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RESUMO AP2 LÍNGUA PORTUGUESA DA EDUCAÇÃO 1

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Aula 16 – E quando se escreve como exercício escolar? A “bendita” redação!
Acreditamos que as crianças precisam estar embaladas, mobilizadas, por alguma questão que 
represente um bom motivo para a escrita. Alguma criança poderá ter uma questão motivadora 
própria, é verdade, mas, em geral, é na escola, e sob responsabilidade do professor, que a 
contextualização para a produção escrita poderá ser construída, e aí está em jogo a intenção / 
habilidade do educador para colocar um motivo / um texto no centro, como algo comum, 
compartilhado, que congrega os leitores, os escritores, os alunos. 
Uma vez, alguém me contou sobre um aluno que, quando “fazia redações”, escrevia umas poucas 
frases e as entregava à professora. Até que ela lhe perguntou o porquê de ele escrever tão pouco. A 
resposta foi contundente: “Escrevo pouco para errar menos…” Ora, isto quer dizer alguma coisa 
muito séria: estaremos, realmente, possibilitando aos alunos o prazer de se expressar por meio da 
escrita? De brincar com as palavras, criando outros sentidos para elas, nos textos em que se 
expressa?
A afirmação do menino, demanda ainda, entender que os processos que levam à escrita são também 
subjetivos e que, portanto, para além de ter o que dizer, os alunos, ao “escreverem uma redação”, se 
preocupam com o como dizer, de forma a estabelecer uma interlocução com o professor – quase 
sempre uma interlocução que levará a uma avaliação. Isto causa um peso enorme.
ESCREVER REDAÇÃO É A MESMA COISA QUE PRODUZIR UM TEXTO? 
À primeira vista, nossa resposta pode ser afirmativa: é claro que uma redação é uma “produção de 
texto”! No entanto, não se esqueça de algo que já vimos falando, desde o primeiro módulo, e que 
não cansamos de repetir: as palavras são históricas, ou seja, carregam consigo uma carga semântica 
que adere à história. Nesse sentido, em termos sócio-históricos, “escrever uma redação” não é o 
mesmo que “produzir um texto”, pois essas duas ações correspondem a momentos político-
pedagógicos diferentes.
Como você pode perceber Geraldi, de certa forma, apresenta a distinção entre “redação” e 
“produção de texto”. Redação, o texto é escolar; é escrito para ser avaliado e é concebido dentro de 
determinadas regras ditadas pela escola. Nesta situação estão, inclusive, os textos acartilhados. Já 
no caso da produção de texto, a escrita se faz com a interlocução entre um autor e um leitor; entre 
parceiros da linguagem escrita, que dialogam sobre o escrito, que constroem sentidos por meio da 
linguagem.
Na produção textual, tem-se a exposição das ideias de que um determinado autor deseja transmitir, 
de modo que existem diversos meios para propagação dessa finalidade. Já, a redação é 
obrigatoriamente um texto escrito, que defende ou apresenta alguma determinada ideia.
Escrever precisa ser um ato prazeroso. Não se deve corrigir uma redação, apenas analisando os 
aspectos ortográficos e ignorando o que o aluno quis dizer. Comentários são importantes. O aluno 
escreve para ser lido, não para ser corrigido, mas, na prática, o que se verifica é o contrário. 
Redação X produção de texto. – O primeiro tem contexto escolar. Ele é feito para ser corrigido e 
avaliado. O segundo, trata-se de um diálogo entre autor e leitor
Aula 17 – Discutindo o sentido de trabalhar (ou não) a gramática na escola.
A GRAMÁTICA E A SALA DE AULA
Comecemos pelo conteúdo de Língua Portuguesa de primeira à quarta série. Nas Aulas 12/13, 
traçamos um breve panorama que esquematizava a organização desses conteúdos nesses primeiros 
anos. Como dissemos, ele é um apanhado do que se vê, mas não pode ser considerado absoluto, 
pois há escolas que já mexem nessa organização. Acreditamos que, a partir do que discutimos ao 
longo das seis aulas anteriores, e do que estamos sintetizando nesta aula, ficam-nos algumas 
perguntas no ar: A escola conforma? Ou transforma? Depende dela essa 
conformação/transformação, ou de cada um de nós, que nela trabalhamos, cotidianamente? Será a 
escola aquela redoma de vidro, com tempos e horas marcados, de que tanto ouvimos falar nos 
cursos de magistério? Ou poderá ser algo diferente? Em relação ao trabalho com a língua materna, 
que possibilidades podemos construir para que esse trabalho seja mais significativo para nós 
mesmos e para nossos alunos?
NÃO HAVERÁ OUTRA MANEIRA DE SE COMPREENDER O ENSINO DE LÍNGUA 
MATERNA NA ESCOLA? 
Certamente que sim. E, que fique bem claro, isto não significa dizer que vamos jogar na lata do lixo
tudo o que conhecemos, aprendemos e apreendemos com e sobre a língua materna até hoje. 
Vejamos oque nos diz em alguns especialistas neste assunto: 
(1) Não se trata de “ensinar” a língua materna, que o aluno já fala ao entrar na escola; nem se pode, 
aliás, ensinar uma língua. O que cabe é ir aumentando a capacidade comunicativa dos alunos, 
trabalhar com a língua, melhorando sempre mais e tornando mais produtivo o manejo desse 
instrumento (LUFT, 1985, p. 33 – 34).
(2) No processo pedagógico, (…) trata-se de construir possibilidades de novas interações dos 
alunos (entre si, com o professor, com a herança cultural), e é nestes processos interlocutivos que o 
aluno vai internalizando novos recursos expressivos, e por isso, mesmo, novas categorias de 
compreensão do mundo (GERALDI, 1996, p. 69).
(3) Em resumo, poderíamos enunciar uma espécie de lei, que seria: não se aprende por exercícios, 
mas por práticas significativas. (…) O domínio de uma língua, repito, é o resultado de práticas 
efetivas, significativas, contextualizadas. (…) O modo de conseguir na escola a eficácia obtida nas 
casas e nas ruas é “imitar” da forma mais próxima possível as atividades linguísticas da vida. Na 
vida, na rua, nas casas, o que se faz é falar e ouvir. Na escola, as práticas mais relevantes serão, 
portanto, escrever e ler. Claro que se falará a pampas na escola, e, portanto, se ouvirá na mesma 
proporção (um pouco menos, um pouco mais…) (POSSENTI, 1996, p. 47-4 8).
Eles propõem alguns princípios básicos para que a sala de aula, no trabalho com a língua, se 
transforme em um ambiente mais significativo e prazeroso, tanto para os alunos quanto para nós, 
professores (ou futuros professores). Fundamentalmente, eles nos afirmam que:
• “o que cabe é ir aumentando a capacidade comunicativa dos alunos”;
• “trata-se de construir possibilidades de novas interações dos alunos”;
• “não se aprende por exercícios, mas por práticas significativas”. 
• “o modo de conseguir na escola a eficácia (…) é “imitar” da forma mais próxima possível as 
atividades linguísticas da vida”. 
As citações destacam pontos com os quais nem sempre nos preocupamos, quando entramos em sala 
de aula para ensinar a língua materna. 
A escola transforma ou conforma? Não se trata de “ensinar” a língua que o aluno já fala, mas de 
aumentar as capacidades comunicativas dos alunos. Não se aprende por meio de exercícios, mas de 
práticas comunicativas, trata-se de construir possibilidades de novas interações dos alunos, e ir 
aumentando a capacidade comunicativa dos alunos, “imitar” da forma mais próxima possível as 
atividades linguísticas da vida.
Qual a melhor forma de “ensinar” a nossa língua materna?
Trabalhar com a produção de texto numa perspectiva da interação pressupõe que a escrita tenha 
uma função social e que os textos circulem dentro e fora da escola. Dessa forma, o próprio aluno 
aprende, desde muito cedo, a dominar o funcionamento da escrita, considerando a sua 
multiplicidade de situações de uso.
Como uma professora de ensino fundamental pode trabalhar em sala de aula as variações 
linguísticas na fala e na escrita dos alunos mostrando que todas as comunicações devem ser 
valorizadas?
Resolução 1: A professora pode pedir aos alunos que pesquisem as regiões do país e as diferentes 
formas de cada uma delas. Pode também pedir para que os alunos que usam ou conheçam variações 
regionais, façam demonstrações de termos que se diferem dos usados por eles. É importante 
igualmente mostrar que a região em que a escola está temcaracterísticas próprias, que são 
diferentes em outras regiões. Mostrar que a fala é rica, pois realizar a interpelação entre as pessoas 
e, portanto, deve ser valorizada, pois toda forma de comunicação é imprescindível na formação de 
verdadeiros cidadãos.
Aulas 18/19 – Diversidade linguística no Brasil.
Como já afirmamos, a identidade cultural de um povo é elemento de unificação e de confirmação de
que existe um traço comum dentro de uma nação, e a língua faz parte da construção dessa 
identidade.
Podemos dizer que há uma relação bastante estreita entre sociedade, cultura e as construções 
linguísticas utilizadas pelas pessoas que convivem nessa sociedade e que preconceito linguístico é 
uma forma de discriminação que ocorre em situações sociais, por meio da linguagem. Trata-se de 
uma forma sutil de exclusão social, que deve ser reconhecida e combatida. Como atividade social, a
língua se relaciona ao contexto de seus usuários e varia de acordo com a situação de comunicação. 
Vivemos em uma sociedade bastante preconceituosa e, quando se discrimina, por exemplo, o modo 
de falar de uma pessoa ou as expressões por ela utilizadas, quase sempre também se está 
discriminando a sua origem. O preconceito linguístico está, em geral, associado às outras formas de 
discriminação.
Há uma relação bastante estreita entre sociedade, cultura e as construções linguísticas utilizadas 
pelas pessoas. Cada região do país possui vocabulário próprio e específico (regionalismos). Tal 
diversidade nos faz ser únicos e múltiplos ao mesmo tempo. Diversidade linguística também se 
refere a termos que deixam de existir com o passar do tempo, jargões de Direito, gírias, etc.
Relações existentes entre sociedade, cultura e construção linguística: 
A cultura também deriva da sociedade, uma vez que é construída paulatinamente pelas interações 
entre os sujeitos ao longo do tempo, mas ela só pode ser concebida e transformada através da 
linguagem, pois é o processo de comunicação que atribuirá significados à realidade e, assim, atuar 
na produção de valores, costumes, crenças e práticas – que constituem o modo de vida de cada 
grupo – os quais moldam formas de pensar, sentir, agir e crer, ou seja, a experiência individual e 
coletiva dos indivíduos em determinado local e período.
Quais são as principais causas do preconceito linguístico?
A principal causa do preconceito linguístico é acreditar que uma variação linguística está mais 
correta do que a outra. Isso, levando em consideração, construções sociais que envolvem classe 
social e diferenças entre regiões e sotaques.
As variações linguísticas ocorrem nos âmbitos geográficos, temporais, sociais e situacionais:
• Variação regional ou geográfica (diatópica): variações linguísticas existentes entre 
diferentes locais e regiões.
Exemplos de variações diatópicas 
Diferentes palavras para os mesmos conceitos:
Aipim, mandioca, macaxeira;
Abóbora, jerimum, moranga;
Sacolé, dindim, geladinho;
Totó, pebolim, matraquilhos;
Fruta-do-conde, pinha, ata, anona.
Diferentes sotaques, dialetos e falares:
Dialeto caipira;
Dialeto gaúcho;
Dialeto baiano;
Dialeto carioca;
Dialeto montanhês;
Dialeto nordestino.
Reduções de palavras e perda ou troca de fonemas:
véio (velho);
oiá (olhar);
muié (mulher);
cantá (cantar);
enxovar (enxoval);
oncotô (onde estou);
pertim (pertinho);
vambora (vamos embora).
• Variação social (diastrática): variações linguísticas existentes entre diferentes grupos 
sociais.
Exemplos de variações diastráticas
Gírias próprias de um grupo com interesse comum, como os skatistas:
Prefiro freestyle.
O gringo tem um carrinho irado.
O silk do skate tá insano.
Jargões próprios de um grupo profissional, como os policiais e militares:
Ele deu sopa na crista.
Vamos na rota dele.
Não mexe com meu peixe.
Linguajar partilhado por um grupo específico, como a comunidade LGBTQIA+:
Tô sem aqué, querida! Não posso ir ao show!
Então, saiu de casa para vir aqui me gongar?
Este menino só sabe fazer a Alice, vive no mundo da lua!
Variação linguística e preconceito linguístico
• O preconceito linguístico surge porque nem todas as variações linguísticas usufruem do 
mesmo prestígio. Algumas são consideradas superiores, mais corretas e cultas e outras são 
consideradas menos cultas ou mesmo incorretas.
• Preconceito linguístico ocorre sempre que uma determinada variedade é referida com um 
tom pejorativo e depreciativo, estando associada a situações de deboche ou até de violência, 
o que contribui para a exclusão social de diversos indivíduos e grupos.
• É urgente compreender e aceitar que todas as variedades linguísticas são fatores de 
enriquecimento e cultura, não devendo ser encaradas como erros ou desvios.
Aulas 20 e 21: Erro e agramaticalidade: falando a gente se entende?
Quais são os 4 tipos de variação linguística? São as variações diatópicas (geográficas), variações 
diastráticas (grupos sociais), variações diafásicas (formal x informal), variações diacrônicas 
(históricas).
O que normalmente é apontado como “erro de português”, na verdade, é apenas um “desvio da 
ortografia oficial”. O modo de escrever não faz parte da gramática da língua. Muitos estudiosos 
afirmam que não existe erro quando se trata do uso da língua, pois a mensagem que o falante emitiu
foi entendida, mesmo que ele diga “nós fumo”, por exemplo. O que ocorre nesse caso é uma 
adequação. O aluno que comete desvios da ortografia não está cometendo erros de português, pois o
aprendizado da ortografia exige exercício, memorização, treinamento. 
Para que haja “agramaticalidade” é preciso que o falante viole as regras do sistema linguístico. 
Quando isso acontece, a comunicação se torna inviável. 
Erro/Desvio: inadequação no uso da língua, mas que não compromete a comunicação. (Ex: “nós 
fumo”).
Agramaticalidade: infração a determinadas regras que impede a comunicação. (Ex: “não hoje a 
criança viu o brinquedo lá”).
Aulas 22 e 23: Falando de coesão e coerência
A coesão diz respeito ao encadeamento de ideias entre as frases e parágrafos. Já a coerência textual 
se refere à ligação entre as ideias do texto, que deve ser feita de maneira lógica para transmitir 
corretamente a mensagem.
O que é o conceito de coesão? A coesão é resultado da disposição e da correta utilização das 
palavras que propiciam a ligação entre frases, períodos e parágrafos de um texto. Ela colabora com 
sua organização e ocorre por meio de palavras chamadas de conectivos.
Qual é o conceito de coerência? Coerência é a característica daquilo que tem lógica e coesão, 
quando um conjunto de ideias apresenta nexo e uniformidade. Para que algo tenha coerência, este 
objeto precisa apresentar uma sequência que dê um sentido geral e lógico ao receptor, de forma que 
não haja contradições ou dúvidas acerca do assunto.
Qual é a diferença entre coesão e coerência? O ponto principal da coesão textual são as regras da 
gramática, ou seja, articulação interna. A coerência textual, do contrário, aborda a articulação 
externa e mais profunda do texto: o seu conteúdo
PENSANDO SOBRE O TEXTO: A COERÊNCIA
Você deve estar se perguntando: Mas, afinal, por que pensar sobre essa tal coerência quando se 
escreve um texto? A resposta a essa questão pode ser iniciada com os trechos a seguir. Vamos a 
eles? 
1. Era meia-noite. Tudo muito escuro. O homem aproximou-se da janela e olhou, fixamente, para 
dentro.
2. Era meia-noite. O sol brilhava lá fora, enquanto o gato penteava as unhas do pé. Silenciosamente,
o homem tocou o sino da igreja. 
Nos dois trechos apresentados, temos duas situações, e não é difícil você perceber que, na primeira, 
há coerência, enquanto, na segunda, a sua ausência é logo notada. Por quê? Esta é uma resposta que 
você pode dar, mas, iniciando-a, afirmamos que, no segundo caso, são evidenciadas situações 
impossíveis de acontecer (gato “penteando” unhas do pé?), pelo menos no que denominamos, 
comumente, “mundo real”. Em outras palavras, em situações como essa, pode-se dizer que a 
coerência se estabeleceno mundo fantástico, mas certamente não, se estivermos no “mundo real”…
No entanto, você também percebe que ambos os trechos apresentam coesão, ou seja, formalmente, 
estão redigidos de modo claro, com uma estrutura sintática adequada à situação linguística que 
constituem. Nesse caso, o que diferencia os dois trechos é, mesmo, a coerência – a lógica do texto, 
o que se diz.
Em determinadas situações, a coerência se estabelece a partir da coesão textual. Ela evidencia como
o conhecimento linguístico (referente aos usos e valores da língua) é imprescindível para a 
produção de sentido e, obviamente, a obtenção da tão cantada coerência. Mas, em termos da relação
coerência coesão, a coesão não é tudo em um texto. Podemos perceber isto no terceiro exemplo, 
quando a ausência de elementos coesivos entre as frases não nubla o sentido global.
(…) A coerência está diretamente ligada à possibilidade de se estabelecer um sentido para o texto, 
ou seja, ela é o que faz com que o texto faça sentido para os usuários, devendo, portanto, ser 
entendida como um princípio de interoperabilidade, ligada à inteligibilidade do texto numa situação 
de comunicação e à capacidade que o receptor tem para calcular o sentido deste texto. Este sentido, 
evidentemente, deve ser do todo, pois a coerência é global (Koch e Travaglia, 2004, p. 21)
(…) A coerência não é apenas um traço ou uma propriedade do texto em si, mas
(…) se constrói na interação entre o texto e seus usuários, numa situação comunicativa concreta 
(2004, p. 81).
No livro A coerência textual, Koch e Travaglia nos apresentam onze fatores que possibilitam o 
estabelecimento da coerência. Nesta nossa aula, vamos destacar cinco deles, a saber:
(a) os elementos linguísticos;
(b) o conhecimento de mundo;
(c) o conhecimento partilhado;
(d) as inferências;
(e) a contextualização. Como você sabe, seria ótimo se pudéssemos apresentar todos eles, 
analisando cada um com bastante calma.
PENSANDO SOBRE O TEXTO: A COESÃO
Falamos de coesão quando estabelecemos a inteligibilidade de um texto por meio de elementos que 
se encontram no léxico e/ ou na gramática de uma língua e que, de alguma forma, interferem na re l 
ação, na sequência lizada dos sentidos desse texto. Linguística Textual também trouxe contribuições
significativas ao estudo de uma língua. Acreditamos que trabalhar com a coesão e a coerência em 
um texto não é a mesma coisa que trabalhar com conceitos que já conhecíamos nos estudos 
gramaticais. Os dois fundamentos básicos da Linguística Textual são a coerência e a coesão. Ambas 
se constituem, em um texto oral ou escrito, a partir de mecanismos próprios. Nesse sentido, 
podemos dizer que a coerência acontece por meio de inferências, de conhecimento de mundo, de 
conhecimento partilhado, por exemplo. Já a coesão ocorre por meio da substituição, das referências,
da coesão lexical.
Coesão: quando o texto é escrito de forma clara, de acordo com a estrutura sintática da situação. 
Fatores que possibilitam o estabelecimento da coesão:
-referência
-substituição
-elipse
-conjunção
-coesão léxica
Coerência: quando o texto apresenta uma lógica, quando há a possibilidade de ele fazer sentido. 
Fatores que possibilitam o estabelecimento da coerência: 
-elementos linguísticos
-conhecimento de mundo
-conhecimento partilhado
-inferências
-contextualização 
Aula 24: Coesão e coerência em sala de aula
Não é preciso decorar fatos gramaticais, mas entender como eles interferem na inteligibilidade de 
um texto.
É a partir desse dado concreto que nos comunicamos ou expressamos, que interagimos com os 
outros e com o mundo. Você também teve a oportunidade de verificar que esses elementos coesivos,
de certa forma, já são seus conhecidos: são estruturas verbais; léxico; conjunções; elipses, enfim, 
fatos gramaticais que você conheceu na escola, mais precisamente nas séries iniciais, concorda? 
Bem, isto vem reforçar o que vimos afirmando ao longo desta disciplina – dizer que há outras 
formas de se trabalhar com a língua, não significa jogar fora a criança com a água do banho – ou 
seja, não significa dizer que a gramática normativa, padrão, deve ser jogada na lata do lixo.…. Ela 
precisa, sim, ser adequada às situações em que a utilizamos e, principalmente, é imprescindível que 
pensemos sobre essa utilização, ao falarmos e ao escrevermos.
Aulas 25 e 26: O que se lê e o que se entende. O aluno leitor
Quando várias pessoas leem um mesmo texto, elas lerão e, ao mesmo tempo, não lerão o mesmo 
texto, pois cada uma interpretará o que leu de uma forma diferente, pois levará para a leitura uma 
série de conhecimentos prévios, experiências de vida, etc. Intertextualidade: quando ao ler um texto,
automaticamente, o associamos a outro. Concepção ampliada de leitura: a capacidade de reconhecer
elementos de um texto em outros, de entender referências, de reconhecer textos como possibilidade 
de atribuição de sentidos.
Aulas 27 e 28: O que se lê, o que se entende e o que se escreve: o aluno autor
É importante dar importância à voz os alunos, tornando-os, portanto, autores de sua própria 
narrativa. Ao estimular a autoria aos alunos, faz-se com que eles percam o medo de tentar escrever 
diferentes estilos literários, com os quais têm contato na escola e/ou em seu cotidiano. O aluno 
leitor torna-se aluno autor graças ao incentivo docente.
Aula 29: Planejando a formação do aluno leitor autor
O leitor tem um papel importante na construção dos sentidos de um texto e o autor precisa contar 
com essa participação em sua obra.
Sobre a relação leitor / autor 
Os leitores, neste caso, eram passivos, ficavam presos às palavras escritas, tentando decifrá-las, ou 
melhor, tentando adivinhar aquilo que seu autor queria realmente dizer… Bem, se nós pensamos 
assim, como ficam as cabeças de nossos alunos no momento exato de escrever, de expressarem suas
ideias no papel? E no momento de ler ou interpretar o que outros escreveram? Hoje, com o advento 
de teorias como a Estética da Recepção, por exemplo, percebemos que as coisas não são bem assim.
Ou seja, sabemos que o leitor tem um papel importantíssimo na construção dos sentidos de um 
texto. E que o autor precisa contar com essa participação em sua obra, porque ela, a partir do 
momento em que é lida, torna-se coletiva: processo conjunto, autor / leitor(es), produto de todos 
aqueles que a leem. Acreditamos que é muito importante para a criança entender os atos de ler, de 
escrever e por que não? de interpretar como ações que fazem parte de sua rotina de estudos, mas 
que também são atos que devem fazer parte de seu cotidiano, independentemente do fato de ela 
encontrar-se ou não em sala de aula.
O Leitor / autor e o espaço da escola 
Trabalhar com as diversas formas de leitura, entre me ando situações de análise e de síntese dessa 
leitura… Criar situações de debate, de pesquisa e/ou de reflexão que possibilitem a produção de 
textos diversos por parte dos alunos, individualmente ou em grupos… Enfatizar a importância do 
diálogo e do debate em momentos de avaliação das produções orais ou escritas, individualmente ou 
em grupos… Enfim, ler o mundo e ser capaz de expressá-lo de diversas formas, sob diversas 
linguagens, e com a autonomia da sua autoria. O espaço escolar poderá contribuir na formação de 
leitores e escritores, se for capaz de fazer, do espaço textual, um espaço da Co presença de vários 
discursos, de intertextualidade, e não um espaço monológico e dogmático. Também poderá 
contribuir, se for capaz de ter uma escuta atenta à linguagem das crianças, se der sentido à sua 
expressão e organizá-la para que, aos poucos, se vá aproximando das convenções da língua.
Aula 30: Língua e ensino de língua: é possível aprisionar as palavras?
Pequenas modificações em palavras fazem com que elas mudem totalmente o sentido (a melhor X 
há melhor, por exemplo). Ou seja, as palavras não podem ser aprisionadas em classes gramaticais e 
sentidos únicos.
É possível aprisionar as palavras? Adicione-se a estas perguntas o fato de que estamos,tão somente,
refletindo sobre a relação existente entre a categorização sistemática das palavras em classes 
gramaticais e seu uso corrente em textos. Em outras palavras, sobre a ascendência das questões 
gramaticais sobre a fala e a escrita existentes no cotidiano de nossa comunicação. E se 
pensássemos, agora, sobre a importância do texto, e de seu contexto, na construção de sentidos 
quando nosso cenário é a escola, mais precisamente, a sala de aula? Provavelmente, nossas 
reflexões nos encaminham a pensar sobre a conveniência do trabalho com o texto, em vez do 
trabalho que vivenciamos quando alunos, as palavras soltas, fragmentadas ou, no máximo, 
conectadas em orações ou períodos geralmente sem sentido para nós, e que nos fazem, até hoje, 
perguntar: O que é ensinar língua materna?
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Exercícios;
Texto: Língua brasileira 
1.“A caracterização de uma variante regional por meio de clichês e exageros costuma vir associada 
a um tipo de preconceito linguístico que costumamos reconhecer”. Com base nesta objetivação de 
afirmação, disserte sobre o texto, correlacionando sua resposta com o estudo das variedades 
regionais e do preconceito linguístico.
Resposta: O preconceito linguístico é apontado pelo autor a partir da adjetividade de alguns 
substantivos, como: bergamota, mermão, crocodilinho de parede e assim por diante. Essas 
expressões é uma simples comunicação entre as pessoas, porém, por outro lado acaba sendo 
considerado como um preconceito linguístico. Com isso sociedade, cultura e construção linguísticas
acaba de certa forma sendo uma discriminação social por meio da linguagem. Cada região do país 
tem o seu vocabulário próprio e específico, com expressões de trato cotidiano e seu sotaque. Isso 
mostra uma diversidade linguística, caracterizada pelo regionalismo, nos fazendo ser unos e 
múltiplos ao mesmo tempo. O ensino da língua é fundamental para os educando e o educador deve 
adequar a gramatica na língua de cada região, para que a aula se torne funcional e atrativa, 
mostrando as manifestações de linguagem significativa, para que venham se tornar cidadães 
conscientes e com sua própria autonomia, conseguindo expandir suas análises e criando suas 
próprias críticas. Com isso o aluno vai se sentir à vontade e capaz de dominar a língua portuguesa. 
2.Os trechos acima apresentam uma reflexão sobre o ensino da escrita como forma de expressão na 
escola. Tendo por base tudo que você aprendeu e discutiu com seu(sua) mediador(a) sobre o 
assunto, apresente um pequeno texto autoral, de 10 a 15 linhas, que demonstre sua visão sobre a 
“função da escrita no processo de aprendizagem”.
Resposta: A função da escrita na aprendizagem é um processo da língua viva em uso, que constrói 
seus falantes que pertencem a tempo e espaços diversos, os erros ou inadequações são efeitos 
variáveis. O importante na aprendizagem como processo educativo é levar o aluno a formar sua 
própria opinião e transmitir conhecimentos. O papel da escrita no ensino aprendizagem na formação
do aluno tem que ser um estímulo gratificante e não uma aprendizagem cansativa e entediante. Os 
alunos precisam saber que uma mesma palavra pode apresentar diferentes formas gramaticais, 
dependendo do contexto que ela está sendo empregada. O educador tem a principal função de fazer 
com que o aluno tenha essa reflexão da gramática, tem que procurar se reinventar e trazer para a 
sala de aula, informações que cativem seus alunos, levando a aprendizagem uma construção de 
saberes.

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