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Por: Loris Dias / @loriis_dias ❖ O sangue vem da região portal e vai para o centro do lóbulo, passando pela zona 1 - ou região periportal, zona 2 – ou região medizonal, até chegar na zona 3 - ou região centrolobular. Quando ocorre um problema no fígado, por uma esteatose, neoplasia hepática multifocal ou hepatite - a bilirrubina provavelmente será a não conjugada, e a icterícia - hepática. Já quando ocorre obstrução, seja por problema no duodeno ou por origem parasitária – fascíola, a icterícia pode ser a pós hepática, e a provável bilirrubina aumentada será a conjugada. ❖ ESTEATOSE: é o acúmulo dos triglicerídios, que tem que passar pelo fígado para ser metabolizado e formar outros tipos de lipídeos, como os fosfolipídeos. - O fígado recebe os triglicerídeos da alimentação ou metabolização do tecido adiposo. Dentro do hepatócito, ele é quebrado para atuar como fornecedor de energia, reconjugado para virar vários tipos de lipídeos, colesterol... ou seja, utilizado para outras coisas. - Os lipídeos formados a partir dos triglicerídeos, para sair do hepatócito, precisam ser conjugados com uma proteína: a apoproteina, e se torna o VLDL (lipídeo ou lipoproteína de muito baixa densidade, que se deposita muito fácil), e consegue sair pela membrana até a circulação sanguínea, onde pode ser utilizada como fonte energética, mas quando em excesso, se deposita em paredes vasculares. ❖ DE QUE FORMA PODE TER EXCESSO DE TRIGLICERÍDEOS NOS HEPATÓCITOS? A partir uma alimentação rica em gordura, por exemplo. O aumento da entrada de triglicerídeos por ingestão ou metabolização do tecido adiposo, aumenta a entrada de triglicerídeo e pode causar uma sobrecarga, causando acumulação no órgão. ◈ Existem casos em que o fígado não trabalha bem: - Como em uma necrose hepática; - Diabetes melitus – pois a glicose não será fonte de energia (não consegue entrar na célula por causa do receptor insulina); - Em casos de hipotireoidismo – pois diminui o metabolismo, acumula muitos lipídeos, inclusive o colesterol (causando hipergliceridemia). Se quebrar o triglicerídeo, forma ácido graxo, e em épocas de maior demanda energética, como ocorre nas vacas durante o pico de lactação, a demanda energética é maior, por isso, precisam de uma fonte energética mais adequada. ❖ LIPIDOSE HEPÁTICA FELINA: Pode ser multifatorial quando ocorre o aumento da mobilização e captação de ácidos graxos, provocando alterações na formação e liberação do VLDL, diminuindo a oxidação. - E quando primária ou secundária, seus exemplos podem ser da diabetes melitus, pancreatite e neoplasias. ❖ HIPERLIPOPROTEINEMIA IDIOPÁTIA – principalmente em cães da raça Schnauzer: hipertrigliceridemia relacionada ao excesso de partículas de VLDL ou uma combinação de VLDL e quilomicrons, com uma concentração sérica alta de triglicerídeos e uma concentração normal de colesterol ou moderadamente elevada. ❖ TOXEMIA DA PRENHEZ – ocorre principalmente na fase final da gestação, que, por uma demanda uma energia maior, mobiliza tecido adiposo subcutâneo, do omento e aumenta a entrada de triglicerídeos. Nos hepatócitos. - Em necropsia, encontra-se esteatose hepática. - Em algum momento pode haver excesso de ácido graxo, e quando isso ocorre, há a formação de corpos cetônicos – que são tóxicos, e animais com excesso, desenvolvem a síndrome clínica cetose e gera principalmente quadro neurológico. * (Lembrando que, esse processo compreendido pela toxemia da prenhez, se enquadra em casos de degeneração gordurosa, lipidose/esteatose hepática). ACÚMULO DE GLICOGÊNIO ❖ Não se sabe de fato porque o cortisol em excesso aumenta a deposição de glicogênio, mas deduz-se que é por uma alteração enzimática na enzima Glicogênio Sintetase, que aumenta nos casos de hiperadrenocorticismo. - No caso hiperadrenocorticismo endógeno – é provocado por neoplasias de córtex renal (adenoma) ou em estímulo da hipófise (neoplasias de hipófise) pelo ACTH. ❖ AMILOIDOSE: é um termo usado para várias doenças que levam à deposição de proteínas séricas e imunoglobulinas. - Pode ser provocada por uma neoplasia de plasmócito (amiloidose primária), por exemplo, por estimulação antigênica prolongada e em inflamações graves (amiloidose secundária). - A amiloidose hereditária, é incomum, mas está presentes em cães como os da raça Shar pei. - Equinos quando estão acometidos por essa patologia, podem ter sinais clínicos de disfunção ou insuficiência hepática, além da possível ruptura do fígado e exsanguinações (normalmente, os sinais de insuficiência renal aparecem antes de chegar nesse estágio). ❖ DOENÇA DO ARMAZENAMENTO DE COBRE: A intoxicação por cobre é considerada um distúrbio metabólico porque sua lesão é resultado do acúmulo progressivo no fígado. - Quando o cobre está em excesso, pode levar a produção de oxigênio reativo, e isso inicia reações de peroxidação lipídica, afetando a mitocôndria e outras membranas celulares. - O armazenamento pode causar hemólise aguda grave, evidenciando sinais de necrose hepática e hemoglobinúria, onde o rim ficará extremamente enegrecido. - Ovinos são mais propensos a intoxicações por cobre, pois são menos tolerantes. Geralmente, desenvolvem hemólise intravascular aguda, pois ele é liberado na circulação, causando lesão na membrana por causa do estresse oxidativo – resultando em hemólise. O fígado fica quase “preto”. - Em bovino, é raro, mas pode ocorrer em casos de suplementação excessiva ou pastagens contaminadas com adubos ricos em cobre. - Em cães, está associado com mutações gênicas, como para raça Doberman, e geralmente fazem hepatite crônica, e como sinal clínico - insuficiência hepática. ❖ FOTOSSENSIBILIZAÇÃO HEPATÓGENA: Foto é um termo para radiação, ou seja, está associada a uma lesão cutânea ou mucocutânea, induzido pela radiação. Existe uma substância que o fígado faz eliminação, e é ela que possui uma característica fotodinâmica que é ativada pela radiação ultravioleta. - Ocorre em herbívoros, principalmente bovinos e ovinos. - MECANISMO: Ao ingerir o capim (que possui na sua composição a clorofila) é degradado no rúmem formando o pigmento chamado de filoeretrina - que é eliminado via sais biliares, só que, ele tem que ser eliminado, não pode ficar acumulando. - Assim como a bilirrubina, é um pigmento fotodinâmico ativado pela radiação ultravioleta, e pode se acumular na pele e na mucosa. Quando a radiação incide naquela região, onde tem os vasos com pigmentos, provoca reações químicas com produção de radicais livres e tem- se a lesão, com formação de eritema (manchas vermelhas) e pode causar bolhas - queimaduras. ◈ Quando que isso pode acumular? quando se tem uma colestase - ou seja, em obstrução na liberação da bile e dos sais biliares, como a obstrução de ductos biliares entero-hepático e extra-hepático. Pode gerar icterícia pós-hepática, causa prurido, que pode causar infecções secundárias. - Em bovino, o quadro mais comum para desencadear esse processo é pela ingestão de plantas tóxicas, porque algumas plantas lesionam e obstruem os ductos biliares e causam acúmulos dos sais biliares, dentre elas está a brachiaria (todas, principalmente a decumbens)– que contém um composto capaz de causar a colestase, principalmente em filhotes, porque os adultos se tornam mais resistentes. - Herbívoros podem ter fotossensibilização pelo acúmulo da filoeretrina, assim como a bilirrubina, causando icterícia no animal. ANOMALIAS DO DESENVOLVIMENTO ❖ CISTOS MÚLTIPLOS: assim como temos os cistos renais, podem ter os cistos hepáticos – geralmente, formados pelo epitélio do ducto biliar, podendo até ter material de sais biliares dentro dos cistos. - Existe a doença hepática policística, principalmenteem gatos, por origens genéticas (doença cística congênita), e em algumas raças de cães (menos comum). ❖ CONEXÃO ANORMAL: quando temos algumas conexões anormais como a alteração em conexão da artéria hepática conectando com veia porta. - Pode ser entre artéria hepática e veia porta, e veia porta com outra veia sistêmica, ou ambas. - A artéria hepática entra trazendo sangue oxigenado e pode-se encontrar ramos dela dentro da região do espaço porta, assim como a veia, podendo ter conexão de 3 estruturas (veia porta, artéria hepática e outra veia sistêmicas). ❖ FÍSTULA ARTERIOVENOSA: fístula é uma comunicação entre estruturas, nesse caso, entre artérias e veias, e podem estar dentro do fígado. - Essa fístula ocorre dentro do parênquima entre artéria e veia (artéria hepática e veia porta), e como o fígado tem vários lóbulos, pode ser focal (e nunca descobriremos), multifocal, ou difusa – nesse caso, por mais que a artéria seja menor que a veia, ela possui uma pressão maior, onde o sangue arterial, pela pressão, acaba indo para a veia e os ramos da veia porta começam uma arterialização, ou seja, ficam com sangue arterial juntamente ao venoso, diminui o fluxo de sangue para dentro do lóbulo e pode causar atrofia de hepatócitos. - Com o passar do tempo, o sangue venoso que está hipertenso, começa a sobrecarregar a veia porta, NÃO PORQUE ESTÁ VOLTANDO, mas porque, como está cheio, o sangue que tenta entrar, tem dificuldade, e a veia porta começa a ficar cheia, hipertensa, aumenta a pressão hidrostática e causa ascite (edema da cavidade abdominal). - Quando um vaso tem dificuldade de manter o fluxo correto do sangue, ele faz novos vasos, ou seja, vasogênese adquirida, onde se tem estímulos para, a partir da veia porta, formar novos pequenos vasos - finos e tortuosos, para desviar o fluxo, e vai da veia porta, para uma veia maior, em direção a veia cava, por exemplo. - O problema desse processo, do sangue que vem do intestino, não passar pelo fígado, é a falta ou redução do metabolismo de muitas coisas, como diminuição da chegada de aminoácidos e glicose, o fígado começa a atrofiar. - No mais, tem compostos que precisam ser metabolizados pelo fígado pois são tóxicos, como a amônia, que precisa ir pro fígado para virar ureia e ser excretada pelo rim. Então, nesse caso, uma boa parte da amônia vai para circulação sistêmica causando hiperamoinemia, alteração de permeabilidade de célula epitelial, mas principalmente, altera permeabilidade na membrana dos NEURÔNIOS, ou seja, gera edema neuronal, vacuolização da neuropila e causa um quadro neurológico – encefalopatia hepática. - Ela não gera edemas em outros locais. O animal pode ficar apático, ter epilepsia, em casos graves – em coma direto. ❖CONEXÃO (DESVIO) PORTO-SISTÊMICO: (Congênito) É um desvio que conecta o sistema venoso portal a circulação venosa sistêmica, ou seja, um desvio da veia porta para uma veia sistêmica, normalmente a cava. O Shunt porto-caval conecta o vaso do intestino à veia cava. - O animal nasce com um vaso calibroso conectando a veia porta a veia cava, e na 1 semana ou 1 mês, já vai ter alterações neurológicas, pois o sangue está sendo desviado de fluxo, mas nem todo, uma parte vai para o fígado, enquanto outra boa parte vai para a circulação sistêmica - o fígado fica atrofiado. ◈ Se for intra-hepático: tem-se a persistência do ducto venoso fetal esquerdo, comum em raças de cães de grande porte. Já para o extra-hepático, podemos ver a veia porta se conectando com a ázigo ou cava. - Quadro clínico – quando se dosar a ureia, vai estar baixa. No primeiro momento, o diagnostico não tem ascite pela não congestão da veia porta, mas se ele sobreviver mais para a frente, o que é difícil, terá fibrose hepática e hipoalbuminemia, mas é raríssimo. - Enquanto a etiologia congênita desenvolve-se na fase embrionária, a adquirida ocorre como uma compensação orgânica, quando houver hipertensão portal decorrente de outras alterações hepáticas como cirrose e hepatite. NECROSE E DEGENERAÇÃO HEPÁTICA A necrose ou degeneração pode estar associada a alguma área específica ou ser multifocal aleatória - causada normalmente por: • Protozoários - toxoplasma gondii, • Por vírus – herpesvírus. • Bactérias – septicemias em neonatos - causam necrose no parêquima do fígado, salmonelose – causa hepatite em bovinos, e listeriose. • E na doença de armazenamento de cobre. ❖ A NECROSE CENTROLOBULAR: tem sua principal causa sendo as doenças que geram insuficiências cardíacas, mas, além disso, o centro do lóbulo faz muita metabolização de medicamentos, ou seja, nessa região que se encontrara muito citocromo p450 – sistema enzimáticos de quebra de medicamentos, quando o medicamento é quebrado, as vezes, forma compostos tóxicos, e isso prejudica ainda mais essa região, inclusive pelos metabólitos, mas também pode ser pela anemia, outras causas de hipóxias e toxinas. - Necrose centrolobular por insuficiência cardíaca está associada a congestão. Enquanto o infarto - a necrose isquêmica por obstrução vascular. ❖ NECROSE PERIPORTAL: é bem rara, está normalmente associada com alguma inflamação no espaço porta - onde temos necroses difusas, que também não são comuns, mas geralmente, aparecem nos casos de torção de lobo, por exemplo. - Necrose hepática pode estar com coloração desde vermelha – normalmente com hemorragia junto, ou pode ser pálida. Na micro, temos a perda da arquitetura do cordão de hepatócitos. - Se tiver necrose hepática e tirar a sua causa, a área é capaz de se recuperar desde que não ocorra fibrose, pois os hepatócitos recebem estímulos de fatores de crescimento, sofrem mitose e são capazes de “recuperar” a área. Mas se a lesão for muito grave, afetar o estroma do parênquima, onde os hepatócitos estão inseridos, e estimular as células estreladas - que armazenam vit. A e podem fazer papel de fibroblasto, isso não ocorre. - Quando se tem fibrose grave e difusa, os ductos biliares que são estimulados pelos processos de cicatrização se proliferam no tecido conjuntivo, mas sem conformação morfológica normal. Também pode ocorrer proliferação de hepatócitos sem seguir a arquitetura fisiológica, formando nódulos, e não mais os lóbulos. - Se tiver essas 3 características: fibrose, hiperplasia de ducto biliar e formação de nódulos de regeneração, o animal está com cirrose. - A cirrose é SEMPRE difusa e para ser cirrose, tem que ter as 3 características. Ela pode ser causada por qualquer doença crônica, como uma esteatose, necrose hepática infecciosa, hepatite tóxica e em doença cardíaca que causa uma hiperemia passiva – cirrose cardíaca. - Macroscopicamente, o fígado pode ter aspecto de chokito (termo dado ao fígado com determinadas características: fibrose, septos conjuntivos, nódulos e anastomoses). - Quadro clínico: hemorragias, inclusive as espontâneas, pois o fígado faz a produção dos fatores de coagulação. - Como resultado de uma necrose, os capilares sinusoides ficam dilatados e congestos (na macro: coloração avermelhada), e os hepatócitos periportais sofrem esteatose (tornando a área amarelada). Com isso, tem-se a formação do fígado com aspecto de noz moscada. Esse padrão pode ocorrer tanto na congestão passiva, quanto na necrose hepática zonal e em outras condições clínicas. • Observação: Aspecto de noz moscada que um fígado tem, se deve à congestão e a necrose centrolobular. ❖DISTÚRBIOS METABÓLICOS DA INSF. HEPÁTICA: pode ser a encefalopatia hepática pelo aumento da amônia, hemorragias, fotossensibilização, formação de ascite onde tem-se a associação da hipoalbuminemia e hipertensão portal, e neovascularização porto-caval adquirida – resultante da hipertensão portal. ❖ SHUNT EXTRA-HEPÁTICO: podemser congênitos ou adquiridos. ◈ Derivações (shunts) portossistêmicas congênitas são canais vasculares que comunicam o sangue da circulação portal (ou seus tributários) com a circulação sistêmica (cava ou alguma outra veia sistêmica), desviando o sangue do fígado; podem ser intra ou extra-hepáticas. Normalmente formada com 1 ou 2 canais mais calibrosos. ◈ Derivações (shunts) portossistêmicas adquiridas intra e extra-hepáticas ocorrem devido à hipertensão portal secundária e a várias doenças hepáticas crônicas. São comunicações entre o sangue portal e a circulação sistêmica. O prejuízo funcional dessas comunicações decorre do fato de o sangue portal ser desviado dos hepatócitos, comprometendo a neutralização de substâncias tóxicas pelo fígado. Ao contrário do congênito, ela forma vários vasos com calibre menor e tende a se desenvolver entre as veias mesentéricas e a veia cava caudal, veia renal direita ou as veias gonadais. ◈ Causam: hipotrofia hepática, encefalopatia hepática, distúrbios neurológicos e convulsões. - Em cães, há concentrações plasmáticas anormais de amônia, e como consequência, há passagem de cristais de biurato de amônia para a urina. ❖ PROCESSOS INFLAMATÓRIOS: A inflamação no fígado é chamada de hepatite e pode ter como via de entrada a hematógena, por penetração direta e através da via ascendente no sistema biliar. - Ainda pode se subdividir em hepatite portal – compreendendo a aguda, crônica e crônio ativa. Se a inflamação for na árvore biliar – colangite, mas ainda pde se subdividir em colângio-hepatite (se afetar a porção biliar e o fígado) e pericolangite (quando ocorre próximo ao ducto biliar). ❖ HEPATITE AGUDA : até 15 dias, NÃO FAZ EDEMA POR HIPERPROTEINEMIA. - É caracterizada por uma inflamação, necrose hepatocelular e apoptose. Ocorre normalmente por infecções bacterianas e protozoárias, mas também ocorre pela ação viral. ❖ HEPATITE CRÔNICA: de 15 dias a 1 mês, onde já se tem proliferação do ducto biliar e fibrose, podendo formar edema. - Hepatite crônico ativa, como pela leptospirose – é quando ocorre de forma subclínica, se torna crônica, e de repente, faz o quadro clínico agudo. Mistura lesão crônica com aguda. ❖ HEPATITE VIRAL: causa lesão endotelial, vasculite, forma edema – principalmente em cavidade abdominal com fibrina e pode formar trombos que ocorrem em pequenos vasos. O vírus tem tropismo pelos hepatócitos do fígado, fazendo hepatite associada a necrose multifocal aleatória. - As hepatites virais são causadas normalmente pelo herpes vírus ou adenovírus – comum em neonatos ou fetos. O adenovírus tipo 1 causa lesão endotelial, faz vasculite e favorece formação de trombos através da CID, ou, quando pela lesão endotelial – causa hepatite necrotizante pela diminuição dos fatores de coagulação produzidos pelo fígado, resultando em uma diátese hemorrágica, que normalmente ocorre se o animal passar da 1 semana – o que é pouco provável. - No Adenovírus é comum encontrar necrose multifocal com a presença do corpúsculo intranuclear nos hepatócitos – corpúsculo de inclusão basofílico, e em casos mais raros, nas células endoteliais. No mais, pode causar também glomerulite, pela lesão na rede de capilares no glomérulo. - Diagnóstico diferencial: Herpes vírus tipo 1, que também faz hepatite necrotizante, mas, só faz corpúsculo intranuclear em animais muito novinhos, como com 15 dias de vida. - Lesão olhos azuis – edema de córnea comum de doenças que passam por estágio crônico com deposição de imunocomplexo na íris que aumenta a vascularização e leva a um edema da córnea. Os olhos azuis não são exclusividade da hepatite infecciosa canina, pode ocorrer em qualquer doença que leve a deposição de imunocomplexo, como na erliquiose. - Coronavírus também pode fazer hepatite. - Na PIF causa uma hepatite piogranulomatosa. - O vírus da anemia infecciosa equina faz hepatite portal (ao redor do espaço porta). - Nos animais de produção, normalmente são acometidos pelo adenovírus tipo 2 – causando necrose hepatocelular, colangite e necrose biliar. ❖ HEPATITE BACTERIANA: pode entrar pelo cordão umbilical no filhote, pela circulação hematógena, pela veia porta, ou pela via ascendente (ducto biliar), por contato, e quando em ruminantes – pela ruminite. - Na leptospirose é comum a dissociação dos hepatócitos, ficam isolados. - As bactérias que formam abcessos hepáticos são a trueperella pyogenes e a Staphylococcus spp. - Enquanto as necrotizantes são a fusobacterium necrophorum, clostridium novyi, e o Clostridium haemolyticum I – que causa a hemoglobinúria bacilar. ◈ Hemoglobinúria bacilar: - Agente etiológico – Clostridium haemolyticum tipo 1, é anaeróbio e ambiental, e pode se alojar nas células de Kuppfer. Se tiver uma necrose por outro motivo, como baixa chegada de oxigênio, é o que eles precisam para se proliferar, nessa ocasião, se multiplicam e geram toxinas como a fosfolipase que degrada fosforolipídeo e dá para ver necrose de hepatócitos e no próprio parênquima hepático, além disso, pode ir para a corrente sanguínea causando necrose de membrana de hemácia (necrose intravascular). - Muito comum em locais com alta quantidade de fascíola hepática – sua fase intermediaria, a metacercaria migra pelo parênquima fazendo necrose e favorece o desenvolvimento do clostridium. No ambiente, é usual a presença de áreas com água, pois necessita do hospedeiro intermediário, o caramujo. A fascíola predispõe a hemoglobinúria bacilar, NÃO É UM AGENTE ETIOLÓGICO. - A fascíola pode causar colangite e obstrução nos ductos intra e extra-hepático. ❖ HEPATITE PARASITÁRIA: nela, as LARVAS do nematódeos causam a hepatite - No cão, pode ter a larva migrans após 1 ano de idade. - Os nematódeos mais comuns são – ascaris suum, strongylus spp e toxocara canis. - Cestoides: formam cistos nas formas intermediarias, como a taenia hydatigena, e no hospedeiro intermediário, tem-se o cisticerco (forma larval). O echinococus granulosus – ocorre no parênquima hepático na forma larval (cisticerco) e forma cistos hidáticos. Cistidade é zoonose. - No mais, podem causar cirrose biliar - que começa por causa de um entupimento no ducto biliar, como bloqueio por algum parasita, como a fascíola hepática (trematoide). ❖HEPATITE NUTRICIONAL: ou hepatose dietética, ocorre principalmente em suínos jovens. - A deficiência de vitamina E e selênio – causa necrose no musculo esquelético e cardíaco, e em suínos, causa a doença do coração de amora. - Causa necrose centrolobular. ❖ HEPATITE TÓXICA: como 80 % do suprimento sanguíneo vem pela veia porta, o sistema pode ficar realmente comprometido, principalmente pela capacidade de biotransformação. ◈ No caso das plantas tóxicas como a Cestrum laevigatum (chamada de baúna ou dama da noite), que acomete mais bovino, o óbito pode ocorrer em 5 dias, ou seja, é bem aguda, e faz um quadro de encefalopatia hepática, pois como tem necrose grave no parênquima, não converte amônia em ureia e faz o quadro neurológico. Diagnóstico diferencial – raiva. - Cica revoluta é a palmeira – faz hepatite necrotizante aguda em cães e gatos. Essas duas plantas têm toxinas que levam a necrose direta dos hepatócitos. ◈ Aflatoxinas – causada por fungos de cereais, amendoins, rações... Dificultam o metabolismo dos triglicerídeos e causam esteatose, podendo contribuir para o câncer hepático. - Possuem compostos tóxicos intermediários que alteram RNA, DNA e síntese proteica. Podem fazer necrose de tecido linfoide (comum também em parvovírus). - Em casos agudos, faz necrose (em cães) e hemorragia. Nos crônicos, degeneração, necrose, hiperplasia biliar, fibrose e megalocitose (produz material genético, mas não consegue se dividir,daí o tamanho fica aumentado. Pode ser feito por plantas de pastagem, no caso dos cães, mais comuns por algas ou aflatoxinas. Se for boi, tem que fazer diferencial com outras plantas tóxicas). ❖ HEPATITE TÓXICA MEDICAMENTOSA: causada por grandes doses, e quando em gatos, pela deficiência de glucoronil transferase (que conjuga o paracetamol ao ácido glicurônico para a excreção) e Caprofeno – labrador. - Primidona e Fenobarbital causam sinais Ins. Hepática – Estágio Terminal ❖ PATOLOGIAS DE DUCTO BILIAR E DA VESÍCULA BILIAR: ◈ Obstrução Biliar: Agressão Hepatocelular → Inflamação → Fibrose ◈ Colecistite: - Hepatite Infecciosa Canina → edema e hemorragia; - Salmonella enteritidis → exsudato fibrinoso. - Colecistite crônica: infecções bacterianas crônicas, colélitos, parasitas ◈ Hiperplasia Biliar: - Cães Senis são mais propensos a terem hiperplasia cística da mucosa (lesão de pouco significado). - Em gatos, a saída do ducto pancreático e biliar é “junto”, então podem fazer muita pancreatite e colangite. Por: Loris Dias / @loriis_dias ❖ ALTERAÇÕES HIPERPLÁSICAS E NEOPLÁSICAS: - Hiperplasia Nodular Hepatocelular – na maioria das vezes, comum em animais velhos; - Hiperplasia Colangiocelular (Reação do Fígado a Agressão); - Adenoma Hepatocelular - tumor hepático benigno; - Carcinoma Hepatocelular – neoplasia maligna epitelial dos hepatócitos; - Adenoma Colangiocelular - neoplasias benignas derivadas do epitélio biliar; - Carcinoma Colangiocelular - neoplasias malignas derivadas do epitélio biliar; - Neoplasias Metastáticas - neoplasia que se originou em um local e se disseminou para outro. - Colangiocarcinoma – tumor nas vias biliares. ❖ CONSIDERAÇÕES EXTRAS: - Anastomose: ligação entre artérias, veias ou órgãos que estabelecem uma comunicação entre si. - Telangiectasia: dilatação significativa dos sinusoides em áreas de perda de hepatócitos. - A leptospirose causa dissociação dos hepatócitos, anemia hemolítica intravascular, icterícia, hemorragia hepática e pode formar ascite. Por: Loris Dias / @loriis_dias
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