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ANATOMIA: - Ocorre somente nos homens e macacos. - Estrutura tubular de 6 a 7 cm de comprimento. - Mesoapêndice – gordurinha que confere mobilidade. - Apresenta posição variável: anterior (ou pré-ileal) e posterior (retrocecal ascendente ou retroileal). Depende do biotipo do paciente. HISTOLOGIA: - Mucosa. - Lâmina própria da mucosa. - Muscular da mucosa. - Submucosa. - Folículos linfoides (histologia habitual do apêndice). - Muscular. - Serosa. Giovanna Lopes O USG é dependente de máquina boa e operador, então não é bom para um diagnóstico rápido e preciso. O USG só capta apêndices edemaciados, os normais ou os com alterações precoces passam despercebidos. Além disso, ele serve mais para diagnósticos diferenciais, como gravidez ectópica, por exemplo. O diagnóstico também é laboratorial, como a leucocitose com desvio à esquerda (aumento de neutrófilos jovens – bastão) = sinal de infecção. Quando o apêndice está normal, o patologista pode colocar no laudo “Apêndice de aspecto histológico habitual” ou fazer um laudo descritivo, detalhando a mucosa, a submucosa, se houver descreve a congestão, o edema, descreve a presença de folículos linfoides na região da submucosa... À direita, presença de fezes no lúmen do apêndice (fecálito). APENDICITE AGUDA: - Considera a causa mais comum de abdome agudo não traumático. EPIDEMIOLOGIA: - Adultos jovens; - Adolescentes (a partir dos 11 anos, mas pode ser antes); - Sexo masculino; - Os mais velhos podem ter também, mas não é comum. Se alguém mais velho apresentar os mesmos sintomas, deve-se lembrar que o apêndice pode ter outras doenças que podem levar a uma apendicite aguda de forma secundária: INVESTIGAR as lesões tumorais (neoplasia de apêndice – mais comum em pessoas a partir dos 50 anos). Nesses casos, já é importante o uso da USG para verificar melhor. HISTÓRICO: - 1889 – Mc Burney enfatizou a importância do diagnóstico precoce e intervenção cirúrgica imediata (dentro da evolução do quadro clínico – de 12 a 24h, podendo chegar a 48h – quadro clínico clássico); - 1900 – mortalidade menor de 35%. FISIOPATOLOGIA: - Obstrução do lúmen – 50 a 80% (fecálitos, cálculos biliares, tumor, bola de vermes). Essa obstrução comprime a parede, levando a estase com extravasamento de plasma, gerando um edema, congestão vascular, favorecimento de entrada de bactérias (infecção – intestino tem muita bactéria), obstrução, e quanto mais houver essa compressão, haverá diminuição do fluxo sanguíneo. O apêndice é mucossecretor, então essa compressão também pode levar a um acúmulo de secreção, que fica retido e obstrui também. Os fecalitos são fezes que, durante sua passagem pelo TGI acabam sendo depositados no apêndice, o obstruindo. Os cálculos biliares podem migrar e se depositar no apêndice. Os tumores podem ser extrínsecos ou intrínsecos (chama atenção depois dos 50 anos). Se o quadro não for diagnosticado dentro da evolução habitual, pode haver mais aumento da pressão intralumial, mais distensão do apêndice, mais compressão vascular... Uma isquemia agravada pode levar à necrose e à perfuração. O de cima é um apêndice normal = filiforme, comprimento normal. É mais difícil de ver na USG. À esquerda, parede do apêndice mais espessada, vasos congestos, área escurecida (necrose), pois pode acontecer dessa obstrução não ser completa, ser apenas uma semiobstrução, ser um acúmulo de secreção que está ali aumentando a pressão intralumial, mas parte dessa secreção ainda vai estar drenando, chegando a ter inflamação, mas não um quadro grave de apendicite aguda, evoluindo para uma apendicite crônica. Mas o que leva o paciente ao PS é quando existe essa agudização. MORFOLOGIA: - Estágio inicial: exsudato neutrofílico na mucosa, submucosa e muscular. - Estágio posterior: reação fibrino-purulenta sobre a serosa. - Abscessos na parede, úlceras e focos de necrose supurativa da mucosa (apendicite supurada aguda – porque envolve todas as camadas). - Critério diagnóstico histológico: infiltrado de neutrófilos na parede muscular (a inflamação tem que está mais profunda). Presença de polimorfonucleares, muita fibrina, extravasamento de hemácias envolvendo a parede como um todo. QUADRO CLÍNICO: - Anorexia. - Dor abdominal – mesogastro ou epigastro (dor visceral). - Após 12 horas do início – dor localizada em fossa ilíaca direita (ponto de Mc Burney). - Variações na localização da dor devido posição do apêndice. - Náuseas e vômitos, sem diarreia. - Alteração do hábito intestinal. - Febre (38ºC). - Apresentação variável. O hemograma pode dar um auxílio maior no caso de um quadro no início (leucocitose com desvio à esquerda). SINAL DE BLUMBERG: - Este sinal é feito inicialmente comprimindo de forma lenta o ponto apendicular, que se localiza no terço externo de uma linha imaginária entre a espinha ilíaca anterossuperior e a cicatriz umbilical. - É um sinal semiológico caracterizado por dor à descompressão brusca da parede abdominal no ponto apendicular, mais conhecido como ponto de McBurney. DIAGNÓSTICO CLÍNICO-LABORATORIAL: - Baseada na história, achados físicos e hemograma. - História. - Exame físico. - Exames complementares. COMPLICAÇÕES: - Perfurações (apendicite supurada). - Abscesso de parede (mais frequente). - Abscesso intracavitário. - Peritonite. - Hemorragia intracavitária. - Sepse. - Perfuração, formação de abscessos, sepse e peritonite. DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL: - Gravidez ectópica. - Gastroenterite. - Salpingite. - Diverticulite (mais idosos). - Linfadenite mesentérica secundária a enterocolite (Yersinia ou vírus). TUMORES DE APÊNDICE: - CISTOADENOMAS MUCINOSO (muita produção de muco, faz uma cistificação). - CISTOADENOCARCINOMA MUCINOSO (variante maligna). - TUMOR CARCINOIDE Já que o apêndice produz muito muco, os tumores também possuem essa característica. MUCOCELE: - Pseudotumor. - Pode ser decorrente de uma apendicite crônica (não obstruiu por completo, não gerou abdome agudo, paciente foi evoluindo acumulando muco...). - Macroscopia – representa apêndice dilatado, repleto de mucina. - Resulta da oclusão do lúmen (endometriose, tumor...). - A maioria é secundário a cistoadenoma mucinoso ou cistoadenocarcinoma. - Dilatação do apêndice, geralmente unilocular (se for multilocular, aumenta o risco de ser um cistoadenocarcinoma). - Lúmen dilatado contendo grande quantidade de mucina. Quando se vê na USG o apêndice dilatado, pode ser mucocele, mas pode ser um tumor verdadeiro também. Deve-se fazer a retirada com margem de segurança, se estende tirando partes do intestino grosso, pois há risco de malignidade a partir de implantes na manipulação cirúrgica. Apêndice aumentado, fazendo uma bolsa (cistificação) cheia de mucina. O termo “mucocele” é essa dilatação do apêndice às custas desse acúmulo de muco. A peça completa deve ser retirada, sem ser rompida, sem deixar esse material mucoide cair na cavidade. Se o muco cair na cavidade e for um cistoadenoma mucinoso, isso é uma iatrogenia, favorecendo uma disseminação desse tumor na cavidade peritoneal. CISTOADENOMAS MUCINOSOS: - Cisto = dilatação / Adenoma = benigno - Dilatação luminal está associada à perfuração do apêndice. - Microscopia: mucosa revestida por epitélio mucinoso atípico, com algumas áreas paplíferas. - Histologicamente semelhante aos tumores análogos do ovário. - Remoção = cura. Dilatação na porção distal do apêndice = TOP Dilatação na porção proximal = é necessário tirar um pouco do intestino grosso também. Unilocular, sem áreas irregulares, sem sangramento = cara de benigno CISTOADENOCARNIMA MUCINOSO: - Macroscopicamente semelhante ao cistoadenoma mucinoso. - Macroscopia irregular, sangrante, multilocular, características mais agressivas. - Pode estar associado a lesão de ovário. - Critériospara malignidade. - Invasão da parede do apêndice por glândulas atípicas. - Perda da conexão entre as células. - Células epiteliais identificáveis nos depósitos peritoneais de mucina. - Se houver rompimento = disseminação pelo peritônio. Células soltas, dispostas na matriz cheia de muco. TUMOR CARCINOIDE: - Incidência global de 1 a 2 casos/100.000. - Localização mais comum no apêndice. - Representa 85% dos tumores do apêndice. - Pico de incidência na 6ª década de vida. - Achados incidentais associado a apendicite aguda (a maioria desses tumores não dão sintomas. Como são carcinoides. São células com diferenciação neuroendócrina, podendo ser produtores de hormônios, dando manifestações paraneoplásicas. Porém, a maioria é diagnosticada por causa de um quadro de apendicite, pois o tumor cresce na parede e começa a comprimir o lúmen). - Derivados das células endócrinas mucosas. - Raramente metastatiza (alta chance de cura com a remoção, é localizado). - Quadro clínico no apêndice: comportamento benigno, assintomático, apendicite aguda obstrutiva, 3% metastiza, síndrome carcinoide – metástase para o fígado. MACROSCOPIA: - Tumefações bulbosas. - À superfície de corte: pardo amarelada e firme. MICROSCOPIA: - Padrões de crescimento: ilhas, trabéculas, acinar ou massas indiferenciadas. - Células uniformes redondas a ovais, com núcleos monotonamente semelhantes, pontilhado, cromatina dina, nucléolos e raras mitoses. TRATAMENTO E PROGNÓSTICO: Áreas tumorais na região distal, área compacta.
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