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Nutrição: Macronutrientes e Dietas Hospitalares

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Jennifer Moura | 4 período
DIETÉTICA 
Área da nutrição responsável por subsidiar o planejamento de cardápios balanceados contemplando métodos e cálculos utilizados para estabelecer a composição nutricional da dieta a ser prescrita 
Macronutrientes = carboidratos, lipídeos e proteínas 
Micronutrientes = vitaminas e minerais 
Via de alimentação:
· Oral: primeira via de escolha/seleção, sempre que possível 
· Enteral: segunda via de preferência. Diretamente no intestino ou estomago 
· Parenteral: terceira via. Nutrição diretamente na corrente sanguínea, usados para paciente, por exemplo, hemodinamicamente instável (pressão alta etc.)
Precisamos manter ativo a via fisiológica (por meio da via oral) do paciente porque quando paciente sofre algum trauma (doença inflamatória, por exemplo) ou usa a vida enteral ou parenteral fica inativo a via fisiológica, sendo assim, as microvilosidades podem diminuir e não há muita absorção de nutrientes 
VET = valor energético total. Cada paciente tem sua necessidade nutricional específica. Estamos nos referindo especificamente a macronutrientes (carboidratos, lipídeos e proteínas) por terem calorias e fornecem a energia necessária. Gestação, doença do paciente – qualquer tipo de lesão, inflamação, cirurgia, paciente queimado requerem maior VET-, sexo, metabolismo, sono podem ser fatores que influenciam na captação desse valor energético 
Prioridade do corpo é a produção de energia. Assim, se um paciente tiver alguma inflamação que precisa de reparo e não tem alimentação adequada de macronutrientes, ele não vai conseguir cicatrizar o que precisa porque o pouco que ele ingere, o corpo converte aquele alimento em energia 
Fases da nutrição:
· Alimentação
· Digestão, absorção e metabolismo 
· Excreção 
Caloria é originada dos nutrientes através da oxidação celular fornecendo calor e energia que necessitamos:
· Carboidratos- 4kcal/g
· Lipídeos - 9kcal/g
· Proteína- 4kcal/g
DIETAS HOSPITALARES
· Refeições por dia 
· Desjejum 
· Colação 
· Almoço
· Lanche 
· Jantar 
· Ceia 
· Tipos de consistência 
· Livre: dieta para paciente que não tem restrição relacionado com consistências 
· Branda: não se trabalha com alimento cru, basicamente uma refeição livre só que com legumes cozidos, por exemplo. Exemplo de alimento que dá para cirurgias de cesariana para que paciente tenha menor distensão abdominal 
· Pastosa: para pacientes que não tem risco de bronco aspiração mas que pode ter um comprometimento leve com deglutição. Pode dar para um paciente infantil, por exemplo 
· Semilíquida: tudo batido. Pode ser para paciente com ou sem risco de bronco aspiração porque paciente pode se engasgar tanto se for sólidos e se for líquido demais 
· Líquida 
· Líquida de prova: Geralmente alimentos claros para que o médico possa avaliar presença de sangue etc e o alimento não interfira no processo 
· Complemento na prescrição (dizer a condição do paciente)
· DM
· HAS (diminui quantidade de sal)
· DRC (doença renal crônica – poupa potássio e sodio)
· Neutropenico (paciente esta com as células de defesa baixas, precisa ajudar o paciente a não se contaminar. Dessa maneira, podemos isentar o paciente de qualquer preparação crua porque qualquer carga viral que tiver no alimento o paciente pode se contaminar, o ideal é o alimento passar pelo processo de cozimento – não precisa ser necessariamente industrializado)
· Xantinas – alimentos estimuladores cerebrais e psicomotoras como o café 
· Isento de Vit. K
· Sem gordura 
· RH (restrição hídrica)
DISTÚRBIOS ALIMENTARES
Anorexia 
Está relacionado a transtornos psicológicos onde a pessoa se vê fora dos padrões que precisa estar. Dessa maneira, não come o suficiente, faz dietas rigorosas, contabiliza calorias para não haver ganhos, não bebe agua para não inchar. Pode estar relacionado a induzir vômitos, mas na maioria das vezes não há essa necessidade porque o paciente já não come. 
Bulimia 
Compulsão alimentar em grandes quantidades, o que difere da anorexia já que o paciente não come 
Episódios de vômitos para evitar ganho de peso 
Não consegue controlar a ânsia pela comida, mas controla o seu ganho de peso por provocações de vômito tornando aquilo um ciclo vicioso
Ortorexia 
Obsessão pela alimentação saudável 
Preocupação não está na forma física, mas a qualidade de alimentos ingeridos 
Só confia no que faz, o que prepara, livre de contaminação, se exclui da sociedade por conta da pressão em comer outros alimentos
Vigorexia
Compulsão por ter desenvolvimento muscular 
Viciado em academia 
TERAPIA NUTRICIONAL 
Para manutenção ou recuperação do estado nutricional do paciente por meio da nutrição parenteral (diretamente no sangue - via venosa) ou enteral (TGI)
Conjunto de procedimentos terapêuticos
Para usarmos a via enteral, o TGI não precisa necessariamente estar completamente funcionante, ele pode receber o alimento diretamente no intestino. Por exemplo, um paciente que tem tumor no esôfago, pode usar a via enteral e aplicar o alimento diretamente no intestino 
Sempre priorizar uma ordem:
1. oral 
2. enteral 
3. parenteral
Na via enteral, pode ser por sonda ou ostomia
• sonda: aplicar nasogastrica ou orogastrica (gastro ou entérica)
• ostomia: aplicar no local diretamente (gastro ou entérica)
Um paciente desnutrido, vai ter toda uma dificuldade em seu processo de recuperação e síntese alimentar. Vai ter maior dificuldade de cicatrização, baixa imunidade e predisposição a infecções, estende tempo de internação porque sua progressão de recuperação é mais lenta, com isso, tem mais custo envolvido, menor taxa de metabolismo 
Toda unidade que vai trabalhar com terapia nutricional precisa ter uma equipe multidisciplinar de terapia nutricional (EMTN). Essa equipe é obrigatoriamente formada por, pelo menos, um profissional de cada categoria: médico, nutricionista, enfermeiro e farmacêutico. Existe uma legislação que rege isso, fixando requisitos mínimos, estabelecimento de boas práticas e definem essa obrigatoriedade de profissionais, podendo a gestão hospitalar contratar fono, fisio, psicólogos, adm etc. 
Função de cada profissional:
• médico: diagnostico clinico, prescrição de vias, principalmente de parenteral que é de sua responsabilidade. É o responsável técnico ou administrativo 
• nutricionista: diagnostico nutricional, suplementação oral, parte evolutiva de prescrição, evolução do estado nutricional, conduta 
• enfermeiro: sondagem, instalação da dieta, higiene da sonda e cuidados com a pele do paciente por conta da sonda, por exemplo. 
• farmacêutico: controle dos fármacos, manipulação dos fármacos parenterais, controle de temperatura, qualidade do medicamento 
Nutrição enteral:
Alimentos para fins especiais com ingestão controlada de nutrientes de forma isolada ou combinada, especialmente elaborada por uso de sondas, ostomia ou via oral, industrializados ou não para substituir ou complementar a alimentação oral em pacientes desnutridos ou não 
O alimento será depositado no TGI. Com isso, precisamos saber se paciente está hemodinamicamente estável (toda parte cardiológica funcionante) porque se não estiver, não pode ser nutrido por nenhuma das vias - intensivista que avalia e diz se ele está apto ou não hemodinamicamente, paciente vai fazer dieta 0 até estabilizar seu estado hemodinâmico por conta da desregulação de potássio, calcio etc, por exemplo 
O TGI precisa estar funcionante, seja ele total ou parcial
Terapia nutricional oral:
Para complementar as necessidades energéticas e proteicas do paciente 
Se paciente esta com <75% de VET, esse paciente precisa de TNO. Não necessariamente precisamos esperar o paciente chegar nesse nível, podemos começar antes 
Hoje em dia, a melhor dieta para recuperação nutricional é a junção da proteína do leite com caseína 
Existe um estigma de aceitação da suplementação oral. Verificou-se que a taxa se o paciente tomar em doses pequenas durante o dia ou quando tiver vontade é maior que quando ha a obrigação de tomar entre as refeições ou até mesmo em horários definidos
As indicações de suplementação oral cabemem DPOC, insuficiência renal crônica
ONDE E COMO ADMINISTRAR A NUTRIÇÃO ENTERAL
Devemos considerar o tempo de uso da nutrição enteral (quando é o um tempo curto como menos de 6 semanas de utilização da via, é melhor que usemos a sonda, se for tempo maior como mais de 6 semanas devemos usar ostomia porque a sonda pode causar problemas no paciente como atrito nas cordas vocais, TGI etc. – em alguns casos, até trocamos posição da sonda para não machuca-lo, por exemplo, se estiver oro podemos mudar para naso ou então mudar lado das narina), clínica do paciente (saber se paciente tem algum problema que não de para sondar como derrame de face, tumor, processo de quimioterapia) e risco de broncoaspiração (para sabermos onde essa sonda ou ostomia vai estar - melhor que seja no intestino para não correr risco do alimento retornar e causar broncoaspiração) 
Via de acesso: gástrica ou pós pilórica
• sempre que possível, vamos dar preferencia a via gástrica porque suporta mais volume etc. 
• pós pilórica nos optamos quando a via gástrica esta impossibilitada como tumor, problemas de digestão e esvaziamento gástrico porque não tem absorção dos alimentos de maneira adequada etc. 
• precisamos saber se paciente esta usando betabloqueadores. Se sim, fica complicado usar a via gástrica porque não ha motilidade esperada no estomago e nem digestão adequada 
• quando paciente tem risco de aspiração pulmonar (broncoaspiração) é preferível o uso da via intestinal 
Como sabemos se a sonda foi instalada no lugar correto: pelo raio x. Fazemos raio X antes para vermos o local e depois outro raio X para ver se seguiu o caminho correto e não pegou a via pulmonar. Além disso, também podemos fazer ausculta de acompanhamento 
Quando optamos por gastrotomia, a primeira escolha é fazer de maneira endoscópica percutânea porque ha uso de anestesia etc 
Na ostomia tem um balao que fica dentro do paciente e ele precisa estra inflado quando não tem passagem de alimento como medida de segurança - para nao retornar a ostomia 
Na via gástrica, temos algumas vantagens sendo usada como preferencia porque tem tolerância a formulas, fácil posicionamento da soda, tolera maior osmolaridade (se uma dieta com alta osmolaridade for administrada via intestinal, é um problem. porque paciente pode desenvolver uma síndrome de dumping que é uma diarreia explosiva) e volumes, tolera alimentação em bolus e permite progressão mais rápida da dieta. Mas, ha desvantagens como o alto risco de broncoaspiração (mas, podemos evitar isso como a inclinação da maca e volume da dieta deixando gotejar em maior tempo e menor quantidade), tosses, náuseas que podem favorecer a saída acidental da sonda 
Toda a parte pós pilórica é usado apenas quando a via gástrica não é usável. Mas, quando usamos a jejunostomia tem muitos problemas como a mistura do alimento com bolo fecal podendo causar algum tipo de infecção, e também, a possibilidade da saída do alimento para o peritônio. Indicado quando paciente tem algum problema alto no TGI, algum tumor nas vias anteriores, esofagectomia (retirada total do esôfago), gastrectomia (retirada total do estomago). Pode ter problemas como diarreia porque não recebe muita osmolaridade, obstrução da sonda, permanência da fistula após remoção da sonda, isquemia e necrose intestinal no pós operatório imediato. Tem benefícios como a permissão de inicio precoce da alimentação (jejuno retorna a peristalse antes do estomago), menos risco de aspiração, maior dificuldade de saída acidental da sonda, precisamos controlar essa infusão, nunca podemos fazer bolos. Um dos maiores desafios dessa via é a necessidade de dietas normo a hipoosmolares - precisa ser um proteína mais hidrolisada a nível metabólico, mas quanto maior essa hidrolisação, maior a osmolaridade 
Precisamos sempre atingir o VET do paciente. Se ele não conseguir atingir por uma via, podemos coincidir duas vias para que chegue ao VET dele. 
Critérios de seleção de fórmulas enterais:
Precisamos saber como esta o funcionamento do TGI do paciente. Por exemplo, se paciente tiver um problema no estomago que não esta funciona bem sua motilidade, temos que pensar em alguma formula que melhore a absorção do paciente independente desse problema dele no estômago. Precisamos conhecer a densidade calórica (quantidade de caloria a cada ml)

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