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DISFAGIA - Semio MO II 1. Deglutição O que é? - Passagem segura e eficiente da comida, da boca até o estômago. Ela é dividida em 4 fases, sendo um jogo pressórico com válvulas que permitem a passagem do alimento. As fases são a antecipatória, preparatória-oral, faríngea e esofágica. * Deglutição saudável não promove dor, desconforto, estase, aspiração ou penetração, dificuldades e lentidão. 1.1 Fase Antecipatória - Consciente e voluntária Fase antes da comida ser captada/antes do alimento chegar à boca. Envolve principalmente os órgãos do sentido e as decisões que tomamos até inserimos o alimento na boca - sentir o cheiro da comida, cozinhar um prato típico para a família, olhar uma comida com aspecto muito bonito. Exemplo: barulho de pipoca estourando, ou o cheiro da cebola caramelizando na panela. Nervos envolvidos - Olfatório (l) e Óptico (II) 1.2 Fase Preparatória-oral - Consciente e voluntária São 2 sub-fases. 1.2.1 A fase preparatória - Envolve a captação do alimento, a formação do bolo através da redução parcial do alimento pela mastigação em suas 3 etapas (incisão, trituração e pulverização) e a mistura desse alimento à saliva. Além disso, também ocorre a centralização do bolo após a sua formação. * Destaca-se aqui a necessidade do selamento labial e a contração dos musculatura perioral para impedir que esse alimento saia pela cavidade oral. Além disso, a ação dos músculos mastigatórios e os dentes durante a mastigação, e a língua que lateraliza esse alimento ajuda na centralização do bolo alimentar. * Nessa fase o palato mole ainda está rebaixado, para impedir que o alimento não chegue a faringe antes da hora, dessa forma, a respiração nasal ainda é mantida. Nervos envolvidos: Trigêmeo (V) - Motor e sensitivo ⅔ anteriores da SG da língua; Controle motor dos Músculos da mastigação; SG mucosa do assoalho da boca, M. PM e PD, ATM, M da nasofaringe e das bochechas, dentes, e pele dos lábios e mandíbulas - Ou seja, se a alteração desse nervo há a possibilidade do comprometimento da SG do terço anterior da língua. mastigação, SG cavidade oral - Disfagias orais ou orofaríngeas. Nervo Facial (VII) ⅔ anteriores paladar da língua Músculos da mímica facial Ou seja, se a alteração desse nervo há a possibilidade do comprometimento do paladar do terço anterior da língua e da musculatura periorbicular - Disfagias orais ou orofaríngeas Nervo glossofaríngeo - (IX) ⅔ posteriores língua SG e paladar Nervo hipoglosso - (XII) Musculatura da língua - Disfagias faríngeas, orais e orofaríngeas 1.2.2 Fase oral - Fase em que o bolo alimentar já está formado e centralizado. Essa é a fase que objetiva-se ejetar o alimento para a faringe, criando um jogo pressórico descendente. Para isso precisamos criar uma pressão para injetar esse alimento. Isso é feito através de 3 válvulas: Vanterior - músculo orbicular da boca. Ele é tensionado para promover selamento labial e impedir o escape anterior do alimento, criando pressão para conter o alimento na CO. Vlateral - músculo bucinador. Ele é tensionado para impedir que o bolo recaia sobre o vestíbulo oral, criando pressão para conter o alimento sob a língua. Vposterior - Palato mole - sobe impedindo que esse alimento chegue à CN. Assim é criada uma pressão para injetar esse alimento para trás. Além disso, o bolo alimentar é acomodado em um local estratégico, em que o ápice da língua toca a papila incisiva, formando uma espécie de concha entre a língua e o palato duro. * A língua, portanto, exerce vários papéis importantes nestas duas fases. Levar o alimento para ser mastigado, juntar este alimento, conter o bolo formado, acomodar este bolo e propulsiona-lo para trás. Nervos envolvidos: Nervo Facial - (VII) Músculo da mímica facial e periorbicular Nervo Glossofaríngeo - (IX) ⅓ posterior SG e paladar língua. Nervo hipoglosso - (XII) Musculatura da língua - Disfagias faríngeas, orais e orofaríngeas. 1.3 Fase faríngea - Consciente e involuntária - Fase em que há o desencadeamento do reflexo da deglutição, onde realmente ‘’engolimos’’. Onde há um jogo pressórico ascendente Assim que o alimento toca em algum ponto da faringe inicia-se o disparo da deglutição que ocorre em 5 eventos: 1 - Fechamento velofaríngeo impedindo que esse alimento chegue a CN. 2 - Fechamento CO feito pela língua que promove força geradora para pressão. 3 - Constrição parede faríngea promovendo ondas peristálticas que empurram o bolo 4 - Fechamento da laringe, que se dá por meio: . Acúmulo de pressão infraglótica → fechamento PPVV → Verticalização das AA em direção a base da epiglote → Anteriorização e elevação da laringe → abaixamento da epiglote e fechamento da VA. 5 - Abertura do EES (M. cricofaríngeo) para a passagem do alimento para o esôfago Nervos envolvidos: Nervo trigêmeo (V) Controle músculo tensor do véu palatino + Músculos milo hióideo e VA digástrico (elevam laringe) + SG palato mole e palato duro Nervo facial (VII) Músculo estilohióideo + VP do digástrico Nervo Glossofaríngeo (IX) VA do digástrico + SG mucosa da orofaringe, arco das fauces + Músculo estilofaríngeo ( Constritor da parede faríngea) + ⅓ Posterior SG de língua + SG visceral da faringe Nervo vago (X) CM dos Músculo elevador do véu palatino, da úvula, palatogrosso + SG e CM dos Músculos intrínsecos da laringe + CM E SG dos constritores da parede faríngea e do Músculo cricofaríngeo (ESS) + SG esfíncter gastroesofágico * Ramo interno do nervo laríngeo superior: mucosa da laringofaringe, da epiglote, da laringe acima das pregas vocais, dos receptores localizados na laringe, das pregas ariepiglóticas e da parte posterior da língua e Ramo recorrente laríngeo: mucosa da laringe abaixo das pregas vocais, do constritor inferior e do esôfago Nervo Acessório (XI) CM M. elevador de véu palatino, da úvula e palatogrosso Nervo Hipoglosso (XII) CM músculos da língua 1.4 Fase esofágica - Inconsciente e involuntária - Fase de condução do bolo alimentar do esôfago até o estômago, após abertura do EES. EES fecha - onda peristáltica esofágica para empurrar esse bolo para o estômago EGastroesofágico abre e alimento chega ao estômago. Também é nessa fase que palato mole e língua voltam a posição de repouso, e a laringe reabre e desce. * O fechamento do EES é o que impede o refluxo gastroesofágico. Nervos envolvidos Nervo vago (X) SG e motora: EES - nervo laríngeo superior - Nervo vago X EGE - nervo laríngeo recorrente - Nervo vago X Esôfago - Ramos torácicos - Nervo vago X 2. Disfagia O que é? - Qualquer alteração biomecânica da deglutição. Pode envolver ou levar à: estases, dor, aspiração ou penetração, necessidade por via alternativa, desnutrição ou desidratação, custos, aumento do tempo de internação e à morte. 2.1 Causas Alterações neurológicas (AVC, tumores cerebrais, TCE, Doença de Parkinson e Esclerose Lateral Amiotrófica e paralisias ou ressecções de nervos cranianos) ou Alterações anatômicas nas estruturas que transportam o alimento da boca ao esôfago (CCP, malformações congênitas e inflamações). 2.2 Classificação das disfagias Podem ser classificadas diantes a causa (Classificação do tópico acima) ou segundo as alterações nas fases da deglutição: Disfagia oral - Ocorre quando há comprometimentos, essencialmente, dos eventos das fases preparatório-oral e oral. Pode estar presente nos casos de apraxia oral, paralisia unilateral de língua ou mesmo em indivíduos com próteses dentárias mal adaptadas. Disfagia Faríngea - Ocorre quando há comprometimentos, essencialmente, dos eventos da fase faríngea, como nos casos de paralisia faríngea e/ou laríngea, ou laringectomias parciais. Disfagia orofaríngea - Sabendo-se da estreita relação entre os eventos das fases oral e faríngea, na maioria dos casos observa-se alterações em ambas as fases. Ocorre, com frequência, nos casos de ressecções das estruturas da boca, especialmente nas glossectomias, nas laringectomias parciais horizontais com extensão da cirurgia para a base da língua, nas doenças neurológicas como doença deParkinson, paralisia cerebral, entre outras. * Orofaringe: Base de língua, tonsilas palatinas e palato mole. 2.3 Penetração x Aspiração Penetração - Alimento/líquido chega até PV Aspirar - Alimento/líquido passa de prega vocal * Toda aspiração antecede a uma penetração. Mas nem toda penetração sucede uma aspiração. 2.4 Estases O que são? - Resíduos de alimentos após a primeira deglutição. Podem se acumular em diferentes locais dependendo do tipo de disfagia podem se acumular em locais diferentes. Estases Disfagia Oral - CO (bochechas, língua, palato duro) Estases Disfagias faríngeas - valéculas, receios piriformes, faringe, se penetrar - CV e Se aspirar - Estruturas abaixo de prega vocal. Estases de Disfagias orofaríngeas - Estases nas estruturas orais e faríngeas. - Podem ser classificadas em graus: Discreto, moderado ou grave. 2.5 Disfagias promovidas por tratamento de CCP * Podem acontecer antes do tratamento também - pelo uso da terapia neoadjuvante - Principalmente por radioterapia ou por Radioterapia + Quimio - Cirurgias em casos de CO e Orofaringe: Laringectomia parcial ou total = maior chance de estase: base de língua * Base de língua: medidor de eficiência para deglutição - tônus de base de língua 2.6 Atuação da fono - Em casos de cirurgias de CCP ou de tratamentos quimioterápicos: Antes, durante e após. Em outros casos também atuamos na prevenção e no tratamento (durante). 2.6.1 Cirurgias CCP ou uso de tratamentos quimioterápicos Como se dá a atuação do fono? - Antes dos 6 meses - Prevenção, diagnóstico precoce e intervenção. - Durante (Até 6 meses) - Intervenção em caso de Radioterapia , adaptação de consistências, radio + Quimio tardia. - Após 6 a 12 meses do Tratamento - Disfagia crônica, recente - pós operatório, tardia. 2.7 Orientações pré e pós-operatório - Explicar para o paciente o que ele deve saber, o que sabe (revisar) e que saberá (promoção + informação). - Dúvidas, opções de reabilitação, correção de interpretação equivocada. - Pós → Restabelecimento de contato (beira leito e ambulatório) e emocional com ansiedade. - Pós imediata: Proibir alimentação, mas com deglutição de saliva e diminuir até eliminar a frequência de aspirações e auxiliar na troca de cânula plástica em laringectomizados. * Estase Traqueo Térmica → Estase da temperatura - água com gelo 3. Avaliação clínica da disfagia 3.1 Objetivos - Identificar a anatomofisiologia alterada que promove o problema → Diagnóstico dado pelo Fgo. * Qual a fase da deglutição alterada? Qual mecanismo foi alterado? - Avaliar componentes motores e sensitivos - Identificar presença de alteração → gravidade → qual alteração leva à disfagia? → consequências da disfagia - Avaliar estruturas da Cavidade Oral, Orofaringe e Esôfago. - Identificar a fundamentação para plano de reabilitação. - Avaliar estases, penetração ou aspiração (atenção para segurança do paciente) - Avaliar eficiência da deglutição, mínima ocorrência de estase e dor, segurança relacionada a penetração e aspiração *Perguntas: Deglutição é funcional? Há disfagia? Grau, Aspiração e Penetração, Escalas? Estado clínico do paciente (queixas e os 3 parâmetros) ? Estado nutricional (desidratação ou desnutrição)? Complicações pulmonares? * Uso dos protocolos: NDPCS, ROGARD, VS, MASA, PVST * Integrar tudo isso a história clínica. * Critérios: cognição, condição respiratória, saturação de O2 (respaldar conduta clínica) 3.2 Observação Clínica - Postura, simetria, traqueostomia e secreção; Necessidade de uma avaliação precoce pelo Fonoaudiólogo; Nutrição, necessária atenção para desnutrição e desidratação; Atenção para perda de peso; Financeiro, limitar gastos com saúde. *1° passo no processo de decisão em paciente com risco de disfagia - Identificação do risco de aspiração em sinais clínicos como engasgo e tosse. Observação de 3 parâmetros: - Oxímetro de Pulso - verifica o luxo de O2 no sangue e caso houver, desestabilização clínica. Acima de 92 está normal. *Não diz se paciente aspira ou não; Normal ter quedas de saturação nas diferentes consistências. - Ausculta Cervical O que é? - É um método que consiste em ouvir os sons da deglutição para avaliar principalmente a competência da fase faríngea e sua interação com a respiração mediante o uso de um instrumento de amplificação. Verifica penetração e aspiração em pacientes não responsivo ou sem sinais clínicos. Análise dos 10s antes e após a deglutição. *Importante para tomada de decisão. Sinais clínicos de penetração e aspiração: tosse, engasgo, dispneia e pigarro; voz molhada. - Ausculta Torácica O que é? - É um método que consiste em ouvir os sons produzidos pela voz e ouvidos na parede torácica por ressonância vocal * Verifica ruído no pulmão. Aspiração. 3.3 Avaliação objetiva 3.3.1 Videofluoroscopia O que é? - É um exame radiológico contrastado, seguro e não invasivo que permite adequada avaliação da dinâmica da deglutição e das suas disfunções desde a boca até o estômago, isto é, em todas as suas fases (oral, faríngea e esofágica) utilizando alimentos em diferentes consistências e quantidades, e em diferentes visões. O que mostra? - A videofluoroscopia é um exame de imagem que permite visualizar em tempo real o processo de deglutição de alimentos e líquidos. Dessa forma, ele pode mostrar: A coordenação dos músculos envolvidos na deglutição; A capacidade do paciente em engolir diferentes tipos de alimentos e líquidos; Possíveis obstruções na passagem do alimento pelo esôfago; A presença de refluxo gastroesofágico; A presença de resíduos alimentares ou líquidos na laringe, que podem indicar problemas de aspiração ou penetração. Como é feito? - O paciente permanecerá em posição sentada e confortável, em cadeira apropriada para o exame e será orientado a comer alimentos variados nas consistências líquida, líquido-pastosa, pastosa e sólida que serão misturados com contraste (Bário). O exame será visto em um monitor e as imagens das fases oral, faríngea e esofágica da deglutição serão gravadas em tempo real para posterior análise. Os Resultados avaliados posteriormente, gravado ao vivo em 30 Indicações? - Indicado para: Pacientes neurológicos, com distúrbios musculares, traqueostomizados, submetidos a cirurgias de cabeça e pescoço e com distúrbios do trato digestivo. - Não indicado para pacientes com aspiração maciça, em coma, sonolentos, com rebaixamento do nível de consciência, com distúrbios de movimentos cognitivos e gestantes. Quem faz? - Otorrino acompanhado do fono. 3.3.2 Videoendoscopia O que é ? - Exame para visualização apenas da fase faríngea. O que mostra? - Fase faríngea com informações sobre: anatomofisiologia da faringe e laringe; sensibilidade faringo-laríngea; detecção de penetração laríngea e aspiração laringo-traqueal. Como é feito - Otorrino introduz o endoscópico através do nariz do paciente. Esse instrumento possui uma micro câmera que possibilita a visualização da laringe, faringe e entrada do esôfago. A videoendoscopia é realizada simultaneamente ao consumo de variados alimentos. Indicações? Paciente em respiradores artificiais ou que exigem monitoramento cardíaco que são difíceis ou impossíveis de se transportar; pós cirúrgicos de procedimento cervicais, torácicos e intracranianos; Pacientes com disfonia; Pacientes em que há suspeita de aspiração de secreções orofaríngeas e nos que foram intubados recentemente. Quem faz? - Otorrino acompanhado do fono. 3.4 Estratégias - Uso de espessantes alimentares → substâncias que engrossam a comida. *A base de Goma Xantana ou Amido de milho = menos estases. Alimentos espessantes → amido, trigo, farinha de milho = mais estases, porém, mais baratos. 3.4.1. IDDSI - Utilizado para padronizar consistências do mundo todo. - Percepção de viscosidade através da velocidade(tempo) em que o líquido cai da seringa; Em quantos segundos fica até 1ml? Antes de 10s - nível 0 IDDSI. ex.: 4 a 8 - nível 2; acima de 8 - nível 3 *Consistências: néctar, mel e pudim. Adiçãode espessantes. Diferenciadas pela medida da colher. *No copo de 100ml ou 200ml. Instruções no rótulo do espessante. 4. Câncer de cabeça e pescoço 4.1 O que é? - Neoplasia maligna que acomete estruturas e órgãos da cabeça e pescoço: laringe, mandíbula, boca, palato, língua, glândulas. Nome correto = carcinoma espinocelular. * O tipo de câncer depende do local onde ocorre: CARCINOMA: células epiteliais (pele e mucosa) - Muito comum em Cavidade Oral e Laringe. SARCOMA: tecido conjuntivo (osso, músculo e cartilagem). LEUCEMIA: inicia no tecido produtor de sangue (medula óssea). LINFOMA E MIELOMA: células do tecido imunológico. - Dependem da velocidade de multiplicação celular e capacidade de metástase. E requerem um tratamento diferente de acordo com o tipo, a condição e o momento da patologia. 4.2 Etiologia - Multifatorial: Genético e devido a fatores externos (estilo de vida, ex: destilados, cervejas, vinho, sobrepeso, alimentos ricos em gordura, Papilomavírus (HPV tipo 16). *Álcool + Fumo= aumentam em até 15x mais, a chance de ter CCP. Isolado= 3x. 4.3 Prognóstico - Depende do timor de tumor, extensão do tumor e localização do tumor. O estadiamento - que é o grau de extensão da doença, é o parâmetro principal para avaliação do prognóstico. Ele define uma classificação de 0 - IV o grau de extensão da doença. 0 - Câncer in situ (não invasivo); I - Invasão local inicial → sem metástase; II - Tumor local limitado e/ou metástases regionais mínimas; III - Tumor local extenso e/ou metástases regionais extensas; IV - Tumores localmente extensos ou qualquer situação com metástase à distância, independe da extensão do tumor. *Primeiro se faz radioquimioterapia para regressão da metástase. Descoberto em estágio avançado= menor chance de TTO e prognóstico bom 4.4 Tratamento - Quimioterapia, Radioterapia ou cirurgia. Também pode haver a combinação de ambos. Depende do local da ação, caso seja locorregional, no caso de tumores primários ou linfonodos regionais - Cirurgia ou radioterapia. Já no caso de metástase, em que há necessidade de um tratamento sistêmico - quimioterapia. - A intenção do tratamento definirá o tempo de sobrevida e função. Podemos dividir o tipo de tratamento em curativo (caso de tumores primários ou em que o estadiamento não está avançado) ou cuidado paliativo ( Casos de estadiamento avançado em que o tratamento é para melhoria da qualidade de vida do paciente) * Pode ocorrer recidiva/ tumor residual local/regional → metástase à distância do tumor primário. - Pode haver sequelas do tratamento. 4.5 Sequelas e reabilitação - Depende do local/extensão do tumor; Perfil biológico/ histologia/ biópsia; Estadiamento; Condição clínica (tto ou cuidado paliativo). - Sequelas podem ser/afetar: Funcionais, físicas e emocionais ou Fonoaudiológicas (ARTICULAÇÃO - VOZ - DEGLUTIÇÃO) 4.6 Tipos de Cirurgias - Ressecção de Lábios: maior ressecção x maior impacto funcional; enxertos serve para estética e função; sensibilidade x mobilidade x articulação x deglutição serão alterados. - Mandibulectomia: Marginal: comprometimentos menores. Segmentar: déficits maiores, necessidade de reconstrução, placas de titânio e microcirurgias. - Pelveglossomandibulectomia: Alteração da articulação (vogais e consoantes), imprecisões e inteligibilidade afetada; Voz pastosa e respiração nasal; Deglutição → maior trânsito oral do alimento, alteração da ejeção, perda prematura de alimento, estase, trismo, (redução de abertura de boca) e aspiração (antes, durante e após). - Palatectomia: Parcial ou total; Palato duro/mole ou duro + mole; Diminuição do fluxo aéreo; Refluxo nasal. - Glossectomia: Parcial, subtotal ou total. Total: necessita de prótese rebaixadora de palato. Alteração da ejeção e aumento do trânsito oral. - Laringectomia: Parcial vertical → maior sequela na voz e risco de aspiração (laringotraqueal). Parcial horizontal → maior sequela na deglutição → Disfagia 100% alteração da deglutição mas com comprometimento da voz. Total → maior sequela na voz, a deglutição é funcional mas pode causar fístulas e estenose de esôfago. 4.7 Radioterapia - Liberação de raios ionizantes para controle de tumor. Esses raios são liberados de maneira local com objetivo de preservação dos tecidos vizinhos, em que quanto maior o tumor maior a dose * Quimioterapia + Radioterapia *Neoadjuvante = quimio ou radio antes da cirurgia. Adjuvante = quimio ou radio pós cirurgia. 4.7.1 Sequelas - xerostomia, edema/dor, fibrose, disgeusia (alt.paladar), menor sensibilidade e mobilidade, trismo, catarata(cristalino), mucosa (mucosite), cárie de radiação e osteorradionectomia-mandíbula. - Alterações vocais - incompetência glótica → Disfagia