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0 1 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ................................................................................... 2 2 O ENVELHECIMENTO DA POPULAÇÃO BRASILEIRA ................... 3 3 DESNUTRIÇÃO E OUTROS PROBLEMAS DE SAÚDE EXPERIMENTADOS POR IDOSOS ........................................................................... 4 4 A IMPORTÂNCIA DOS MICRONUTRIENTES PARA OS ORGANISMOS, AS CONSEQUÊNCIAS DA INGESTÃO INSUFICIENTE ................. 6 4.1 Cálcio ................................................................................................... 7 4.2 Vitamina B12 (cianocobalamina) e B9 (folato) ..................................... 9 4.3 Selênio ............................................................................................... 11 4.4 Vitamina D .......................................................................................... 12 5 INTERVENÇÃO NUTRICIONAL QUANTO AOS MICRONUTRIENTES ............................................................................................... 13 5.1 Cálcio ................................................................................................. 13 5.2 Vitaminas B12 e B9 ............................................................................ 16 5.3 Vitamina D .......................................................................................... 18 6 ALGUMAS DOENÇAS ASSOCIADAS A TERCEIRA IDADE .......... 20 6.1 Doenças cardiovasculares ................................................................. 20 6.2 Sarcopenia ......................................................................................... 23 6.3 Diabetes e Hipertensão ...................................................................... 27 6.4 Osteoporose ....................................................................................... 30 6.5 Alzheimer ........................................................................................... 33 7 PANORAMA DA PESSOA IDOSA: CONCEITOS NA INTERDISCIPLINARIDADE, ESTIGMAS E FERRAMENTAS SOCIAIS ................... 36 7.1 A fome e suas especulações sociais e aspectos no contexto da pessoa idosa 40 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................... 44 2 1 INTRODUÇÃO Prezado aluno! O Grupo Educacional FAVENI, esclarece que o material virtual é semelhante ao da sala de aula presencial. Em uma sala de aula, é raro – quase improvável - um aluno se levantar, interromper a exposição, dirigir-se ao professor e fazer uma pergunta, para que seja esclarecida uma dúvida sobre o tema tratado. O comum é que esse aluno faça a pergunta em voz alta para todos ouvirem e todos ouvirão a resposta. No espaço virtual, é a mesma coisa. Não hesite em perguntar, as perguntas poderão ser direcionadas ao protocolo de atendimento que serão respondidas em tempo hábil. Os cursos à distância exigem do aluno tempo e organização. No caso da nossa disciplina é preciso ter um horário destinado à leitura do texto base e à execução das avaliações propostas. A vantagem é que poderá reservar o dia da semana e a hora que lhe convier para isso. A organização é o quesito indispensável, porque há uma sequência a ser seguida e prazos definidos para as atividades. Bons estudos! 3 2 O ENVELHECIMENTO DA POPULAÇÃO BRASILEIRA Fonte: segurosinteligentes.com.br Até por volta de 1970, a população brasileira era caracterizada por um “boom populacional” marcado pelo crescimento real da população (PEREIRA, 2019). Esse fenômeno tem duas consequências, primeiro o crescimento do trabalho e do capital humano, e depois o envelhecimento da população (SOUZA & LEVY, 2014). Sobre o envelhecimento, assim fala Cancela: “O envelhecimento é um processo gradual. Ele permeia toda a vida, afeta todos os organismos vivos e leva a mudanças nos padrões fisiológicos indi- viduais na inter-relação de fatores sociais, culturais, biológicos e psicológicos. O conceito de envelhecimento pode ser entendido como algo subjetivo. Tam- bém pode ser entendido como as alterações fisiológicas, psicossociais, nos aspectos comuns de indivíduos saudáveis, levando-os a uma nova compre- ensão da vida. ” (CANCELA, 2017) O processo de transição demográfica é resultado direto da evolução dos sis- temas de seguridade e proteção social, melhoria da saúde pública e acesso à infor- mação. No passado recente, eram principalmente os jovens, hoje aparecem cada vez mais pessoas com 60 anos ou mais (IBGE, 2015). Considerando um número tão grande de pessoas, com a transição da população para uma população idosa, a saúde e o bem-estar enfrentam desafios. Como enfatizou Miranda e Mendes: “Envelhecer não significa basicamente adoecer. A menos que haja doenças conexas, o envelhecimento está relacionado à saúde. Além disso, os avanços 4 na saúde e na tecnologia têm possibilitado às populações com serviços pú- blicos ou privados adequados uma melhor qualidade de vida nesta fase. Por isso, é fundamental investir em medidas preventivas ao longo do ciclo de vida, pois elas têm potencial para “resolver os desafios de hoje e cada vez mais os desafios do futuro”. (MIRANDA, MENDES E SILVA, 2016, p. 507 a 510). 3 DESNUTRIÇÃO E OUTROS PROBLEMAS DE SAÚDE EXPERIMENTADOS POR IDOSOS Fonte: portalt5-cdn1.cworks.cloud O crescimento acelerado da população idosa requer uma adaptação social efetiva, pois a imagem e a realidade de parte considerável da população idosa mu- dou (CUNHA, CUNHA e BARBOSA, 2016). É necessário compreender o alcance das mudanças psicológicas, biológicas e sociais que requerem cuidados diferencia- dos (PEREIRA, NOGUEIRA e SILVA, 2015). Do lado positivo, cada vez mais infor- mações e tecnologias podem ser utilizadas para prevenir e tratar doenças, prolon- gando assim a longevidade dos idosos (ORTA, 2014). Nesse sentido, o processo de envelhecimento traz algumas mudanças para os indivíduos e seus estilos de vida (ALMEIDA e REIS, 2016). É esse processo que o torna mais suscetível a doenças e pode prejudicar a autonomia, mobilidade, des- treza, vigília e funcionamento normal de órgãos e sistemas (MARQUES, 2016). Durante o processo de envelhecimento, algumas alterações fisiológicas e bi- ológicas são percebidas naturalmente, sendo essas alterações geralmente mais evi- dentes no sistema nervoso e musculoesquelético (SANTOS et al., 2016). Conforme 5 apontado por Sposito et al., (2014) - “Algumas doenças não são percebidas por en- volverem comportamentos socialmente esperados da velhice, como indiferença, es- quecimento, cansaço e até falta de ocupação e isolamento”. Menezes et al., (2018), portanto, mencionou: “De modo geral, além de possíveis dificuldades de memória, concentração e linguagem, existem algumas perdas cognitivas e físicas relacionadas à ve- lhice, principalmente tônus muscular, resistência muscular e audição. Algu- mas características de algumas doenças e sintomas não detectáveis pelos idosos familiares por envolverem comportamentos esperados pela sociedade idosa, como indiferença, esquecimento, cansaço e até falta de ocupação e isolamento. Todos os idosos reclamam do envelhecimento. Porém, a diferença está na percepção de sua saúde nesta fase da vida, o que mostra claramente que mesmo com esses problemas, procuram viver uma vida feliz, buscam trata- mento e uma melhor qualidade de vida ” (SANTANA, BERNARDES, MOLINA, 2016). Isso porque os idosos costumam ser afetados pela desnutrição (DIAS, 2017). Relacionada à fraqueza e dependência física (HARRIS, HABOUBI, 2005), a desnu- trição é caracterizada por um desequilíbrio anabólico (SARGENTO, LOUSADA, DOS REIS, 2014). Para os idosos, a desnutrição é caracterizada por ingestão alimentar insuficiente e perda de apetite (GERMAN et al., 2016). Nos idosos, oprocesso de desnutrição agrava o estado de dependência e vulnerabilidade, levando ao desenvolvimento da mortalidade. Também está relacio- nado à piora do prognóstico da doença de base e ao aumento do risco de morte. A qualidade de vida pessoal é diretamente afetada (MAS-TRONUZZI, MONTANARO, GRATTAGLIANO, 2015). Os principais fatores de desnutrição estão relacionados a muitos fatores. Res- saltamos a dentição, dificuldade para engolir, dificuldade para comer de forma inde- pendente, episódios de jejum, doenças digestivas e doenças crônicas (TORRES et al., 2014). Além desses fatores, existem alguns processos de cunho social, baixa escolaridade, isolamento social e institucionalização (BALLYUZEK, MASHKOVA, STEPANOV, 2015). Como Dias (2017) descreveu que outros fatores de risco relacionados ao de- senvolvimento de desnutrição, como problemas físicos que são doenças tumorais, insuficiência orgânica crônica e grave (coração, sistema respiratório, rim ou fígado), trato gastrointestinal que causa dificuldades digestivas e / ou doenças de má absor- 6 ção, infecções crônicas e doenças inflamatórias (CUERVO et al., 2009), como do- ença pulmonar obstrutiva crônica (JOHANSSON, MALMBERG e CRISTENSSON, 2009). As principais condições patológicas geralmente associadas à perda de peso incluem caquexia, anorexia e sarcopenia e alto metabolismo / alto catabolismo " Deve-se ressaltar que os próprios idosos no Brasil estão cientes dos proble- mas associados à desnutrição, das doenças mencionadas e dos desafios impostos por sua renda, moradia e demais condições sociais (ANDRADE et al., 2018). Estu- dos mostram que os idosos até têm um bom conhecimento sobre a própria saúde, mas a maioria das pessoas afirma que sua renda não é suficiente. 4 A IMPORTÂNCIA DOS MICRONUTRIENTES PARA OS ORGANISMOS, AS CONSEQUÊNCIAS DA INGESTÃO INSUFICIENTE Fonte: siao.art.br As vitaminas e minerais regulam todas as reações do organismo. Organiza o sistema imunológico, o apetite, o sono, a renovação das células, o sistema reprodu- tivo, a qualidade da pele, cabelos e unhas. Fazem parte das enzimas, do transporte do oxigênio e água para as células, a água fica presa dentro das células devido aos íons de sódio e potássio, ou seja, sem eles ficamos desidratados (COZZOLINO, 2009). As vitaminas e minerais são micronutrientes químicos e essenciais aos orga- nismos vivos, sejam esses organismos de origem vegetal ou animal. Quando se usa 7 o termo alimentação balanceada, é destes micronutrientes que também estamos fa- lando, ou mesmo o termo calorias “vazias”, refere-se ao consumo de alimentos de baixo valor nutricional, porém que podem ser calóricos. As melhores fontes desses micronutrientes são alimentos de verdade, aqueles minimamente processados como o feijão, arroz, raízes, frutas, verduras, castanhas, carnes, ovos e leite e seus derivados. Para ter-se uma ideia da grande importância dos pequenos nutrientes, as políticas de saúde pública no Brasil obrigam que o sal de cozinha seja enriquecido com iodo, para controle de doenças relacionadas à glândula da tireoide e, que as farinhas de trigo sejam fortificadas com ferro e ácido fólico para minimizar os casos de anemia ferropriva e megaloblástica. Com o aumento da expectativa de vida, a população idosa está cada vez mais crescente e, é comum a má alimentação por parte desses idosos. Em todas as fases da vida fazer um acompanhamento nutricional é imprescindível, pois, direciona os pa- cientes para os alimentos adequados a sua saúde, principalmente, na terceira idade, onde algumas necessidades especiais já se instalaram (COZZOLINO, 2009). 4.1 Cálcio Segundo o estudo de Jesus (2018), o papel do cálcio pode ser resumido como participante do metabolismo ósseo, formação e manutenção dentária, processo de contração muscular, metabolismo celular, além de ter importante impacto na perme- abilidade da membrana celular (CHALLOUMAS et al., 2014), função hormonal (ELA- MIN et al., 2015), liberação intracelular e extracelular ou ativação enzimática e coa- gulação sanguínea (BAILEY et al., 2014). O efeito do cálcio em várias funções do corpo. 8 Fonte: JESUS (2015) Bonucci (2015) destacou que o cálcio é uma parte importante da parte inor- gânica, responsável pela "dureza" e garantindo a resistência às forças mecânicas. No curso de França & Martini (2014), “O conteúdo de cálcio dos ossos é responsável pelo ajuste entre a formação óssea (transferência de minerais do sangue para o osso) e reabsorção óssea (transferência de minerais do osso para o sangue). ” Em relação à função muscular, Guyton e Hall (2016) transcreve da seguinte forma: "A neurotransmissão mais comum no corpo humano é a sinapse química, que envolve a despolarização de íons de cálcio através da membrana para os terminais sinápticos. O fluxo interno de cálcio permite que as vesículas sináp- ticas se movam para o local de liberação na membrana pré-sináptica por meio da exocitose descarrega seu conteúdo na fenda sináptica. O neurotransmis- sor se espalha através da lacuna e se liga à proteína receptora na superfície da membrana do neurônio pós-sináptica. A quantidade de neurotransmissor liberado está diretamente relacionada à quantidade de cálcio que entra no terminal " (GUYTON, HALL, 2016) Conforme revelou Mierlo (2016), o cálcio também tem um importante fator re- dutor da pressão arterial, seja por meio de suplementação, seja pela ingestão de alimentos. Quando há consumo suficiente de minerais, a estabilidade da membrana 9 da célula vascular é maior, inibindo o influxo intracelular e reduzindo o processo de vasoconstrição. No caso específico do cálcio, como apontado por Shegill-Bonner et al. (2014), também está relacionado à falta de vitamina D, que requer exposição ao sol, o que é ainda mais raro em idosos. 4.2 Vitamina B12 (cianocobalamina) e B9 (folato) A vitamina B12 também é chamada de cianocobalamina porque contém co- balto, um oligoelemento conectado ao grupo cianeto, em sua estrutura. É uma vita- mina hidrossolúvel totalmente sintetizada por bactérias, também existe nos tecidos animais que a obtêm indiretamente ao consumir esses microrganismos, não podendo ser encontrada em fontes vegetais. (ROCHA, 2012; VANNUCCHI & MONTEIRO, 2010 apud SOUSA et al., 2020). Segundo Fábregas, Vitorina e Teixeira, (2011, apud SOUSA et al., 2020), a cianocobalamina é responsável por duas reações conhecidas: a conversão do ácido metilmalônico em succinil-CoA e a conversão da homocisteína em metionina. Essas reações envolvem o metabolismo de aminoácidos, colesterol e ácidos graxos, que desempenham um papel no corpo. A deficiência de B12 pode ser causada por ingestão insuficiente de proteínas e cobalamina, indigestão das proteínas de ligação de B12, secreção insuficiente de fator interno (FI) e má absorção do complexo B12 + FI. Uma vez que a cianocobalamina está envolvida na maturação dos glóbulos vermelhos e importantes funções metabó- licas e neurotróficas, sua deficiência pode levar à anemia macrocítica, neuropatia pe- riférica e sintomas psiquiátricos (ROCHA, 2012 apud SOUSA et al, 2019). Para Marchioni et al., (2013), o ácido fólico ou vitamina B9 faz parte da vitamina do complexo B e é solúvel em água. Uma de suas funções é estabilizar e manter o DNA, o que pode prevenir certos tipos de câncer e reduzir os defeitos do tubo neural fetal, por isso é complementado durante a gravidez. Comer menos vegetais crus, má absorção intestinal, aumento da demanda por essa vitamina e até mesmo drogas que interferem em seu metabolismo podem levar à deficiência de ácido fólico. Esse déficit é uma doença grave, perda de apetite (que agrava ainda mais as deficiências existen- tes), rápida perda de peso, podendo até levar à anemia (FAILACE & FERNANDES, 2015) 10 Segundo Goularte et al., (2013; apud BARNABÉ et al., 2015) portanto, as pes-soas com maior probabilidade de apresentarem deficiência dessa vitamina são os ido- sos, crianças e gestantes, pois, nas duas primeiras, a ingestão nutricional pode ser insuficiente, principalmente quando não há acompanhante, exceto pelo baixo índice de recorrência do idosos absorvem. Nas gestantes, a demanda aumenta e, se não for preenchido corretamente, pode levar à deficiência. Em todos os grupos mencionados, a falta de micronutrientes pode ter consequências graves. Vitamina B12, Folato e doença de Alzheimer (DA) Os níveis desse micronutrientes são reduzidos quando a doença está presente, e esses achados estão relacionados às fracas habilidades cognitivas desses pacien- tes. No entanto, esses valores reduzidos não representam uma deficiência clínica sig- nificativa, pois estão acima do limite inferior do valor de referência encontrado por Almeida et al. (2012). Herrmann & Obeid, (2011) mostraram que a redução do nível de folato é o resultado de mudanças no metabolismo da DA e tem um impacto nega- tivo na capacidade cognitiva. Além disso, deve-se considerar que baixas concentra- ções de micronutrientes aumentam o teor de homocisteína, que por sua vez é neuro- tóxica e pode causar alterações degenerativas. Vitamina B12, Folato e Cognição A cobalamina (B12) e o folato (B9) possuem grande importância no organismo humano. A B12 atua como co-fator para duas enzimas: L-metilmalonil-Coa mutase e a metionina sintase. A metionina sintase é responsável pela metilação da homociste- ína (Hcy) àmetionina, formando S-adenosilmetionina (SAM), fundamental para manu- tençãoda mielina. A cobalamina também é responsável por converter ácido metilma- lônico (MMA) em succinilcoenzima A (BRAUN et al., 2017; FÁBREGAS, VITORINA & TEIXEIRA, 2011). Portanto, a deficiência de B12 e B9 está relacionada ao aumento de Hcy, le- vando a alterações no sistema nervoso central, levando à neuropatia, deterioração cognitiva e depressão e outras doenças neurológicas ou psiquiátricas (SÁNCHEZ et al., 2014 apud SOUSA et al., 2019). A vitamina B12 é responsável pela conversão do ácido metilmalônico em suc- cinil-CoA, portanto, a falta dessa vitamina levará a um aumento do ácido metilmalô- nico. Os idosos com declínio cognitivo mais rápido são aqueles com níveis de ácido 11 mais elevados e, portanto, carecem de vitamina B12, associando este micronutriente aos déficits cognitivos (SOUSA et al., 2019). Martins, Silva & Streck (2017) acreditam que, [...] o manejo da deficiência de vitamina B12 deve ser conduzido visando a prevenção de demência e acidente vascular cerebral e que uma maneira para diagnosticar a adequação funcional da vitamina B12 é medir holotranscoba- lamina (HoloTC), ou usar marcadores funcionais ou metabólicos de B12. A interação da concentração plasmática de ácido fólico e marcadores de vita- mina B12 com a capacidade cognitiva dos idosos que não receberam fortificação com ácido fólico mostrou que a correlação linear entre o ácido fólico plasmático e o desem- penho geral da capacidade cognitiva mudou sob diferentes concentrações plasmáti- cas de vitamina B12. Em conclusão, a população do estudo de Doets et al., (2014; apud SOUSA et al., 2019), mostrou que o ácido fólico plasmático está relacionado à capacidade cognitiva, mas não à vitamina B12 plasmática. Em participantes mais ve- lhos com concentrações mais baixas de vitamina B12, a associação entre o ácido fólico plasmático e a capacidade cognitiva foi mais forte. 4.3 Selênio Em relação ao selênio, constata-se um papel potencial de interação entre o componente e a DA, em virtude deste elemento exercer uma função antioxidanteatravés da glutationa peroxidase, uma enzima selênio-dependente. Quando comparados com indivíduos saudáveis, pacientes com DA apresentam níveis plasmáticos de selênio diminuídos e se relacionaram com piora da função cognitiva (WEBER, et al., 2019). Segundo Correia et al. (2015) o selênio é um micronutriente que quando ligado a aminoácidos como a cisteína permite que estes se incorporem em selenoproteínas cuja função enzimática é fundamental para diminuir o stresse oxidativo, o que é particularmente relevante na prevenção e progressão da doença de Alzheimer. 12 4.4 Vitamina D A vitamina D é um hormônio lipossolúvel, obtido principalmente por meio da alimentos e síntese da pele após a exposição ao sol. Portanto, a produção de vitami- nas é produzida quando estamos expostos ao sol, pois o ultravioleta (UVB) é com- posto por um ativador sintetizado por essa substância (FERRARINI; MACEDO, 2015). A principal função da vitamina D é aumentar o consumo intestinal de cálcio, o que ajuda a estimular o transporte ativo desse íon nas células intestinais. Na presença do hormônio da paratireoide (PTH), ele também atua mobilizando cálcio dos ossos, o que aumenta a reabsorção de cálcio nos túbulos renais; a vitamina D promove a ab- sorção de fósforo no intestino (REBELO-MARQUES, 2017). A vitamina D tem um efeito protetor, muito benéfico para o metabolismo do cálcio. Pode inibir a secreção do hormônio da paratireoide-PTH, inibindo a remodela- ção óssea e aumentando significativamente a densidade óssea, mantendo assim a homeostase do cálcio no corpo, mas não atingindo o nível necessário, o objetivo do estabelecimento anterior é manter a função e força muscular (LACERDA et al., 2015). Como a terceira idade pode ser um estágio, o corpo geralmente fica menos ativo, incapaz de exercitar os músculos como antes, aliado à falta de vitamina D nos idosos, vai causar, segundo pesquisas, fraqueza muscular e maior probabilidade de causar fraturas (COSTA et al., 2018). A falta de vitamina D pode causar uma variedade de problemas, especialmente na pele, sistema autoimune, desenvolvimento de tumor, desequilíbrio do sistema neuromuscular e outros problemas igualmente importantes. (CATARINO et al., 2016). Por meio de estudos clínicos em idosos, é cada vez mais demonstrado que o nível sérico de 25-hidroxivitamina D (25OHD) é baixo, o que está relacionado a um certo grau de redução da força muscular, principalmente em termos de desempenho físico, que está bem abaixo das expectativas dos especialistas. (NEVES, 2016). A insuficiência de vitamina D pode levar à diminuição da densidade óssea na velhice, o que leva ao aumento das fraturas, causando dor e custos elevados, e afeta principalmente mulheres idosas. Para reduzir o risco de fraturas em pessoas mais velhas, cálcio e vitamina D adequados devem ser tomados (LIMA, 2016). A deficiência de vitamina D é cada vez mais reconhecida como um fator importante para quedas 13 em pacientes idosos. Muitos estudos têm demonstrado que a suplementação de vita- mina D pode reduzir a ocorrência de quedas, ou seja, níveis adequados de vitamina D estão relacionados à melhora muscular (FREITAS et al., 2015). A vitamina D desempenha um papel fundamental na via do metabolismo do cálcio, reabastecendo o aumento da qualidade mineral óssea e prevenindo fraturas relacionadas. Alguns estudos mostraram que a vitamina D desempenha um papel im- portante no aumento da força muscular e do metabolismo em idosos (RAFAELLI et al., 2015). 5 INTERVENÇÃO NUTRICIONAL QUANTO AOS MICRONUTRIENTES 5.1 Cálcio Fonte: revistainterativa.org Para atender a demanda de cálcio, é importante entender o consumo de cálcio com base nos alimentos disponíveis para a maioria da população. E pode-se consi- derar que “para a maioria das pessoas, a maior fonte de cálcio é o leite e seus deri- vados, pois geralmente contêm uma grande quantidade de minerais por porção e podem ser facilmente integrados à dieta diária das pessoas”. (FRANÇA & MARTINI, 2014). Complementam ainda os autores que: "No entanto, é recomendado que as fontes de carne magra desses alimentos tenham precedência sobre asfontes de gordura porque o conteúdo de cálcio não será muito afetado. Vegetais verdes escuros, como couve e alguns frutos 14 do mar, como certos peixes, são considerados fontes alternativas, mas, de modo geral, eles precisam comer mais para atender às suas necessidades " (FRANÇA & MARTINI, 2014) É importante enfatizar quais alimentos contêm mais cálcio, principalmente porque a qualidade dos alimentos precisa ser considerada. Quantidade de Cálcio disponível em cada porção de alimentos variados: Fonte: FRANÇA & MARTINI (2014) Como apontado por França & Martini (2014), é importante avaliar a biodispo- nibilidade da ingestão de cálcio para utilizar o máximo de cálcio possível para o or- ganismo. Nesse sentido, além da alimentação, é preferível ter lactose, uma fibra oligossacarídica não digerível. Por outro lado, alimentos que reduzem a biodisponi- bilidade devem ser evitados, como os alimentos ricos em ácido oxálico (FRANÇA & MARTINI, 2014). Em relação à lactose: 15 “No entanto, em comparação com carboidratos não absorvíveis (como o ma- nitol) ou carboidratos de alto peso molecular (como o amido), a lactose parece ter um efeito significativo no aumento da absorção de cálcio (lactose). Além disso, a lactose não hidrolisada também parece ter efeito positivo na absor- ção de cálcio, pois quando atinge o intestino grosso atua como um prebiótico, estimulando o crescimento bacteriano e levando à formação subsequente de oligossacarídeos indigestíveis, o que também parece promover absorção" (FRANÇA & MARTINI, 2014). Segundo de Jesus (2016), o aumento na ingestão de alimentos ricos em cálcio deve ser acompanhado pela ingestão de "antioxidantes de origem natural, como vi- tamina C e vitamina E, e selênio", que podem proteger contra os danos oxidativos (EL -SABBAN, 2014). Para os alimentos com efeito antioxidante, o autor também destaca os alimentos da dieta mediterrânea, como azeite de oliva, feijão, vegetais e grãos não refinados, além de peixes e vinho. O cálcio ainda se correlaciona positivamente com a vitamina D (JESUS, 2016), pois a ingestão desse outro nutriente causa diminuição da pressão arterial sistólica (PAS) e diastólica (PAD). França e Martins (2014) também mostraram que quando a ingestão de insulina e oligofrutose são combinadas, a absorção de cálcio é melhor, o que está diretamente relacionado ao processo de mineralização óssea. Sobre o tema: "Fibras de oligossacarídeos indigestíveis, como a inulina e a oligofrutose, po- dem aumentar a absorção de partes onde a absorção de cálcio é parcial- mente reduzida. Essas fermentações no intestino grosso levam à produção de ácidos graxos de cadeia curta, o que leva ao pH do conteúdo luminal reduz e melhora a solubilidade do cálcio e sua subsequente absorção. Outro meca- nismo é melhorar o fluxo venoso e o transporte passivo de cálcio nas células, aumentando o número de vilosidades e o número de células epiteliais por cripta” (FRANÇA & MARTINS, 2014) O nutricionista deve ter um papel ativo no manejo e é responsável por acon- selhar sobre o preparo, quantidade e qualidade das refeições (BRASIL, 2015). Con- forme resumiu Silva et al. (2019), “No trato com os idosos, é importante determinar os aspectos nutricionais e as alterações morfológicas e fisiológicas causadas pelo envelhecimento, pois todas essas alterações interferem no comportamento nutricio- nal a ser aplicado (...) ". Vacari (2017) acredita que um dos principais fatores endógenos da deficiência de cálcio é o declínio da capacidade absortiva com a idade, principalmente após os 75 anos (setenta e cinco). Os processos fisiológicos aumentam os fatores exógenos, como ingestão excessiva de fitato e sódio, e diminuição da absorção da vitamina D 16 produzida pela síntese da pele, devido a 80% a 90% da exposição solar (PETERS; MARTINI, 2014). Diante dessa situação, fornecer intervenções nutricionais que possam contro- lar a deficiência de cálcio em idosos provará que a saúde do crescente grupo social do país requer monitoramento nutricional (MIRANDA; MENDES; SILVA, 2016; apud DIAS & RODRIGUES, 2019). 5.2 Vitaminas B12 e B9 Uma alimentação equilibrada rica em fibras e micronutrientes como vitamina B12, B6 e ômega 3, pode diminuir os riscos de doenças degenerativas. No entanto, é comum que idosos realizem poucas refeições ao dia, ou as substitua por alimentos mais práticos e de pouca densidade nutricional, especialmente em micronutrientes, como muitos dos industrializados, por múltiplos fatores, como residir sozinhos, problemas odontológicos, disfagia, baixa renda, depressão, dentre outros. Esse hábito alimentar dificilmente garante uma ingestão adequada, qualitativa ou quantitativamente (CAMPOS et al., 2020). Segundo Weber et al. (2019), alguns nutrientes parecem ser promissores na prevenção e redução da progressão da DA, como as vitaminas C, E e selênio, pelo seu papel antioxidante, além destas, as vitaminas B9 e B12, especialmente quando oriundos de fontes dietéticas e parte de um padrão alimentar saudável. Para além de as pessoas com DA serem doentes com maior risco de desnutrição proteico-energética, também os seus níveis e aporte de micronutrientes e ácidos graxos essenciais podem estar comprometidos ao longo da progressão da doença. De um modo geral, os doentes com Alzheimer apresentam deficiências em vários nu- trientes, incluindo selénio, fibra, ferro e vitaminas do complexo B, C, K e E. Percebe-se a importância do diagnóstico nutricional precoce que pode ser realizado através do MAN de pacientes idosos diagnosticados ou não com a DA e assim, realizar a intervenção nutricional precoce como forma de prevenir o agravo de sintomas da doença. Segundo Campos et al. (2020) a avalição nutricional deve ser parte da rotina desses pacientes, para que corrija ou previna qual- quer tipo de deficiência nutricional. 17 Há que se ressaltar que a suplementação, combinada de antioxidantes como a vitamina C e vitamina E, tem sido utilizada para proteção aos agravos nesse tipo de demência. Diversos estudos demostraram importantes componentes ligados à neuroinflamação como peças-chave para o entendimento do acometi- mento neurológico causado pela DA, tais como, o estresse oxidativo, respostas inflamatórias por parte de neutrófilos e da micróglia, alterações vasculares e da barreira hematoencefálica (RODRIGUES et al., 2019). O dano oxidativo parece estar envolvido na patogénese da DA e, como tal, existe a suposição de que o aumento da ingestão de nutrientes com capacidade anti- oxidante, tais como vitaminas C, E, e selénio, possam ser benéficos tanto na preven- ção como no atraso da progressão da doença de Alzheimer (CORREIA et al., 2015). Pessoas com DA têm normalmente baixos níveis plasmáticos de vitamina C e que a manutenção de valores normais desta vitamina pode ter uma função protetora contra o declínio cognitivo relacionado com a idade e com a doença, mos- trando ser uma vitamina a ter atenção tanto na prevenção como após o diagnóstico (CORREIA et al., 2015). Segundo Hordonho et al., (2016), a vitamina C é absorvida de forma rápida e eficiente, é um antioxidante solúvel em água e apresenta papel lipofílico nas mem- bradas, evitando o estresse oxidativo. Padrões alimentares ricos em vitamina E podem ser protetores para a doença de Alzheimer, estando a vitamina associada a uma menor incidência da doença e de demência, se forem consumidas diferentes formas de tocoferol, para além da forma α-tocoferol. Existem dados epidemiológi- cos que mostram que os scores cognitivos mais ou menos elevados estãodiretamente correlacionados com os níveis plasmáticos de α-tocoferol e β-licopeno e que a ingestão de vitamina E, proveniente de alimentos ou suplementos, está associ- ada a uma diminuição do risco de desenvolver Alzheimer (CORREIA et al., 2015). A vitamina D possui importante função no desempenho cognitivo, visto que existem receptores de vitamina D localizados em áreas do cérebro respon- sáveis pelo planejamento, processamento e formação de novas memórias, assu- mindo deste modo um papel importante, especialmente para a população idosa. Tendo sido observado que, as pessoas com Alzheimer apresentam valores mais bai- xos desta vitamina (CORREIA et al., 2015). 18 Idosos apresentam risco elevado de desenvolverem deficiência de vitamina D devido à diminuição da ingestão e da síntese na pele. A maioria das ações biológicas da vitamina D é mediada pelo receptor da vitamina D, que está presente nos neurônios e células gliais do hipocampo, e no córtex e em núcleos subcorticais, áreas essenciais para a cognição (Oliveira et al., 2018).Estudos observacionais de- monstraram que baixos níveis desta vitamina têm sido associados a um maior risco de desenvolver depressão, osteoporose, doença cardiovascular e diabetes mel- litus e que por sua vez são fatores de risco para o desenvolvimento de demências. Por definição a insuficiência de vitamina D é caracterizada como níveis plasmá- ticos de 25-hidroxi vitamina D <20 μg/mL e deficiência de vitamina D é definida como <10 μg/mL (Correia et al., 2015). Sousa et al. (2019) descreveram em revisão sistemática uma possível relação entre os níveis séricos de vitamina D em idosos, DA e disfunção cognitiva neste. 5.3 Vitamina D Fonte: ortopedistariodejaneiro.com.br A principal fonte de vitamina D, é a formação endógena nos tecidos da pele após a exposição à radiação ultravioleta com comprimento de onda de 290 a 315 nanômetros por 10 a 15 horas. A dieta alimentar é um método alternativo, porém me- 19 nos eficaz, respondendo por apenas 20% das necessidades do organismo, mas de- sempenha um papel muito importante nos idosos institucionalizados e/ou que vivem em clima temperado (PRADO et al., 2015). Além disso, a exposição à luz solar é uma necessidade essencial de vitamina D para a maioria das pessoas, e a pele dos idosos perde gradualmente a eficácia, reduzindo assim sua capacidade de sintetizar vitamina D por meio da exposição à luz solar (HOLICK, 2008). Portanto, a vitamina D tem várias formas químicas, mas as duas formas princi- pais são a vitamina D2 (ou ergocalciferol) e a vitamina D3 (ou colecalciferol). A vita- mina D2 é obtida da radiação ultravioleta do ergosterol (esterol de membrana de fun- gos e invertebrados) naturalmente encontrado em leveduras e cogumelos expostos à luz solar. A vitamina D3 é obtida irradiando o precursor do colesterol 7-di- hidrocoles- terol sintetizado na pele com raios ultravioleta. Condições ambientais, hormonais, ge- néticas e nutricionais afetarão o nível de vitamina D no plasma (QUADROS; OLI- VEIRA, 2015). Quando ingeridas, as vitaminas D2 e D3 são incorporadas aos quilomícrons, que são então absorvidos pelo sistema linfático e entram na circulação venosa. A vi- tamina D da pele ou da dieta é biologicamente inerte e precisa ser hidroxilada no fígado por uma enzima chamada 25- hidroxilase, 25-hidroxivitamina D (25 (OH) D), que é parcialmente solúvel em água. Com meia vida curta, ele vai circular com a pro- teína de ligação, que requer outra reação de hidroxilação pela 1α-hidroxilase (CYP27B1) no nível renal para formar 1,25-di-hidroxivitamina D. Esta forma circula em concentrações inferiores às da 25(OH) D, mas tem uma afinidade muito maior para o receptor e é biologicamente mais potente (BOVER et al., 2015). Considerando o significado clínico de afetar esta população, a população idosa precisa prestar mais atenção à reposição de vitamina D, pois é uma população de risco (FORMIGA, 2020). Como é difícil obter esses níveis de vitamina D por meio da dieta e da exposição ao sol, porque a exposição excessiva ao sol pode causar quei- maduras e aumentar o risco de câncer de pele, as dietas muitas vezes não atingem o teor ideal de vitamina D. Portanto, os suplementos devem ser usados para fornecer níveis ideais de vitamina D, especialmente em populações de risco (SANTOS et al., 2015). 20 6 ALGUMAS DOENÇAS ASSOCIADAS A TERCEIRA IDADE 6.1 Doenças cardiovasculares Nas últimas décadas, houve uma redução na mortalidade por doenças agudas e infecciosas e aumento para doenças crônicas não transmissíveis (DCNT) (KHAN, 2018). Diante deste cenário, pode-se destacar o aumento da prevalência das doenças cardiovasculares (DCV), sendo atualmente a primeira causa de morte no Brasil e apre- sentando como principais fatores de risco a hipertensão arterial, tabagismo, sedenta- rismo, consumo compulsivo de bebidas alcoólicas e obesidade (TURUCHIMA, FER- REIRA, BENNEMANN, 2015). Fonte: static.tuasaude.com A forte associação entre a obesidade e os distúrbios cardiovasculares tem mo- tivado a utilização de técnicas antropométricas. Assim, como importantes preditores de risco cardiovascular tem-se utilizado para a determinação da adiposidade corporal total, o índice de massa corporal (IMC), e da adiposidade abdominal, a circunferência da cintura (CC) e razão cintura estatura (RCE) (OLIVEIRA, ULBRICH, NEVES, DIAS, HORIMOTO, KRIEGER, et al., 2017). No processo de envelhecimento, a utilização dessas medidas deve considerar a redistribuição da gordura corporal, com aumento desproporcional na adiposidade abdominal, e consequentemente visceral, e mudança na quantidade e distribuição do tecido adiposo subcutâneo (BRASIL, 2011). 21 A importância da avaliação do acúmulo de tecido adiposo abdominal por meio de indicadores simples e facilmente identificáveis reside no fato de o desenvolvimento da obesidade abdominal visceral estar combinado com uma atividade metabólica des- favorável e um risco aumentado de complicações cardiovasculares. O tecido adiposo visceral (TAV), localizado principalmente na cavidade abdominal, possui atividade li- política maior do que no tecido adiposo subcutâneo. Esta característica está associ- ada ao aumento da expressão e da atividade funcional de adrenoreceptores e de re- ceptores de insulina nos adipócitos viscerais, o que leva a um metabolismo mais in- tenso de lipídios no TAV do que em outros depósitos de gordura. Há também uma entrada facilitada de ácidos graxos livres (AGL) nos hepatócitos levando a um meta- bolismo lipídico prejudicado e aumentando a chance de desenvolvimento de dislipide- mias (BRASIL, 2011). O risco cardiovascular entre idosos pode ser resultante de aspectos complexos relacionados às alterações nutricionais, entre eles a obesidade, especialmente a obe- sidade abdominal. Tal condição tem sua prevalência aumentada com o avanço da idade, por haver uma redistribuição da gordura corporal, com acúmulo acentuado na região do tronco.6 No presente estudo, foi observada expressiva prevalência de risco cardiovascular avaliado a partir dos indicadores de gordura abdominal (SOUZA et al., 2020). SOUZA et al., (2020) identificou uma elevada ocorrência de fatores de risco comportamentais para doenças cardiovasculares na população avaliada, sendo ob- servada alta frequência de indivíduos com hipertensão arterial sistêmica (HAS), com excesso de peso e que não praticavam atividade física. Por outro lado, foi observada prevalência menor de fatores de risco como o tabagismo e consumo compulsivo de bebida alcoólica. Esses resultados foram semelhantes a outro estudo realizado em um município do interior da Bahia, que constatou que os fatores de risco cardiovascu- lares mais prevalentes nos idosos foram hipertensão (64,7%), excessode peso (63,1%) e sedentarismo (46,8%) (DESPRES e LAMARCHE 1993 apud SOUZA et al., 2020). O cenário socioeconômico em comum nos dois trabalhos pode ter contribuído para a semelhança entre esses resultados, que podem servir como base estatística 22 para direcionamento de serviços terapêuticos e principalmente dos serviços de pre- venção de doenças, que podem ser desenvolvidos orientando a modificação de hábi- tos e estilo de vida (BISPO, SANTOS, 2016). A HAS é uma doença silenciosa com uma variedade de fatores de risco e pode causar consequências cardíacas, cerebrovasculares e renais porque o nível de pres- são arterial não é mantido dentro da faixa normal. Além disso, está diretamente rela- cionado ao envelhecimento e é mais comum entre os idosos. Portanto, é importante estar atento à sua elevada incidência na população estudada, pois gera reflexões e desafios devido às dificuldades relacionadas à adesão ao tratamento e às medidas de controle da doença. (MENEZES et al., 2016). A frequência de idosos que não praticam atividade física observada no presente estudo pode estar relacionada às alterações fisiológicas que dificultam a execução de determinadas atividades que requerem, por exemplo, força e estabilidade postural. Além disso, muitos idosos tendem a apresentar resistência à realização dessas ativi- dades e isto pode ser em virtude do pouco conhecimento sobre sua importância e benefício para o processo de envelhecimento (RICHTER et al., 2016). O número re- duzido de idosos fisicamente ativos também pode estar relacionado à falta de orien- tação e de locais adequados para realização de exercícios, o que permitiria a melhora das relações sociais entre idosos, preservando a independência nas atividades da vida diária (PEREIRA, BARRETO, PASSOS, 2008). Mudanças na alimentação e nas condições de vida fizeram com que as mulhe- res estivessem cada vez mais expostas à morbimortalidade e aos riscos de doenças cardiovasculares, fazendo ainda com neste grupo ocorra depósito excessivo de gor- dura na região abdominal. As mulheres apresentaram maiores percentuais nas medi- das avaliadas e esse panorama pode ser explicado também pelas diferenças no pa- drão alimentar entre os sexos, e pelo fato de a menopausa ser acompanhada por aumento de peso e adiposidade (CANOY et al., 2013). O acúmulo de tecido adiposo, especialmente na região abdominal, caracterís- tico do processo de envelhecimento poderia modificar os pontos de corte para algu- mas medidas antropométricas, como a CC, sendo assim deve-se ressaltar o uso da RCE como uma medida mais vantajosa, em razão do seu ajuste pela estatura, man- tendo um único valor de referência independentemente da idade e sexo (ASHWELL, GUNN, GIBSON, 2012). 23 Atualmente, 30,4% dos óbitos no Brasil são por DCV. É evidente a associação entre a mortalidade por DCV e o avançar da idade, uma vez que a grande maioria das mortes por essa categoria de doenças ocorre em pessoas acima de 65 anos. Fatores dietéticos têm papel importante na gênese das DCV associada à aterosclerose, do- ença coronariana, acidente vascular cerebral e insuficiência cardíaca (IBGE, 2015). Ainda, no envelhecimento, a nutrição fica condicionada às mudanças fisiológi- cas, metabólicas e na capacidade funcional. Além disso, a população idosa é hetero- gênea pela diversidade social, cultural, econômica e idade fisiológica, que resultam na alteração das necessidades nutricionais e no desenvolvimento de outras doenças crônicas não transmissíveis, como diabetes mellitus, DCV e obesidade, importantes fatores de risco também no desenvolvimento da doença de Alzheimer (DA) (IVANSKI et al., 2018). 6.2 Sarcopenia Fonte: encrypted-tbn0.gstatic.com A composição corporal muda ao longo do envelhecimento. A massa de gordura e a gordura visceral tendem a aumentar, ao passo que a massa muscular reduz, pro- porcionando a redução da força e potência muscular. Isso ocorre, principalmente, em virtude da atrofia de fibras de contração rápida, das fibras do tipo IIa e fibras do tipo IIx (CERRI et al., 2015). 24 A sarcopenia reflete a perda de massa muscular, força e funcionalidade de iní- cio insidioso (CRUZ-JENTOFT et al., 2019). Contudo, a progressão da doença pode ser bastante acelerada pela inatividade física e pela má nutrição. Uma definição clínica prática foi desenvolvida em 2009-2010 pelo European Working Group on Sarcopenia in Older People (EWGSOP – Grupo Europeu de Estudo da Sarcopenia) descrevendo a sarcopenia como: uma síndrome caracterizada por perda progressiva e generali- zada da massa musculoesquelética e força, com risco de resultados adversos, tais como a incapacidade física, a má qualidade de vida e morte (CRUZ-JENTOFT et al., 2010). Ao longo do tempo, a perda de massa musculoesquelética contribui para a re- dução da força e da potência muscular, importantes preditores de equilíbrio, do au- mento da ocorrência de quedas, assim como da mortalidade (MCGRATH et al., 2020). Este processo é multifatorial e está relacionado com a idade, com a inatividade física, com a má nutrição e com comorbidades associadas, podendo prejudicar significativa- mente a qualidade de vida de um adulto idoso, ao reduzir a mobilidade, aumentar o risco de quedas e alterar o metabolismo (MALMSTROM et al., 2016; SCHAAP et al., 2018). Ou seja, é uma das causas mais importantes de declínio funcional e perda de independência em adultos mais velhos. Embora pessoas sedentárias sofram maior perda de massa muscular e mais rapidamente, a sarcopenia também é vista em adul- tos idosos ativos, não obstante, em um grau mais leve (WALSTON, 2012). Nos últimos anos, pesquisadores e clínicos defenderam a inclusão de força muscular ou medições funcionais relacionadas à força, reconhecendo que a força muscular é melhor que a massa na previsão de resultados adversos (IBRAHIM et al., 2016; LEONG et al., 2015; SCHAAP et al., 2018; SCHAAP; KOSTER; VISSER, 2013). Foram organizadas conferências de consenso para avançar em direção a uma defini- ção clínica aceitável que pode ser utilizada para fins de diagnóstico e pesquisa clínica (ABELLAN VAN KAN; HOULES; VELLAS, 2012). A Society of Sarcopenia, Cachexia and Wasting Disorders publicou, em 2010, uma definição de sarcopenia como uma condição caracterizada por baixa mobilidade, utilizando medidas de velocidade da ca- minhada e massa muscular. Frente ao limite de acesso tecnológico para medir a qua- lidade e quantidade das fibras musculares, as quais definem a sarcopenia, recente- mente o EWGSOP, em revisão de consenso, concentrou o diagnóstico da sarcopenia na capacidade de geração de força muscular (CRUZ-JENTOFT et al., 2019). 25 Causas da sarcopenia As causas da sarcopenia, geralmente, são multifatoriais, decorrentes de altera- ções ambientais no metabolismo muscular (alterações mitocondriais, alterações da junção neuromuscular), disfunções endócrinas, ativação de vias inflamatórias e outras causas genéticas (CEDERHOLM, 2015; FERRARI et al., 2015). Em vista disso, as causas ambientais são, comumente, divididas entre declínios na atividade física, por mudança de hábitos de vida e doenças crônicas, assim como pela diminuição na in- gestão de proteínas e calorias. Outro ponto que merece atenção é a obesidade sar- copênica, caracterizada por uma incompatibilidade entre a massa muscular e a massa gorda. Quanto a isso, a literatura indica que o idoso pode ser acometido pela obesi- dade sarcopênica (ZAMBONI; RUBELE; ROSSI, 2018). Em conjunto, essas influências ambientais se sobrepõem a uma mudança mul- tifatorial relacionada com a idade biológica, que impulsiona a diminuição da massa e força do músculo esquelético (MARQUEZ et al., 2011; ROBINSON; COOPER; AIHIE SAYER, 2012). O declínio no número de junções neuromusculares, com queda resul- tante das fibras musculares de contração rápida ou tipo II, é consideradoum fator importante no declínio muscular relacionado à idade (VERDIJK et al., 2012). A redu- ção dos hormônios que são relacionados à manutenção da massa muscular, incluindo o fator de crescimento semelhante à insulina-1, o sulfato de deidroepiandrosterona, a testosterona e o estrogênio, provavelmente, contribuem para a sarcopenia. Além disso, essas vias também oferecem oportunidades potenciais importantes para as in- tervenções (KELLER, 2019). A perda de capacidade relacionada ao envelhecimento para reabastecer e substituir o músculo esquelético é cada vez mais evidente. As células estaminais do músculo esquelético, que são cruciais para a regeneração do músculo esquelético em adultos mais velhos e mais jovens, parecem comprometer-se em adultos mais velhos, na medida em que migram a velocidades muito mais lentas do que as células mais jovens, já que sua respectiva mobilidade é prejudicada, provavelmente, em partes, devido aos baixos níveis de expressão de integrina (DOMANSKI; CIECHANOWSKI, 2012). Em decorrência do envelhecimento, a ingestão de alimentos reduz cerca de 25% por pessoas entre 40 e 70 anos de idade. Os mecanismos para a “anorexia do envelhecimento” não são totalmente compreendidos na literatura (TSUTSUMIMOTO 26 et al., 2018). Contudo, pode haver uma série de fatores psicológicos (depressão e demência), sociais (morar sozinho e dificuldade de preparo dos alimentos) e fisiológi- cos que influenciam o apetite e o consumo de alimentos, incluindo perda de paladar e olfato, aumento da sensibilidade aos efeitos satisfatórios das refeições, dificuldades de mastigação e comprometimento da função intestinal (absorção) (NIEUWENHUI- ZEN et al., 2010). A baixa ingestão de alimentos e as dietas monótonas colocam as pessoas mais velhas em risco de ingestão inadequada de nutrientes. Diante desses fatos, as recomendações dietéticas para idosos diferem daque- las voltadas para indivíduos mais jovens. As ingestões diárias recomendadas (DRI – Dietary Reference Intakes) separam o grupo de pessoas com 50 anos ou mais em dois grupos: um com idades entre 50-70 anos e outro com 71 anos e mais velhos. Existem diversas alternativas no sentido de melhorar o estado nutricional de idosos, sendo a maior parte caracterizada quanto ao consumo alimentar, abrangendo o be- nefício na quantidade, na qualidade ou a combinação de ambas. Ademais, a qualidade do consumo alimentar pode ser melhorada por meio de orientações nutricionais de uma alimentação balanceada, pelo fornecimento de alimentos variados e nutrícios e pela averiguação da necessidade de complementação nutricional (BRANCO et al., 2020). Estudos demonstram que pessoas mais velhas têm baixa ingestão de calorias, gordura total, fibras, cálcio, magnésio, zinco, cobre, ácido fólico e vitaminas B12, E e D. As DRIs não são específicas para proteínas em adultos idosos. Após os 65 anos de idade, o requisito mínimo de ingestão é de 1g de proteína/kg de peso corporal. Novas evidências apoiam que seja 1g/kg, até um máximo de 1,2 g/kg. Nos indivíduos com insuficiência renal, ou diabetes mellitus, a ingestão de 0,8g/kg a 1,0g/kg pode ser mais apropriada. Mesmo a distribuição de proteína durante todo o dia, sem dose única superior a 30 g, deve ser uma meta de consumo para os idosos (SYMONS et al., 2011). A ingestão de proteínas e a atividade física são os principais estímulos anabo- lizantes para a síntese de proteínas musculares, consideradas como um nutriente- chave em idades avançadas, com o propósito de fornecer aminoácidos que são ne- cessários para a síntese das proteínas musculares (SCICCHITANO; SICA, 2018). O envelhecimento provoca a perda de vários sinais anabolizantes para o músculo, que 27 se encontra presente em jovens. Essa "resistência anabólica" está associada ao de- senvolvimento da sarcopenia. Os aminoácidos sozinhos estimulam a síntese de pro- teínas musculares nos idosos (LÓPEZ PLAZA; GÓMEZ CANDELA; BERMEJO LÓ- PEZ, 2019; MITCHELL et al., 2016; PHILLIPS; CHEVALIER; LEIDY, 2016). Outro nutriente importante na prevenção da sarcopenia é a vitamina D (MOR- LEY, 2016). Esse micronutriente tem sido conhecido por seu desempenho na saúde do músculo esquelético e, associada ao exercício físico regular, a ingestão de alimen- tos ricos em vitamina D pode ser considerada como uma estratégia para prevenir con- sistentemente a fragilidade e melhorar a sarcopenia, bem como a função física em adultos idosos (CEREDA; VERONESE; CACCIALANZA, 2018; MORLEY, 2016; WANG et al., 2019). Grande parte da literatura epidemiológica é consistente com a possibilidade de que haja efeitos diretos da vitamina D na força muscular, como relatado entre homens e mulheres com 60 anos ou mais na NHANES III (Third National Health and Nutrition Examination Survey), o baixo estado de vitamina D (25-hidroxivitamina sérica ≤15 ng. mL-1 ) foi associado a um aumento de quatro vezes no risco de fragilidade em idosos (WILHELM-LEEN et al., 2010). Além disso, a vitamina D suplementar (700-1000 UI por dia) reduziu o risco de queda em 19% para esse público (BISCHOFF-FERRARI et al., 2009). 6.3 Diabetes e Hipertensão Fonte: googleusercontent.com 28 A alta incidência de hipertensão e diabetes em idosos leva a fatores de enve- lhecimento no sistema cardiovascular e nos órgãos que secretam o hormônio insulina. No sistema cardiovascular, as alterações observadas são: pressão arterial sistólica e pulso aumentam gradativamente, aumento da massa ventricular esquerda, doença arterial coronariana e aumento da fibrilação arterial. Nas artérias, a alteração mais significativa com a idade é a remodelação da parede elástica da aorta, que leva ao aumento da circunferência do vaso sanguíneo, expansão da espessura da parede arterial, perda de elasticidade e aumento da pressão arterial sistólica (FREITAS e PY, 2013) A hipertensão arterial sistêmica (HAS) ou hipertensão é a doença crônica mais comum em idosos. É um dos principais fatores das doenças cardiovasculares, mas pode ser controlado. Entre os idosos de 60 a 64 anos, 44,4% referiram diagnóstico de hipertensão, dos quais 52,7% tinham de 65 a 74 anos e 55,0% tinham 75 anos ou mais. (CAVARARO et al., 2014) As alterações fisiológicas do envelhecimento que afetam o aumento da preva- lência de diabetes mellitus (DM) podem ser observadas no pâncreas. As alterações estruturais e secretórias acometem uma redução da secreção de insulina, o que ex- plica a redução da sensibilidade periférica a esse hormônio Portanto, os idosos são mais suscetíveis ao diabetes tipo 2 (FREITAS e PY, 2013). Sendo o diabetes tipo 2 o que mais acomete os idosos, isso devido a uma maior resistência a percepção da insulina endógena pelos mecanismos de ação e produção das células, acaba gerando uma hiperglicemia provocada por falha na capitação desse hormônio para dentro das células (ADA, 2012). Entre as princi- pais complicações que causam alterações vasculares em vasos médios e gran- des, encontram-se a acidose metabólica, retinopatia diabética, neuropatia diabé- tica. (PASQUALOTTO et al., 2012). A prevalência de hipertensão em idosos do sexo feminino associando o sobre peso e obesidade como um dos principais fatores de causa de hipertensão, apresen- tando uma porcentagem de 56,9%. O sexo masculino obteve uma porcentagem de 43,9% (ANDRADE et al., 2014). O histórico familiar de doenças cardiovasculares (DCV) e tabagismo também se apresentou, em alguns estudos, como fator de risco significativo em diagnóstico de idosos com hipertensão, apesar de não apresentar associação estatística com as condições clínicas do usuário. De 48,5% do histórico 29 familiar foi encontrada relação com a hipertensão de 29,8%. (SANTOS e MOREIRA, 2012). Fatores que influenciam a maior prevalência de DM em idosos As condições socioeconômicasdemonstram que, idosos com maior tempo de estudo tendem a diminuir o predomínio de diabetes, e sobre a renda, não veio a estimular a ocorrência da doença. Estudos de Ribeiro et al. (2020) foi verificado também o elevado índice de doenças crônicas em pacientes diabéticos. Já o gênero feminino consegue manter o autocuidado em relação ao controle glicêmico, na dieta e na administração das medicações em sua rotina, sendo que entre as ações não realizadas, estavam o regime para redução de peso e exercícios físicos. Diante disso, é percebido que a não adesão das ações estavam relacionadas com o fator da rentabilidade. Como também, foi observado em idosos viúvos em relação aos idosos com cônjuge uma porcentagem de 60% de diabetes no grupo dos viúvos (ZATTAR, 2013). Segundo Andrade et al., (2014), os idosos apresentaram uma porcentagem de 29,2% de associação entre hipertensão e diabetes. Também se observou que pacientes não diabéticos apresentaram uma PA mais elevada na primeira con- sulta se visto com relação aos pacientes diabéticos. O estudo também apontou que indivíduos com sobrepeso, sedentarismo, obesidade abdominal, apresentaram maior risco para diabetes associados a hipertensão. Intervenção nutricional A intervenção nutricional tem como objetivos gerais a prevenção primária e se- cundária e como objetivos específicos: redução dos níveis pressóricos, possibilitando a diminuição da quantidade de fármacos utilizados na terapia medicamentosa, manu- tenção do peso corporal, redução da obesidade visceral e redução de peso, nos casos de sobrepeso e obesidade; adequação do consumo energético e de macro e micro- nutrientes, conforme necessidades individuais; valorização dos hábitos e da cultura alimentar, assim como de uma alimentação saudável, promovendo ações de reedu- cação alimentar (BRASIL, 2013). Cabe ao profissional de saúde orientar mudanças na dieta habitual visando à adequação do consumo energético, dos macros e micronutrientes, principalmente de potássio (K), cálcio (Ca) e magnésio (Mg) associado à redução do consumo de sódio 30 (Na), das gorduras saturada e trans, além do incremento do consumo das gorduras mono e poliinsaturadas e das fibras (BRASIL, 2013). 6.4 Osteoporose Fonte: preparaenem.com Com o envelhecimento da população brasileira há um aumento relacionado a predominância de doenças crônicas não transmissíveis (DCNT), tratando-se para mui- tos com uma nova preocupação na sociedade. Dentre as (DCNT) destaca-se a oste- oporose que se caracteriza com um desafio de saúde para população idosa, visto que a existência dessa enfermidade é maior para esses indivíduos (CAMAGOS et al., 2017). A osteoporose é classificada como um distúrbio osteometabólico, caracterizado pela diminuição da densidade mineral óssea com deterioração da microarquitetura, ela torna-se uma doença de elevada prevalência, multifatorial, que predispõe o indiví- duo a sofrer quedas e fraturas, provocando incapacidade funcional e uma conse- quente redução da qualidade de vida (RODRIGUES et al., 2016). A predominância de osteoporose é influenciada por alguns fatores de risco, dentre os quais é importante ressaltar a idade avançada, histórico familiar de osteo- porose, défice nutricional de algumas vitaminas, sedentarismo e a utilização de certos 31 medicamentos. A identificação desses fatores é essencial, para que possam ser to- madas as devidas medidas preventivas ou corretivas em relação a essa doença (FRANCO et al., 2020). A osteoporose é vista como um grande problema de saúde pública pela sua alta ocorrência e em função dos seus resultados devastadores na saúde física, além de provocar invalidez pelas deformidades e inaptidão dos indivíduos acometidos, pois, a medida que a expectativa de vida vai aumentando espera-se um aumento admissí- vel na prevalência de osteoporose (SILVA et al., 2015). Diante disso, é de grande importância destacar que o aperfeiçoamento na qua- lidade óssea deve ser definido desde do período da infância, através de ações pre- ventivas, como prática de exercício físico, obtenção de uma alimentação adequada e ás devidas orientações relacionada a utilização de algumas classes de medicamentos, tais fatores, contribuem no retardo dos processos osteoporóticos e evitam possíveis fraturas (GIORDANO et al., 2016). Devido às suas poucas manifestações clínicas e diagnóstico complicado, a os- teoporose é diagnosticada após fraturas na maioria dos casos. Apesar dessa dificul- dade, o diagnóstico e o tratamento precoces podem ajudar a prevenir fraturas graves. A osteoporose é um método de medição da densidade óssea responsável por avaliar e diagnosticar casos de osteoporose ou doenças que afetam os ossos. (ANDRADE et al., 2015). Quando há o diagnóstico da osteoporose, o tratamento medicamentoso é es- sencial, principalmente na prevenção de fraturas graves como as vertebrais, de quadril e de fêmur, são vários os tratamentos utilizados para a osteopo- rose, como uso combinado de cálcio e vitamina D, considerado um trata- mento básico da doença, outro tratamento habitualmente utilizado é o uso do bisfosfonato (BRASIL, 2017). A presença de osteoporose pode afetar diretamente a qualidade de vida do indivíduo enfermo, principalmente dos idosos, podendo ocasionar limitação funcional, diminuição da independência, aumento da inatividade, além de prejuízos no aspecto social (HIPÓLITO et al., 2016). De acordo com Conceição Murilo, et al., (2020) o processo de envelhecimento na maioria das vezes provoca modificações estruturais e funcionais nos tecidos do organismo e diminui a capacidade de reprodução da unidade celular, o que gera alte- rações nos órgãos, uma eficiência diminuída, e a perda de células resulta a vários 32 graus de ineficácia e do retardo da função orgânica dos nossos tecidos, esses efeitos por sua vez, ocorrem durante o ciclo de vida, e é resultado da diminuição da capaci- dade que o organismo tem de responder tanto no meio externo quanto o externo Dentre as modificações que ocorrem na fase da terceira idade e que incomo- dam negativamente o bem-estar do idoso e sua nutrição destaca-se a redução das papilas gustativas, da secreção salivar que leva à consequente sensação de boca seca, bem como perda dos dentes e dificuldades de lidar com próteses dentárias que ocasionam uma moderada alteração na sensibilidade ao gosto do sabor doce ou sal- gado, a diminuição da aptidão de mastigação e deglutição do determinado alimento, a redução da secreção enzimática que pode comprometer a absorção e digestão dos nutrientes, e diminuição da motilidade gastrointestinal (CONCEIÇÃO MURILO et al., 2020) Portanto, a nutrição dos idosos será prejudicada devido à falta de certos nutri- entes. Alterações no sistema endócrino e imunológico levam a alterações no apetite, absorção intestinal, excreção renal e utilização de nutrientes, o que acaba levando a desequilíbrios nutricionais frequentes nessa idade (SILVA et al., 2020). Portanto, o acompanhamento nutricional dessa população é muito importante para estimular uma alimentação nutritiva e balanceada, evitando os agravos à saúde causados pela má alimentação. As proteínas são consideradas um nutriente de relevo para a dinâmica do osso. De acordo com (PERUCHI, 2017) a diminuição da taxa de proteína na dieta proporci- ona uma maior redução não só da massa muscular, como também da massa óssea, associando-se à redução dos níveis relativos da quantidade proteica no nosso corpo, também foi possível verificar que, a deficiência proteica ocasiona o adelgaçamento dos ossos principalmente das vértebras e os ossos longo, encontrado como revesti- mento de todos os ossos do organismo ,constatou-se também que, idosos com redu- zido índice alimentar de proteínas apresentam uma perda óssea mais elevada, pois, a fonte proteica eo efeito no metabolismo ósseo varia. Segundo CONTE et al., 2018 uma alimentação rica em frutas, vegetais e com alta taxa azeite de oliva extra virgem, proporciona um bom desenvolvimento relacio- nado a formação óssea, da concentração relativa de osteocalcina, e a uma diminuição na proporcionalidade dos marcadores de reabsorção em idosos com risco cardiovas- cular. Tal fator relaciona-se ao fato que o oleuropeína é um seco-iridoide, considerado 33 o principal composto fenólico da oliveira e constituinte do azeite virgem, é capaz de inibir a adipogénese e estimular a diferenciação osteoblástica, aludindo ao seu efeito protetor. Os inúmeros elementos dietéticos referidos podem influenciar o metabolismo ósseo, mais vários fatores da dieta apresentam o potencial de afetar o osso e ocasio- nar o risco de fraturas, um desses elementos é o chocolate, pois, ele é rico em oxalato, um potente inibidor da absorção de cálcio, e em açúcar, que aumenta a excreção de cálcio pois, o consumo excessivo de chocolate se relaciona com a diminuição da den- sidade mineral óssea e da resistência do osso, podendo ser um dos responsáveis pelo aumento do risco de osteoporose e de fraturas (FERREIRA et al., 2017, apud CON- CEIÇÃO MURILO et al., 2020). 6.5 Alzheimer A doença de Alzheimer (DA) é uma enfermidade neurodegenerativa irreversí- vel, atualmente é a causa principal de demência, que atinge comumente os idosos (DOORDUIJN et al., 2019). Pode ser dividida em 3 fases, leve, moderada e grave, de acordo com a sua progressão. Na fase leve, os sintomas são perda de memória, de- sorientação no tempo e no espaço, perda da espontaneidade e da iniciativa, altera- ções de humor e de concentração. A fase moderada apresenta dificuldades na lingua- gem, em aprender coisas novas e lidar com situações inesperadas, agitação, ansie- dade, não reconhecimento de pessoas e lugares. Na última fase da doença, o paci- ente pode perder totalmente a sua independência, ficando acamado, necessitando de cuidados permanentes, na medida em que surgem problemas ao nível da deglutição, sinais neurológicos, incontinência fecal e urinária (SOLFRIZZI et al., 2011, apud SILVA et al., 2020). Devido a algumas mudanças nas necessidades de energia e inquietação, os pacientes com DA precisam aumentar sua ingestão calórica. Com o avanço da do- ença, ocorre uma mudança do hábito alimentar, diminuição de proteínas e aumento a ingestão de carboidratos simples e devido à dificuldade na mastigação, deglutição e diminuição da digestibilidade gástrica, que podem acometer estes pacientes (OGAWA et al., 2018). 34 O estado nutricional de idosos com DA pode ser irreversivelmente afetado pela possibilidade de não conseguirem aceitar, mastigar, engolir e absorver os alimentos. Por isso, durante todo o prognóstico da doença, a nutrição adequada é essencial para manter o estado clínico, físico e nutricional, maximizar funções orgânicas importantes e estabilizar e melhorar a qualidade de vida dos pacientes (TAVARES & CARVALHO, 2012). Devido à demência progressiva causada pelo declínio da memória e pela do- ença, os idosos com diagnóstico de DA têm mais dificuldade em seguir uma dieta balanceada. A doença arterial coronariana é considerada um fator de risco para DA, que se caracteriza por aterosclerose subjacente causada por hipertensão arterial sis- têmica, tabagismo e diabetes, que leva à obstrução do fluxo sanguíneo para o coração (GRACE et al., 2018). Devido ao aumento da população idosa, a prevalência da hipertensão arterial vem aumentando, afetando cerca de 1 bilhão de pessoas em todo o mundo, e é um importante fator de risco para infarto agudo do miocárdio, acidente vascular cerebral, doença renal e insuficiência cardíaca. Assim como neste estudo, determinou-se que a maioria dos pacientes avaliados tem hipertensão, o que já pode ser um risco isolado de DCV (LEE et al., 2017). Segundo Teixeira et al., (2015), Entre os idosos com DA, a prevalência de do- enças cardiovasculares e diabetes é alta. Devido a fatores relacionados, como estilo de vida sedentário, dieta, obesidade, dislipidemia e pressão alta, o diabetes tem a capacidade de aumentar o risco de doenças cardiovasculares em cinco vezes (LEE et al., 2017). Estudos descobriram que pessoas mais velhas com DA têm menos calorias na dieta em comparação com suas necessidades diárias de energia. No entanto, há evi- dências científicas de que a adesão à dieta mediterrânea é uma opção favorável para esses pacientes, pois está associada à redução do declínio cognitivo e da mortalidade em pacientes com DA. Inclui o aumento da ingestão de ômega 3 de peixes, óleos vegetais, alimentos de baixo índice glicêmico, carboidratos complexos, carne magra e baixa ingestão de açúcar, que protege contra a progressão da demência (SOL- FRIZZI et al., 2017). No estudo realizado por Taylor et al., (2017) avaliou a 35 [...]associação entre o consumo de alimentos com alto índice glicêmico e a carga de proteína beta-amieloide cerebral, em 128 idosos cognitivamente normais, evidenciou que uma dieta com alto índice glicêmico contribui para o acúmulo de amieloide cerebral e, como consequência, o desenvolvimento da DA. Estudo de Silva et al., (2020) verificou-se que o consumo de proteína foi mais elevado nos pacientes que apresentaram risco para DCV. A proteína é um macronu- triente que disponibiliza 4 kcal/grama normalmente, os alimentos ricos em proteínas de alto valor biológico, principalmente os de origem animal, são também fontes de gordura saturada e colesterol e, se consumidos em excesso, são responsáveis pelo aumento do risco para DCV (DOORDUIJN et al., 2019). Além disso, a capacidade cognitiva dos idosos será reduzida devido ao excesso de gordura saturada na dieta. No entanto, o consumo de gorduras poliinsaturadas e a baixa ingestão de gorduras trans podem melhorar o declínio cognitivo. Com base no recordatório de 24 horas, este estudo não avaliou a qualidade da alimentação de ido- sos, o que é um fator limitante na análise do consumo de lipídios (DOORDUIJN et al., 2019). Os dados relativos às calorias totais, teor de proteínas, carboidratos e lipídios deste estudo são baseados no recordatório de 24 horas, que é um fator limitante na avaliação da dieta adequada para idosos e requer a memória dos cuidadores entre- vistados. Além disso, sabe-se que existem diferenças nos tipos de alimentos consu- midos no dia a dia e os diários de consumo alimentar são mais eficazes para avaliação da dieta. (SILVA et al., 2020). 36 7 PANORAMA DA PESSOA IDOSA: CONCEITOS NA INTERDISCIPLINARI- DADE, ESTIGMAS E FERRAMENTAS SOCIAIS Fonte: encrypted-tbn0.gstatic.com Atualmente, devido ao aumento da expectativa de vida, o processo de enve- lhecimento é um fenômeno mundial. O Brasil, reconhecido como país em desenvol- vimento pela Organização Mundial da Saúde (OMS), é caracterizado por idosos com mais de 60 anos, entre 1940 e 2018, houve um aumento de cerca de 30,8 anos para 76,3 anos. Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mudanças significativas ocorreram na história, com dados mostrando queda da na- talidade e envelhecimento crescente da população (IBGE, 2020). Dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínuos (PNADC), do IBGE, mostram que o contingente de pessoas com mais de 60 anos aumentou 18%. Em 2017, a população idosa no Brasil ultrapassava os 30 milhões, e a popula- ção mais jovem apresentava tendência de queda. A pirâmide etária prova este pro- cesso de encolhimento (MIRANDA, MENDES, SILVA, 2016; IBGE, 2019). Neste caso, o envelhecimento é um fenômeno natural, causado por alterações fisiológicas e fatores externos, como estilo de vida, deficiências nutricionais, geralmente devido ao aumento do consumo de produtos industrializados e impactos am- bientais potencialmente mutáveis, prejudiciais,que levam a doenças crônicas não transmissíveis (DCNT), como diabetes e hipertensão, podem causar má 37 absorção de nutrientes, levando à desnutrição ou ganho de peso, e mortali- dade, afetando a qualidade de vida (QV) dos idosos (SANTOS, 2011; MA- CHADO et al. , 2017; OLIVEIRA et al., 2017, apud SILVA FERREIRA et al., 2020). Portanto, em comparação com o envelhecimento, outro problema da popula- ção idosa é a falta de nutrientes básicos. A definição clássica de fome e fisiologia é caracterizada pelo fato de o organismo sentir que não há alimento devido à sua fraca homeostase, o que dificulta o desenvolvimento do organismo e suas atividades diá- rias. Fatores como pobreza, guerra, conflito político e instabilidade econômica cos- tumam confirmar a desnutrição e a falta de produtos naturais (FERREIRA; MON- TEIRO; SIMÕES, 2018; VALE et al., 2019). Vários autores abordaram, [...] A seriedade do assunto e a intensidade da interação entre esses concei- tos e as consequências sociais do mundo. Com isso, o Brasil foi apontado no relatório da ONU como o país a oficialmente superar o problema da fome, embora pesquisas recentes tenham destacado a existência desse problema. Mas o tema reaparece, e o aumento da guerra e da imigração está mudando constantemente ao redor do mundo. (SANTOS, 2011; MINAYO, 2011; LIN- DEN-JUNIOR; TRINDADE, 2013). Portanto, as teorias dos processos fisiológico-biológicos, psicológicos e soci- ológicos do envelhecimento indicam que os idosos precisam se adaptar às diferentes condições compartilhadas pelo meio social e pelas condições físicas. Portanto, a dinâmica do processo de envelhecimento extrapola as características fisiológicas, e a autonomia para atender às necessidades diárias é fragilizada pela perda e / ou declínio gradativo das habilidades funcionais e cognitivas. Porém, quando se trata dos aspectos psicológicos e sociais do envelhecimento, esses determinantes carre- gam uma série de características que destacam o fato de serem produtores e pro- dutos dos ciclos sociais (LIMA; BOMFIM; PASCUAL, 2017). Portanto, as pessoas nascem e passam pela infância, idade adulta e envelhe- cimento, e a experiência geralmente é chamada de velhice ou idade melhor idade. Por causa desses estágios naturais do indivíduo, ele adotou uma nova identidade em cada estágio. Nesse sentido, a terceira era tem uma identidade autônoma e di- ferenciada e é descrita como uma identidade de velhice. (BIANCHI, 2014; VERAS; OLIVEIRA, 2016; MENDES et al., 2018). 38 Perdas compatíveis com as consequências negativas do envelhecimento não impedem o alcance de uma qualidade de vida adequada, pois essas dificuldades de adaptação são iguais para todos e podem ser superadas. Do ponto de vista da psi- cologia social, a pirâmide de Maslow enumera as necessidades originais do desen- volvimento humano e da satisfação pessoal. É composto por camadas e um conjunto de requisitos. A base da pirâmide é o elemento básico para a sobrevivência de uma pessoa, como fome, sede, sexo, saúde e respiração. Segundo essa teoria, se o ali- cerce for insuficiente (como desnutrição), o idoso não conseguirá obter uma quali- dade de vida satisfatória e, portanto, o indivíduo não conseguirá ter sucesso (SILVA FERREIRA et al., 2020). Envelhecer é diferente de doença, embora todo o processo deva ser consis- tente com uma boa saúde, como avanços no campo da tecnologia em saúde e maior acesso aos serviços públicos de saúde. O aumento da população idosa impõe de- safios à implantação, promoção e prevenção de políticas públicas (MIRANDA, MEN- DES, SILVA, 2016; FERREIRA et al., 2017). No entanto, muitas pessoas pensam que este estágio é o mais difícil da so- brevivência humana. Portanto, o envelhecimento é um processo que ocorre gradati- vamente ao longo dos anos. Devido às flutuações globais, a população é frequente- mente afetada por dificuldades econômicas, naturais, sociais e econômicas globais, bem como pelo alto risco de desenvolver várias doenças (FERREIRA et al., 2017; ARAÚJO; CASTRO; SANTOS, 2018). No Brasil, existem alguns mecanismos para lidar com essa situação, como a Política Nacional do Idoso instituída pelo Decreto nº 1.395 de 1999, que tem como foco a prevenção de doenças, promoção, proteção e melhoria da capacidade do idoso para o desempenho de funções saudáveis. Além disso, a Lei do Idoso, promulgada pela Lei nº 10.741, de 2003, garante os direitos das pessoas com 60 anos ou mais. Como obrigação da comunidade, soci- edade, família e governo, zelar pelo respeito aos direitos da educação, cultura, es- porte, lazer, entretenimento, produtos e serviços à sua saúde específica. Existem tam- bém programas de atenção primária à saúde, mas eles ainda são inadequados em muitos aspectos para garantir a saúde geral dos idosos em cuidados de longa dura- ção. (BRASIL, 2003; MENDES et al., 2018; VERAS; OLIVEIRA, 2018). 39 Com o aumento da expectativa de vida devido às condições favoráveis das ciências biomédicas e a disseminação do conhecimento e das novas tecnologias, a saúde continua sendo um desafio, principalmente os aspectos que envolvem essa população, como a desnutrição social, ainda estão em observação. O desafio é pro- piciar um envelhecimento positivo e retardar a perda da autonomia social (PEREIRA; SPYRIDES; ANDRADE, 2016; FERREIRA et al., 2017; FERREIRA; MONTEIRO; SI- MÕES, 2018). Portanto, é recomendado e enfatizado que os profissionais da equipe médica multiprofissional devem orientar os idosos, não apenas promover diretamente a prá- tica relacionada ao processo patológico, embora fatores importantes como depres- são, demência e déficits cognitivos também possam causar pessoal relacionado. Vi- ver com os idosos A convivência familiar precária permite inclusive a exclusão dos idosos como membros da família. Portanto, o idoso deve ser visto de forma fragmen- tada e holística ao mesmo tempo (FURTADO; RODER; AGUILAR, 2014; BLISKA; VEGRO; BLISKA, 2015; VALE et al., 2019). Portanto, um dos aspectos que são solidariamente responsáveis pela contri- buição das atitudes em saúde para a prevenção de riscos apontados na literatura são: realização de atividade física regular; consulta para avaliação do nível pressó- rico; uso correto de medicamentos e cuidados no ambiente onde o idoso vive, pro- movendo assim a saúde do idoso na vida. Além da alimentação saudável, tem papel fundamental no envelhecimento ativo e na melhoria da qualidade de vida dessa faixa etária (MACHADO et al., 2017; OLIVEIRA et al., 2017; FIGUEIREDO, 2018; AQUINO et al., 2018 apud SILVA FERREIRA et al., 2020). A julgar pela existência do cenário multidimensional da fome, esse tema torna- se um desafio para equipes interdisciplinares de profissionais que ajudem a atender às diversas necessidades do envelhecimento. Por exemplo, a psicologia apoia a re- construção deste momento por meio de tratamento, conflitos e desafios, exploração pessoal de estilos de vida significativos, mudanças nas habilidades físicas, desejo por realizações pessoais existentes e busca de autonomia das pessoas. Outras pos- sibilidades inerentes a cada profissional e suas respectivas áreas. A psicologia social crítica usada por profissionais deve ser uma forma de mudar os problemas psicos- 40 sociais. Portanto, esta teoria da emoção e mudança social é uma questão indissoci- ável que pode mudar a si mesma e sua realidade social. (FERREIRA et al., 2017; LIMA; BOMFIM; PASCUAL, 2017; FERREIRA et al., 2017). 7.1 A fome e suas especulações sociais e aspectos no contexto da pessoa idosa Tomando o tema da fome como um fenômeno universal tem abrangido todos os continentes, a literatura aponta que a fome não é apenas um conceito de alimen- tação, é consistente com o grande número de idosos, que é um fenômeno universal. Este fenômeno da fome global foi retratado antes da explosão populacional do pós- guerra (MACHADO et
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