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Aula 08 • Prof. José Lucinaldo Ferreira de Souza Para iniciar o estudo da probabilidade é necessária a compreensão dos seguintes conceitos: • Experimento • Espaço amostral • Evento • Eventos dependentes • Eventos independentes • Probabilidade • Distribuições de probabilidade • Experimento e espaço amostral Experimento. Experimento é um procedimento claramente definido que conduz a um resultado. A realização de um experimento é chamada tentativa, e cada tentativa tem o seu resultado. Experimentos aleatórias Experimentos aleatórios são experimentos onde não é possível prever o resultado, embora sejam conhecidos todos os resultados possíveis. Espaço amostral Espaço amostral “S” é o conjunto de todos os resultados possíveis de um experimento aleatório. Ex. Lançamento de um dado: S={1, 2, 3, 4, 5, 6} Cada um dos elementos de “S” que correspondem a um resultado recebe o nome de PONTO AMOSTRAL, por exemplo, 2 a S => 2 é um ponto amostral de S (no caso do lançamento do dado). Evento Evento é o subconjunto do espaço amostral tal que todos os elementos a este pertencente satisfaçam a uma regra comum. A especificação de um evento pode ser feita pela regra que os elementos satisfazem ou pela enumeração de todos os seus elementos. Seja, por exemplo, um lançamento de um dado. Tem-se: • Espaço amostral - S={1, 2, 3, 4, 5, 6} • Evento - A={Número mostrado menor que quatro} ou A={1, 2, 3} (este é apenas um dos vários eventos possíveis) Tipos de Eventos Evento independente é o evento no qual a sua ocorrência não afeta a chance de ocorrência de outro. Ex.: Lançamentos de dados ou moedas honestos. Nestes eventos quaisquer que tenham sido os resultados anteriores, estes não afetarão o próximo resultado. Evento dependente é o evento em que a sua ocorrência afeta a do outro. Ex.: Retirada, sem reposição, de uma carta de ouros de um baralho; os eventos ser homem e ser careca. Em tais eventos, os resultados anteriores afetarão o próximo resultado. Probabilidade Probabilidade de um evento é um número entre 0 e 1 que indica a chance de ocorrência de um evento quando o experimento a este associado é executado. A probabilidade de um evento A ocorrer é indicada na forma: P(A) Se o evento A não pode ocorrer então se escreve: P(A) = 0 Se existe certeza na ocorrência de A então se escreve: P(A) = 1 Definições de Probabilidade 1 - Se um experimento pode ocorrer de N maneiras e se o evento “A” pode ocorrer em “n” destes testes então a probabilidade de “A” ocorrer é : P(A) = n / N. Probabilidade calculada pelo método de análise de experimento (Dado, moeda...) Definições de Probabilidade 2 - Se um evento com atributo “A” ocorre n vezes em N experimentos, então para valores grandes de N, P(A) se aproxima de n / N. A Probabilidade é calculada pelo método de frequência relativa (Confiabilidade e CQ) Teoremas de probabilidade O estudo da probabilidade é baseado em teoremas. Os teoremas devem organizar a forma de raciocinar e indicar a direção a seguir na solução de problemas. De maneira geral pode-se afirmar que a aplicação correta dos teoremas é a parte mais importante as solução. Teoremas de probabilidade Teorema é uma proposição que, para ser admitida ou se tornar evidente, necessita de demonstração. Algumas relações sobre a teoria dos conjuntos. Um evento é essencialmente um conjunto, de forma que as relações e resultados da teoria elementar dos conjuntos podem ser usados para o estudo dos eventos. As operações a seguir serão usadas para construção de novos eventos, a partir de eventos conhecidos. DEFINIÇÃO 1. A união de dois eventos A e B, representada por A U B e lida “A união B”, é o evento que consiste em todos os resultados que estão no evento A ou no B ou em ambos (de forma que a união inclui resultados em que ocorram A e B, bem como aqueles em que exatamente um ocorre), isto é, todos os resultados em ao menos um dos eventos. DEFINIÇÃO 2. A interseção dos dois eventos A e B, representada por A B e lida “A interseção B”, é o evento que consiste de todos os resultados que estão em ambos A e B. DEFINIÇÃO 3. O complemento de um evento A, representado por A’, é o conjunto de todos os resultados em S que não estão contidos em A. U Quando os conjuntos A e B não possuem resultados em comum, são chamados eventos mutuamente exclusivos ou disjuntos. Quando dois eventos são tais que, eles nunca podem ocorrer simultaneamente, neste caso se tem que A ∩ B = ∅, eles são chamados eventos mutuamente exclusivos ou mutuamente excludentes, (em termos de conjunto, diríamos que são conjuntos disjuntos). Teorema 1 de probabilidade : Soma de probabilidades . Se A e B são eventos em um espaço amostral, então P(A ou B)=P(A∪B)=P(A)+P(B)-P (A ∩ B) Obs. 1 - Se A e B são mutuamente exclusivos, ou seja, P(A ∩ B)=0 tem-se: P(A ou B)=P(A)+P(B) Obs. 2 - Se A 1 , A2 ,...Ak são eventos mutuamente exclusivos então: P(A1 ∪ A2 ∪...∪ A k)=P(A1 )+ P(A2 )+...+ P(Ak) Teorema 2 de probabilidade : Eventos complementares Se A e Ac são eventos complementares, isto é, são mutuamente exclusivos e juntos compõem o espaço amostral, então: P(Ac )=1 - P(A) Teorema 3 de probabilidade : Produto de probabilidades Se A e B são eventos independentes então: P(A ∩ B)=P(A).P(B) Para três eventos independentes A,B e C, a regra especial da multiplicação usada para determinar a probabilidade de que todos os eventos ocorram é: P(A e B e C) = P(A).P(B).P(C Probabilidade Condicional É a probabilidade de que um evento particular ocorra, dado que outro evento tenha ocorrido. • Notação: A probabilidade do evento A dado que o evento B ocorreu é denotada por P(A/B) Teorema 3 de probabilidade : Produto de probabilidades Regra Geral da Multiplicação • A Regra Geral da Multiplicação é usada para encontrar a probabilidade conjunta de que dois eventos ocorram. • A regra estabelece que para dois eventos A e B, a probabilidade conjunta de que os dois eventos ocorram é obtida pela multiplicação da probabilidade de que o evento A ocorra pela probabilidade condicional de B dado que A ocorreu. Regra Geral da Multiplicação A probabilidade conjunta, P(A e B) é dada pela seguinte fórmula: P(A e B) = P(A) . P(B/A) Alternativamente, podemos também escrever: P(A e B) = P(B) . P(A/B) Análise Combinatória A análise combinatória ou combinatória é a parte da Matemática que estuda métodos e técnicas que permitem resolver problemas relacionados com contagem. Muito utilizada nos estudos sobre probabilidade, ela faz a análise das possibilidades e das combinações possíveis entre um conjunto de elementos. Definindo o espaço amostral. Princípio Fundamental da Contagem Também chamado de princípio multiplicativo, postula que: “Quando um evento é composto por n etapas sucessivas e independentes, de tal modo que as possibilidades da primeira etapa é x e as possibilidades da segunda etapa é y, resulta no número total de possibilidades de o evento ocorrer, dado pelo produto (x) . (y).” Exemplo Uma lanchonete vende uma promoção de lanche a um preço único. No lanche, estão incluídos um sanduíche, uma bebida e uma sobremesa. São oferecidas três opções de sanduíches: hambúrguer especial, sanduíche vegetariano e cachorro-quente completo. Como opção de bebida, pode-se escolher 2 tipos: suco de maçã ou guaraná. Para a sobremesa, existem quatro opções: cupcake de cereja, cupcake de chocolate, cupcake de morango e cupcake de baunilha. Considerando todas as opções oferecidas, de quantas maneiras um cliente pode escolher o seu lanche? Árvore de possibilidades 24 tipos diferentes de lanches Podemos ainda resolver o problema usando o princípio multiplicativo. Para determinar as diferentes possibilidades de lanches, basta multiplicar o número de opções de sanduíches, bebidas e sobremesa. Total de possibilidades: 3.2.4 = 24 Portanto, temos 24 tipos diferentes de lanches para escolherna promoção. Tipos de Combinatória O princípio fundamental da contagem pode ser usado na maioria dos problemas relacionados com contagem. Em algumas situações seu uso torna a resolução muito trabalhosa. Basicamente há três tipos de agrupamentos: arranjos, permutações e combinações. Arranjos Nos arranjos, os agrupamentos dos elementos dependem da ordem e da natureza dos mesmos. Para obter o arranjo simples de n elementos tomados, p a p (p ≤ n), utiliza-se a seguinte expressão: Exemplo Como exemplo de arranjo, podemos pensar na votação para escolher um representante e um vice-representante de uma turma, com 20 alunos. Sendo que o mais votado será o representante e o segundo mais votado o vice-representante. Dessa forma, de quantas maneiras distintas a escolha poderá ser feita? Observe que nesse caso, a ordem é importante, visto que altera o resultado. Logo, o arranjo pode ser feito de 380 maneiras diferentes. Permutações As permutações são agrupamentos ordenados, onde o número de elementos (n) do agrupamento é igual ao número de elementos disponíveis. Note que a permutação é um caso especial de arranjo, quando o número de elementos é igual ao número de agrupamentos. Desta maneira, o denominador na fórmula do arranjo é igual a 1 na permutação. Assim a permutação é expressa pela fórmula: Exemplo ( Permutação) De quantas maneiras diferentes 6 pessoas podem se sentar em um banco com 6 lugares? Como a ordem em que irão se sentar é importante e o número de lugares é igual ao número de pessoas, iremos usar a permutação: Combinações As combinações são subconjuntos onde a ordem dos elementos não é importante, entretanto, são caracterizadas pela natureza dos mesmos. Assim, para calcular uma combinação simples de n elementos tomados p a p (p ≤ n), utiliza-se a seguinte expressão: Exemplo A fim de exemplificar, podemos pensar na escolha de 3 membros para formar uma comissão organizadora de um evento, dentre as 10 pessoas que se candidataram. De quantas maneiras distintas essa comissão poderá ser formada? Observação: ao contrário dos arranjos, nas combinações a ordem dos elementos não é relevante. Isso quer dizer que escolher: Maria, João e José, são equivalentes a escolher: João, José e Maria. Para encontrar o número de casos possíveis e favoráveis, muitas vezes necessitamos recorrer às fórmulas estudadas em análise combinatória, devido a quantidade de elementos que teremos de analisar. Vinculo entre a análise combinatória e a probabilidade. Exercícios de análise combinatória Exercício 1 Uma pessoa mora na cidade A e deseja viajar para conhecer a cidade C. Para isso, é preciso passar primeiro pela cidade B. Existem 4 caminhos que levam até a cidade B e, a partir da cidade B, três caminhos que levam até a cidade C. Supondo que a única maneira de chegar até a cidade C seja passando por B, de quantas formas diferentes esta pessoa pode ir até à cidade C, e voltar para cidade A? Exercícios de análise combinatória Exercício 2 Gabriel, Maurício, Luiza, Paula e Raquel são um grupo de amigos que decidem ir ao cinema. Eles compram ingressos na mesma fileira, de forma que estejam sempre juntos, sem nenhuma cadeira vazia ou ocupada por outro espectador. Como Maurício e Luiza são namorados, eles irão sentar lado a lado. De quantas maneiras o grupo de amigos podem se sentar, de modo que o casal permaneça junto? Exercícios de análise combinatória Exercício 3 Um restaurante oferece oito opções para o prato principal, dentre as quais, o cliente pode escolher 4. Suponha que um cliente almoçará todos os dias neste restaurante, enquanto houver opções diferentes. Quantos dias este cliente poderá almoçar no restaurante, sem repetir uma refeição? Exercícios de análise combinatória Exercício 4 Uma faculdade coletou a seguinte informação sobre seus estudantes de graduação: Um estudante é selecionado ao acaso. Qual é a probabilidade de que o(a) estudante seja mulher e que esteja cursando Contabilidade? Seja A o evento: o(a) estudante está cursando Contabilidade e F o evento: o(a) estudante é mulher. Qual a probabilidade? Qual é a probabilidade de selecionar uma mulher ? Dado que o(a) estudante é mulher, qual é a probabilidade de que esteja cursando Contabilidade ? Exercício 5 A Companhia C & W tem recebido recentemente diversas reclamações de que suas garrafas estão sendo preenchidas com conteúdo abaixo do especificado. Uma reclamação foi recebida hoje mas o administrador da produção não é capaz de identificar qual das duas plantas (A ou B) preencheu a garrafa. Qual é a probabilidade de que a garrafa com pouco preenchimento provenha da planta A? Seja S o evento: a garrafa foi preenchida com conteúdo abaixo do especificado. Exercícios de análise combinatória Exercício 6 Qual a probabilidade de um apostador ganhar o prêmio máximo da mega-sena, fazendo uma aposta mínima, ou seja, apostar exatamente nos seis números sorteados? Exercícios de análise combinatória Exercício 7 Uma urna A contém: 3 bolas brancas, 4 pretas, 2 verdes; Uma urna B contém: 5 bolas brancas, 2 pretas, 1 verde; Uma urna C contém: 2 bolas brancas, 3 pretas e 4 verdes. Uma bola é retirada de cada urna. Qual a probabilidade de as 3 bolas retiradas da primeira, segunda e terceira urnas serem, respectivamente, branca, preta e verde? Exercícios de análise combinatória Exercício 8 Um lote de 12 peças, 4 são defeituosas. Sendo retirada uma peça, calcule? a- A probabilidade de essa peça ser defeituosa: b- A probabilidade de essa peça não ser defeituosa: Exercícios de análise combinatória Exercício 9 De dois baralhos de 52 cartas retiram-se, simultaneamente, uma carta do primeiro baralho e uma carta do segundo baralho. Qual a probabilidade de a carta do primeiro baralho ser um rei e a do segundo baralho ser o 5 de paus? Slide 1 Slide 2 Slide 3 Slide 4 Slide 5 Slide 6 Slide 7 Slide 8 Slide 9 Slide 10 Slide 11 Slide 12 Slide 13 Slide 14 Slide 15 Slide 16 Slide 17 Slide 18 Slide 19 Slide 20 Slide 21 Slide 22 Slide 23 Slide 24 Slide 25 Slide 26 Slide 27 Slide 28 Slide 29 Slide 30 Slide 31 Slide 32 Slide 33 Slide 34 Slide 35 Slide 36 Slide 37 Slide 38 Slide 39 Slide 40 Slide 41 Slide 42 Slide 43 Slide 44 Slide 45 Slide 46 Slide 47 Slide 48 Slide 49
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