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( Alterações dentárias ) Alterações ambientais dos dentes Alterações externas, em que o ambiente contribui para que o dente não erupcione e não se forme perfeitamente. 1. Defeitos dentários de desenvolvimento Grupo de defeitos: Hipoplasia (diminuição no número/ quantidade de células) – fossetas, ranhuras ou largas áreas com ausência de esmalte; Opacidades difusas – variações de translucidez, manutenção da espessura, opacificação sem delimitação; Opacidades demarcadas – áreas de menor translucidez com limite demarcado. Colorações brancas, castanhas, amarelas ou marrons. · Hipoplasia de Turner Uma vez que ocorre infecção/inflamação no dente decíduo e o sucessor permanente está em formação, a lesão pode envolver o tecido periapical. Assim, a camada ameloblástica da dentição permanente é alterada, o que resulta em uma coroa dentária hipoplásica. Grau: estágio desenvolvimento, permanência da infecção, virulência. Características clínicas: coloração branco ou marrom-amarelado com ou sem hipoplasia. Outras observações: desorganização muito grande do germe; parada de formação da raiz. Frequência: pré-molares (cárie); incisivos (trauma). · Hipoplasia por uso de antineoplásicos Variações: idade; forma de terapia; campo de radiação. Impacto da radioterapia: dentição (hipodontia, microdontia, hipoplasia radicular, hipoplasia de esmalte); ossos gnáticos (hipoplasia mandibular). Impacto da quimioterapia: pigmentações; hipoplasia de esmalte; hipoplasia radicular. · Fluorose dental: Defeitos na estrutura do esmalte por incorporação excessiva de flúor. A fluoretação de água de abastecimento diminuiu a incidência de cárie na população cerca de 50 a 70%. Patogenia: retenção de proteínas na estrutura -> hipomaturação -> porosidade. Se o dente já erupcionou, a chance de ocorrer fluorose é 0. Características clínicas: linhas brancas cruzando a superfície; áreas brancas irregulares; manchas marrons e hipoplasia; bilateral (formam-se no mesmo tempo). · Hipoplasia sifílica congênita Características clínicas: incisivos de Hutchinson (coroas em forma de chave de fenda com borda reta, borda incisal constrita e terço médio circunferência maior); molares em amora (mesas oclusais constritas, anatomia superficial desorganizada). 2. Perda da estrutura dentária após o desenvolvimento O desgaste dentário pode ser fisiológico e patológico (disfunções, estéticos, sensibilidade). · Atrição Perda da estrutura por contato antagonista (dente contrário). Causas: defeitos (bruxismo); contatos prematuros; abrasivos intraorais; hábitos. Características clínicas: facetas grandes, planas, lisas e brilhantes. Condições raras: sensibilidade; exposição pulpar. Tratamento: reconhecer a causa; monitorar; confeccionar e instalar placa de mordida. Imediato: tratar sensibilidade. · Abrasão Perda da estrutura dental ou restaurações por agente externo. Etiologia: hábitos deletérios de higiene (creme dental abrasivo, cerdas dura, técnica incorreta); hábitos parafuncionais. Tratamento: depende da causa. · Erosão Perda da estrutura por processo químico somado à interação bacteriana. Etiologia: ácidos, agentes quelantes. Fontes: alimentos, medicamentos, piscinas, regurgitações (vômito) e dejetos industriais. Características clínicas: superfícies vestibulares, depressões em forma de colher rasa. Se ativa: superfície limpa e sem manchas. Se inativa: manchadas e pigmentadas. Tratamento: depende da causa. · Abfração Distribuição anormal de força mastigatória. Características clínicas: superfícies vestibulares; dentes anteriores; depressões em forma de colher rasa. · Reabsorção interna Realizada por odontoclastos localizados na polpa. Etiologia: injúria a tecidos pulpares (trauma/cárie). I. Reabsorção inflamatória Polpa coronária necrótica. Dente rosa de Mummery II. Reabsorção metaplásica Reabsorção de dentina e deposição de osso ou de cemento; canal parcialmente obliterado. · reabsorção externa Etiologia: cistos; trauma; forças mecânica; forças oclusais; enxerto de fenda alveolar; desequilíbrio hormonal; clareamento de dentes despolpados; herpes Zoster; doença de Paget; tratamento periodontal; inflamação periradicular; pressão por dentes impactados; reimplante; tumores. Possui aspecto de “comida de traça”. Tratamento: remover todo o tecido mole local. 3. Pigmentação ambiental dos dentes · pigmentações extrínsecas Manchas bacterianas: bactérias cromogênicas (cinza, marrom-escuro, laranja); a frequência é maior em crianças; sulfato férrico. Manchas por tabaco, chá ou café: fumantes (substância alcatrão/ superfície lingual inferiores); bebida (superfície lingual inferiores anteriores; manchas espalhadas e menos intensas). OBS.: o café só pigmenta o dente caso não ocorra a escovação correta, diferentemente do tabaco. Manchas por materiais restauradores: amplas restaurações de amálgama. Manchas por medicamento: cobre ou níquel (verde); Cádmo (marrom dourado); sulfitos, nitratos de prata e manganês (cinza ao amarelo, marrom ao negro). A pigmentação está associada à presença de bactérias derivadas da má higiene oral. Tratamento: polimento; peróxido de bicarbonato a 3% + pedras pomes; jato profilático. · pigmentações intrísecas Trauma: descoloração cinza (morte pulpar); descoloração rosa e amarela (polpa viva). Tratamento: coroas totais; clareadores externos e internos; restaurações adesivas; coroas laminadas. 4. Distúrbios localizados na erupção Inclusão: o dente está dentro do osso e ainda não erupcionou, nada o atrapalha. · impactação dental O dente quer erupcionar, mas há algo que impede. Dentes decíduos impactados: raro; segundo molar. Dentes permanentes impactados: comum; terceiro molar e caninos superiores. Etiologia: cirurgia reparadora; cistos e tumores; traumas; apinhamento; desenvolvimento ósseo insuficiente; espessamento ósseo; disfunções e síndromes. Características clínicas e radiográficas: parcialmente erupcionados; totalmente encaixados. Classificação quanto à angulação: mesioangular; distoangular; vertical; horizontal; invertida. Tratamento: remoção cirúrgica; erupção ortodôntica. OBS: terceiro molar impactado pode resultar em cistos e tumores. · Anquilose Interrupção da erupção após a aparição dentária decorrente de fusão anatômica do cemento ou da dentina ao osso alveolar. Etiologia: trauma; metabolismo local; irritação química ou térmica; falha local de crescimento ósseo; pressão anormal da língua. Características clínicas: infra-oclusão; som denso e preciso à percussão. Alterações de desenvolvimento dos dentes Alterações genéticas/ internas que resultam na formação patológica do dente. 1. Número dos dentes · Anodontia: ausência total dos dentes. · Hipodontia: diminuição pequena (até 6) da quantidade de dentes. · Oligodontia: ausência de muitos dentes. OBS.: Na dentição decídua, é comum a ausência dos incisivos inferiores, e na dentição permanente, 3° molar, 2° pré-molar e o incisivo lateral. Tratamento: única ausência – não requer tratamento; múltiplos – próteses implantes; decíduos – mantenedores de espaço. · Hiperdontia – supranumerários; unitário (permanentes e entre os incisivos e molares); múltiplos (mandíbula, pré-molares e molares). · Transposição dental: nasce e vai para outro local; canino e pré-molares. · dentes natais: a criança já nasce com o dente; 85% incisivos inferiores, 11% incisivos superiores, 4% dentes posteriores. Tratamento: extrações; dentes natais – extração se houver mobilidade. 2. Tamanho dos dentes · Microdontia: dente menor do que o normal (conóide). Tratamento: decíduos – não requerem tratamento; conóides – tratamento estético. · Macrodontia: dentes maiores do que o normal. 3. Forma dos dentes · Dentes duplos Dois dentes que possuem união pela dentina ou polpa. Etiologia: fusão de dois germes dentários; divisão parcial de um germe dentário em dois. Geminação: um único dente aumentado ou unido com contagem total normal, e o dente é considerado como um. Fusão: aumento de um único dente ou dente unido no qual a contagem revela a falta de um dente. Concrescência: união de doisdentes pelo cemento sem a confluência da dentina. · Cúspides acessórias: ( Dente evaginado ) ( Cúspides em garra )Tratamento: cúspide de Carabellli – se possuir sulcos profundos, selantes; cúspide em garra e dente evaginado – se houver interferência oclusal. · Dens in dente (dente invaginado) Profunda invaginação da superície da coroa ou da raiz limitada pelo esmalte. Tratamento: restaurador; endodôntico. · Esmalte ectópico · Taurodontia Aumento do corpo e câmara pulpar de um dente multirradicular, com deslocamento apical do assoalho pulpar e bifurcação das raízes. · Hipercementose Deposição não neoplásica de cemento excessivo, contínuo com o cemento radicular normal. Fatores locais associados: dente não antagonista (impactado, incluso); inflamação adjacente; trauma oclusal anormal. Fatores sistêmicos associados: acromegalia e gigantismo hipolisório; artrite; bócio da tireoide; calcinose; deficiência de vitamina A (possivelmente); doença óssea de Paget; febre reumática. · Dilaceração Angulação anormal ou curvatura da raiz; acomete com maior frequência os incisivos superiores. Etiologia: trauma; cistos ou tumores adjacentes. OBS.: um dente é classificado como HÍGIDO ao estar 100% saudável. Tratamento: cirúrgico – em decíduos (se atrapalha a erupção do permanente); ortodôndico. Deve-se haver cuidados em cirurgia, endodontia e prótese. · Raízes supranumerárias (a mais) 4. Quanto às estruturas · Amelogênese imperfeita Defeitos hereditários da formação do esmalte. Hipoplásica: deposição inadequada da matriz do esmalte; matriz presente é apropriadamente mineralizada. Características clínicas: depressões pequenas (cabeça de alfinete); pode ocorrer pigmentação nas depressões; esmalte normal entre as depressões; branco-opaco ao marrom-translúcido. Hipocalcificada: Deposição adequada da matriz do esmalte; não há mineralização significativa. Características clínicas: dentes estão formados na erupção; esmalte é muito mole e facilmente perdido; marrom-amarelado ou alaranjado. Tratamento: desgaste do esmalte e elaboração de coroa. Hipomaturada: deposição adequada da matriz do esmalte; defeito na maturação da estrutura cristal do esmalte. Características clínicas: forma do dente normal; pigmentação opaca branco-marrom-amarelada. Tratamento: resina/lente de contato. Hipomaturada-hipoplásica: defeito na deposição e na maturação do esmalte. Características histopatológicas: preparos por descalcificação; preparos por desgaste. Implicações clínicas: estética; sensibilidade; dimensão vertical. Tratamento e prognóstico: cobertura completa – esmalte delgado ou altamente defeituoso; sobredentadura – sem comprimento coronário; coroa total ou coroa adesiva – menos perda dentária. · dentinogênese imperfeita Distúrbio de desenvolvimento hereditário da dentina, que afeta tanto a dentição decídua quanto a permanente. Características clínicas: similar clínica – radiográfica e histopatologicamente; pigmentação azul a marrom; transparência distinta; esmalte separa facilmente da dentina; dentina exposta, desgaste acelerado. Características radiográficas: coroas bulbosas; constrição cervical; raízes delgadas; obliteração precoce dos canais radiculares; obliteração precoce das câmaras pulpares. Características histopatológicas: dentina remanescente anormal; túbulos pequenos e deformados; matriz de dentina granular atípica; calcificações interglobulares. Tratamento e prognóstico: vai depender do quando clínico. Coroas totais – fratura cervical; coroas e raízes próximos do normal – coroa total; cimento de ionômero de vidro – libera flúor. · Displasia dentinária tipo I · Displasia dentinária tpo II · Odontodisplasia regional Tipos Isolada: -Não rara -ILS (conóides) Difusa: -Rara -Síndrome de Down -Nanismo hipofisário