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Atresia de Esôfago

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Mariana Marques – T29 
INTRODUÇÃO 
• Corresponde à formação incompleta do esôfago, 
podendo com frequência estar associada à fístula 
traqueoesofágica e levando à interrupção da luz 
esofágica. 
• No desenvolvimento embriológico, o sistema TGI e o 
sistema respiratório compartilham sua origem, 
sendo ambos originados a partir da formação de um 
tubo endodérmico, durante a 4-5ª semana de 
gestação. 
➔ Atresia: folhetos laterais giram dorsalmente 
durante o desenvolvimento das duas estruturas 
interrompendo a passagem do lúmen esofágico. 
➔ Fístula: consiste num processo incompleto em 
que as paredes laterais do mesoderma deixam 
de se encontrar em um ponto. 
 
FATORES DE RISCO 
• Gemelaridade; 
• Prematuridade; 
• Gestantes de idade avançada; 
• Anomalias cromossômicas (exemplos: síndrome de 
Patau, síndrome de Edward e síndrome de Down); 
• Discreta predominância no sexo masculino (+1,2); 
• Brancos. 
Observação: ocorre em cerca de 1 a cada 2500-4500 
bebês nascidos vivos. 
 
CLASSIFICAÇÃO 
• A – ATRESIA SEM FÍSTULA. 
• B – ATRESIA COM FÍSTULA PROXIMAL C/ TRAQUEIA. 
• C – ATRESIA COM FÍSTULA DISTAL COM A TRAQUEIA: 
• D – ATRESIA COM FÍSTULA PROXIMAL E DISTAL. 
• E – FÍSTULA TRAQUEOESOFÁGICA SEM ATRESIA. 
 
QUADRO CLÍNICO 
• A atresia de esôfago com fístula distal com a 
traqueia é o tipo mais comum de atresia, 
correspondendo a cerca de 90% dos casos. 
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS: 
• As atresias apresentam quadro com presença de 
salivação excessiva e espumosa, regurgitação, 
sinais de aspiração (tosse, cianose, dispneia e 
sufocação) e distensão abdominal (aumento de ar 
no sistema gastrointestinal por conta da fístula). 
• Pode causar aspiração e pneumonia de repetição. 
• Em casos de atresia sem fístula, o abdome pode 
encontrar-se escavado. 
SINAIS NO EXAME DE IMAGEM PRÉ-NATAL: 
• Diminuição ou ausência da bolha gástrica; 
• Polidrâmnio; 
• Coto esofágico proximal dilatado; 
• Câmara gástrica diminuída (atresia sem fístula). 
SINAIS DE ATRESIA NO PÓS-NATAL: 
• Falha na tentativa de passar sonda gástrica (deve-
se passar sonda nasogástrica em todos os bebês 
com suspeita de atresia de esôfago, geralmente a 
escolha é sonda 8 ou 10). 
• Excesso de salivação. 
• Abdome escavado (casos sem fistulas). 
• Tosse e cianose. 
 
DIAGNÓSTICO 
• A suspeita da atresia de esôfago pode ter início na 
vida intrauterina, somado aos sinais e sintomas 
após nascido e a não progressão da sonda 
nasogástrica calibrosa, deve-se investigar atresia. 
• Deve realizar uma radiografia de tórax e abdome 
com auxílio de uma sonda radiopaca evidenciando 
a impossibilidade de progressão. 
➔ Sonda oro-gástrica injetando 2mL de ar. 
➔ Injeção com contraste iodado hidrossolúvel não 
iônico. 
• Possíveis achados do rx: presença de bolha de ar no 
coto proximal do esôfago e presença de atresia. 
Atresia de Esôfago 
 
 
Mariana Marques – T29 
CONDUTA E TRATAMENTO 
• Cabeceira elevada; 
• Manter o recém nascido em posição semi-sentada 
(cadeira de bebê conforto); 
• Sonda de aspiração no coto esofágico mantida sob 
sucção contínua; 
• Evitar qualquer tipo de ventilação (maior risco de 
distensão ou rotura gástrica). 
• O paciente deve ser mantido na incubadora, com 
aquecimento, hidratação e oferta calórica adequadas. 
• Realizar antibioticoterapia (penicilina e amicacina). 
• Fornecer vitamina K (1mg IM). 
TRATAMENTO CIRÚRGICO: 
• Atresia com fístula (esofagoplastia): 
➔ Anastomose; 
➔ Toracotomia extra pleural direita (incisão de Marchesi); 
➔ Identificação dos cotos proximal e distal 
Observação: para uma boa anastomose – observar o 
tamanho do coto e, principalmente, a distância entre o coto 
proximal e distal. Se for maior que dois corpos vertebrais é 
considerada uma anastomose difícil, podendo causar fístula. 
• Atresia sem fístula: 
➔ Quanto maior a distância entre os cotos, maior 
a dificuldade de anastomose; 
➔ Esofagostomia; 
➔ Gastrostomia; 
➔ Reconstrução do trânsito; 
➔ Após 16 semanas ocorre crescimento do coto 
esofágico → maior hospitalização. 
Observação: a opção mais segura é a realização de 
esofagostomia (exteriorizar do corpo) e gastrostomia 
(visando alimentação), e realizar uma reconstrução depois. 
• Fístula traqueoesofágica sem atresia (em H): 
➔ Cervicotomia ou toracotomia; 
➔ Secção da fístula; 
➔ Sutura do defeito traqueoesofágico. 
TRATAMENTO PÓS CIRÚRGICO: 
• Manter oxigenação, condições térmicas, hidratação 
e oferta proteico-calórica. 
• Realizar antibioticoterapia (após >48h). 
• Se for feita via gastrostomia a alimentação retorna 
de forma mais precoce. 
• Após 7 dias de pós operatório deve-se realizar uma 
radiografia contrastada – introduzir dieta via oral. 
• Ter cuidado ao oferecer refeições. 
COMPLICAÇÕES PÓS-OPERATÓRIAS 
• Deiscência da anastomose; 
• Estenose da anastomose; 
• Recidiva da fístula esofagotraqueal; 
• Refluxo gastroesofágico; 
• Traqueomalácia; 
• Alterações no peristaltismo esofágico. 
 
RADIOGRAFIA ATRESIA DE ESÔFAGO 
 
A. Radiografia de tórax com sonda nasogástrica sem 
progressão dobrando-se em coto esofágico superior; 
B. Sinal da dupla bolha. 
 
 
A. Radiografia simples frontal com ausência de gás no 
TGI, sugerindo a inexistência de fístula. 
B. Radiografia simples em perfil não sendo possível a 
identificação da bolsa esofagiana proximal.

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