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UNIVERSIDADE VEIGA DE ALMEIDA CURSO DE GRADUAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO DE EMPRESAS FRANCIELE GUIMARÃES DA SILVA ALVES TRABALHO DA DISCIPLINA ANÁLISE ECONÔMICA DE MERCADO AVA 2 RIO DE JANEIRO – RJ 2022 FRANCIELE GUIMARÃES DA SILVA ALVES TRABALHO DA DISCIPLINA ANÁLISE ECONÔMICA DE MERCADO AVA 2 Trabalho da disciplina Análise Econômica de Mercado apresentado como exigência à obtenção de nota da Avaliação 2 do grau de Bacharel em Administração de Empresas, à Universidade Veiga de Almeida. Orientadora: Claudia do Nascimento Martins RIO DE JANEIRO – RJ 2022 https://uva.instructure.com/courses/28152/users/51200 Crise econômica: O que podemos aprender sobre 1929 e 2008 Uma crise econômica é, basicamente, um desequilíbrio entre produção e consumo, quase sempre localizado em setores isolados da economia. Queda brusca na produção, falência de empresas, desemprego em massa, redução de salários e lucros, são as principais consequências de uma crise. É indiscutível que crises trazem momentos de dificuldade, seja ela qual for - financeira, emocional, conjugal, econômica, etc. -, mas ao mesmo tempo nos traz momentos únicos, como aprender a ser forte, resistente e persistente. Hoje passamos pela pandemia de Covid-19 e vivemos uma crise humanitária e sanitária, uma crise que afetou diretamente a economia mundial, deslocando o comércio e as cadeias de produção, reduzindo os investimentos e dificultando sua retomada, por isso é importante termos conhecimento sobre crises de outros momentos da nossa história, para evitarmos o desespero em relação à nossa atual situação. Crise de 1929 Ao estudar o período entre grandes guerras, um dos temas mais importantes foi a Grande Depressão nos Estados Unidos, cujo símbolo maior foi a quebra da Bolsa de Nova York em 1929, episódio conhecido como a “Crise de 1929”. Crise essa que afetou o mundo inteiro, deixando milhões de desempregados e sem esperança. Após a Primeira Guerra Mundial (1914-1918), a economia dos EUA tornou-se a economia mais importante do mundo e estava em um estágio de desenvolvimento abrangente. A indústria americana produziu e exportou muito, principalmente para países europeus em processo de recuperação pós-guerra. Assim, ao mesmo tempo em que alcançam uma produção econômica muito grande, também estimularam incentivos de crédito para esses compradores, bem como aumentos salariais de seus funcionários. A situação começou a mudar no final da década de 1920, reconstruídas, as nações europeias diminuíram drasticamente a importação de produtos industrializados e agrícolas dos Estados Unidos. Com a diminuição das exportações para a Europa, as indústrias norte-americanas começaram a aumentar os estoques de produtos, pois já não conseguiam mais vender como antes. Grande parte destas empresas possuíam ações na Bolsa de Valores de Nova York e milhões de norte-americanos tinham investimentos nestas ações. Em outubro de 1929, percebendo a desvalorização das ações de muitas empresas, houve uma correria de investidores que pretendiam vender suas ações. O efeito foi devastador, pois as ações se desvalorizaram fortemente em poucos dias. Pessoas muito ricas passaram para a classe pobre, da noite para o dia. O número de falências de empresas foi enorme e o desemprego atingiu quase 30% dos trabalhadores. A crise foi a maior de toda a história dos Estados Unidos, como nesta época, diversos países do mundo mantinham relações comerciais com os EUA, a crise acabou se espalhando por quase todos os continentes, inclusive para o Brasil. Crise de 2008 A crise de 2008 ocorreu quando a taxa básica de juros caiu drasticamente devido à política monetária expansionista decretada pelo banco central dos Estados Unidos, que aumentou a quantidade de empréstimos emitidos pelos bancos e causou uma bolha no mercado imobiliário. A crise também pode ser explicada pelo colapso do sistema imobiliário, que incentivou as famílias a hipotecar seus imóveis, visando financiar parcelas e outras dívidas e manter altos níveis de consumo nos Estados Unidos. As instituições financeiras começaram a oferecer os chamados "créditos subprimes" a pessoas que não possuíam garantias reais de pagamento. A criação desses créditos aumentou o risco sistêmico americano porque as hipotecas eram emitidas com base no valor do imóvel e não na capacidade de liquidez dos devedores. A disseminação de créditos provocou uma alta nos preços dos imóveis, e a demanda por residências cresceu e provocou uma elevação nos preços, contribuindo para a satisfação das expectativas das unidades financeiras. E como as expectativas estavam sendo satisfeitas, as unidades financeiras ofereciam cada vez mais crédito, aos já endividados, e eles precisavam contrair mais crédito para saldar suas obrigações. A necessidade de saldar os fluxos negativos fez com que as unidades buscassem se desfazer dos seus ativos, o que reduziu os preços dado o aumento da oferta e queda na demanda. Com a redução dos preços ficou ainda mais difícil obter novos financiamentos, dado que a base de valor financeiro das garantias se reduziu. O que se viu após a eclosão da crise de repercussão mundial, além do grave impacto nas instituições bancárias e financeiras, foi a irradiação das consequências econômicas e sociais que ocorreram nos Estados Unidos, como a redução dos postos de trabalho e um incentivo a flexibilização da jornada de trabalho e remuneração. A crise se alastrou mundo afora e causou impactos sem precedentes em diversos países europeus. Em todo o planeta, mais de 200 milhões de pessoas ficaram desempregadas em menos de três anos de crise, segundo dados da Organização Internacional do Trabalho (OIT), e fez-se necessária uma ação coordenada, para minimizar as consequências econômicas e sociais. O Congresso, aprovou um programa de estímulo fiscal que injetou bilhões na economia, na tentativa de salvar o sistema financeiro norte-americano, onde diversas instituições faliram, como Lehman Brothers e o Bear Stearns, e outras estavam à beira da falência. A estratégias utilizadas pelo então presidente Barack Obama, foi o incentivo a pequenas empresas e o investimento público direto em infraestrutura, educação e energia, que estimularam a criação de empregos melhorando a situação econômica e social daqueles que foram prejudicados. As medidas de estabilização financeira também foram adotadas na Europa, através de programas de resgate dos bancos com dinheiro público. Apesar dos esforços para conter a recessão, a crise do subprime foi o estopim para a crise da dívida europeia que abalou as economias e cujos efeitos continuam sendo observados nos dias atuais. Brasil: Políticas implementadas para a superação das crises de 1929 e 2008 No início do século XX, as principais atividades econômicas do Brasil possuíam mais vínculo com o mercado externo do que com o mercado interno, configurando um território pouco integrado. A crise econômica de 1929, nos Estados Unidos atingiu o Brasil em cheio, o país exportava praticamente apenas um produto, o café, e as boas colheitas já tinham feito com que o preço do produto tivesse uma queda, e como não era um produto de primeira necessidade, vários importadores diminuíram as compras significativamente, enfraquecendo as oligarquias rurais que dominavam o cenário político. Para evitar a desvalorização excessiva, o governo brasileiro comprou e queimou toneladas de café. Dessa forma, as cotações caíram, e se manteve o preço do principal produto brasileiro na época. Por outro lado, esse fato tem um efeito positivo na economia brasileira. Com a crise do café, o governo Vargas (1930-1945) idealizou uma política de investimento no setor industrial e na produção agropecuária, já que esta era a base da economia nacional. Para tanto,o governo adotou medidas para estimular a industrialização e a produção agrícola em benefício da indústria, rompendo a forma de acumulação fixada numa economia exportadora de produtos agrícolas e favorecendo o crescimento interno e de um mercado direcionado para o crescimento industrial. A crise de 2008 levou à desindustrialização e a crise fiscal no Brasil. A regulação do sistema financeiro, ausente na maioria dos países desenvolvidos, salvou inicialmente o Brasil da pior crise financeira global desde a Segunda Guerra Mundial. No entanto, a desindustrialização e os buracos nas contas públicas resultaram na desvalorização do dólar e de medidas equivocadas de gestão da economia. O principal problema foi a introdução de isenções fiscais, enquanto outros países reduzem gastos e buscavam moderação. Para tentar manter a economia aquecida em meio à crise mundial, o governo brasileiro, à época comandado por Luís Inácio Lula da Silva, adotou uma série de medidas como redução de impostos para estimular o consumo, congelamento do preço do petróleo, subsídios de tarifas de energia elétrica e ampliação das desonerações. Embora tenha sido a política monetária correta, a política fiscal é um dos piores legados que este governo nos deixou, devido a uma má interpretação da evolução da economia. As consequências de uma recessão econômica se refletem diretamente no cotidiano da população de um país. Na prática, com a recessão, há uma elevação do número de pedidos de concordata e falência por parte das empresas. Nessa situação, elas acabam reduzindo os salários e benefícios dos funcionários e passam a não contratar pessoas novas, assim, o poder de compra das famílias diminuem e elas passam a consumir menos. Os investimentos em um país com a economia em negativo também sofrem alterações, os investidores, por consequência das crises, se preocupam com o fechamento das contas. Grandes setores do mercado estrangeiro e até nacional acabam ficando em estado de alerta e não tomando nenhuma decisão de investimento até que uma situação se defina dentro do país, portanto, diminui-se os investimentos e uma das causas dessa diminuição são as migrações de multinacionais, que preferem investir em um país com mais estabilidade política e econômica. Apesar dos diferentes estopins que levaram às crises, ambas tiveram como protagonista os Estados Unidos que afetaram a economia mundial. A crise atual causada pela Covid-19, nos lembra como a questão econômica e comercial global necessita de um ajuste fino, impactado por muitos fatores diferentes. Seja uma guerra, uma bolha imobiliária ou uma pandemia, grandes eventos desestabilizadores geram o famoso efeito dominó nos mercados globais. Referências Bibliográficas: SILVA, Daniel Neves. Crise de 1929; Brasil Escola. Disponível em: <https://brasilescola.uol.com.br/historiag/crise29.htm>. Acesso em 22 de junho de 2022. Crise financeira: um colapso que ameaçou o capitalismo. UOL Economia. Publicado em outubro de 2021. Disponível em <https://economia.uol.com.br/noticias/bbc/2021/10/10/crise-financeira-colapso-que- ameacou-o-capitalismo.htm?cmpid=copiaecola>. Acesso em 22 de junho de 2022. FREITAS, Bruno Alexandre. Crise financeira de 2008: você sabe o que aconteceu?. Politize!. Publicado em fevereiro de 2020. Disponível em <https://www.politize.com.br/crise-financeira-de-2008/>. Acesso em 22 de junho de 2022. https://economia.uol.com.br/noticias/bbc/2021/10/10/crise-financeira-colapso-que-ameacou-o-capitalismo.htm?cmpid=copiaecola https://economia.uol.com.br/noticias/bbc/2021/10/10/crise-financeira-colapso-que-ameacou-o-capitalismo.htm?cmpid=copiaecola https://www.politize.com.br/crise-financeira-de-2008/ https://www.politize.com.br/crise-financeira-de-2008/