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Tem bastante relação com os tumores gástricos. Existem lesões aqui que vão servir como precursoras em grande parte dos tumores. Olhar primeiro para as lesões polipoides, com frequência maior no intestino do que no estômago. Esses pólipos podem ser inflamatórios, adenomatosos e hamartomatosos. O intestino grosso é que vai apresentar mais tumores. Quando aparece no intestino delgado, geralmente está envolvendo apenas o duodeno. Isso acontece porque o intestino delgado tem um trânsito intestinal mais rápido, então não há contato das substâncias cancerígenas por muito tempo. Além disso, possui mecanismos de defesa, como bastante muco e imunoglobulinas. TUMORES DO INTESTINO GROSSO – PÓLIPOS: - Pólipos são lesões tumorais benignas. São massas tumorais que se projetam em direção à luz intestinal. Dependendo do tamanho e do tipo de pólipo, a massa pode envolver uma projeção com camada mucosa, submucosa, muscular da mucosa e até a muscular própria. - Mais comum no cólon, mas pode ocorrer no esôfago, estômago ou intestino delgado. MORFOLOGIA: - Pedunculadas ou sésseis. - Solitárias ou múltiplas. - Neoplásicas (adenomas ou adenomatosos) ou não neoplásicas (inflamatórios, hiperplásicos e hamartomatosos). - Nem todos esses pólipos vão ter risco de evolução para câncer. Os pólipos neoplásicos (neoplasia benigna) têm maior chance de evoluir para malignidade. - Quanto maior for o pólipo, mais chances de serem malignos. Giovanna Lopes Pólipo pedunculado (árvore). Pólipo séssil (crescem a partir da mucosa). Característica dos pólipos hiperplásicos. - O pólipo de maior risco é o hamartomatoso (podem estar dentro de síndromes hereditárias ou não). Tem risco até de ocorrer outros cânceres em outros locais. - Os pólipos hiperplásicos apresentam uma hiperplasia das células, são células sem atipias, como se fossem uma camada de células mais velhas que não descamaram do epitélio. Ocorrem em lesões únicas ou poucas lesões. - Os pólipos inflamatórios acontecem em lesões únicas. Pode ocorrer de torcer e necrosar o pedículo, e este sair por via retal. PÓLIPOS INFLAMATÓRIOS: - Associada a Síndrome da úlcera retal solitária. Lesão puramente inflamatória (congestão vascular, sangramento). Projeção que envolve mucosa e submucosa como lesão única. - Tríade clínica de sangramento retal, corrimento mucoso (presença de células mucossecretoras) e lesão inflamatória da parede retal anterior. - A causa subjacente é o relaxamento prejudicado do esfíncter anorretal (retém mais fezes que vão ficando mais rígidas, mais volumosas), que cria um ângulo agudo na protuberância retal anterior (atrito das fezes na passagem por esse ângulo) e leva à abrasão recorrente e à ulceração da mucosa retal subjacente. - Características: hiperplasia fibromuscular da lâmina própria (muscular da mucosa), infiltrados inflamatórios, erosões e hiperplasia epitelial. - Pacientes com histórico de câncer de cólon na família ou lesões polipoides familiares precisam investigar isso mais cedo. Se o paciente não tiver histórico, o ideal é que se faça uma colonoscopia ou retossigmoidoscopia a partir dos 50 anos periodicamente, mesmo sem ter sintomas. Essa investigação precisa da complementação gênica. - São retirados os pólipos solitários e os poucos pólipos. Se tiver muitas lesões, retiram-se as maiores, as sangrantes, as com exulceração, etc. À direita, não tem o aspecto pedunculado, é séssil (pode ser dos dois tipos). À esquerda, na histologia, é possível ver a projeção, estrutura carnosa, polipoides, tem revestimento epitelial, tem submucosa, camada muscular da mucosa. As células epiteliais se projetam pra dentro da mucosa e criam áreas de cistificação (acúmulo de muco), o que ajuda a criar o volume. Não tem atipias, se retirou esse pólipo o paciente está curado. HIPERPLÁSICOS: - Pequenos, sésseis e múltiplos (0,1 a 1,0 cm). Retosigmoide. - Pode ter algum pedunculado, mas o padrão clássico é ser séssil. - São proliferações epiteliais comuns, tipicamente descobertas na sexta ou sétima década de vida. - Histologicamente, são compostos de células caliciformes e absortivas maduras. A descamação atrasada dessas células leva a uma superpopulação que cria a superfície arquitetônica serrilhada (aspecto irregular), o marco morfológico destas lesões. - Importância: Devem ser distinguidas dos adenomas serrilhados sésseis (grupo dos pólipos neoplásicos). Os pólipos neoplásicos são adenomatosos (neoplasia epitelial benigna). Os adenomas no TGI são lesões com potencial de malignidade. À direita, mostra um aspecto serrilhado visto na microscopia. À esquerda, bastante células caliciformes. PÓLIPOS HAMARTOMATOSOS: - Os pólipos hamartomatosos ocorrem esporadicamente e no contexto de várias síndromes geneticamente determinadas ou adquiridas. - Pólipos Juvenis: são malformações focais do epitélio da mucosa e da lâmina própria. Estes podem ser esporádicos (isolado, sem alteração gênica, sem hereditariedade) ou sindrômicos. PÓLIPO JUVENIL SOLITÁRIO (RETENÇÃO): - Reto de crianças de até 5 anos, 1 a 3 cm. - Tumoração pardo-avermelhada, pediculada, pode ocorrer torção, infarto e autoamputação (elimina nas fezes ou sozinho mesmo). - Histologia: glândulas às vezes cisticamente dilatadas, repletas de muco, revestido por epitélio regular ou serrilhado. Não há muscular da mucosa. POLIPOSE JUVENIL MÚLTIPLA: - Aparece lá pela adolescência. - Síndrome familiar rara de herança autossômica dominante (Síndrome de Polipose Juvenil). - 3 a 100 pólipos hemartomatosos. - Risco para evolução para adenomas. - Mutação: SMAD4, BMPR1A. Pólipos juvenil (retenção). Haste bem espessa, cresce com um aspecto de couve-flor. Ao corte, áreas translúcidas por causa do muco, retenção de muco, áreas de inflamação, epitélio com camada única de células com núcleos polarizados na base, proliferação não atípica. SÍNDROME DE PEUTZ-JEGHERS: - Mutações STK11/LKB1 - Pólipos hamartomatosos múltiplos no tubo digestivo (em qualquer local, mas a maioria é no intestino grosso). - Hiperpigmentação melânica cutâneo-mucosa (tipo sardas). - Pólipos grandes, pediculados e lobulados. - Risco para neoplasia quando jovens (mama, pâncreas e cólon) por causa da mutação dos genes. - Histologia: padrão arboriforme, feixes de tecido conjuntivo e muscular liso septando as glândulas. Pega a camada muscular lisa. SÍNDROME DE CANADA-CRONKHITE: - Não hereditária (não se sabe qual é o gene alterado). - Polipose intestinal associada a alterações ectodérmicas (alopécia, onicodistrofia, hiperpigmentação). - Má absorção intestinal: anemia, perda de peso, diarreia, distúrbio hidroeletrolítico (problemas absortivos intestinais). - Alta mortalidade por causa do distúrbio hidroeletrolítico, não pela malignidade (50%). - Aparace acima dos 50 anos de idade. Sem história familiar. - O aspecto mais característico é a presença de pólipos hemartomatosos no estômago, intestino delgado, cólon e reto, que são histologicamente indistinguíveis dos pólipos juvenis. - Os pólipos tubulares são os mais frequentes dos neoplásicos. Se apresenta com a forma pedunculada. Tem um revestimento epitelial que forma os túbulos e tem os pedúnculos. Tem um aspecto clássico de cogumelo. - Os pólipos vilosos se apresentam na forma séssil. Faz diagnóstico diferencial com os pólipos hiperplásicos. Já tem atipias bem demarcadas, perda de polarização, hipercromasia nuclear, estratificação e é o de maior risco para malignididade. Semelhanças do pólipo hiperplásico com o adenoma viloso. O sangramento é um dos primeiros sintomas para saber que o pólipo está lá. Adenoma tubular Pólipos acima de 1 ou 1,5cm tem mais risco de evoluir para malignidade. Adenoma tubular Dá pra ver a haste de tecido conjuntivo no meio dele. Adenoma tubular Estratificação, hipercromasianuclear e diminuição de mucina Lesão séssil. Adenomatoso com bastante acormasia nuclear. Evolução para malignidade. Adenoma viloso Cólon esquerdo e reto Lesões solitárias e grandes 10% apenas pedunculados Pólipo pedunculado que pode evoluir para um adenocarcinoma. O séssil vai infiltrando muito, fica difícil de retirar com uma boa margem de segurança. POLIPOSE ADENOMATOSA FAMILIAR - PAF: - Doença autossômica dominante associada a mutação no gene APC (adenomatous polyposis coli). - Pólipo adenomatosos. - 2ª a 3ª década de vida (muito precoce). - Transformação maligna: 10% após 10 anos do dianóstico, 50% após 20 anos e 100% após 30 anos. Quantidade de pólipos que um paciente pode desenvolver. SÍNDROME DE GARTNER: - Associação com pólipos extraintestinais, osteoma de mandíbula e de crânio, cisto epidérmico e fibromatose. SÍNDROME DE TURCOT: - Associação com gliomas cerebrais. ADENOCARCINOMA INTESTINAL: - Podem vir de pólipos que viram adenomatosos e depois adenocarcinomas; de pólipos que já era adenomas e viraram adenocarcicnomas; ou independentes dessas lesões. - Idade: 60 a 79 anos. - Menos de 20% antes dos 50 anos. - Morfologia: Polipoide, úlceroinfiltrativo, anular-constritivo (área de estreitamento – anel de guardanapo) e difuso (crescimento em placa). - Locais mais frequentes: 70% reto e sigmoide e 22% ceco e cólon ascendente (varia de acordo com a região). FATORES DE RISCO: - Gorduras da dieta. - Ingestão de gordura leva a secreção de bile. A bile fica aumentada na luz intestinal. - Em trabalhos experimentais, os ácidos biliares estimulariam a carcinogênese. - Dieta rica em gordura animal. - Aminas aromáticas heterocíclicas cancerígenas (churrascos, alimentos defumados). - Dieta pobre em fibras não digeríveis. - Trânsito intestinal lentificado (maior exposição da mucosa às substâncias cancerígenas presentes nas fezes). - As fibras se ligam a mutagênicos, logo se há baixa quantidade de fibras as ligações são menores e as substâncias mutagênicas ficam mais tempo em contato com a mucosa. FATORES DE PROTEÇÃO: - Altos níveis de selênio. - Antioxidantes (vitamina A, C, E). - Dietas ricas em vegetais crucíferos. - Trânsito intestinal rápido. Lesão ulcerada. Sangramento como manifestação inicial. Adenocarcinoma de cólon. Tecido conjuntivo no meio do músculo. Presença de glândulas.
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