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1-Abscesso^J Flegmão e Fístula (14 03 2023)

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Abscesso e Flegmão 
Introdução 
Diversas condições podem ser 
resultadas de aumentos de volume, 
como os tumores, abscessos, cistos, 
hematomas, seromas (líquido 
extravasado em um processo 
inflamatório), granulomas, cicatrizes, 
hipertróficas. 
Abscesso X Flegmão 
Abscesso é um conjunto de pus 
(neutrófilos degenerados em líquido 
inflamatório) causado por inflamação 
supurativa num tecido, geralmente em 
resposta às bactérias patogênicas. 
Flegmão refere-se à inflamação 
supurativa difusa (inflamação se 
apresenta espalhada) presente no 
tecido conjuntivo frouxo. Suas margens 
são mal definidas. 
A diferença é que o abscesso é aumento 
de volume circunscrito e o flegmão é 
difuso. No entanto, ambos podem levar 
o animal a sepse e morte, 
principalmente em animais jovens e 
idosos. 
Abscesso 
Abscesso é um aumento de volume 
localizado com pus, sendo circunscrito 
por tecido fibroso. Pode ser imaturo e 
maduro, podendo apenas ser drenado 
quando for maduro. Pode ser formado 
devido a penetração de microrganismos 
por traumas, levando ao 
encapsulamento do mesmo. 
Um cisto é diferente de abscesso, sendo 
o cisto uma saculação com parede 
distinta que contém líquido, ar, saliva 
ou sangue. A palpação também é 
distinta de um abscesso. 
Histórico clínico 
Abscessos surgem rapidamente, então 
deve questionar quando apareceu. 
Além disso, deve analisar se é 
realmente um abscesso através da 
investigação de se há mordedura, 
acidentes perfurocortantes, picadas de 
artrópodes (principalmente da aranha 
marrom, que pode desenvolver 
também flegmão – o veneno com ação 
proteolítica inicia uma solução de 
continuidade, predispondo a 
penetração de microrganismo), reação 
granulomatosa por corpo estranho 
(espinhos). 
Gatos imunossuprimidos (FIV e FeLV) 
podem desenvolver abscessos 
espontâneos. 
Aspectos clínicos 
O abscesso possui uma parede de 
tecido fibroso circunscrevendo o 
processo inflamatório, o que leva a um 
aumento de volume associado aos 
sinais cardeais da inflamação (rubor, 
tumor, calor). Além disso, há alopecia 
perto do abscesso. 
Quando é imaturo, é caracterizado por 
ser firme no centro e flutuante na 
periferia contendo eritema e alopecia, 
enquanto maduro é firme na periferia e 
flutuante no centro. A diferenciação é 
necessária para firmar o diagnóstico e 
orientar o tratamento. 
Exame físico 
Inspeção 
Alopecia, inflamação (tumor, rubor, 
calor), pele arroxeada, dor local, 
adelgaçamento cutâneo (astenia 
cutânea – pele fina ao ponto de 
conseguir observar os vasos sanguíneos 
na pele, como no 
hiperadrenocorticismo) e fistulas. 
Palpação 
Nota-se a diferença de abscesso 
maduro e imaturo 
Punção 
É uma forma de diagnostico, podendo 
coletar líquido purulento ou 
piosanguinolento. Para firmar o 
diagnóstico precisa maturar o abscesso, 
pois só é possível puncionar quando o 
centro estiver flutuante. 
Agentes envolvidos 
Em cães, Estafilococos aureus e 
Estafilocococs epidermidis, que fazem 
parte da flora normal da pele do animal, 
então por meio da perfuração da pele, 
elas entram no organismo e se tornam 
patogênicas. 
Em gatos, Pasteurella multocidam (mais 
comum) Fusobacterium spp., 
Bacteroides spp., Prevotella oralis, 
Estreptococos Beta hemolytico, 
Estreptococos pseudointermedius e 
Estafilococos pseudintermedius. 
Em caso de mordedura, na boca há 
bactérias anaeróbicas e aeróbicas, 
sendo a bactéria anaeróbica principal 
presente na boca o Clostridum spp. É 
importante saber, pois a 
antibioticoterapia é diferente, com o 
uso de metronidazol, por exemplo. 
Tratamento 
Tricotomia extensa (envolvendo toda a 
periferia do abscesso), compressas de 
água morna/pomadas canforadas ou 
mentoladas (em caso de abscessos 
imaturos, deve maturar aplicando essas 
pomadas e compressas para firmar o 
diagnóstico e realizar o tratamento), 
abertura (“lancetar”) do abscesso para 
drenagem do conteúdo, drenagem de 
todo o conteúdo, lavagem exaustiva 
com solução fisiológica ou solução de 
PVPI 0,1 a 0,2%. 
Em caso de mordedura, pode ter 
Clostridum, então pode injetar água 
oxigenada apenas uma única vez, para 
que a bactéria morra devido a presença 
de oxigênio. Pode também utilizar 
soluções de permanganato de potássio. 
São todos curativos diários aguardando 
a formação do tecido de granulação 
(apenas se forma em baixa inflamação 
ou nenhuma, ou seja, quanto mais o 
abscesso regredir, mais tecido de 
granulação se forma) que irá fechar a 
ferida sendo então tratamento de 
segunda intenção. 
Antibioticoterapia 
A antibioticoterapia sistêmica seria mais 
recomendada para filhotes e idosos, a 
fim de evitar sepse. Deve evitar ATBs 
tópicos, pois o tratamento com 
antisséptico já é suficiente, e quando os 
antibióticos são utilizados, eles têm 
efeito sistêmico. O tempo de 
administração do medicamento 
depende do tamanho do abscesso. 
Os fármacos de eleição são amoxacilina, 
cefalosporina, vancomicina (última 
escolha, pois ele é muito específico para 
algumas bactérias), penicilina benzatina 
(somente para abscessos em gatos, pois 
somente age contra a Pasteurella). 
Protetores de mucosa gástrica. Pode 
também usar enrofloxacina associado 
ao metronidazol (apenas em bactérias 
anaeróbicas, e em filhotes pode levar a 
lesão nas epífises e alteração na placa 
de crescimento ósseo). 
Em caso de mordedura, água oxigenada 
após a primeira lavagem em 
anaeróbicos. 
Flegmão 
É uma coleção difusa de pus no 
subcutâneo, não circunscrito e comum 
nos membros torácicos e pélvicos. A 
inflamação do tecido conjuntivo que 
acarreta a formação de um abscesso 
difuso. 
Histórico clínico 
Mordeduras que não cicatrizam, 
acidentes perfurocortantes ínfimos, 
traumas, picadas de aranhas, insetos 
que geram proteólise (destruição do 
tecido celular subcutâneo que leva a um 
processo inflamatório que acaba se 
infectando). 
Sinais clínicos 
Edema com sinal de “godet” positivo 
(aperta e demora para retornar), 
aumento de temperatura local, rubor, 
pele adelgaçada, pele arroxeada, 
hipertermia sistêmica (não há 
hipertermia no abscesso, pois é algo 
circunscrito e no flegmão é extenso), 
dor local, dependendo da extensão há 
sinais sistêmicos podendo causar 
choque em caso de alta extensão. 
O exame radiográfico demonstra 
aumento de tecidos moles ao redor das 
estruturas ósseas, podendo ser 
observado sinais de osteomielite em 
certos casos. 
Tratamento 
Antibioticoterapia sistêmica é 
obrigatória por 15-30 dias, sendo os 
mesmos medicamentos que no 
abscesso. O tratamento tópico das 
possíveis ulcerações é recomendado. 
Protetores de mucosa. 
O flegmão não é para ser puncionado, 
uma vez que ao observar os sinais 
clínicos já é possível ter o diagnostico e 
realizar a antibioticoterapia sistêmica. 
Em casos de feridas com necrose deve 
ser feita debridação e posterior 
cicatrização por segunda intenção. 
Apenas quando abrir uma fistula e 
observar saída de líquido sanguinolento, 
o qual é um excelente meio de cultura 
para bactérias, pode drenar esse líquido 
para evitar essa proliferação. Em caso 
de fistulas com outro tipo de líquido, 
NÃO DEVE drenar. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Existe pus séptico e pus asséptico 
(não tem bactérias envolvidas, 
mas tem neutrófilo degenerado 
em líquido inflamatório). 
Hipópio: pus na câmara interior 
do olho, sendo um tipo de pus 
asséptico 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fístulas 
O que é? 
É um trajeto acidental com secreções 
fisiológicas ou patológicas, ou seja, é a 
tentativa de expulsar algo estranho do 
organismo. Podem ser classificadas em 
fistulas fisiológicas (drenagem da 
secreção do próprio tecido – exemplo é 
a drenagem de leite de fistulas de 
mastite) ou fistulas patológicas 
(tentativa do organismo em reagir a 
algo estranho - espinhos, pregos, quarto 
pré-molar e perineal). 
É constituídapor um fundo que forma 
um trajeto fistuloso e termina no 
orifício por onde tem a saída de 
secreções. A borda do orifício é 
normalmente ovalada com eritema. A 
maioria das fistulas são externas, vindo 
do fundo e exteriorizando para a pele. 
A fístula pode ser única ou múltipla, 
sempre forma uma fistula única (trajeto 
único) e a partir do momento que se 
tornar um processo crônico forma 
vários trajetos, mas é apenas UMA 
abertura. 
Sinais Clínicos 
Ocorre prurido, aumento de volume, 
drenagem, lambedura. 
Observação do orifício ovalado com 
eritema e é visível, e o trajeto pode ser 
explorado através de uma sonda. 
Diagnóstico 
Realizado através da inspeção e 
fistulografia (injeção de contraste a 
base de iodo e é possível marcar os 
trajetos, mas não é feito na rotina). 
Pode também ser realizado o 
diagnóstico ambulatorial através do 
orifício da fístula, com o auxílio de uma 
sonda, tentar avançá-la dentro dos 
trajetos para chegar no fundo de saco 
(CE). 
Evolução 
Sem tratamento 
Ocorre o aumento no número de 
trajetos 
Fístula fisiológica 
Desbridamento químico através de 
substâncias revulsivantes 
(permanganato de potássio, iodo 2%) 
em que injeta essas substâncias dentro 
do trajeto fistuloso, ou por exploração 
cirúrgica com remoção do processo 
fistuloso (prego, projetil balístico). 
Fístula patológica 
Curetagem mecânica (desbridamento 
cirúrgico), ablação do trajeto fistuloso e 
termocoagulação (mais eficiente, utiliza 
o bisturi elétrico queimando todo o 
trajeto fistuloso). 
 
 
O quarto pré-molar é o que 
mais forma abscesso e 
fístulas na região nasal 
(fístula do carniceiro). O 
tratamento é a exodontia do 
quarto molar.