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MM JUIZ DA VARA DE TRABALHO DA COMARCA DO RIO DE JANEIRO-RJ. JORGE ROBERTO PALMEIRA COALA, brasileiro, casado, Funcionário Público, portador da cédula de RG nº xxxxxxxxx, e da CTPS nºxxxxxxxx - série nº xxxxxxxx - RJ, inscrito no CPF nº xxxxxxxxxxxxxx e PIS sob o nº xxxxxxxxxxxxxx, filho de xxxxxxxxxxxxxxxxx, nascido em xx de xxxxxxxxxx de xxxx, domiciliado à Rua xxxxxxxxxxxxxxxx, nº xxx, Bairro xxxxxxxxxxx – Cidade xxxxxxxxxx - XX, CEP xxxxx-xxx, por seus advogados e procuradores infra-assinados, os quais possuem escritório no endereço Da Rua da Quitanda n° 500, centro, Rio de Janeiro, cep: xxxxxx, onde receberão as notificações e/ou intimações de termos e atos processuais, vem propor a presente, AÇÃO DECLARATÓRIA DE RECONHECIMENTO DE VÍNCULO EMPREGATÍCIO PARA FINS TRABALHISTAS E PREVIDENCIÁRIOS nos termos do § 1º do artigo 11 da Consolidação das Leis do Trabalho, em face de LEPRON COMÉRCIO E INDUSTRIA LTDA pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ sob o nº xxxxxxxxxxxxxxxxxx, localizada na Avenida xxxxxxxxxxxxxxxxxxx, nº xx, Bairro xxxxxxxxxxx – Cidade xxxxxxxxxx - XX, CEP xxxxx- xxx, e seu sócio- proprietário, SR. xxxxxxxxxxxxxx, pelos motivos de fato e de direito a seguir aduzidos: DAS COMISSÕES DE CONCILIAÇÃO PRÉVIA Esclarece o reclamante que deixa de apresentar com a presente reclamação a documentação prevista no artigo 625-D da Consolidação das Leis do Trabalho. Aludido procedimento repousa na convicção de que o malfadado artigo consolidado não tem o condão de impossibilitar a apresentação do presente litígio junto ao Judiciário, visto que, se assim o fosse, certamente, estaríamos diante de flagrante ilegalidade, pois o direito de ação garantido pela Constituição Federal de 1.988 restaria violado. Por outro lado, destaca-se que o entendimento aqui manifestado não se traduz isolado, mas sim, encontra-se em consonância com o entendimento do Tribunal Regional do Trabalho da Segunda Região, que pacificando entendimento acerca do tema já se manifestou no sentido de que a provocação da Comissão de Conciliação Prévia é faculdade do empregado, instituto que prestigia a autocomposição não se traduzindo, portanto, na obrigatoriedade de sua provocação (súmula nº 02). E, para sepultar em definitivo qualquer dúvida acerca da faculdade da provocação da CCP, cumpre destacar o julgado do Supremo Tribunal Federal, o qual proferido pelo plenário no julgamento da ADIN no. 2139 declarou caracterizada afronta ao princípio do livre acesso ao Judiciário a obrigatoriedade da provocação das Comissões de Conciliação Prévia {decisão proferida nos autos da Ação Direta de Inconstitucionalidade no. 2139, em 22 de maio de 2.009}, logo, deverá a presente reclamação ser apreciada. DOS BENEFÍCIOS DA ASSISTÊNCIA JUDICIÁRIA GRATUITA Por ser o reclamante pessoa pobre na acepção jurídica do termo, na medida em que, enquanto empregado da Ré, percebia salário inferior a 40% do limite máximo dos Benefícios pagos pelo RGPS – Regime Geral de Previdência Social, requer, desde já, se digne Vossa Excelência de conceder-lhe os benefícios da assistência judiciária gratuita, a teor do disposto no § 3º do artigo 790 da Consolidação das Leis do Trabalho. DOS FATOS – DA VIDA FUNCIONAL O reclamante laborou para a Reclamada do dia 30 de janeiro de 1975 ao dia 01 de junho de 2013\, como empregado celetista, na função de ajudante geral, das 8h às 17h de segunda a sábado, mediante a remuneração mensal de um salário mínimo à época, valor este acertado verbalmente, sem recibos e sem constar, portanto, na folha de pagamentos da Reclamada, além de jamais ter sido registrada sua carteira de trabalho ou havido qualquer contribuição por parte do empregado ao INSS. A Reclamada era uma industria de roupas, pertencente ao Sr. Xxxxxxxxxxxxxxxxxxx, situada a Avenida xxxxxxxxxxxxxxxxxxx, nº xx, Bairro xxxxxxxxxxx – Cidade xxxxxxxxxx - XX, CEP xxxxx-xxx, local em que o Reclamante laborou por 38 anos, 05 meses e 25 dias aproximadamente, e busca o reconhecimento de tal período como vínculo empregatício e consequentemente para fins previdenciários com a devida averbação do período no CNIS (Cadastro Nacional de Informações Sociais) ou com a expedição da devida certidão de tempo de contribuição para fins adição de tempo de serviço para aposentadoria do Reclamante. Para comprovar a veracidade dos fatos, ocorridos há mais de 20 anos, o Reclamante possui como testemunha o senhor xxxxxxxxxxxxxxx, portador da cédula de RG sob o nº xxxxxxxxx SSP/SP, residente e domiciliado à Rua xxxxxxxxx, nº xxx, Bairro xxxxxxxxxxx – Cidade xxxxxxxxxx - XX, CEP xxxxx-xxx, que laborou com o Reclamante como funileiro da oficina por todo o período supramencionado. Há ainda, como prova material do alegado, diversas fotos no trabalho O reclamante, por não ter outra opção à época, devido à precária condição financeira e extrema necessidade em ajudar financeiramente a família, não teve a opção de exigir o registro em carteira para o pagamento dos devidos encargos trabalhistas, sendo sempre ameaçado sob a alegação de que se a Reclamada tivesse que o registrar não lhe daria o emprego. Diante dos fatos, claro que o ex-empregador deixou de honrar com a obrigação legal para com o Reclamante, prejudicando-o assim inclusive quanto a futura concessão de sua aposentadoria. Cumpre esclarecer que, o reclamante não objetiva a imputação de culpa a terceiros ou mesmo tenta o reconhecimento das contribuições citadas como pagas, nem deseja alguma indenização financeira, como por exemplo FGTS, danos morais, recebimento de férias, horas extras, verbas rescisórias, aviso prévio indenizado, 13º salário, multas, seguro desemprego, simplesmente pleiteia o direito de ter declarado para fins trabalhistas o tempo trabalhado, para fins futuros de computo total para a aposentadoria. No mais, cabe citar que o Reclamante já tentou o reconhecimento do período trabalhado junto ao INSS, por via administrativa, não obtendo êxito até o presente momento, pois não é possível cumprir as exigências estipuladas, não lhe restando outra alternativa se não a presente busca da declaração por sentença trabalhista de sua vinculação empregatícia, para fins previdenciários, referente ao período de xx de janeiro de xxxx a xx de outubro de xxxx, junto à Reclamada. DOS DIREITOS - DA NECESSIDADE DO AMPARO JUDICIAL Primeiramente, vale salientar que a presente demanda judicial é necessária em face a negativa do INSS em reconhecer o período pleiteado para computo do tempo de serviço para fins de aposentadoria do reclamante (inscrição no CNIS, registro em Carteira de Trabalho ou expedição de Certidão para Averbação de Tempo de Serviço), haja vista não ser possível cumprir as exigências estipuladas no aplicativo “meu INSS”, pois se assim pudesse, não seria necessário recorrer a via judicial trabalhista. DO CABIMENTO - DA NÃO PRESCRIÇÃO DA AÇÃO DECLARATÓRIA PARA RECONHECIMENTO DE VÍNCULO EMPREGATÍCIO PARA FINS TRABALHISTAS E PREVIDENCIÁRIOS Também se faz necessário demostrar que o pleiteado não está abarcado pela prescrição, mesmo após transcorrido o período superior a dois anos da extinção do contrato (artigo 7º, XXIX da CFRB/88 e artigo 11º da CLT), é possível ingressar com reclamação trabalhista, pois este prazo não é aplicado nas ações que tenham por objetivo apenas a declaração do reconhecimento do vínculo empregatício, conforme previsão no § 1º do artigo 11 da CLT, o qual estabelece que não se aplica a prescrição nas ações que tenham por objeto anotações para fins de prova junto à Previdência Social: Art. 11 CLT. A pretensão quanto a créditos resultantes das relações de trabalho prescreve em cinco anos para os trabalhadores urbanos e rurais, até o limite de dois anos após a extinção do contrato de trabalho § 1º O dispostoneste artigo não se aplica às ações que tenham por objeto anotações para fins de prova junto à Previdência Social (grifei). O reclamante não almeja nenhum benefício financeiro que deixou de receber e a caracterização do vínculo empregatício e o devido registro em Carteira de Trabalho (CPTS) podem ser regularizadas a qualquer tempo, a fim de garantir direitos, sempre que cumpridos os requisitos legais. Neste sentido: PRESCRIÇÃO. RECLAMAÇÃO TRABALHISTA. PEDIDOS DE NATUREZA DECLARATÓRIA E CONDENATÓRIA. RECONHECIMENTO DE VÍNCULO EMPREGATÍCIO PRETÉRITO E REGISTRO NA CARTEIRA DE TRABALHO E PREVIDÊNCIA SOCIAL. As ações de natureza declaratória são imprescritíveis, e, assim, o reconhecimento de vínculo de emprego, por ser ato de natureza declaratória, não prescreve, em que pese daí decorrerem consequências jurídicas de cunho econômico. Relativamente ao efeito condenatório decorrente da declaração judicial de relação empregatícia, esse se sujeita à prescrição, na forma do artigo 7º, inciso XXIX, da Constituição Federal. Neste contexto, o pedido dessa reclamação trabalhista, ajuizada em 05/07/2010, de reconhecimento do vínculo de emprego com a reclamada a partir de 13/01/1988 e, consequentemente, de unicidade contratual e de determinação de registro na CTPS, não se encontra atingido pela prescrição, ante o caráter eminentemente declaratório da demanda. Recurso de revista conhecido e provido. Tribunal Superior do Trabalho TST - RECURSO DE REVISTA: RR 13977020105180082 - Inteiro Teor. DOS REQUISITOS DO VÍNCULO EMPREGATÍCIO No art. 3º da CLT, o legislador trouxe o conceito de empregado estabelecendo todos os requisitos necessários para que um indivíduo seja reconhecido como empregado: Art. 3º - Considera-se empregado, toda pessoa física que prestar serviços de natureza não eventual a empregador, sob a dependência deste e mediante salário. Nesse diapasão o artigo 12 da lei 8.212/91 traz: Art. 12. São segurados obrigatórios da Previdência Social as seguintes pessoas físicas: I - como empregado: 1. aquele que presta serviço de natureza urbana ou rural à empresa, em caráter não eventual, sob sua subordinação e mediante remuneração, inclusive como diretor empregado; No presente caso e ao encontro dos artigos acima mencionados estão preenchidos todos os requisitos essenciais do contrato de trabalho: pessoalidade, habitualidade, subordinação e onerosidade que serão detalhados adiante: Pessoalidade: O serviço de ajudante geral era prestado somente pelo reclamante, que é pessoa física e jamais pode indicar qualquer pessoa para trabalhar em seu lugar, sendo certo que a pessoalidade sempre esteve presente nos serviços prestados para a reclamada. Habitualidade: durante todo o contrato de trabalho o reclamante prestou serviços de forma habitual e contínua à reclamada, restando demonstrado o caráter de permanência exigido pela legislação consolidada, já que trabalhou por mais de quatro anos, de segunda a sábado, das 8h às 17h. A reclamada não tinha nenhum tipo de registro de empregados para anotação do horário de trabalho, contrariando assim, o artigo 74 da CLT e de acordo com o entendimento consolidado na jurisprudência do C. TST, em sua Súmula nº 338, o ônus da prova da demonstração da jornada do trabalhador é da empresa. Subordinação: O reclamante jamais deteve autonomia para a realização de sua atividade profissional, estando condicionado às ordens e comandos da reclamada. Inexistia qualquer autonomia para escolher o melhor dia e horário para a prestação de serviços, ficando o autor submetido à jornada estipulada pela empresa. Onerosidade: Pela prestação de serviços recebeu remuneração mensal no valor de um salário mínimo, outro requisito caracterizador da relação de emprego, que eram pagos em dinheiro e sem recibo; Dessa forma, verifica-se que todos os requisitos trazidos pela legislação foram preenchidos cumulativamente e seu vínculo empregatício fica evidente, mesmo que o contrato de trabalho nunca tenha sido anotado em CTPS, por isso, requer seja reconhecido o vínculo empregatício para fins trabalhistas e/ou previdenciários e que a reclamada ou a Secretaria deste Juízo proceda à anotação da CTPS do reclamante, surtindo possíveis efeitos legais para contagem de tempo de serviço para aposentadoria. Vale lembrar que não restava alternativa ao Reclamante, pois necessitava manter seu emprego, e mesmo a contragosto se curvou à imposição da Reclamada de ser contratado sem efetuar o registro. Em suma, o reclamante cumpria jornada de trabalho delimitada pelo empregador, além do que trabalhava diariamente, exclusivamente para a Reclamada, não podendo ser substituído, e mediante ânimo subjetivo de perceber uma contraprestação mensal. Corroborando com a decisão abaixo: VÍNCULO DE EMPREGO – Comprovado que o trabalho realizado pelo autor à reclamada revestia-se dos elementos caracterizadores do liame empregatício. A prestação de serviços do autor era pessoal, não eventual e subordinada, bem como que lhe eram pagos salários em contraprestação. Reconhecimento de vínculo que se mantém. (TRT 4ª R. – RO-RA 00189.022/96-5 – 6ª T. – Rel. Juiz Otacílio Silveira Gourlat Filho – J. 03.09.1998). DAS PROVAS TESTEMUNHAIS E MATERIAIS EXISTENTES A FAVOR DO RECLAMANTE Nos termos do artigo 319, Inciso VI do Código de Processo Civil, o autor pretende demonstrar a verdade dos fatos alegados, ou seja, que trabalhou como empregado celetista, mesmo sem registro: 1. Com a oitiva da testemunha Senhor xxxxxxxxxxxxxxxxxx, já qualificado nestes autos, que também trabalhava com o reclamante como funcionário da industria Neste sentido, reza o parágrafo 3º do artigo 55 da Lei 8.213/91: Art. 55. O tempo de serviço será comprovado na forma estabelecida no Regulamento, compreendendo, além do correspondente às atividades de qualquer das categorias de segurados de que trata o art. 11 desta Lei, mesmo que anterior à perda da qualidade de segurado:(...) § 3º A comprovação do tempo de serviço para os fins desta Lei, inclusive mediante justificativa administrativa ou judicial, observado o disposto no art. 108 desta Lei, só produzirá efeito quando for baseada em início de prova material contemporânea dos fatos, não admitida a prova exclusivamente testemunhal, exceto na ocorrência de motivo de força maior ou caso fortuito, na forma prevista no regulamento. Desta forma, mesmo o trabalhador que labora de maneira informal, ou seja, sem a devida anotação de sua CTPS pode, fundamentado no art. 55, § 3º da Lei nº. 8.213/91, uma vez que tal dispositivo estabelece como condição para que seja contabilizado o tempo de contribuição decorrente do vínculo empregatício a apresentação por parte do segurado de indício de prova material e de prova testemunhal, buscando o reconhecimento do vínculo empregatício e a anotação em CPTS a qualquer tempo. Requisitos probatórios estes atendidos pelo reclamante que além de apresentar o Sr. Ezequiel como testemunha, apresenta também uma foto e uma declaração de trabalho contemporâneas como provas materiais no presente processo. DA OBRIGATORIEDADE DO REGISTRO EM CARTEIRA DE TRABALHO Explicitamente houve por parte do empregador a violação ao artigo 29 da CLT abaixo transcrito, que não anotou na CPTS a data de admissão, função, remuneração e data de saída do reclamante, por isso, pede declaração do reconhecimento do vínculo empregatício do período de 30 de janeiro de 1975 a 01 de junho de 2013, inclusive com a anotação da CTPS, a fim de que nela conste o período integral do vigente liame de emprego, a função por ele exercida e a remuneração auferida, sob pena de fazê-lo a Secretaria deste MM.º Juízo. Pede também a comunicação ao órgão competente para autuação (Art. 39, § 1º e 2º CLT). Dispõe sobre as anotações na Carteira de Trabalho e Previdência Social (CPTS) o artigo29 da CLT em seu caput e parágrafos que: Art. 29. O empregador terá o prazo de 5 (cinco) dias úteis para anotar na CTPS, em relação aos trabalhadores que admitir, a data de admissão, a remuneração e as condições especiais, se houver, facultada a adoção de sistema manual, mecânico ou eletrônico, conforme instruções a serem expedidas pelo Ministério da Economia. (...) § 2º - As anotações na Carteira de Trabalho e Previdência Social serão feitas: a) na data-base; b) a qualquer tempo, por solicitação do trabalhador; c) no caso de rescisão contratual; ou d) necessidade de comprovação perante a Previdência Social. § 3º - A falta de cumprimento pelo empregador do disposto neste artigo acarretará a lavratura do auto de infração, pelo Fiscal do Trabalho, que deverá, de ofício, comunicar a falta de anotação ao órgão competente, para o fim de instaurar o processo de anotação. A falta de anotação na CTPS prejudica o reclamante, inclusive diante da negativa ou impossibilidade de ser anotada pelo empregador poderá ser anotada pela própria Vara do Trabalho. Neste sentido: MULTA POR NÃO-ATENDIMENTO DE OBRIGAÇÃO DE FAZER – ANOTAÇÃO NA CTPS DO AUTOR – A teor do disposto nos §§ 1º e 2º do art. 39 da CLT, no caso de recusa do empregador de fazer a anotação na carteira profissional do reclamante, este ato será realizado pela Vara do Trabalho, não havendo que se falar em multa a favor do empregado. DESCONTOS PREVIDENCIÁRIOS E FISCAIS – A C. SDI desta Corte vem entendendo que nas sentenças trabalhistas, tratando-se os descontos previdenciários e fiscais de matéria de ordem pública, não estão sujeitos à preclusão, sendo, até mesmo, dever de ofício do magistrado que determine a dedução e recolhimento deles. Recurso de revista conhecido e provido. (TST – RR 402680 – 2ª T. – Rel. Min. Conv. Aloysio Corrêa da Veiga – DJU 31.08.2001 – p. 583). (Grifei). Assim, deve a reclamada ser condenada a proceder às devidas anotações na CTPS do reclamante, e ter o vínculo empregatício reconhecido, pertinente a todo período sem registro (de 30 de janeiro de 1975 até 01 de junho de 2013), em não podendo faze-la ou em caso de recusa que seja anotada pela secretaria da Vara como medida excepcional, conforme o art. 39 § 1º e 2º da CLT: Art. 39 - Verificando-se que as alegações feitas pelo reclamado versam sobre a não existência de relação de emprego ou sendo impossível verificar essa condição pelos meios administrativos, será o processo encaminhado a Justiça do Trabalho ficando, nesse caso, sobrestado o julgamento do auto de infração que houver sido lavrado. § 1º - Se não houver acordo, a Junta de Conciliação e Julgamento, em sua sentença ordenará que a Secretaria efetue as devidas anotações uma vez transitada em julgado, e faça a comunicação à autoridade competente para o fim de aplicar a multa cabível. § 2º - Igual procedimento observar-se-á no caso de processo trabalhista de qualquer natureza, quando for verificada a falta de anotações na Carteira de Trabalho e Previdência Social, devendo o Juiz, nesta hipótese, mandar proceder, desde logo, àquelas sobre as quais não houver controvérsia. Vejamos jurisprudência a respeito: TRT-2 - RECURSO ORDINÁRIO RO 00024107020125020053 SP 00024107020125020053 A28 (TRT-2) – Jurisprudência - Data de publicação: 02/06/2015 – EMENTA - ANOTAÇÃO NA CTPS PELA SECRETARIA DA VARA. APLICAÇÃO DE MULTA. OBRIGAÇÃO DE FAZER. A determinação para a respectiva anotação pela Secretaria da Vara é medida cabível somente nos casos em que não se consegue o cumprimento da obrigação pelo próprio empregador (parágrafo 2º, do artigo 39 da CLT), porquanto muitas vezes é motivo de discriminação na conquista de novos empregos. A multa imposta pelo magistrado de primeiro grau teve a mesma natureza de "astreinte", como forma indireta de levar à observância da decisão judicial, tal como autorizado pelo artigo 644, c/c artigo 461, parágrafo 4º e seguintes, todos do Código de Processo Civil. Note-se, por oportuno, que a multa somente será aplicada no caso de descumprimento da obrigação de fazer, não merecendo reforma o "decisum" originário. (Grifei). Na súmula 31 do TNU vemos a importância da anotação da CPTS, mesmo que extemporânea: Sumula 31 TNU - A anotação na CTPS decorrente de sentença trabalhista homologatória constitui início de prova material para fins previdenciários. CONCLUSÃO Em razão do exposto pleiteia o autor: 1. Pelo exposto, requer o reclamante a notificação da reclamada – por edital - para que, querendo, apresente sua contestação, sob pena de confissão e revelia, acompanhada dos documentos que achar convenientes, sob as penas do artigo 400 do CPC; 2. Requer, primordialmente, a declaração do reconhecimento do vínculo empregatício para fins trabalhistas e previdenciários do período de 30 de janeiro de 1975 a 01 de outubro de 2013; 3. Requer também primordialmente, a anotação da CTPS, a fim de que nela conste o período integral do vigente liame de emprego, a função por ele exercida e a remuneração auferida, sob pena de fazê-lo a Secretaria deste MM.º Juízo. Pede também a comunicação ao órgão competente para autuação; 4. Requer determine ao INSS a expedição da Certidão de Averbação de Tempo de Serviço para fins de aposentadoria e a inscrição do também do período de xx de janeiro de xxxx a 29 de outubro de xxxx no banco de dados CNIS (Cadastro Nacional de Informações Sociais); 5. Requer, caso seja procedente o reconhecimento do vínculo empregatício, que seja oficiado o INSS, para demostrar o interesse do reclamante em averbar o tempo para fins de aposentadoria, seja por via administrativa ou até mesmo por ação judicial previdenciária. 6. Requer, buscando o princípio da celeridade processual, que a citação do reclamado seja feita por edital, considerando que segundo declarações, que ele já é falecido e não possui herdeiros diretos conhecidos. 7. Requer ao final que a presente seja julgada PROCEDENTE, com a condenação da Reclamada nos exatos termos da inicial, assim como a condenação em custas processuais, honorários advocatícios e demais cominações legais. 8. Solicita-se que seja oficiada a DELEGACIA REGIONAL DO TRABALHO, O INSTITUTO DA SEGURIDADE SOCIAL, RECEITA FEDERAL e MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL, para aplicação das sanções administrativas cabíveis. Protesta-se por todos os meios de provas em direito admitidas, em especial pela oitiva da testemunha xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx, juntada de documentos, provas periciais e expedição de ofícios, aguardando a autora que ao final seja a presente ação julgada TOTALMENTE PROCEDENTE, com a respectiva declaração do reconhecimento do vínculo empregatício para fins trabalhistas e previdenciários do período de xx de janeiro de xxxx a xx de outubro de xxxx, na forma da lei. Por fim, o patrono da Reclamante, sob a égide do art. 830 da CLT c/c art. 425, inc. IV, do CPC, declara como autênticos todos os documentos imersos com esta inaugural. Dá-se a presente ação o valor de R$ 1.000,00, para fins únicos e exclusivos de alçada, uma vez que se trata de ação declaratória. Pede Deferimento, Rio de Janeiro, 04 de novembro de 2022. ANDREI RENOIR FELICIANO DA SILVA OAB RJ 221413E
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