Deste modo, a matriz inversa de A é: Vamos realizar a multiplicação de matrizes e verificar se chegamos ao resultado correto. Vale relembrar que a multiplicação de uma matriz por sua inversa tem como resposta a matriz identidade. Sistemas lineares e sua relação com matrizes Sistemas lineares e sua relação com matrizes U2 63 Vamos à nossa multiplicação: Esses exemplos resolvidos a respeito de escalonamento e outros exemplos podem ser encontrados no link do nosso Saiba mais. Vamos colocar em prática o que aprendemos resolvendo uma atividade. Existem outros métodos para resolver o cálculo de uma matriz inversa sem a necessidade da utilização do escalonamento. Vamos aprendê-los! Vamos à nossa multiplicação: Como podemos observar, realmente a matriz inversa da matriz Como podemos observar, realmente a matriz 1. Calcule por meio do escalonamento a inversa da matriz Calcule por meio do escalonamento a inversa da Sistemas lineares e sua relação com matrizes U2 64 Cálculo de matrizes inversas por meio de determinantes Para calcular a inversa de uma matriz por meio da utilização de determinantes, nós precisamos calcular o que chamamos de matriz adjunta. A matriz adjunta de uma matriz A quadrada de ordem n é denotada por adj(A) e é a composta da matriz dos cofatores de A. Vamos ver alguns exemplos. Exemplo: Considerando a matriz A= , calcule a matriz adj(A). Para calcular a matriz adj(A), é necessário calcular o cofator de cada uma dos elementos. Nós aprendemos na unidade anterior que: Seja A uma matriz quadrada de ordem n, a matriz adjunta de A, que é representada por adj(A), é a transposta da matriz dos cofatores de A, isto é: Seja A uma matriz de ordem maior ou igual a 2, chamamos de cofator do elemento a ij o seguinte produto: Nesse produto, D ij é o determinante que se obtém da matriz A, eliminando sua i-ésima linha e j-ésima coluna. Adj(A) = cof(A)t C ij =(-1)(i+j).Dij Vamos então realizar os cálculos dos cofatores. Após calcular os cofatores, podemos elaborar a matriz cof(A), ou seja: Sistemas lineares e sua relação com matrizes Sistemas lineares e sua relação com matrizes U2 65 Tendo a matriz dos cofatores, podemos estabelecer a matriz adj(A), que será a transposta da matriz dos cofatores, ou seja: Realizando esse procedimento, definimos a matriz adj(A). Exemplo: Sendo determine a matriz adj(B). Novamente, para calcular a matriz adj(B) é necessário definir a matriz cof(B). Assim: Agora que calculamos os cofatores, podemos definir a matriz cof(B), sendo ela: Agora, calculando a matriz transposta de cof(B), obtemos a matriz adj(B), logo: Sistemas lineares e sua relação com matrizes U2 66 Estamos aprendendo a calcular a matriz adjunta, pois ela será necessária para o processo do cálculo da inversa de matrizes sem a utilização do escalonamento. Vamos aprender mais? Agora que nós já aprendemos a calcular matrizes adjuntas, podemos voltar a pensar nos cálculos de matrizes inversas utilizando o determinante. 1. Calcule a matriz adjunta de Para aprender mais a respeito das matrizes adjuntas, acesse: <http://www.uel.br/projetos/matessencial/superior/alinear/adjunta. htm>. A matriz inversa pode ser calculada por meio da aplicação da seguinte fórmula: A-1=1/|A| .adj(A) Lembre-se que |A| é o valor do determinante da matriz A! Vamos calcular a matriz inversa da matriz com a utilização do determinante dela, usando A-1=1/|A| .adj(A) A primeira coisa que devemos fazer é calcular o det(A), sendo esse: Sistemas lineares e sua relação com matrizes Sistemas lineares e sua relação com matrizes U2 67 Agora, temos que calcular a matriz adj(A) e para isso calcular a matriz dos cofatores e sua transposta. Os cofatores dessa matriz podem ser calculados como: Após a realização desses, temos que a matriz dos cofatores é: Calculando a transposta da matriz cof(A), definimos a matriz adjunta de A, que será utilizada para o cálculo da inversa, deste modo: Perceba que, nesse caso, a matriz transposta da matriz cof(A) é igual à própria matriz, mas isso não acontece sempre. Agora, podemos calcular a matriz inversa, assim: Volte algumas páginas e verifique que, calculando a inversa, tanto por escalonamento quanto com auxílio do determinante, obtemos o mesmo resultado, isso se deve porque as matrizes possuem inversa, a qual é única, e você não deve esquecer que uma matriz só tem inversa se o seu determinante for diferente de zero. Vamos a mais um exemplo. Exemplo: Calcule a inversa da matriz Sistemas lineares e sua relação com matrizes U2 68 O Brasil tem escassez de recursos naturais e econômicos? Por que tantas desigualdades? Vamos pensar agora a respeito do processo de ensino e de aprendizagem. Agora que nós já aprendemos mais a respeito das matrizes inversas, aprenderemos na próxima seção métodos para resolver sistemas lineares e relação de sistemas lineares com matrizes. 1. Calcule a inversa da matriz por meio do cálculo de determinantes. O valor de det(B) é 38. A matriz dos cofatores é:O valor de det(B) é 38. A matriz dos cofatores é: Calculando a transposta da matriz cof(B) definimos a matriz adj(B), sendo essa: Calculando a transposta da matriz cof(B) definimos a matriz adj(B), sendo Agora, podemos calcular a inversa da matriz B. Assim, Sistemas lineares e sua relação com matrizes Sistemas lineares e sua relação com matrizes U2 69 Seção 2 Métodos para resolver sistemas lineares e relação de sistemas lineares com matrizes Nessa seção você aprenderá como resolver alguns tipos de sistemas e também como associar um sistema de equações lineares a matrizes, e ainda estabelecer o valor de cada variável por diferentes métodos. Esses conteúdos fazem parte do currículo básico do Ensino Médio, sendo assim, tem importância tantopara sua formação quanto para a formação dos estudantes aos quais você ministrará aulas futuramente. Sistemas lineares Muitos problemas podem ser descritos por meio de sistemas de equações lineares. Uma equação linear são todas as equações do tipo: a 1 x 1 +a 2 x 2 +a 3 x 3 +...+a n x n = b em que a 1 , a 2 , a 3 , a 4 , ..., a n e b pertencem ao conjunto dos números reais e x 1 , x 2 , x 3 , x 4 , ..., x n são incógnitas. Chamamos de sistemas lineares m x n, o conjunto S de equações lineares de m equações e n incógnitas e representamos esse conjunto da seguinte forma: Fonte: Ribeiro (2007, p. 345) Figura 2.1 - Sistemas lineares Sistemas lineares e sua relação com matrizes U2 70 Os sistemas lineares podem ser resolvidos por diversos métodos diferentes e resolver um sistema linear consiste em calcular valores que solucionam todas as equações envolvidas nesse sistema. Os resultados obtidos compõem o conjunto solução. Vamos aprender agora a resolver sistemas lineares com determinadas quantidades de incógnitas e de equações. Sistemas lineares com duas incógnitas e duas equações Vamos começar nosso estudo diferenciando o que são incógnitas e o que são variáveis. Uma incógnita possui um valor determinável, enquanto que a variável é possível assumir diversos valores dependendo da situação e da aplicação. Equações e sistemas de equações são compostos por equações e as variáveis são presentes em funções, por exemplo. Resolver um sistema linear com duas incógnitas e duas equações significa estabelecer valores para as variáveis para que as equações sejam verdadeiras. Existem diferentes métodos para resolver esse tipo de sistema, entre eles os métodos da adição, da comparação, da substituição, o método gráfico e a utilização de matrizes. Vamos agora aprender a respeito de alguns desses métodos. Para isso, vejamos o exemplo abaixo: Problema: Em uma prateleira, há 21 produtos em embalagens de 400g e de 500g, num total de 9kg. Sabendo disso, qual é a quantidade de embalagens de 400g e a quantidade de embalagens de 500g? Para resolver esse problema, podemos atribuir símbolos que representem a quantidade que queremos calcular, ou seja, símbolos para as nossas incógnitas. Representaremos as embalagens de 400g com a letra q e as embalagens de 500g com a letra d, letras escolhidas de forma aleatória - comumente são utilizadas as letras x e y, mas isso não é uma regra. Sistemas lineares e sua relação com matrizes Sistemas lineares e sua relação com matrizes U2 71 A primeira sentença “em uma prateleira, há 21 produtos em embalagens de 400g e de 500g” pode ser representada como q + d = 21; já a segunda sentença, “num total de 9 kg”, pode ser matematicamente representada como 400q + 500d = 9000. Como estamos representando, não escrevemos na equação 9 kg, pois a unidade de medida dos pacotes está em gramas, e como 9kg representa 9000 gramas realizamos essa mudança de unidade de medida. Unindo as duas equações, obtemos o seguinte sistema: Utilizaremos esse sistema de equação para poder estudar um dos métodos de resolução para eles. Nosso primeiro método será o método da substituição. O método da substituição consiste em escolher uma das duas equações e isolar uma das duas incógnitas nessa equação. Após realizar esse processo, substitui-se na outra equação o valor encontrado para a incógnita, definindo assim o valor numérico de uma das incógnitas e, na sequência, o valor da incógnita que foi isolada. Vamos compreender melhor esse processo seguindo os seguintes passos para a aplicação desse método: 1º passo: Escolher uma das equações e isolar uma das incógnitas. Escolherei na primeira equação isolar a incógnita q (lembre-se de que isso é uma escolha, poderia ser a outra incógnita, ou a outra equação), obtendo assim: 2º passo: Na equação que ainda não foi utilizada, substituir o valor da incógnita. A equação que ainda não utilizamos é 400q + 500d = 9000. No 1º passo, verificamos que o valor de q depende do valor de d e pode ser escrito como q = 21 – d. Substituindo q por 21 – d na equação, temos: Sistemas lineares e sua relação com matrizes U2 72 3º passo: Resolver a equação obtida após a substituição da incógnita. Resolvendo essa equação, obtemos: Nesse passo nós conseguimos determinar o valor de d, ou seja, d = 6, ou ainda, existem 6 embalagens de 500g na prateleira. 4º passo: Voltar na equação obtida ao termino do 1º passo e substituir d por 6. A equação obtida ao término do 1º passo é q = 21-d, substituindo d por 6, obtemos: Sendo assim, o valor de q = 15, ou seja, há 15 embalagens de 400g na prateleira. Deste modo, conseguimos estabelecer os valores das duas incógnitas, ou seja, d = 6 e q = 15. Agora é sua vez de praticar! A equação obtida ao término do 1º passo é q = 21-d, substituindo d por 6, obtemos: 1. Utilizando o método da substituição, resolva o seguinte problema: Certo jogo é realizado com dois tipos de cartas diferentes. Uma carta tem duas marcações e a outra tem quatro marcações. Sabendo que o jogador da rodada está com 24 cartas, das quais, somadas as marcações, obtêm-se 66, é correto afirmar que esse jogador possui quantas cartas com duas marcações e com quatro marcações? Sistemas lineares e sua relação com matrizes Sistemas lineares e sua relação com matrizes U2 73 Como dito anteriormente, existem diferentes métodos para resolver sistemas de equações. Vamos agora aprender o método da adição. O método da adição consiste em realizar operações algébricas entre as equações com a intenção de cancelar uma das incógnitas e assim determinar o valor da outra. Problema: Um dos clubes de basquete que estavam realizando competições realizou um acordo com seus jogadores. No acordo ficou estabelecido que cada vez que os jogadores arremessassem a bola e acertassem a cesta receberiam R$10,00 do clube e, caso errasse, pagariam R$5,00 ao clube. Ao final de uma partida, um jogador que arremessou 22 vezes a bola recebeu a quantia de R$55,00. Quantos arremessos ele acertou e quantos ele errou? Utilizaremos esse problema para explicar melhor o método da adição. Representaremos com c os arremessos que acertaram a cesta e com e os arremessos que não acertaram. Podemos escrever matematicamente a sentença “ao final de uma partida um jogador que arremessou 22 vezes a bola” como c + e = 22, pois o total de arremessos é a somas dos arremessos acertados com os arremessos errados. Já a sentença “recebeu a quantia de R$55,00” pode ser representada como 10c -5e = 55, pois ele recebe R$10,00 por arremesso certo e paga R$ 5,00 por arremesso errado. Unindo as duas equações, definimos nosso sistema de equação, sendo este: O método da adição consiste em realizar operações nas equações com a intenção de somá-las e assim eliminar uma das incógnitas. Vamos compreender melhor no passo a passo. 1º passo: Multiplicar uma ou as duas equações de modo a conseguir cancelar uma incógnita ao somar as duas equações. Sistemas lineares e sua relação com matrizes U2 74 No caso do nosso exemplo, na primeira equação temos uma soma envolvendo a incógnita e e na segunda equação temos uma subtração envolvendo essa mesma incógnita, assim, podemos, por exemplo, multiplicar a equação c + e = 22 por cinco, obtendo assim 5c + 5e = 110; desta forma, o nosso sistema torna-se: 2º passo: Somar as duas equações. Somando as equações, obtemos: Vale lembrar que na resposta da soma não aparece a incógnita e, pois 5e – 5e = 0. 3º passo: Isolar a incógnita na equação obtida ao término do passo 2. Isolando a incógnita na equação obtida no passo anterior, teremos: Nesse passo, nós já conseguimos resolver e determinar o valor de uma das incógnitas, assim c = 11, ou ainda, o jogador acertou 11 arremessos. 4º passo: Substituir o valor obtido em qualquer uma das equações para determinar o valor da segunda incógnita. Sistemas lineares e sua relação commatrizes Sistemas lineares e sua relação com matrizes U2 75 Qualquer uma das equações serve para realizar a substituição, então podemos escolher a equação que parece mais simples, no caso deste problema, escolhi a equação c + e = 22. Substituindo c por 11, obtemos: 5º passo: Resolver a equação obtida ao final do passo 4. Resolvendo a equação, obtemos: Deste modo, podemos afirmar que o jogador errou 11 arremessos. Vamos ver mais um exemplo de sistemas lineares com duas incógnitas e duas equações resolvido pelo método da adição. Exemplo de sistema linear: Seja o sistema linear é correto afirmar que o valor de x e y são: Para resolver esse sistema, vamos seguir os passos do método da adição, assim: 1º passo: Multiplicar uma ou as duas equações de modo a conseguir cancelar uma incógnita ao somar as duas equações. No caso desse sistema, teremos que multiplicar as duas equações por um valor, pois, assim, conseguimos tornar o coeficiente numérico que acompanha uma das incógnitas igual, mas com o sinal trocado, e deste modo conseguimos cancelar uma das equações. Vamos multiplicar a primeira equação por 7 e a segunda por 2, realizando isso, obtemos: Seja o sistema linear Sistemas lineares e sua relação com matrizes U2 76 Perceba que conseguimos deixar os coeficientes que acompanham a variável y iguais, porém com o sinal trocado, assim, quando realizarmos as somas das equações, vamos cancelar essa incógnita. Agora que você já pensou no motivo pelo qual escolhemos os valores 7 e 2 para realizar as operações com as equações, podemos apresentá-lo de forma clara. A escolha por cancelar a variável y deu-se porque já havia um coeficiente positivo e outro negativo, ao multiplicar por um número que fizesse com que esses coeficientes fossem iguais já conseguiríamos cancelá-la. Vejamos a próxima figura. Um modo de sempre conseguir deixar os valores iguais para uma das duas incógnitas é multiplicando as equações pelos coeficientes, porém de forma “cruzada”, como mostra a Figura 2.2. Caso os valores não tenham os sinais opostos, podemos multiplicar do mesmo modo apresentado nessa figura, porém trocando o sinal de uma e somente uma das multiplicações. Agora que já realizamos o 1º passo, podemos ir para o próximo. 2º passo: Somar as duas equações. Somando as equações, obtemos: Fonte: A autora (2014) Figura 2.2 - Sistema linear 2x2 7 5x +2y = 7 2 3x - 7y = 6{ Antes de seguir a leitura, pense a respeito do motivo pelo qual os valores 7 e 2 foram escolhidos para realizar a multiplicação das equações. Existem outros valores que também seriam possíveis? Sistemas lineares e sua relação com matrizes Sistemas lineares e sua relação com matrizes U2 77 3º passo: Isolar a incógnita na equação obtida ao término do passo 2. Isolando a incógnita na equação anterior, temos: Agora que já sabemos o valor da incógnita x, podemos substituir esse valor em qualquer uma das equações, sendo esse o nosso próximo passo. 4º passo: Substituir o valor obtido em qualquer uma das equações para determinar o valor da segunda incógnita. A equação escolhida foi 6x-14y=12, deste modo: 6x-14y=12 6(61/41)-14y=12 366/41-14y=12 Podemos, no próximo passo, calcular nosso sistema. 5º passo: Resolver a equação obtida ao final do passo 4. Resolvendo a equação, obtemos: Sistemas lineares e sua relação com matrizes U2 78 1. Utilizando o método da adição, resolva o seguinte sistema: Simplificando a fração, temos: Nosso conjunto solução para esse problema é x Agora é sua vez de praticar, vamos resolver algumas atividades. Nós já aprendemos dois possíveis métodos para resolver sistemas de equação, agora vamos aprender o método da comparação. O método da comparação consiste em isolar uma mesma incógnita nas duas equações e realizar uma comparação entre elas. Vamos aprender a respeito desse método. Problema: Em um bazar são vendidos kits com canetas e lapiseiras. Se o comprador quiser comprar o kit um, que vem com uma caneta e uma lapiseira, ele pagará R$4,10; se ele comparar duas canetas e uma lapiseira, ele pagará R$ 4,50. Quanto custa cada caneta e cada lapiseira? Para resolver esse problema, podemos representar matematicamente a sentença “uma caneta e uma lapiseira pagará R$4,10”. Se representarmos com c a caneta e com l a lapiseira, teremos: c + l = 4,10; a próxima sentença, “se ele comparar duas canetas e uma lapiseira, ele pagará R$ 4,50”, podemos representar como 2c + l =4,50. Unindo as duas equações, teremos: Simplificando a fração, temos: Sistemas lineares e sua relação com matrizes Sistemas lineares e sua relação com matrizes U2 79 Para resolver um sistema de equações pelo método da comparação, podemos seguir os seguintes passos: 1º passo: Escolher uma incógnita e isolá-la nas duas equações. Vamos escolher a incógnita l, assim teremos: l = 4,10-c l =4,50- 2c 2º passo: Realizar a comparação entre os valores. Para realizar a comparação, temos que perceber que, se l = 4,10-c e o mesmo l também é igual l =4,50- 2c , isso implica que: 4,10-c= 4,50- 2c 3º passo: Resolver a equação obtida no passo anterior. 4,10-c= 4,50- 2c 2c-c= 4,50-4,10 c= 0,40 Nós conseguimos determinar que o valor da caneta é R$0,40. 4º passo: Substituir o resultado obtido no passo anterior, em qualquer uma das equações. Escolheremos a equação l = 4,10-c. Realizando a substituição, temos: l = 4,10-c l = 4,10-0,40=3,70 Sendo assim, podemos definir que a caneta custa R$0,40 e que a lapiseira custa R$3,70. Sistemas lineares e sua relação com matrizes U2 80 1. Utilizando o método da comparação, resolva o seguinte problema: Tenho uma quantidade de 18 notas. Entre essas notas tenho algumas de R$10,00 e outras de R$5,00, num total de R$145,00. Qual é a quantidade de notas de R$10,00 e de R$ 5,00 que tenho? Agora, vamos aprender mais a respeito do método gráfico para a resolução gráfica para resolver sistemas lineares. O método gráfico para sistemas lineares consiste em representar cada uma das equações no plano cartesiano e buscar um ponto de intersecção entre os gráficos. Esse ponto representa a solução para o sistema. Vejamos como aplicar esse método no próximo sistema. Problema: Utilize a representação gráfica para solucionar o seguinte sistema: Para resolver esse sistema pelo método gráfico, podemos seguir os seguintes passos: 1º passo: Isolar uma mesma incógnita nas duas equações. Escolherei isolar a incógnita y, obtendo assim: y=10-6x y=5-4x 2º passo: Fazer a representação gráfica no plano cartesiano. Ao isolarmos uma das incógnitas, podemos lidar com o que obtemos como funções. Como o sistema que estamos resolvendo é linear, então a função será do primeiro grau, e ainda seu gráfico será uma reta. Sistemas lineares e sua relação com matrizes Sistemas lineares e sua relação com matrizes U2 81 Se você esqueceu ou quer aprofundar seu conhecimento a respeito de funções polinomiais do primeiro grau, ou ainda da representação gráfica, acesse: <www.somatematica.com.br/emedio/funcao1/funcao1.php> <http://www.somatematica.com.br/emedio/funcao1/funcao1_2.php> <http://www.somatematica.com.br/emedio/funcao1/funcao1_3.php>. Utilizarei o programa geogebra para realizar a representação gráfica de Fonte: A autora (2014) Figura 2.3 - Método gráfico Sistemas lineares e sua relação com matrizes U2 82 Ao representarmos as duas funções no mesmo plano cartesiano, eles apresentaram um ponto de intersecção. Esse ponto é o resultado do sistema de equações que estamos estudando, sendo assim, o conjunto solução desse sistema é S={2,5; -5}. Os sistemas lineares podem ser classificados como possível determinado, possível indeterminado ou impossível, porém, iremos aprender mais a respeito dessas classificações na próxima seção. Vamos aprofundar nosso conhecimento a respeito dos sistemas lineares 2 x 2. 1. Utilizando o método gráfico, resolva o sistema Por que o método gráfico pode ser
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