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ANDRAGOGIA E EDUCAÇÃO PROFISSIONAL 2

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Andragogia 
e Educação 
Profissional
Lisiane Lucena Bezerra
Diretor Executivo 
DAVID LIRA STEPHEN BARROS
Gerente Editorial 
CRISTIANE SILVEIRA CESAR DE OLIVEIRA
Projeto Gráfico 
TIAGO DA ROCHA
Autor 
LISIANE LUCENA BEZERRA
A AUTORA
Lisiane Lucena Bezerra
Olá! Meu nome é Lisiane Lucena Bezerra. Sou Licenciada em 
Ciências Agrarias, mestre em Fitotecnia e doutora em Agronomia/
Fitotecnia, com experiência técnico-profissional na área de licenciatura há 
mais de nove anos. Passei por empresas como a Universidade Estadual 
da Paraíba (UEPB). Sou apaixonado pelo que faço e adoro transmitir minha 
experiência de vida àqueles que estão iniciando em suas profissões. Por 
isso, fui convidada pela Editora Telesapiens a integrar seu elenco de 
autores independentes. Estou muito feliz em poder ajudar você nesta fase 
de muito estudo e trabalho. Conte comigo!
ICONOGRÁFICOS
Olá. Esses ícones irão aparecer em sua trilha de aprendizagem toda vez 
que:
INTRODUÇÃO:
para o início do 
desenvolvimento de 
uma nova compe-
tência;
DEFINIÇÃO:
houver necessidade 
de se apresentar um 
novo conceito;
NOTA:
quando forem 
necessários obser-
vações ou comple-
mentações para o 
seu conhecimento;
IMPORTANTE:
as observações 
escritas tiveram que 
ser priorizadas para 
você;
EXPLICANDO 
MELHOR: 
algo precisa ser 
melhor explicado ou 
detalhado;
VOCÊ SABIA?
curiosidades e 
indagações lúdicas 
sobre o tema em 
estudo, se forem 
necessárias;
SAIBA MAIS: 
textos, referências 
bibliográficas e links 
para aprofundamen-
to do seu conheci-
mento;
REFLITA:
se houver a neces-
sidade de chamar a 
atenção sobre algo 
a ser refletido ou dis-
cutido sobre;
ACESSE: 
se for preciso aces-
sar um ou mais sites 
para fazer download, 
assistir vídeos, ler 
textos, ouvir podcast;
RESUMINDO:
quando for preciso 
se fazer um resumo 
acumulativo das últi-
mas abordagens;
ATIVIDADES: 
quando alguma 
atividade de au-
toaprendizagem for 
aplicada;
TESTANDO:
quando o desen-
volvimento de uma 
competência for 
concluído e questões 
forem explicadas;
SUMÁRIO
Desigualdade Social ...................................................................................12
O processo de civilização ......................................................................................................... 12
Desigualdade social no Brasil ................................................................................................ 17
Influência da Desigualdade Social no Contexto Educacional 22
Desigualdade educacional nos PNEs e nos PPAs ..................................................24
Reflexões sobre o enfrentamento da pobreza e desigualdades 
educacionais presentes nos PNEs e PPAs ................................................25
Desigualdade social e as estudantes da EJA .............................................................25
Desigualdade social e os afrodescendentes na EJA ............................................27
Desigualdade social e pessoas com necessidades educacionais 
específicas na EJA ..........................................................................................................................28
Didática ............................................................................................................31
Didática e o tempo ......................................................................................................................... 31
Projetos referentes ao trabalho .........................................................................32
Atividades consideradas permanentes ....................................33
Sequência para a realização de atividades ...........................34
Situações que são independentes .............................................34
Compartilhamento de responsabilidades na leitura e escrita .......................34
Orientações direcionadas à avaliação ............................................................................ 36
Objetivos com comprovação das representações construídos 
pelos alunos .....................................................................................................................37
Exercício de ações definidas de maneira antecipada e 
planificada ........................................................................................................................37
Os alunos devem ter a possibilidade de apropriar-se dos 
instrumentos e critérios de avaliação .......................................................... 38
Utilização de instrumentos e estratégias que podem ser 
utilizados durante a avaliação da aprendizagem dos alunos .... 39
Uso de portfólio como uma estratégia utilizada para avaliar ........................ 39
Importância da Didática, Interdisciplinaridade e 
Transversalidade .........................................................................................41
Importância da utilização de recursos didáticos e tecnológicos na 
andragogia ...........................................................................................................................................42
Interdisciplinaridade e sua importância na educação de jovens e 
adultos .....................................................................................................................................................44
Desafios da interdisciplinaridade em âmbito andragógico ..............................45
Transversalidade na andragogia ..........................................................................................47
9
UNIDADE
03
Andragogia e Educação Profissional
10
INTRODUÇÃO
Você sabe como surgiu a desigualdade social e como ela pode 
interferir no meio educacional? E de que forma a didática pode melhorar 
a aprendizagem de jovens e adultos? Então, a desigualdade social é vista 
desde a época da colonização em que algumas pessoas se sobressaíram 
uma das outras com o surgimento da sociedade capitalista. Com isso, a 
concentração de riquezas se deu apenas para uma parcela populacional, 
enquanto a outra permaneceu sem poder aquisitivo e sem atendimento 
às necessidades básicas. 
Um dos resultados a essa desigualdade social reflete na educação, 
em que pessoas com menor renda monetária também apresentam 
dificuldades tanto no acesso à educação como na sua permanência, tendo 
que adiar sua qualificação educacional. Na Educação de Jovens e Adultos 
o acesso e a permanência dessas pessoas que não tiveram oportunidade 
de aperfeiçoamento educacional são garantidos, e a didática a ser utilizada 
deve levá-los a se sentirem estimulados a aprimorar seus conhecimentos. 
Assim, dentro dessa didática é recomendado o trabalho a partir 
da interdisciplinaridade e transversalidade que, por sua vez, tende a 
impulsionar o desenvolvimento educacional dos alunos que fazem parte 
do EJA. 
Ao longo desta unidade letiva você vai mergulhar neste universo! 
Vamos lá!
Andragogia e Educação Profissional
11
OBJETIVOS
Olá! Seja muito bem-vindo à Unidade 3. Nosso objetivo é auxiliar você 
no atingimento dos seguintes objetivos de aprendizagem até o término 
desta etapa de estudos:
1. Entender o surgimento da desigualdade social;
2. Avaliar como a desigualdade social interfere na educação;
3. Explanar sobre o que é a didática direcionada a andragogia;
4. Identificar as melhores formas de aplicação da didática direcionada 
a Educação de Jovens e Adultos. 
Então? Preparado para uma viagem sem volta rumo ao conhecimento? 
Ao trabalho!
“Sucesso é o acúmulo de pequenos esforços, repetidos dia e noite” 
(Robert Collier)
Andragogia e Educação Profissional
12
Desigualdade Social
INTRODUÇÃO:
Ao finalizar o estudo deste capítulo, você será capaz 
de entender sobre a desigualdade social e como ela é 
apresentada no Brasil. Isso será de fundamental importância 
para o exercício de sua profissão. E aí? Motivado para 
desenvolver essa competência? Então, vamos lá. Avante!
O desenvolver da civilização pode ser entendido como um 
processo ocorridona sociedade e que se caracteriza como novas formas 
de relações sociais e artifícios que não se deve ser entendido pela ação 
do indivíduo, mas como resultado das relações homem e construção da 
história, corroborando com Elias (1993), quando fala sobre o processo 
civilizador.
[...] planos e ações, impulsos emocionais e racionais de pessoas 
isoladas constantemente se entrelaçam de modo amistoso 
ou hostil. Esse tecido básico, resultante de muitos planos e 
ações isolados, pode dar origem a mudanças e modelos 
que nenhuma pessoa isolada planejou ou criou. Dessa 
interdependência de pessoas surge uma ordem sui generis, 
uma ordem mais irresistível e mais forte do que a vontade e a 
razão das pessoas isoladas que a compõem. É essa ordem de 
impulsos e anelos humanos entrelaçados, essa ordem social, 
que determina o curso da mudança histórica, e que subjaz ao 
processo civilizador. (ELIAS, 1993, p. 194)
O processo de civilização
O homem sempre esteve em busca da compreensão e 
interpretação de sua história, tanto individual como social. Sendo assim, 
faz-se necessário estudar as relações sociais existentes.
Segundo Nascimento (2001), no período do século XVII e XVIII, 
ao mostrar suas reflexões no que se refere à evolução do homem, bem 
Andragogia e Educação Profissional
13
como sua relação na sociedade, Rousseau diz que é por meio do trabalho 
que os homens se tornam seres sociáveis por meio de processos de 
trabalhos. Portanto, no decorrer do seu desenvolvimento, expande seus 
instrumentos de trabalho e suas atividades, aumentam suas dificuldades, 
exigindo uma maior e melhor condição de trabalho para sua sobrevivência.
Durante esse processo, o homem obtém consciência de si mesmo 
e se torna individualista, descobrindo a partir daí a necessidade de se 
sobressair sobre os demais e de procurar o desenvolvimento de mais 
habilidades, ou melhor, sofrer um processo de civilização.
Conforme Elias (1993, p. 195):
Toda essa reorganização dos relacionamentos humanos se fez 
acompanhar de correspondentes mudanças nas maneiras, na 
estrutura da personalidade do homem, cujo resultado provi-
sório é nossa forma de conduta e de sentimentos ‘civilizados’.
No decorrer da história, há um desenvolvimento da complexidade 
da sociedade, fazendo-se necessária a origem de novas formas de 
organização entre os homens, sendo que a partir daí passam a se dividir 
em grupos sociais. Surge, então, a necessidade da regulação de suas 
ações, por meio de normas e regras, tendo, no entanto, o impedimento 
de transgressão do homem. 
De acordo com Elias (1993), ao analisar tais medidas, passa a chamar 
essas regras de formas de autocontrole: 
[...] o controle mais complexo e estável da conduta passou 
a ser cada vez mais instilado no indivíduo desde seus 
primeiros anos, como uma espécie de automatismo, uma 
autocompulsão à qual ele não poderia resistir, mesmo que 
desejasse. A teia de ações tornou-se tão complexa e extensa, 
o esforço necessário para comportar-se “corretamente” dentro 
dela ficou tão grande que, além do autocontrole consciente 
do indivíduo, um cego aparelho automático de autocontrole 
foi firmemente estabelecido. (ELIAS, 1993, p. 196)
Andragogia e Educação Profissional
14
Muitos filósofos e sociólogos estudaram a história do homem no 
decorrer desse processo e compreenderam dois procedimentos que são 
fundamentais nas relações instituídas entre os homens, a necessidade e 
a liberdade.
Em suas primeiras relações com a natureza, o homem buscava 
garantir suas necessidades mais prioritárias, com isso garantido, buscava 
também a liberdade.
No momento em que as relações se tornam mais complicadas 
e com as relações do meio capitalista buscando a modernização da 
sociedade, muitos homens não suprem suas necessidades básicas, muito 
menos conseguem alcançar a sua liberdade, limitando-se a ser leal ao 
Estado.
Assim, é capitalista a ordem social emergente no período da 
modernidade, tanto no sistema econômico como nas outras instituições. 
Explicado como um ciclo investimento-lucro-investimento, o caráter 
móvel inquieto da modernidade, quando combinado com a referência de 
que a tendência geral da taxa nos lucros vem declinando, tem por ocasião 
um arranjo para o sistema se expandir (GIDDENS, 1991).
O moderno sistema organizacional não se resume somente ao 
sistema capitalista, mas em decorrência das mudanças ocasionadas 
busca garantir seu desenvolvimento, a industrialização e a divisão social 
do trabalho.
A explicação sobre a desigualdade de maior conhecimento é a da 
aglomeração de renda apurada pelo Coeficiente de Gini, o qual explana 
sobre os rendimentos dos mais pobres e dos mais ricos. Os estudos a 
esse respeito expõem as faces de maior estrutura do fenômeno, como 
a distribuição desigual de renda. Contudo, mostra alguns limites, como 
olhar apenas um único aspecto problemático: a renda monetária.
De acordo com Campello, Gentilli, Rodrigues e Hoewell (2018):
Os dados do Coeficiente de Gini, todavia, são claros ao 
evidenciar uma queda na desigualdade de renda no período 
de 2002 a 2015, em patamares e com uma qualidade como não 
Andragogia e Educação Profissional
15
havia ocorrido na história brasileira. Durante o período, a riqueza 
acumulada no país aumentou e, ainda que a renda de todos os 
quintis tenha se ampliado significativamente, a renda dos mais 
pobres (primeiro e segundo quintis) aumentou mais do que a 
do resto da população. O processo reverteu uma tendência à 
concentração de renda que vivia o Brasil desde a ditadura militar 
e que ficou estagnada no início do período democrático. Entre 
1980 e 2001, o Coeficiente de Gini ficou congelado no elevado 
patamar de 0,59, caindo, em 2015, ao seu nível mais baixo, 0,49. 
O aumento real do salário mínimo, a crescente formalização 
do mercado de trabalho, a incorporação dos mais pobres ao 
orçamento federal, por meio de políticas de inclusão social e 
distribuição efetiva de renda, e a promoção de uma política 
social integrada explicam, em boa medida, essa transformação. 
(CAMPELLO; GENTILLI; RODRIGUES; HOEWELL, 2018, p. 55)
Com relação ao caso brasileiro e ao caso de países com uma 
considerável parcela da população pobre, contudo, mostrou-se 
insuficiente essa metodologia para explicar o que acontece de fato com a 
camada de maior vulnerabilidade na população, pelos seguintes motivos:
1. Quase que totalmente esses instrumentos não capturam a 
realidade nas mais baixas faixas de renda, sendo que os pobres continuam 
excluídos estatisticamente em decorrência da desigualdade ou diluídos 
sob abordagem geral.
2. Eles ficam submetidos à exclusão não apenas da acumulação de 
riquezas, mas de praticamente tudo, tais como o acesso a direitos, bens e 
serviços os quais são produzidos pela sociedade.
Nas pesquisas de levantamento realizadas pelos países que buscam 
ampliar a oferta pública de alimentação escolar, saúde, assistência 
social e educação, deve-se considerar a “gratuidade” de sua promoção 
relacionada a sua necessidade de comprar serviços nos demais países, 
onde não se generaliza essa oferta. 
Andragogia e Educação Profissional
16
Dessa forma, quando se analisa a desigualdade de renda, não se 
incorpora de forma expressiva o bem-estar, o qual não se compra no 
mercado, mas é promovido pelo Estado.
De acordo com Campello, Gentilli, Rodrigues e Hoewell (2018):
É absolutamente importante discutir a desigualdade do 
ponto de vista da renda, olhando o estoque de capital e 
o patrimônio acumulado pelos ricos. No entanto, o olhar 
sobre a desigualdade não pode ignorar a necessidade de 
superar a assimetria de acesso a bens e serviços. Uma 
parcela expressiva da população vem vivendo à margem 
de condições mínimas de vida. Elevá-las a um patamar de 
dignidade não pode ser considerado um valor secundário 
no debate sobre desigualdade. Esse tema é, sem dúvida, um 
dos mais relevantes aprendizados e evidênciasdo período 
de conquistas sociais que o Brasil viveu recentemente. 
(CAMPELLO; GENTILLI; RODRIGUES; HOEWELL, 2018, p. 56)
Dessa forma, quando adicionamos como alvo da análise 
econômica uma forma mais humanizada sobre as faces que apresentam 
desigualdades, pode ser adicionada empatia ao debate e assumir a visão 
de forma crítica, apoiando a compreensão sobre diversos momentos 
de privação do direito e a política pela qual pode contribuir de forma 
estratégica para mitigar as desigualdades.
Existem questões determinantes nesse momento. O acesso, ou 
o não acesso, à água, à energia, à saúde, à educação, ao saneamento 
básico, à moradia e aos bens de consumo, como telefone, geladeira, 
televisão, entre outros, não são dimensões periféricas da desigualdade. 
A urgência e a prioridade a esses direitos aos mais pobres ocorrem 
concomitantemente às diversas mudanças de forma estrutural, que 
demandam tempo para implementação, ou melhor, são a longo prazo.
No que diz respeito a alguns bens de consumo, para a parte da 
população do mais pobre é um “não direito” e um produto limitante, de 
forma estrutural para as suas oportunidades ao desenvolvimento e por 
possibilitar uma vida digna e segura.
Andragogia e Educação Profissional
17
Ainda, de acordo com Campello; Gentilli; Rodrigues e Hoewell 
(2018), ao ter a visão da desigualdade de forma reduzida, a liberdade 
humana como sua emancipação, também estará envolta por essa visão. 
A busca para que a desigualdade seja desnaturalizada pode ser por 
meio da conscientização de que essa desigualdade é resultante de um 
aglomerado de injustiças. Contudo, pode ocorrer enfrentamento a essa 
desigualdade social por meio de ações promovidas pelo Estado, como 
também pela coletividade no que se refere à luta pelos seus direitos, 
em que os privilégios são reproduzidos de forma histórica pelas elites e 
podem ser desestabilizados pelo efeito da democracia. 
Desigualdade social no Brasil
Ao iniciar o desenvolvimento e ao explorar o território, o planejamento 
realizado não foi voltado ao melhoramento do país, bem como melhores 
condições para os que aqui viviam. Assim afirma Júnior (2004, p. 23): “[...] A 
ideia de povoar não ocorre inicialmente a nenhum. É o comércio que os 
interessa, e daí o relativo desprezo por este território primitivo e vazio que 
é a América [...]”.
Em afirmação feita pelo mesmo autor, o desenvolvimento da 
ocupação do território brasileiro ocorreria para demandar os interesses do 
mercado do exterior. A produção era realizada de acordo com o absorvido 
pelo mercado, explorando mais e mais o território ainda desconhecido, à 
procura por terras férteis. Já a mão de obra existente no local, mudava-
se de um lugar para outro, levando-se em conta o planejamento prévio, 
mesmo notando estranhezas em um primeiro momento.
A forma adotada para o desenvolvimento era desigual e precária, 
favorecendo o enriquecimento apenas de quem estava no comando. A 
desigualdade e por consequência a pobreza estão sempre presentes 
no processo da história, tornando-se mais grave e apresentando 
novas características no momento do surgimento da indústria e com o 
aparecimento do capitalismo.
A distribuição de renda de forma incorreta é um dos principais 
fatores responsáveis pela desigualdade social no país, retratando de 
Andragogia e Educação Profissional
18
forma evidente que a população é separada por classes, e de forma geral 
apresentam duas categorias, os considerados ricos e os pobres.
Observando os fatos dessa forma, entendemos que a pobreza 
decorre da ação realizada pelos próprios homens, pois o resultado do que 
temos hoje em dia são as ações do cotidiano decorridas em situações 
concretas.
O destino não estava traçado e o caminho não era único, 
ainda que o passado tenha o seu peso no presente. O Brasil 
foi fundado sobre o signo da desigualdade, da injustiça, da 
exclusão: capitanias hereditárias, sesmarias, latifúndio, Lei 
de Terras de 1850 (proibia o acesso à terra por aqueles que 
não detinham grandes quantias de dinheiro), escravidão, 
genocídio de índios, importação subsidiada de trabalhadores 
europeus miseráveis, autoritarismo e ideologia antipopular 
e racista das elites nacionais. Nenhuma preocupação com a 
democracia social, econômica e política. Toda resistência ao 
reconhecimento de direitos individuais e coletivos (GARCIA, 
2003, p. 9)
O que se apresenta hoje como resultado nada mais é do que um 
reflexo da forma do homem que pensavam e pensam o Brasil, ou melhor, 
concordado com suas vontades e representações.
Se constrói uma realidade partindo-se do que representa uma 
sociedade.
Ao fazer uma análise de forma social sobre esse processo, ressalta-
se que esse papel é ocupado pela sociologia, de maneira que ocorre 
uma derivação sobre as representações no que se refere ao significado 
do comportamento por meio da ação que é reproduzida (PETERM; 
LUCKMAN, 1976).
A desigualdade social está relacionada a algumas vertentes que 
existem na sociedade e que estão intrinsecamente ligadas, ao que a 
sua possibilidade de acesso representa, de forma mais clara, o termo 
desigualdade social. 
Andragogia e Educação Profissional
19
Figura 1: Pontos que destacam a desigualdade social
Educação Infraestrutura Habitação
Bens de 
consumo
Saúde
Fonte: Elaborada pela autora, 2021.
 • Educação
Se existe uma concordância em estratégia no que se refere ao 
desenvolvimento de um país, este é sem dúvida um investimento em 
educação. O custeamento da não desigualdade em educação é fator que 
determina a dinâmica de exclusão e a perpetuação da pobreza. 
 • Infraestrutura
De acordo com Campello; Gentilli; Rodrigues e Hoewell (2018):
Em 2002, o acesso à água de qualidade chegava a quase 90% 
do total da população brasileira. Considerando que a água é um 
bem escasso no mundo, poderíamos supor que o Brasil estava 
em uma posição de ampla cobertura. Ao colocarmos a lente nos 
mais pobres, o quadro muda drasticamente: menos da metade 
(49,6%) dos 5% mais pobres tinham garantia de acesso à água 
de qualidade. No ano de 2015, o percentual entre os 5% mais 
pobres progredira para 76%. A ampliação beneficiou o conjunto 
dos brasileiros e foi 7 vezes mais rápida entre os 5% mais pobres, 
ou seja, enquanto para o total da população aumentou 7%, para 
os mais pobres foi ampliado em 53%. (CAMPELLO; GENTILLI; 
RODRIGUES; HOEWELL, 2018, p. 59)
 • Habitação
A exclusão do processo de urbanização acirra a desigualdade e, 
dessa forma, muitos brasileiros são privados de ter um digno lar e por 
consequência uma vida com segurança. O fenômeno de domicílio 
precário é o indicador que apoia essa compreensão, o que está sob as 
parcelas da população mais pobre.
Essa falta de acesso a habitações dignas está diretamente ligada à 
renda desigual existente na sociedade e consequentemente é gerada a 
desigualdade social, e de forma geral, essas famílias que detêm menor 
Andragogia e Educação Profissional
20
poder aquisitivo vivem na maioria das vezes em ambientes com menor 
acesso a serviços básicos que são considerados essenciais. 
 • Bens de consumo 
Os bens de consumo representam o poder econômico e de 
acessibilidade de um ser ou uma família sobre a condição social que está 
ocupando em meio à sociedade. A desigualdade social alarmante no 
Brasil restringe esse acesso à grande parte populacional, que apesar de 
ter evoluído nos últimos anos, ainda está longe de obter resultados reais 
sobre a diminuição da desigualdade existente na sociedade. 
Alguns bens duráveis como máquina de lavar, fogão e geladeira, 
se constituem como utensílios básicos para o funcionamento da casa em 
qualquer lugar. Boa parcela das famílias pobres brasileiras só conseguiu 
usufruir dessas comodidades somente na última década.
Para Campello; Gentilli; Rodrigues e Hoewell (2018):
É notável o crescimento de acesso a esses bens no período 
de 2002 a 2015, que, distante de constituirum comportamento 
consumista, representa melhorias objetivas, liberação de tem-
po gasto em tarefas domésticas, melhoria na autoestima das 
famílias e ampliação das possibilidades de acesso a outras 
oportunidades. É o caso do telefone celular e do computador 
com acesso à internet, que deixam de ser privilégio de uma 
parte do Brasil e passam a compor o dia a dia das famílias ne-
gras e dos mais pobres. (CAMPELLO, GENTILLI, RODRIGUES, 
& HOEWELL, 2018, p. 60)
 • Saúde 
Observando a saúde como um determinante direto às condições 
socioeconômicas da população, pode-se dizer que o rápido e 
desorganizado crescimento da cidade ocasiona a falta de saneamento 
básico, bem como fatores como alimentação, condições de moradia, 
condições de trabalho, educação e questões étnicas/raciais, os quais 
são vistos como dimensões de desigualdade, são fortes determinantes 
sociais de saúde.
Andragogia e Educação Profissional
21
SAIBA MAIS:
Você quer se aprofundar mais nesse tema? Recomendamos 
a leitura do livro: As consequências da modernidade 
(GIDDENS, 1991). Disponível em: https://bit.ly/3ciXQYy. 
Acesso em: 02 mar. 2021.
RESUMINDO:
E então? Gostou do que lhe mostramos? Aprendeu mesmo 
tudinho? Agora, só para termos certeza de que você 
realmente entendeu o tema de estudo deste capítulo, 
vamos resumir tudo o que vimos. Você deve ter aprendido 
os motivos do surgimento da desigualdade social de 
forma geral e no Brasil. Os processos de desenvolvimento 
social desde os primórdios foram realizados de forma que 
alguns enriqueceram enquanto outros passaram por um 
processo exploratório e permaneceram mais vulneráveis 
economicamente, e com o tempo essa diferenciação social 
se agrava a cada dia até a atualidade. A desigualdade social 
está relacionada a algumas vertentes, como educação, 
infraestrutura, saúde, habitação e bens de consumo, que 
existem na sociedade e que estão intrinsecamente ligadas 
ao que a sua possibilidade de acesso representa, de forma 
mais clara, ao termo desigualdade social.
Andragogia e Educação Profissional
22
Influência da Desigualdade Social no 
Contexto Educacional
INTRODUÇÃO:
Ao finalizar este capítulo você será capaz de entender 
como a desigualdade social está intrinsecamente ligada 
ao desempenho educacional. Isso será de fundamental 
importância para o exercício de sua profissão. E aí? Motivado 
para desenvolver esta competência? Então vamos lá. 
Avante!
A relação que existe entre a escola e a pobreza é íntima. A 
aprendizagem dos alunos na escola é claramente interferida devido às 
suas condições sociais. De forma geral, essas desigualdades sociais são 
refletidas também dentro da sala como desigualdade escolar. 
É real a influência da pobreza na aprendizagem, no entanto, outros 
fatores também são responsáveis, de maneira que ela é interferida por 
problemas repletos de complexidade, tanto direta quanto indiretamente. 
Na maioria das escolas, as necessidades consideradas básicas não são 
atendidas de forma satisfatória pelas políticas direcionadas a educação e 
comumente a pobreza é relacionada a determinadas caraterísticas.
Figura 2: Algumas características que determinam a pobreza
Fome Miséria Necessidade
Falta de 
recursos 
financeiros
Falta de 
vontade para 
os estudos
Fonte: Elaborada pela autora, 2021.
Porém, essas características vistas de forma isolada não representam 
o conceito da pobreza. Não é uma tarefa simples definir esse tema cheio 
de complexidade. Assim, a pobreza é representada pelas relações ligadas 
aos temas referentes:
 • Aos recursos materiais;
 • Às políticas adotadas;
Andragogia e Educação Profissional
23
 • Ao desenvolvimento social;
 • Ao desenvolvimento produtivo.
E essas diferenças dentro do meio educacional, entre os indivíduos 
que o compõem, resultam também em oportunidades desiguais no 
mercado de trabalho e, consequentemente, a renda dessas pessoas 
tornam-se desiguais. Dessa forma, a pobreza persiste em um ciclo vicioso 
da qual a sociedade faz parte.
De modo explícito, há uma proximidade muito grande entre a 
desigualdade social e a escolaridade baixa ou ausente, indicando um 
obstáculo para que a cidadania seja construída. 
Tanto a pobreza quanto a educação retratam temas bastante 
discutidos por órgãos dos governos e pela sociedade civil. A pobreza por 
um lado é um obstáculo para uma educação de qualidade, por outro a 
educação ocupa papel principal para que o país tenha um futuro com 
melhores perspectivas. 
As diferenças existentes nas rendas das pessoas podem ser 
explicadas pelas diferenças educacionais, visto que a acessibilidade a 
trabalhos bem remunerados depende do nível educacional. 
As desigualdades referentes à educação apresentam um papel 
importante no que se inclui a política educacional, principalmente 
por retratar as desigualdades sociais. De forma geral, são tidas como 
referência pelo fato de dimensionar:
 • O número de analfabetos;
 • O abandono da escola;
 • Os índices de repetência;
 • Os anos de estudo;
 • A qualidade de ensino;
 • As estruturas escolares consideradas boas;
 • A formação de profissionais da educação. 
Andragogia e Educação Profissional
24
Desigualdade educacional nos PNEs e nos 
PPAs
Dentro dos Planos Nacionais da Educação (PNEs) e dos Planos 
Plurianuais Federais (PPAs), a desigualdade social e a pobreza são tratadas 
como “problemas” centrais que devem ser atacados. No entanto, não são 
apresentados nos documentos um conceito específico que tenha sido 
elaborado sobre essas categorias, como também não são desenvolvidas 
reflexões no que indicam estruturalmente os determinantes da pobreza 
e da desigualdade em meio à sociedade. Para Garcia e Hillesheim (2017):
À medida que a educação é vislumbrada como meio para 
a superação das condições de pobreza, sua articulação 
com outras políticas sociais, como saúde, assistência social, 
moradia, trabalho e emprego etc. é reforçada. Essa tentativa de 
integração de ações envolvendo todos os entes da federação 
e a sociedade civil organizada não é algo novo quando se 
pensa nos desenhos e no conteúdo das políticas públicas, 
o que indica que as estratégias adotadas, com base na 
intersetorialidade, não têm alcançado resultados suficientes 
para alterar a fragmentação e, por vezes, a duplicidade de 
ações, cujo produto final é a manutenção da realidade que se 
tenta alterar. (GARCIA; HILLESHEIM, 2017, p. 135)
Pode-se observar no PNE 2014-2024 a presença dessa articulação, 
de forma a considerar uma estratégia de extrema importância para que 
a pobreza possa ser enfrentada. É destacado em suas informações as 
ações que objetivam a garantia e que os estudantes que fazem parte das 
famílias que recebem benefícios de programas que agem transferindo 
rendas tenham acesso e permanência à educação (BRASIL, 2014).
Andragogia e Educação Profissional
25
Reflexões sobre o enfrentamento da pobreza e 
desigualdades educacionais presentes nos PNEs e 
PPAs
A respeito dos temas pobreza e desigualdades educacionais em 
uma análise realizada nos PNEs e PPAs e o tratamento que é dado a esses 
temas, destacam-se: o primeiro refere-se o estabelecimento do chamado 
“círculo virtuoso da economia”, intrinsecamente ligada aos programas 
direcionados para transferir rendas e educação. O segundo refere-se ao 
Estado e o seu papel para se obter o modelo proposto de desenvolvimento, 
em que as políticas de transferência de renda e educação sejam vistas de 
forma especial (GARCIA; HILLESHEIM, 2017).
Para que possamos compreender as relações existentes entre a 
pobreza e a educação, precisamos destacar os dois pontos citados acima, 
que por sua vez são fundamentais.
Desigualdade social e as estudantes da EJA
No que se refere às estudantes que fazem parte da educação de 
jovens e adultos, são marcadas na maioria das vezes por exploração, em 
que a violência doméstica faz ou já fez parte um dia de sua vida. 
Outra realidade que vem se tornando bastantecomum é a posição 
que elas ocupam de chefes de família, as quais também cuidam dos 
filhos sem obter ajuda, além de serem responsáveis pelas ocupações 
domésticas dentro da própria casa, fazendo com que mais comumente 
sejam vinculadas a trabalhos que oferecem má remuneração, além de 
muitas vezes estarem inseridos dentro da informalidade. 
Os papéis sobrecarregados que elas assumem muitas vezes 
favorecem as suas dificuldades socioeconômicas. Com isso, a atribulação 
existente em seu cotidiano juntamente com as várias tarefas das quais são 
responsáveis favorecem para que elas se tornem vulneráveis socialmente, 
dessa forma podem se tornar fragilizadas emocionalmente. 
Andragogia e Educação Profissional
26
Outro ponto relevante é a precocidade com que elas engravidam e 
muitas vezes de forma indesejada, tornando-se um grande obstáculo pelo 
fato de que a maioria das famílias não dão a devida assistência e apoio a 
essas adolescentes, agravando ainda mais sua fragilidade financeira. 
Com a falta de planejamento pela elevação do número de pessoas 
no núcleo familiar, as dificuldades enfrentadas por elas são potencializadas 
e, como resultado, torna-se um grande obstáculo continuar ou recomeçar 
os estudos paralisados ou até se qualificarem profissionalmente. Já 
aquelas que já ingressaram em algum curso acabam desistindo devido às 
grandes responsabilidades que agora terão que assumir. Em contrapartida, 
Springer, Cunha e Pagel (2020) diz que: 
A mulher que acessa esse programa busca a realização do 
sonho de concluir os seus estudos e também a oportunidade 
de ocupação e renda, por meio de uma qualificação profissional 
que facilite seu ingresso ao mundo produtivo do trabalho 
formal, pois compreende que sua sobrevivência no dia a dia é 
o mais importante para a melhoria de sua qualidade de vida e 
de sua família. (SPRINGER, CUNHA, & PAGEL, 2020, p. 2)
Com o objetivo de que o público feminino, que faz parte da EJA, 
tenha sua autoestima levantada e valorizada, há sempre uma busca para 
que os horizontes referentes às expectativas das alunas, como também 
aos entendimentos, sejam ampliados. Porém, essa tarefa não é fácil de 
se realizar, por se tratar de temas como o gênero e sua diversidade e que 
novas expectativas sociais podem ser construídas, ao tratar de assuntos 
como esses, as certezas que elas já carregam são alteradas. 
No entanto, a EJA tem por objetivo, ao tratar desses assuntos, 
explicar como o gênero se retrata na sociedade, ao buscar o entendimento 
sobre o papel que o homem e a mulher exercem na nossa sociedade e, 
quanto essa relação de entendimento é propícia ao aprisionamento. 
O público que indica as mulheres que estão inclusas no campo 
de desigualdade social, significa que as relações em grupo devem ser 
retomadas, de forma que essa retomada se torna conflituosa, pelo fato de 
que as estudantes apresentam um perfil mostrando um comportamento 
Andragogia e Educação Profissional
27
defensivo, mesmo que o ataque não exista, havendo dificuldades para 
que possam aceitar diferentes opiniões além de entenderem como 
críticas alguns comentários realizados. 
Para que esse tipo de comportamento e entendimento possa ser 
modificado, são realizadas atividades direcionadas a um público feminino, 
por meio de palestras, seções de cinema, oficinas e comentários sobre 
literatura, onde o personagem feminino está sendo figurado no papel 
principal, além das práticas pedagógicas utilizadas.
Desigualdade social e os afrodescendentes 
na EJA
Esse grupo de estudantes que fazem parte da diversidade 
relacionada a questões socioculturais, de forma histórica vem sofrendo 
preconceitos, além de serem discriminados e excluídos. O que podemos 
observar em uma gama dominante da sociedade é que tudo referente 
aos negros é observado como ruim, não tem valorização ou é visto como 
negativo. Com isso, os negros podem vir sofrendo nos últimos anos no 
Brasil com altíssimos índices de criminalidades cometidos contra eles. 
No intuito de levar o conhecimento histórico sobre a 
afrodescendência no Brasil, é trabalhada em sala de aula, em diversas 
disciplinas, a abordagem africana. Os africanos vieram para o Brasil de 
forma escravizada, retratando o lugar que era ocupado pelos negros na 
sociedade, literatura e cultura dos séculos XIX e XX e, por conseguinte, 
são estudadas as conquistas e mudanças obtidas por meio do movimento 
negro, sendo representados por atores negros atuais, poetas, escritores e 
depoimentos feitos por sociólogos. 
Dessa forma, tem-se como objetivo que os estudantes, tanto negros 
como não negros, tenham conhecimento e passem a valorizar a história 
e a cultura relacionada à afrodescendência brasileira, e que possam se 
reconhecer ao fazer parte dela. 
Ao partir dessas atividades, eles têm a percepção de que várias 
palavras utilizadas por eles, crenças, costumes e hábitos são provindos 
dessa cultura, como também percebem que a miscigenação afro-
brasileira engloba nossa identidade. Dessa forma, passam a entender o 
Andragogia e Educação Profissional
28
quanto é importante a defesa de direitos de oportunidades igualitárias 
para todos, de forma que passam a respeitar a sua história e cultura, como 
também ter outra visão no que se refere aos cidadãos afro-brasileiros 
(SPRINGER; CUNHA; PAGEL, 2020). 
Com isso, é fundamental ressaltar que não há necessidade de 
criação de um núcleo destinado exclusivamente a estudos afro-brasileiros, 
para que as atividades inclusivas, como também a cultura de raiz africana, 
sejam reconhecidas e valorizadas, sejam realizadas. É claramente possível 
o desenvolvimento desse trabalho em qualquer instituição. 
Desigualdade social e pessoas com 
necessidades educacionais específicas na 
EJA
Esse público representa uma fração em que está presente a 
desigualdade sociocultural, no entanto apresenta mais um agravante, 
pelo fato de parecerem invisíveis. Para Springer, Cunha e Pagel (2020):
[...] Em uma pesquisa empírica realizada com uma comunidade 
surda, foi perguntado o porquê de eles não procurarem o 
PROEJA para seguir os estudos. A resposta foi: porque já 
estamos acostumados a não estudar, pois somos excluídos 
mesmo; é muito difícil as escolas terem intérpretes e isso torna 
o acesso impossível. Problema semelhante é enfrentado por 
cegos e cadeirantes que não alimentam o sonho de seguir os 
estudos, pois não há espaço real para eles nas instituições, 
ainda que nos 5 documentos as escolas falem em inclusão 
das pessoas com necessidades educacionais específicas [...]. 
(SPRINGER; CUNHA; PAGEL, 2020, p. 5)
No entanto, para que esse quadro possa ser alterado e reconstruído, 
faz-se necessária a união de todos, tanto coordenadores, monitores, 
professores, como também colegas, alicerçando para que esses alunos 
que apresentam necessidades específicas educacionais alcancem a 
compreensão, pois a capacidade para aprender pertence a todos. Mas é 
de extrema importância que essa base seja formada por todos, e um dos 
pontos mais importantes a ser tratado é referente à avaliação. 
Andragogia e Educação Profissional
29
Para que possibilidades de melhoramento nessas vertentes 
abordadas possam ser alcançadas, de acordo com Springer, Cunha e 
Pagel (2020) observamos que:
Podemos afirmar que a EJA é o espaço perfeito e adequado 
para tratar as questões de políticas de promoção da igualdade 
não apenas racial, mas de todo o público da desigualdade 
social devido ao seu histórico de enfrentamento com relação 
às situações de exclusão social, discriminação e injustiça 
presentes nas trajetórias socioculturais, ambientais e de 
escolarização. (SPRINGER; CUNHA; PAGEL, 2020, p. 8)
Assim, deve-se considerar três características essenciais para que 
o aluno que tem necessidades educacionais específicas seja incluído no 
meio educacional.
Figura 3: Características para inclusão de alunos 
com necessidades educacionais específicas
Presençana 
escola
Participação
Construção 
de seu 
conhecimento
Fonte: Elaborada pela autora, 2021.
A presença desse aluno na escola tem significado, pois vai existir 
sua atuação em um espaço destinado à aprendizagem e socialização, 
que é obtido pela participação no que se refere às atividades, como 
também a interação. Com isso, haverá contribuição para que ele possa se 
desenvolver, com o objetivo de que o saber possa ser construído. 
Na EJA, a inclusão acontece de acordo com o recebimento de 
alunos que apresentam essas necessidades especiais. É vista com um 
desafio, pois precisa repensar e assumir uma nova postura, pois são 
revistos os conceitos e as práticas utilizadas pelo professor, no intuito de 
atendimento desse público, que por lei tem seus direitos educacionais 
garantidos. Além disso, o atendimento desses alunos é de muita 
necessidade. 
Andragogia e Educação Profissional
30
INTRODUÇÃO:
Você quer se aprofundar mais nesse tema? Recomendamos, 
a leitura do artigo: ”Pobreza e desigualdades educacionais: 
uma análise com base nos Planos Nacionais de Educação 
e nos Planos plurianuais Federais” (GARCIA & HILLESHEIM, 
2017). Disponível em: https://bit.ly/3uOS2NZ. Acesso em: 
02 mar. 2021.
RESUMINDO:
E então? Gostou do que lhe mostramos? Aprendeu mesmo 
tudinho? Agora, só para termos certeza de que você 
realmente entendeu o tema de estudo deste capítulo, 
vamos resumir tudo o que vimos. Você deve ter aprendido o 
histórico da desigualdade social no Brasil e suas mais variadas 
formas de expressividade na sociedade, também pudemos 
observar a relação existente entre essa desigualdade social 
e a educação. Dentro desse contexto, damos ênfase aos 
PNEs e PPAs e suas propostas para o melhoramento desse 
entrave. Observamos também as dificuldades enfrentadas 
pelas mulheres em relação à desigualdade social, a qual 
reflete na desigualdade educacional, bem como de negros 
e pessoas com necessidades educacionais especiais que 
fazem parte da EJA.
Andragogia e Educação Profissional
31
Didática
INTRODUÇÃO:
Ao finalizar este capítulo, você será capaz de entender 
como pode ser aplicada a didática no contexto andragógico 
de ensino. Isso será de fundamental importância para o 
exercício de sua profissão. E aí? Motivado para desenvolver 
esta competência? Então, vamos lá. Avante!
Na educação de jovens e adultos, os objetivos que foram propostos, 
bem como o desenvolvimento que será realizado das capacidades, é 
dependente de uma prática educativa que deve ter como fundamento a 
autonomia e participação para a formação do cidadão.
Como pressuposto nessa prática, os alunos são dependentes de 
seu processo no que se refere à aprendizagem, pois devem construir os 
seus significados para os conhecimentos que aprenderam, por meio de 
interações que apresentam complexidade e são repassadas de forma 
múltipla, onde se tem o conhecimento como objetivo, e dentro desse 
contexto o professor tem o papel de mediador. Outro aspecto essencial 
nesse processo de aprendizagem é a interação entre os alunos.
Na EJA, sobre as áreas de conhecimento de forma individual, as 
orientações relacionadas à didática envolvem as explicações direcionadas 
ao aprender e ao ensinar, como também no que se refere aos blocos 
de conteúdo, observando a seleção de conteúdos é determinado 
pelo enfoque didático, para que seja gerada uma situação de ensino-
aprendizagem. 
Didática e o tempo
O tempo educativo refere-se ao tempo em que se realiza o trabalho 
com os alunos, pois não existe aleatoriedade nas escolhas dos conteúdos, 
como também eles não surgem de forma espontânea, ao contrário, ocorre a 
seleção e a eleição de acordo como vão ser desenvolvidas as competências, 
como também os objetivos que são definidos no planejamento feito pelo 
professor e no projeto educativo elaborado pela escola.
Andragogia e Educação Profissional
32
Dessa forma, as diferentes e variadas formas de organizar o tempo 
definem-se como modalidades organizativas.
Projetos referentes ao trabalho
Os projetos de trabalho são uma modalidade organizativa dentro 
da didática, sendo que esse assunto é tratado por vários autores, de 
forma que são propostas por eles diferentes maneiras de como tratar os 
projetos de trabalho. É direcionado por alguns autores para a definição e o 
compartilhamento do tema que vai se trabalhar com os alunos, enquanto 
outros autores focam na língua escrita para ser trabalhada, além de poder 
se trabalhar com a interdisciplinaridade.
No entanto, existe semelhança entre alguns pontos e, com 
isso, a aprendizagem no que se refere a conteúdos sobre conceitos, 
procedimentos e atitudes é auxiliada. As perspectivas sobre um 
conhecimento sem compartimentos, vincula-se na inspiração de projetos 
de trabalho fornecidos pela organização dos conteúdos. 
As situações contextualizadas de maneira sequenciada 
caracterizam os projetos de trabalho, onde a conquista de um objetivo 
norteia a articulação, além das estruturas internas no que se refere ao 
conteúdo que deve ser compreendido, indicando o que se pretende 
ensinar intencionalmente. 
A organização desse conteúdo pode ser realizada por um tema 
determinado, um conceito a ser definido, um tema que mereça tratamento 
especial, um problema particular e ainda a inter-relação de perguntas em 
conjunto. O que se dá mais importância é o processo no qual se tomam as 
decisões, sobre o que está se passando em sala e o trabalho e a atuação 
dos alunos de forma individual devem passar por uma reflexão. 
A organização do conhecimento escolar em modelo de projeto é 
uma ideia que tem objetivo, além de outros pontos, pois o aluno iniciará 
em uma aprendizagem procedimental, de forma que lhe seja permitido:
 • Organizar informações;
 • Realizar pesquisas;
 • Fazer documentação sobre o que já foi construído, entre outras 
coisas.
Andragogia e Educação Profissional
33
Ao selecionar informações, o enriquecimento pode ser feito por 
meio de situações que podem ser trabalhadas tanto dentro quanto fora 
das escolas, podendo ser realizado também em horários alternativos 
ou no período da escola, com possibilidade de serem feitas atividades 
individuais ou coletivamente, com a contribuição de outros profissionais. 
No dia a dia dos projetos em espaços favoráveis, podem ser criados 
projetos de modo que os alunos interajam uns com os outros. Assim, esses 
trabalhos são proporcionados em todas as etapas de desenvolvimento 
com sua participação permitida, objetivando a consciência do trabalho 
em grupo. Dessa forma, o MEC (BRASIL, 2002) fala que: 
Muitos professores interpretam a proposta do trabalho com 
projetos como a escolha de um tema, cujo intuito é motivar 
o aluno para a realização de um conjunto de atividades nas 
diversas áreas do conhecimento, sem ligação entre si e sem 
considerar o conhecimento epistemológico de cada área, 
o que pode esvaziar e empobrecer o conteúdo [...] (BRASIL, 
2002, p. 130)
Sendo assim, o projeto é tido como uma modalidade organizativa 
que proporciona aos alunos o sentido que seu esforço merece ao estar 
aprendendo algo novo. Dessa forma, a interdisciplinaridade é determinada 
pelos conhecimentos que se constroem no decorrer do tempo em que o 
projeto é desenvolvido. 
Atividades consideradas permanentes
As atividades consideradas permanentes referem-se a situações 
didáticas, podendo ser repetidas previsivelmente ou de forma sistemática: 
Figura 4: Repetição de atividades permanentes
Diariamente Quinzenalmente Semanalmente
Fonte: Elaborada pela autora, 2021.
Andragogia e Educação Profissional
34
Elas são apropriadas de forma particular para a construção de 
atitudes, hábitos, valores e posturas.
Sequência para a realização de atividades
Nessa sequência de atividades, a aproximação de forma sucessiva 
do conhecimento é promovida pela articulação de situações didáticas. 
As atividades têm funcionamento semelhante aos projetos, tendo a 
possibilidade de seremintegradas. 
Situações que são independentes 
As situações independentes podem se apresentar em duas formas:
 • Ocasionais;
 • Sistematização.
Indica-se as situações ocasionais como aquelas em que se trabalha 
algum conteúdo que apresenta significância, sem demonstrar relação 
direta com o que está em desenvolvimento.
Já as situações referentes à sistematização, apesar de não serem 
decorridas de propósitos ditos imediatos, é intrinsecamente ligado com 
os conteúdos e objetivos didáticos. 
Compartilhamento de responsabilidades 
na leitura e escrita
Os benefícios trazidos pelo domínio da escrita são inúmeros, dentre 
eles podemos identificar:
Figura 5: Alguns benefícios resultantes do domínio da escrita
Ajuda a articular e organizar pensamentos.
Aperfeiçoamento da forma do discurso.
Abre novas possibilidades de acesso ao lazer e aos bens culturais.
Formas mais efetivas de participação social e política.
Fonte: Elaborada pela autora, 2021.
Andragogia e Educação Profissional
35
De maneira geral, o domínio da escrita possibilita a convivência, 
pois ao desenvolver essa prática o cidadão terá alcançado condições 
socialmente iguais com as pessoas que já adquiriram tal prática. 
Em relação à metacognição, o domínio da escrita e da leitura 
representa um dos mais elevados graus. Normalmente, os alunos da EJA 
apresentam um baixo domínio da leitura e da escrita ao ingressarem no 
Ensino Fundamental. 
Devido ao tipo de trabalho ou ainda às situações sociais nas quais 
esses alunos estão inseridos, não é promovido nenhum favorecimento 
para que as atividades possam ser desenvolvidas. Isso significa que essa é 
uma característica que determina a exclusão sociocultural do aluno, e que 
para a aprendizagem isso se torna um grande obstáculo (BRASIL, 2002).
É necessário que procedimentos e estratégias sejam definidas, 
que por sua vez devem envolver a escrita e a leitura, para que o aluno 
se torne um leitor com autonomia e competência, com capacidade para 
reconhecimento como também fazer utilização de textos de gêneros 
diferentes, além de estimular o desenvolvimento da sua capacidade para 
que ele exponha seus pensamentos ao escrever.
Para a realização dessas tarefas, os professores de todas as áreas 
devem se empenhar, não se limitando apenas aos professores da Língua 
Portuguesa. Dessa forma, e de acordo com o exposto no livro do MEC 
(BRASIL, 2002):
[...] é fundamental a integração de todas as áreas em projetos 
comuns de leitura e produção de textos. A escola como um todo 
deve se preocupar com as principais questões da língua escrita; 
deve estimular os alunos a ler e a produzir textos de diversos 
gêneros, respondendo às diversas situações comunicativas; 
deve orientá-los nessas atividades, fazendo com que leiam, 
falem e registrem suas ideias [...]. (BRASIL, 2002, p. 131)
Em relação à Língua Portuguesa, algumas questões não podem se 
restringir apenas a essa área, e sim para as demais disciplinas, sendo elas:
Andragogia e Educação Profissional
36
Figura 6: Questionamentos a serem feitos em todas as disciplinas
Qual a importância do registro escrito?
Em que esse registro pode favorecer a aprendizagem do aluno?
Que gêneros textuais podem ser utilizados?
Com quais deles os alunos devem aprender a ler e a redigir?
Fonte: Elaborada pela autora, 2021.
A mudança relacionada à postura do aluno ao se deparar com 
as dificuldades que ele encontra na escrita, é um ponto de extrema 
importância que deve ser trabalhado. Com isso, surge a necessidade de 
fazê-lo incorporar numa visão diferenciada da palavra, de maneira que 
a leitura e a escrita devem estar inseridas em sua vida, não podendo 
representar um fator que proporcione exclusão ou uma barreira. 
Sendo assim, cabe ao professor, seja qual for sua área, fazer a 
administração e o confronto existente entre a “língua” praticada por cada 
aluno e a língua que tem a valoração da escola e da sociedade. Para 
alcançar esse patamar, é fundamental que se adote princípios comuns 
para auxiliar os alunos, que aos poucos passam a dominar a leitura e a 
escrita. 
Orientações direcionadas à avaliação
Para que o processo de autor-regulação da aprendizagem seja 
promovido, diversas estratégias podem ser propostas pelo professor, 
como podemos observar a seguir:
 • Os objetivos devem ser comunicados, além de haver comprovação 
das representações que foram construídas pelos alunos.
 • Deve ser propiciado aos alunos o exercício em que as ações 
definidas são de forma antecipada e planificada.
 • Os alunos devem ter a possibilidade de apropriar-se dos 
instrumentos e critérios de avaliação.
Andragogia e Educação Profissional
37
 • Deve ser feita a utilização de instrumentos e estratégias durante a 
avaliação da aprendizagem dos alunos.
 • Deve ser feito o uso de portfólio como uma estratégia para avaliar.
Objetivos com comprovação das representações 
construídos pelos alunos
Ao serem realizadas experiências em sala de aula, o aprendizado 
do aluno é evidenciado de forma mais significativa, assim, há o 
reconhecimento do ensinamento do professor e a maneira objetiva de 
se fazer. 
Deve-se informar aos alunos sobre o que eles vão aprender e 
porque estão sendo propostas determinadas atividades. É necessária 
a construção da apresentação de um produto final em cada atividade, 
juntamente com a pretensão de alcance de resultados. 
Uma função dupla está presente nessa estratégia, sendo elas:
1. Diz respeito à pretensão de que eles aprendam os conteúdos que são 
determinados, por onde os estudos terão início e como isso ocorre. 
Essas ações têm como objetivo situá-los.
2. Refere-se à permissão para que cada um faça uma construção de 
uma representação inicial do que se pretende atingir, com referência à 
proposta didática de forma sequenciada. 
A comunicação é a base desse processo, pois nele ocorre uma 
condução por meio de negociações feitas constantemente entre 
professores e alunos, usando acordos com o objetivo de aprimorar a 
aprendizagem.
Exercício de ações definidas de maneira antecipada 
e planificada 
A antecipação mostra-se nesse caso como um indicador 
relacionado aos resultados que se espera, dependentes de caminhos e 
ações supostos para alcançar os objetivos que foram propostos. 
Andragogia e Educação Profissional
38
Já a planificação indica a ideia de um plano de trabalho que, com 
base nos resultados que forem alcançados gradativamente no seu 
desenvolvimento, poderá ser modificado. 
Para se realizar esse planejamento, o professor deve se atentar 
que as lógicas existentes do aprendiz e do especialista são diferentes. 
Para quem está aprendendo, há uma necessidade de construção de uma 
representação da ação que deverá ser executada, e que para ter alcance 
ao resultado pretendido, também deve ter incluído todas as ações ditas 
intermediárias, as quais são necessárias.
Os alunos devem ter a possibilidade de apropriar-
se dos instrumentos e critérios de avaliação
Não é comum que os professores deixem explícito para os seus 
alunos os critérios e instrumentos que serão utilizados para identificar 
o aprendizado sobre um determinado conteúdo. No entanto, deixar os 
critérios explícitos parece se adequar mais para o entendimento referente 
a um conceito, uma atitude que é esperada para realizar um trabalho ou 
ainda um procedimento. 
No intuito de estimular a auto regulação de aprendizagem dos 
alunos, faz-se necessária a criação de dispositivos pedagógicos que 
agem como facilitadores, podemos citar como exemplo:
 • Unidades didáticas sequenciadas e estruturadas inseridas nas 
etapas em que os alunos vão aprender, em que eles terão a 
possibilidade de um bom domínio nos conteúdos que devem ser 
propostos.
 • Uma representação que mostre adequação deve ser construída 
para cumprir os objetivos que a planificação e antecipação das 
ações sejam realizadas de forma segura. 
De acordo com a introdução dos aspectos relacionados àcomunicação, são indicadas duas dimensões que são primordiais para 
avaliar, assim o MEC (BRASIL, 2002) as define como:
Andragogia e Educação Profissional
39
[...] A dimensão social, de fornecer aos alunos informações so-
bre o desenvolvimento das capacidades e competências exi-
gidas socialmente e auxiliar os professores a identificarem os 
objetivos atingidos. [...]. A dimensão pedagógica, de fornecer 
aos professores e alunos informações sobre como está ocor-
rendo a aprendizagem, sobre os conhecimentos prévios e os 
conhecimentos adquiridos, os raciocínios desenvolvidos e as 
representações construídas, os valores e hábitos dos alunos. 
(BRASIL, 2002, p. 134)
Para que esse processo ocorra, é fundamental se fazer a verbalização 
e os diálogos que proporcionem facilidade ao explicitar e fazer análise 
sobre as representações pertencentes ao aluno e seu aprimoramento 
consequente. 
Utilização de instrumentos e estratégias que podem 
ser utilizados durante a avaliação da aprendizagem 
dos alunos
Algumas estratégias e instrumentos podem e devem ser utilizados 
para que a avaliação da aprendizagem dos alunos seja feita de forma mais 
eficaz. São elas: registrar o controle didático, observação do professor, 
questões ou situações-problema, atividades que exigem justificativa, 
mapas conceituais, atividades que apresentem linguagem escrita ou oral, 
atividades de culminância de uma unidade didática (BRASIL, 2002).
Uso de portfólio como uma estratégia 
utilizada para avaliar
O portfólio é um recurso no qual informações são processadas por 
meio de expressão escrita e oral. É uma ferramenta primordial para que 
seja realizada uma boa aprendizagem. Refere-se à junção de trabalhos 
que foram realizados pelo aluno, construído no dia a dia da unidade 
didática, nele são evidenciadas suas habilidades, melhores ideias, 
esforços, interesses, acertos, áreas fortes e vulneráveis, entre outros. 
Andragogia e Educação Profissional
40
SAIBA MAIS:
Você quer se aprofundar mais nesse tema? Recomendamos 
a leitura do livro: Educação de jovens e adultos: Ensino 
Fundamental e Ensino Médio. (RONDÔNIA, 2013). Disponível 
em: https://bit.ly/2MHTpNa. Acesso em: 02 mar. 2021.
RESUMINDO:
E então? Gostou do que lhe mostramos? Aprendeu mesmo 
tudinho? Agora, só para termos certeza de que você 
realmente entendeu o tema de estudo deste capítulo, 
vamos resumir tudo o que vimos. Você deve ter aprendido 
sobre formas de utilização da didática na educação 
de jovens e adultos, a forma como os conteúdos são 
elaborados e como devem ser passados para o aluno 
para que ele alcance uma aprendizagem que corresponda 
suas expectativas. Pudemos observar também algumas 
metodologias e estratégias relacionadas a como deve 
ocorrer a avaliação desses alunos.
Andragogia e Educação Profissional
41
Importância da Didática, 
Interdisciplinaridade e 
Transversalidade
INTRODUÇÃO:
Ao finalizar este capítulo, você será capaz de entender 
a importância da didática, da interdisciplinaridade e da 
transversalidade no contexto direcionado à educação de 
jovens e adultos. Isso será de fundamental importância 
para o exercício de sua profissão. E aí? Motivado para 
desenvolver esta competência? Então, vamos lá!
A didática e sua aplicação na educação de jovens e adultos e no 
seu processo de aprendizagem deve assumir grande importância, pois 
é por meio dela que se define se o ensino-aprendizagem alcançou os 
objetivos propostos. Além disso, favorece ao docente o desenvolvimento 
de métodos que estimulam o aluno para que suas habilidades cognitivas 
sejam desenvolvidas. Com isso acaba melhorando a acessibilidade do 
aluno no que se refere ao seu processo de aprendizagem. 
É por meio da idealização de uma didática feita pelo professor que 
os discentes são preparados para serem inseridos na sociedade, sendo 
formados cidadãos reflexivos, ativos, participativos e críticos dentro da 
sociedade da qual fazem parte. Com isso, para Santos, Andrade e Queiroz 
(2018):
A didática é um ramo da ciência pedagógica que tem como 
objetivo ensinar métodos e técnicas que possibilitam a 
aprendizagem do aluno por parte do professor ou instrutor. É 
uma disciplina prática, ainda que tenha como base as teorias 
pedagógicas que analisam os métodos mais convenientes a 
aplicar-se. A didática concretiza estes métodos em situações 
específicas, escolhendo os melhores caminhos em cada caso 
para chegar a uma determinada meta. (SANTOS; ANDRADE; 
QUEIROZ, 2018, p. 2)
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Seguindo essa ideia, podemos entender que diversas metodologias 
de ensino podem e devem ser utilizadas pelo professor, podendo ser 
introduzidas em suas aulas, de forma que os conteúdos, do concreto ao 
abstrato, possam ser trabalhados. Dessa forma, percebe-se que para os 
alunos é de extrema importância, pois um vínculo é criando entre o que 
eles estão estudando e os problemas enfrentados no seu cotidiano, além 
da contribuição proporcionada a sua vida no decorrer do curso. 
Importância da utilização de recursos 
didáticos e tecnológicos na andragogia
Os recursos didáticos e tecnológicos representam grande 
importância para o processo tanto de ensino quanto de aprendizagem, 
porém para a sua utilização é fundamental ter a clareza das possibilidades 
que podem ser alcançadas e os limites apresentados por cada um dos 
alunos, e de que forma uma proposta de trabalho baseada na globalidade 
pode ser introduzida. 
Quando a equipe de professores da escola seleciona uma gama 
de recursos didáticos, é criada a oportunidade de potencialização para 
realizar sua escolha, como também seu uso em meio à vasta quantidade 
de recursos que existem, e quais os que se adequam mais ao trabalho 
que está sendo proposto.
Na atualidade, a tecnologia deixa a dispor da escola uma boa 
quantidade de recursos considerados valiosos e que contribuem para o 
aprendizado dos alunos da EJA.
Figura 7: Recursos tecnológicos que podem ser utilizados na EJA
Computador Gravadores
Televisão Celulares
Filmadoras Tablets
Fonte: Elaborada pela autora, 2021.
No entanto, é de muita importância questionar sobre o objetivo da 
utilização e as características das tecnologias usadas, bem como analisar 
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quais são as vantagens e desvantagens desse uso, além de realizar a 
avaliação da aplicabilidade verdadeira no contexto pedagógico da mídia, 
que vai passar pelo processo exploratório dentro da sala de aula.
Existem também outros recursos didáticos que podem ser 
selecionados e trabalhados pelo professor em sua metodologia de ensino, 
os quais também proporcionam o aprendizado para os seus alunos da 
educação de jovens e adultos. 
Figura 8: Alguns recursos não tecnológicos que podem ser utilizados em aula
Ilustrações Quadro-negro
Mapas Globo terrestre
Livros Dicionário
Discos Cartazes
Fonte: Elaborada pela autora, 2021.
Estes são considerados ótimos recursos para trabalhar a didática dos 
materiais sociais, de forma que os alunos podem aprender sobre algo que 
exerce uma função social dentro da realidade, mantendo-se atualizados 
sobre o que está acontecendo no mundo. Assim, é estabelecido um vínculo 
que liga o aprendizado da escola ao conhecimento adquirido fora dela. 
Em meio a esses recursos existentes, um dos que exerce forte 
influência relacionado à prática de ensino no país é o livro didático. No 
entanto, é necessário que os professores estejam atentos à sua qualidade, 
se estão coerentes e a possíveis restrições que podem apresentar sobre 
objetivos educacionais sugeridos. Como também não se deve utilizá-
lo apenas como material didático, devido à existência de uma grande 
variedade de fontes de informação, isso proporcionará uma ampla visão 
de conhecimento ao aluno. 
Na EJA, percebe-se que o uso de livros didáticos que são 
direcionados para a educação de crianças é muito utilizado pelos 
professores, como também a organização de materiais eformato de 
apostila. Isso decorre da carência de materiais elaborados com a finalidade 
da educação de jovens e adultos, mas, de forma geral, a organização dos 
conteúdos é que pautam as práticas utilizadas na EJA e que, por sua vez, 
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as necessidades reais para a realização da aprendizagem dos alunos são 
excluídas. 
ACESSE:
Quer se aprofundar neste tema? Recomendamos assistir 
ao vídeo: “Práticas pedagógicas para a EJA”. Disponível em: 
https://bit.ly/3qdTsxQ. Acesso em: 02 mar. 2021.
Interdisciplinaridade e sua importância na 
educação de jovens e adultos
Diversas mudanças são percebidas na educação, sendo 
identificadas em todos os níveis, pois elas estão intrinsecamente ligadas 
ao desenvolvimento direcionado à ciência e tecnologia, como também 
a movimentos políticos, sociais e econômicos que estão em curso e 
presentes na sociedade inserida na pós-modernidade. 
A partir disso, pode-se vislumbrar um ensino com os conceitos 
diferentes que podem ser conciliados, além de abranger áreas 
diferentes, de forma que várias disciplinas fossem integradas e tivessem 
a capacidade para a substituição da fragmentação por meios mais 
interativos. Isso proporcionaria ao aluno a oportunidade de aprendizagem 
e ele conseguiria relacionar os conceitos que, por consequência, pode 
haver a construção de conhecimentos novos, com mais criatividade e 
mais autonomia. Dentro desse contexto, para conforme o Referencial 
Curricular de Rondônia (2013):
A interdisciplinaridade está relacionada ao conceito de contex-
tualização sócio-histórico como princípio integrador do currí-
culo. Indissociável da interdisciplinaridade, a transversalidade 
estrutura, complementa e insere a educação no contexto social 
e histórico [...]. Ao contrário, elas reforçam essas disciplinas ao 
se fundamentarem em aproximações conceituais coerentes e 
nos contextos sócio-históricos, possibilitando as condições de 
existências e constituição dos objetos dos conhecimentos dis-
ciplinares. (RONDÔNIA, 2013, p. 21)
Andragogia e Educação Profissional
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É de fundamental importância destacar que esse pensamento 
inovador proporciona incentivo à disposição para que sejam buscadas 
parcerias, como também a complementaridade. No entanto, na 
convivência com os demais por obrigação é imposta a necessidade de se 
realizar a administração de conflitos que venham a surgir, como também 
os desentendimentos que são resultados das diferenças existentes, na 
compreensão de que é importante a consideração de todas as possíveis 
colaborações; o respeito e a valorização de todos os campos direcionados 
ao conhecimento, mesmo sendo divergentes. Com isso, falar que as 
disciplinas postas em convivência podem tornar-se uma estratégia para o 
desenvolvimento de noção relacionada a tolerância, não é uma afirmação 
exagerada. 
Desafios da interdisciplinaridade em 
âmbito andragógico
O uso da interdisciplinaridade pode ser considerado uma nova forma 
para que a produção de conhecimento dentro das escolas, nos espaços 
direcionados à pesquisa e nos currículos sejam institucionalizados. Nos 
tempos de globalização, parece que os saberes trabalhados de forma 
plural pressupõem um caminho mais adequado para que o mundo seja 
pensado, sentido e compreendido.
Porém, o desafio torna-se muito grande além de exigir um esforço 
enorme. É perceptível, ao realizar uma observação, a forma como as 
escolas trabalham a interdisciplinaridade, ela permanece representando 
uma exceção em meio ao universo das escolas, suas formas de organizar 
mantêm sua fundação direcionada ao processo de conhecimento 
fragmentado. Nesse sentido, a organização, no que se refere à burocracia 
e aos mecanismos avaliativos, está incluída nessa fragmentação. 
Isso representa dizer que um dos desafios primordiais pode ser 
visto concretamente e nele está o de conseguir uma construção que 
torne possível a organização cotidiana, viabilizando a interação entre os 
docentes que trabalham com diferentes disciplinas. 
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Por conseguinte, faz-se necessário refletir que é um grande 
desafio também para os professores, pois toda a sociedade trabalha por 
meio de uma educação compartimentada, com isso eles atuam como 
desbravadores diante do uso da interdisciplinaridade. No entanto, existe 
uma grande vantagem, a de que nessa forma cooperativa de trabalhar 
há o compartilhamento desse desafio entre todos os professores das 
diferentes disciplinas. Diante disso, para o MEC (BRASIL, 2007):
[...] a interdisciplinaridade também exige que o território de 
cada campo do conhecimento – suas particularidades e 
especialidades – seja compreendido e respeitado. A ideia não 
é procurar um caminho para homogeneizar todas as ciências 
ou restringi-las a um enfoque. Pelo contrário. Para que haja a 
junção das partes, é fundamental que a objetividade de cada 
uma seja plenamente reconhecida e respeitada. Não é possível 
combater abordagem que restringe os conhecimentos a 
campos fechados e mundos particulares nem criar uma 
posição unificadora, sem que antes as diferenças sejam 
reconhecidas, compreendidas e, sobretudo, respeitadas.
Além disso, um dos pontos que mostram mais dificuldade para 
haver o acerto é o reconhecimento das zonas das intersecções existentes 
em meio às áreas. 
A realização da identificação dos pontos similares existentes entre 
as áreas é de grande importância. Para que se realize essa localização, 
os especialistas dentro de sua singularidade, precisam exercer um 
movimento duplo, em que além de desenvolver sua disciplina, e dentro 
dela intencionando a abertura de espaço para dialogar com as demais 
disciplinas, deve-se também fazer a identificação dentro do campo 
ao qual ele pertence, onde as aberturas podem ser encontradas para 
que possa haver incorporação de contribuições existentes nas demais 
disciplinas (BRASIL, 2007).
Dessa forma, para que as diferentes áreas se articulem, e possam 
ser concretizadas no ensino regular e inseridas nessa prática pedagógica, 
é fundamental definir um campo comum de atuação. 
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Transversalidade na andragogia
Ao selecionar temas transversais para que sejam um ponto de 
referência no intuído de que a prática pedagógica na EJA se desenvolva, 
resulta em possibilidade de que o aluno se posicione mediante as 
questões sociais e possa realizar interpretações usando sua criticidade 
diante do que estão em sua volta, o que representa sua realidade sobre 
algumas dimensões. 
Figura 9: Dimensões que representam a realidade do aluno
Histórica Política Cultural
Fonte: Elaborada pela autora, 2021.
Ao se realizar algumas reflexões no que se refere aos temas que 
representam a transversalidade, podemos observar que eles buscam 
envolver questões que mostram relevância dentro do processo de ensino-
aprendizagem, em que os aspectos múltiplos são envolvidos como os da 
vida social do estudante, como também no intuito de exercer auxílio sobre 
a cidadania a ser construída, assim, uma maior expressão no âmbito social 
deve ser possibilitada. Com isso, dentro da transversalidade o Referencial 
Curricular de Rondônia (2013) afirma que:
Os temas transversais ‘tratam de processos que estão sendo 
intensamente vividos pela sociedade, pelas comunidades, 
famílias, alunos e educadores em seu cotidiano. São debatidos 
em diferentes espaços sociais, em busca de soluções e de 
alternativas, confrontando posicionamentos diversos, tanto em 
relação à intervenção no âmbito social mais amplo quanto à 
atuação pessoal. São questões urgentes que interrogam sobre 
a vida humana, sobre a realidade que está sendo construída e 
que demandam transformações macrossociais e também de 
atitudes pessoais, exigindo, portanto, ensino e aprendizagem 
de conteúdos relativos a essas duas dimensões. (RONDÔNIA, 
2013, p. 21)
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A interdisciplinaridadee a transversalidade são tratadas de 
forma diferente pelos PCNs, no entanto ao serem inseridas na prática 
pedagógica elas são alimentadas por meio da mutualidade. Com isso, a 
estrutura do currículo é consolidada, além de priorizar que as habilidades 
e competências sejam desenvolvidas. Alguns temas transversais/sociais 
presentes na andragogia:
 • Educação ambiental.
 • Educação para o trânsito.
 • Educação em direitos humanos.
 • Ética e cidadania.
 • Orientação sexual/prevenção e promoção à saúde.
 • Pluralidade cultural.
 • Educação fiscal.
Dessa forma, podemos observar que as disciplinas transversais 
se inserem nos mais variados campos de conhecimento, por estarem 
relacionadas às questões sociais, de forma que, ao fazer parte da prática 
da docência, é permitido ao professor superar as limitações existentes no 
âmbito educacional.
A transversalidade tem capacidade para promover de forma mais 
abrangente uma compreensão direcionada aos objetos diferentes de 
conhecimento, pelo fato de a abertura de espaços, para que saberes de 
fora da escola que são construídos permeando a realidade da vida dos 
alunos, sejam incluídos. 
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RESUMINDO:
E então? Gostou do que lhe mostramos? Aprendeu mesmo 
tudinho? Agora, só para termos certeza de que você 
realmente entendeu o tema de estudo deste capítulo, 
vamos resumir tudo o que vimos. Você deve ter aprendido 
sobre a importância da didática a ser utilizada em sala 
de aula no que se refere à andragogia, como também as 
melhores formas para se obter sucesso na sua utilização. 
Vimos também a importância e os desafios sobre a 
interdisciplinaridade e transversalidade que, por sua vez, 
fazem parte da andragogia para se obter sucesso no 
ensino dos discentes, além de serem identificados algumas 
disciplinas transversais.
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Educação Profissional
Lisiane Lucena Bezerra