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NPJ TRABALHO AÇÃO DECLARATÓRIA DE RECONHECIMENTO DE VÍNCULO EMPREGATÍCIO PARA

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Prévia do material em texto

MM JUIZ DA VARA DE TRABALHO DA COMARCA DO RIO DE JANEIRO-RJ.
JORGE ROBERTO PALMEIRA COALA, brasileiro, casado, Funcionário
Público, portador da cédula de RG nº xxxxxxxxx, e da CTPS
nºxxxxxxxx - série nº xxxxxxxx - RJ, inscrito no CPF nº
xxxxxxxxxxxxxx e PIS sob o nº xxxxxxxxxxxxxx, filho de
xxxxxxxxxxxxxxxxx, nascido em xx de xxxxxxxxxx de xxxx,
domiciliado à Rua xxxxxxxxxxxxxxxx, nº xxx, Bairro xxxxxxxxxxx –
Cidade xxxxxxxxxx - XX, CEP xxxxx-xxx, por seus advogados e
procuradores infra-assinados, os quais possuem escritório no
endereço Da Rua da Quitanda n° 500, centro, Rio de Janeiro, cep:
xxxxxx, onde receberão as notificações e/ou intimações de termos
e atos processuais, vem propor a presente,
AÇÃO DECLARATÓRIA DE RECONHECIMENTO DE VÍNCULO EMPREGATÍCIO PARA
FINS TRABALHISTAS E PREVIDENCIÁRIOS
nos termos do § 1º do artigo 11 da Consolidação das Leis do
Trabalho, em face de LEPRON COMÉRCIO E INDUSTRIA LTDA pessoa
jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ sob o nº
xxxxxxxxxxxxxxxxxx, localizada na Avenida xxxxxxxxxxxxxxxxxxx,
nº xx, Bairro xxxxxxxxxxx – Cidade xxxxxxxxxx - XX, CEP xxxxx-
xxx, e seu sócio- proprietário, SR. xxxxxxxxxxxxxx, pelos motivos
de fato e de direito a seguir aduzidos:
DAS COMISSÕES DE CONCILIAÇÃO PRÉVIA
Esclarece o reclamante que deixa de apresentar com a presente
reclamação a documentação prevista no artigo 625-D da
Consolidação das Leis do Trabalho.
Aludido procedimento repousa na convicção de que o malfadado
artigo consolidado não tem o condão de impossibilitar a
apresentação do presente litígio junto ao Judiciário, visto que,
se assim o fosse, certamente, estaríamos diante de flagrante
ilegalidade, pois o direito de ação garantido pela Constituição
Federal de 1.988 restaria violado.
Por outro lado, destaca-se que o entendimento aqui manifestado
não se traduz isolado, mas sim, encontra-se em consonância com o
entendimento do Tribunal Regional do Trabalho da Segunda Região,
que pacificando entendimento acerca do tema já se manifestou no
sentido de que a provocação da Comissão de Conciliação Prévia é
faculdade do empregado, instituto que prestigia a autocomposição
não se traduzindo, portanto, na obrigatoriedade de sua provocação
(súmula nº 02).
E, para sepultar em definitivo qualquer dúvida acerca da
faculdade da provocação da CCP, cumpre destacar o julgado do
Supremo Tribunal Federal, o qual proferido pelo plenário no
julgamento da ADIN no. 2139 declarou caracterizada afronta ao
princípio do livre acesso ao Judiciário a obrigatoriedade da
provocação das Comissões de Conciliação Prévia {decisão proferida
nos autos da Ação Direta de Inconstitucionalidade no. 2139, em 22
de maio de 2.009}, logo, deverá a presente reclamação ser
apreciada.
DOS BENEFÍCIOS DA ASSISTÊNCIA JUDICIÁRIA GRATUITA
Por ser o reclamante pessoa pobre na acepção jurídica do termo,
na medida em que, enquanto empregado da Ré, percebia salário
inferior a 40% do limite máximo dos Benefícios pagos pelo RGPS –
Regime Geral de Previdência Social, requer, desde já, se digne
Vossa Excelência de conceder-lhe os benefícios da assistência
judiciária gratuita, a teor do disposto no § 3º do artigo 790 da
Consolidação das Leis do Trabalho.
DOS FATOS – DA VIDA FUNCIONAL
O reclamante laborou para a Reclamada do dia 30 de janeiro de
1975 ao dia 01 de junho de 2013\, como empregado celetista, na
função de ajudante geral, das 8h às 17h de segunda a sábado,
mediante a remuneração mensal de um salário mínimo à época, valor
este acertado verbalmente, sem recibos e sem constar, portanto,
na folha de pagamentos da Reclamada, além de jamais ter sido
registrada sua carteira de trabalho ou havido qualquer
contribuição por parte do empregado ao INSS.
A Reclamada era uma industria de roupas, pertencente ao Sr.
Xxxxxxxxxxxxxxxxxxx, situada a Avenida xxxxxxxxxxxxxxxxxxx, nº
xx, Bairro xxxxxxxxxxx – Cidade xxxxxxxxxx - XX, CEP xxxxx-xxx,
local em que o Reclamante laborou por 38 anos, 05 meses e 25 dias
aproximadamente, e busca o reconhecimento de tal período como
vínculo empregatício e consequentemente para fins previdenciários
com a devida averbação do período no CNIS (Cadastro Nacional de
Informações Sociais) ou com a expedição da devida certidão de
tempo de contribuição para fins adição de tempo de serviço para
aposentadoria do Reclamante.
Para comprovar a veracidade dos fatos, ocorridos há mais de 20
anos, o Reclamante possui como testemunha o senhor
xxxxxxxxxxxxxxx, portador da cédula de RG sob o nº xxxxxxxxx
SSP/SP, residente e domiciliado à Rua xxxxxxxxx, nº xxx, Bairro
xxxxxxxxxxx – Cidade xxxxxxxxxx - XX, CEP xxxxx-xxx, que laborou
com o Reclamante como funileiro da oficina por todo o período
supramencionado.
Há ainda, como prova material do alegado, diversas fotos no
trabalho
O reclamante, por não ter outra opção à época, devido à precária
condição financeira e extrema necessidade em ajudar
financeiramente a família, não teve a opção de exigir o registro
em carteira para o pagamento dos devidos encargos trabalhistas,
sendo sempre ameaçado sob a alegação de que se a Reclamada
tivesse que o registrar não lhe daria o emprego. Diante dos
fatos, claro que o ex-empregador deixou de honrar com a obrigação
legal para com o Reclamante, prejudicando-o assim inclusive
quanto a futura concessão de sua aposentadoria.
Cumpre esclarecer que, o reclamante não objetiva a imputação de
culpa a terceiros ou mesmo tenta o reconhecimento das
contribuições citadas como pagas, nem deseja alguma indenização
financeira, como por exemplo FGTS, danos morais, recebimento de
férias, horas extras, verbas rescisórias, aviso prévio
indenizado, 13º salário, multas, seguro desemprego, simplesmente
pleiteia o direito de ter declarado para fins trabalhistas o
tempo trabalhado, para fins futuros de computo total para a
aposentadoria.
No mais, cabe citar que o Reclamante já tentou o reconhecimento
do período trabalhado junto ao INSS, por via administrativa, não
obtendo êxito até o presente momento, pois não é possível cumprir
as exigências estipuladas, não lhe restando outra alternativa se
não a presente busca da declaração por sentença trabalhista de
sua vinculação empregatícia, para fins previdenciários, referente
ao período de xx de janeiro de xxxx a xx de outubro de xxxx,
junto à Reclamada.
DOS DIREITOS - DA NECESSIDADE DO AMPARO JUDICIAL
Primeiramente, vale salientar que a presente demanda judicial é
necessária em face a negativa do INSS em reconhecer o período
pleiteado para computo do tempo de serviço para fins de
aposentadoria do reclamante (inscrição no CNIS, registro em
Carteira de Trabalho ou expedição de Certidão para Averbação de
Tempo de Serviço), haja vista não ser possível cumprir as
exigências estipuladas no aplicativo “meu INSS”, pois se assim
pudesse, não seria necessário recorrer a via judicial
trabalhista.
DO CABIMENTO - DA NÃO PRESCRIÇÃO DA AÇÃO DECLARATÓRIA PARA
RECONHECIMENTO DE VÍNCULO EMPREGATÍCIO PARA FINS TRABALHISTAS E
PREVIDENCIÁRIOS
Também se faz necessário demostrar que o pleiteado não está
abarcado pela prescrição, mesmo após transcorrido o período
superior a dois anos da extinção do contrato (artigo 7º, XXIX da
CFRB/88 e artigo 11º da CLT), é possível ingressar com reclamação
trabalhista, pois este prazo não é aplicado nas ações que tenham
por objetivo apenas a declaração do reconhecimento do vínculo
empregatício, conforme previsão no § 1º do artigo 11 da CLT, o
qual estabelece que não se aplica a prescrição nas ações que
tenham por objeto anotações para fins de prova junto à
Previdência Social:
Art. 11 CLT. A pretensão quanto a créditos resultantes das
relações de trabalho prescreve em cinco anos para os
trabalhadores urbanos e rurais, até o limite de dois anos após a
extinção do contrato de trabalho
§ 1º O dispostoneste artigo não se aplica às ações que tenham
por objeto anotações para fins de prova junto à Previdência
Social (grifei).
O reclamante não almeja nenhum benefício financeiro que deixou de
receber e a caracterização do vínculo empregatício e o devido
registro em Carteira de Trabalho (CPTS) podem ser regularizadas a
qualquer tempo, a fim de garantir direitos, sempre que cumpridos
os requisitos legais. Neste sentido:
PRESCRIÇÃO. RECLAMAÇÃO TRABALHISTA. PEDIDOS DE NATUREZA
DECLARATÓRIA E CONDENATÓRIA. RECONHECIMENTO DE VÍNCULO
EMPREGATÍCIO PRETÉRITO E REGISTRO NA CARTEIRA DE TRABALHO E
PREVIDÊNCIA SOCIAL. As ações de natureza declaratória são
imprescritíveis, e, assim, o reconhecimento de vínculo de
emprego, por ser ato de natureza declaratória, não prescreve, em
que pese daí decorrerem consequências jurídicas de cunho
econômico. Relativamente ao efeito condenatório decorrente da
declaração judicial de relação empregatícia, esse se sujeita à
prescrição, na forma do artigo 7º, inciso XXIX, da Constituição
Federal. Neste contexto, o pedido dessa reclamação trabalhista,
ajuizada em 05/07/2010, de reconhecimento do vínculo de emprego
com a reclamada a partir de 13/01/1988 e, consequentemente, de
unicidade contratual e de determinação de registro na CTPS, não
se encontra atingido pela prescrição, ante o caráter
eminentemente declaratório da demanda. Recurso de revista
conhecido e provido. Tribunal Superior do Trabalho TST - RECURSO
DE REVISTA: RR 13977020105180082 - Inteiro Teor. 
DOS REQUISITOS DO VÍNCULO EMPREGATÍCIO
No art. 3º da CLT, o legislador trouxe o conceito de empregado
estabelecendo todos os requisitos necessários para que um
indivíduo seja reconhecido como empregado:
Art. 3º - Considera-se empregado, toda pessoa física que prestar
serviços de natureza não eventual a empregador, sob a dependência
deste e mediante salário.
Nesse diapasão o artigo 12 da lei 8.212/91 traz:
Art. 12. São segurados obrigatórios da Previdência Social as
seguintes pessoas físicas:
I - como empregado:
1. aquele que presta serviço de natureza urbana ou rural à
empresa, em caráter não eventual, sob sua subordinação e
mediante remuneração, inclusive como diretor empregado;
No presente caso e ao encontro dos artigos acima mencionados
estão preenchidos todos os requisitos essenciais do contrato de
trabalho: pessoalidade, habitualidade, subordinação e onerosidade
que serão detalhados adiante:
Pessoalidade: O serviço de ajudante geral era prestado somente
pelo reclamante, que é pessoa física e jamais pode indicar
qualquer pessoa para trabalhar em seu lugar, sendo certo que a
pessoalidade sempre esteve presente nos serviços prestados para a
reclamada.
Habitualidade: durante todo o contrato de trabalho o reclamante
prestou serviços de forma habitual e contínua à reclamada,
restando demonstrado o caráter de permanência exigido pela
legislação consolidada, já que trabalhou por mais de quatro anos,
de segunda a sábado, das 8h às 17h. A reclamada não tinha nenhum
tipo de registro de empregados para anotação do horário de
trabalho, contrariando assim, o artigo 74 da CLT e de acordo com
o entendimento consolidado na jurisprudência do C. TST, em sua
Súmula nº 338, o ônus da prova da demonstração da jornada do
trabalhador é da empresa.
Subordinação: O reclamante jamais deteve autonomia para a
realização de sua atividade profissional, estando condicionado às
ordens e comandos da reclamada. Inexistia qualquer autonomia para
escolher o melhor dia e horário para a prestação de serviços,
ficando o autor submetido à jornada estipulada pela empresa.
Onerosidade: Pela prestação de serviços recebeu remuneração
mensal no valor de um salário mínimo, outro requisito
caracterizador da relação de emprego, que eram pagos em dinheiro
e sem recibo;
Dessa forma, verifica-se que todos os requisitos trazidos pela
legislação foram preenchidos cumulativamente e seu vínculo
empregatício fica evidente, mesmo que o contrato de trabalho
nunca tenha sido anotado em CTPS, por isso, requer seja
reconhecido o vínculo empregatício para fins trabalhistas e/ou
previdenciários e que a reclamada ou a Secretaria deste Juízo
proceda à anotação da CTPS do reclamante, surtindo possíveis
efeitos legais para contagem de tempo de serviço para
aposentadoria.
 Vale lembrar que não restava alternativa ao Reclamante, pois
necessitava manter seu emprego, e mesmo a contragosto se curvou à
imposição da Reclamada de ser contratado sem efetuar o registro.
Em suma, o reclamante cumpria jornada de trabalho delimitada pelo
empregador, além do que trabalhava diariamente, exclusivamente
para a Reclamada, não podendo ser substituído, e mediante ânimo
subjetivo de perceber uma contraprestação mensal. Corroborando
com a decisão abaixo:
VÍNCULO DE EMPREGO – Comprovado que o trabalho realizado pelo
autor à reclamada revestia-se dos elementos caracterizadores do
liame empregatício. A prestação de serviços do autor era pessoal,
não eventual e subordinada, bem como que lhe eram pagos salários
em contraprestação. Reconhecimento de vínculo que se mantém. (TRT
4ª R. – RO-RA 00189.022/96-5 – 6ª T. – Rel. Juiz Otacílio
Silveira Gourlat Filho – J. 03.09.1998).
DAS PROVAS TESTEMUNHAIS E MATERIAIS EXISTENTES A FAVOR DO
RECLAMANTE
Nos termos do artigo 319, Inciso VI do Código de Processo Civil,
o autor pretende demonstrar a verdade dos fatos alegados, ou
seja, que trabalhou como empregado celetista, mesmo sem registro:
1. Com a oitiva da testemunha Senhor xxxxxxxxxxxxxxxxxx, já
qualificado nestes autos, que também trabalhava com o
reclamante como funcionário da industria 
Neste sentido, reza o parágrafo 3º do artigo 55 da Lei 8.213/91:
Art. 55. O tempo de serviço será comprovado na forma estabelecida
no Regulamento, compreendendo, além do correspondente às
atividades de qualquer das categorias de segurados de que trata o
art. 11 desta Lei, mesmo que anterior à perda da qualidade de
segurado:(...)
§ 3º A comprovação do tempo de serviço para os fins desta Lei,
inclusive mediante justificativa administrativa ou judicial,
observado o disposto no art. 108 desta Lei, só produzirá efeito
quando for baseada em início de prova material contemporânea dos
fatos, não admitida a prova exclusivamente testemunhal, exceto na
ocorrência de motivo de força maior ou caso fortuito, na forma
prevista no regulamento. 
Desta forma, mesmo o trabalhador que labora de maneira informal,
ou seja, sem a devida anotação de sua CTPS pode, fundamentado no
art. 55, § 3º da Lei nº. 8.213/91, uma vez que tal dispositivo
estabelece como condição para que seja contabilizado o tempo de
contribuição decorrente do vínculo empregatício a apresentação
por parte do segurado de indício de prova material e de prova
testemunhal, buscando o reconhecimento do vínculo empregatício e
a anotação em CPTS a qualquer tempo. Requisitos probatórios estes
atendidos pelo reclamante que além de apresentar o Sr. Ezequiel
como testemunha, apresenta também uma foto e uma declaração de
trabalho contemporâneas como provas materiais no presente
processo.
DA OBRIGATORIEDADE DO REGISTRO EM CARTEIRA DE TRABALHO
Explicitamente houve por parte do empregador a violação ao artigo
29 da CLT abaixo transcrito, que não anotou na CPTS a data de
admissão, função, remuneração e data de saída do reclamante, por
isso, pede declaração do reconhecimento do vínculo empregatício
do período de 30 de janeiro de 1975 a 01 de junho de 2013,
inclusive com a anotação da CTPS, a fim de que nela conste o
período integral do vigente liame de emprego, a função por ele
exercida e a remuneração auferida, sob pena de fazê-lo a
Secretaria deste MM.º Juízo. Pede também a comunicação ao órgão
competente para autuação (Art. 39, § 1º e 2º CLT).
Dispõe sobre as anotações na Carteira de Trabalho e Previdência
Social (CPTS) o artigo29 da CLT em seu caput e parágrafos que:
Art. 29. O empregador terá o prazo de 5 (cinco) dias úteis para
anotar na CTPS, em relação aos trabalhadores que admitir, a data
de admissão, a remuneração e as condições especiais, se houver,
facultada a adoção de sistema manual, mecânico ou eletrônico,
conforme instruções a serem expedidas pelo Ministério da
Economia. (...)
§ 2º - As anotações na Carteira de Trabalho e Previdência Social
serão feitas:
a) na data-base;
b) a qualquer tempo, por solicitação do trabalhador;
c) no caso de rescisão contratual; ou
d) necessidade de comprovação perante a Previdência Social.
§ 3º - A falta de cumprimento pelo empregador do disposto neste
artigo acarretará a lavratura do auto de infração, pelo Fiscal do
Trabalho, que deverá, de ofício, comunicar a falta de anotação ao
órgão competente, para o fim de instaurar o processo de anotação.
A falta de anotação na CTPS prejudica o reclamante, inclusive
diante da negativa ou impossibilidade de ser anotada pelo
empregador poderá ser anotada pela própria Vara do Trabalho.
Neste sentido:
MULTA POR NÃO-ATENDIMENTO DE OBRIGAÇÃO DE FAZER – ANOTAÇÃO NA
CTPS DO AUTOR – A teor do disposto nos §§ 1º e 2º do art. 39 da
CLT, no caso de recusa do empregador de fazer a anotação na
carteira profissional do reclamante, este ato será realizado pela
Vara do Trabalho, não havendo que se falar em multa a favor do
empregado. DESCONTOS PREVIDENCIÁRIOS E FISCAIS – A C. SDI desta
Corte vem entendendo que nas sentenças trabalhistas, tratando-se
os descontos previdenciários e fiscais de matéria de ordem
pública, não estão sujeitos à preclusão, sendo, até mesmo, dever
de ofício do magistrado que determine a dedução e recolhimento
deles. Recurso de revista conhecido e provido. (TST – RR 402680 –
2ª T. – Rel. Min. Conv. Aloysio Corrêa da Veiga – DJU 31.08.2001
– p. 583). (Grifei).
Assim, deve a reclamada ser condenada a proceder às devidas
anotações na CTPS do reclamante, e ter o vínculo empregatício
reconhecido, pertinente a todo período sem registro (de 30 de
janeiro de 1975 até 01 de junho de 2013), em não podendo faze-la
ou em caso de recusa que seja anotada pela secretaria da Vara
como medida excepcional, conforme o art. 39 § 1º e 2º da CLT:
Art. 39 - Verificando-se que as alegações feitas pelo reclamado
versam sobre a não existência de relação de emprego ou sendo
impossível verificar essa condição pelos meios administrativos,
será o processo encaminhado a Justiça do Trabalho ficando, nesse
caso, sobrestado o julgamento do auto de infração que houver sido
lavrado.
§ 1º - Se não houver acordo, a Junta de Conciliação e Julgamento,
em sua sentença ordenará que a Secretaria efetue as devidas
anotações uma vez transitada em julgado, e faça a comunicação à
autoridade competente para o fim de aplicar a multa cabível.
§ 2º - Igual procedimento observar-se-á no caso de processo
trabalhista de qualquer natureza, quando for verificada a falta
de anotações na Carteira de Trabalho e Previdência Social,
devendo o Juiz, nesta hipótese, mandar proceder, desde logo,
àquelas sobre as quais não houver controvérsia.
Vejamos jurisprudência a respeito:
TRT-2 - RECURSO ORDINÁRIO RO 00024107020125020053 SP
00024107020125020053 A28 (TRT-2) – Jurisprudência - Data de
publicação: 02/06/2015 – EMENTA - ANOTAÇÃO NA CTPS PELA
SECRETARIA DA VARA. APLICAÇÃO DE MULTA. OBRIGAÇÃO DE FAZER. A
determinação para a respectiva anotação pela Secretaria da Vara é
medida cabível somente nos casos em que não se consegue o
cumprimento da obrigação pelo próprio empregador (parágrafo 2º,
do artigo 39 da CLT), porquanto muitas vezes é motivo de
discriminação na conquista de novos empregos. A multa imposta
pelo magistrado de primeiro grau teve a mesma natureza de
"astreinte", como forma indireta de levar à observância da
decisão judicial, tal como autorizado pelo artigo 644, c/c artigo
461, parágrafo 4º e seguintes, todos do Código de Processo Civil.
Note-se, por oportuno, que a multa somente será aplicada no caso
de descumprimento da obrigação de fazer, não merecendo reforma o
"decisum" originário. (Grifei).
Na súmula 31 do TNU vemos a importância da anotação da CPTS,
mesmo que extemporânea:
Sumula 31 TNU - A anotação na CTPS decorrente de sentença
trabalhista homologatória constitui início de prova material para
fins previdenciários.
CONCLUSÃO
Em razão do exposto pleiteia o autor:
1. Pelo exposto, requer o reclamante a notificação da reclamada
– por edital - para que, querendo, apresente sua contestação,
sob pena de confissão e revelia, acompanhada dos documentos
que achar convenientes, sob as penas do artigo 400 do CPC;
2. Requer, primordialmente, a declaração do reconhecimento do
vínculo empregatício para fins trabalhistas e previdenciários
do período de 30 de janeiro de 1975 a 01 de outubro de 2013;
3. Requer também primordialmente, a anotação da CTPS, a fim de
que nela conste o período integral do vigente liame de
emprego, a função por ele exercida e a remuneração auferida,
sob pena de fazê-lo a Secretaria deste MM.º Juízo. Pede
também a comunicação ao órgão competente para autuação;
4. Requer determine ao INSS a expedição da Certidão de Averbação
de Tempo de Serviço para fins de aposentadoria e a inscrição
do também do período de xx de janeiro de xxxx a 29 de outubro
de xxxx no banco de dados CNIS (Cadastro Nacional de
Informações Sociais);
5. Requer, caso seja procedente o reconhecimento do vínculo
empregatício, que seja oficiado o INSS, para demostrar o
interesse do reclamante em averbar o tempo para fins de
aposentadoria, seja por via administrativa ou até mesmo por
ação judicial previdenciária.
6. Requer, buscando o princípio da celeridade processual, que a
citação do reclamado seja feita por edital, considerando que
segundo declarações, que ele já é falecido e não possui
herdeiros diretos conhecidos.
7. Requer ao final que a presente seja julgada PROCEDENTE, com a
condenação da Reclamada nos exatos termos da inicial, assim
como a condenação em custas processuais, honorários
advocatícios e demais cominações legais.
8. Solicita-se que seja oficiada a DELEGACIA REGIONAL DO
TRABALHO, O INSTITUTO DA SEGURIDADE SOCIAL, RECEITA FEDERAL e
MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL, para aplicação das sanções
administrativas cabíveis.
Protesta-se por todos os meios de provas em direito admitidas, em
especial pela oitiva da testemunha xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx,
juntada de documentos, provas periciais e expedição de ofícios,
aguardando a autora que ao final seja a presente ação julgada
TOTALMENTE PROCEDENTE, com a respectiva declaração do
reconhecimento do vínculo empregatício para fins trabalhistas e
previdenciários do período de xx de janeiro de xxxx a xx de
outubro de xxxx, na forma da lei.
Por fim, o patrono da Reclamante, sob a égide do art. 830 da CLT
c/c art. 425, inc. IV, do CPC, declara como autênticos todos os
documentos imersos com esta inaugural.
Dá-se a presente ação o valor de R$ 1.000,00, para fins únicos e
exclusivos de alçada, uma vez que se trata de ação declaratória.
 
 Pede Deferimento,
 Rio de Janeiro, 04 de novembro de 2022.
 
 ANDREI RENOIR FELICIANO DA SILVA
 OAB RJ 221413E

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