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OSH em cadelas e gatas ANATOMIA Composição: Ovários, tubas uterinas, útero, vagina, vestíbulo e vulva. ↳ O ovário direito é mais cranial que o esquerdo (sendo mais difícil de tracionar). Sustentação: Mesovário, mesométrio (dá mais sustentação), ligamento próprio do ovário e ligamento suspensório. Os ovários, as tubas, os cornos e o útero são presos às paredes dorsolaterais da cavidade abdominal e à parede lateral da cavidade pélvica, por meio de pregas duplas pareadas do peritônio, chamadas de mesos, que se dividem em três regiões: o mesovário, a mesossalpinge e o mesométrio (ligamentos largos, direito e esquerdo); cranialmente unem-se ao ligamento suspensor do ovário. O ligamento suspensor do ovário corre da face ventral do ovário e da mesossalpinge, cranial e dorsalmente para os terços médios e ventrais das duas últimas costelas. O ligamento próprio, que é a continuação caudal do ligamento suspensor do ovário, prende-se à extremidade cranial do como uterino. O ligamento redondo do útero prende-se à extremidade cranial do corno uterino e é a continuação caudal do ligamento próprio. O ligamento redondo estende-se caudal e ventralmente ao ligamento largo e, na maioria das cadelas, passa através do canal inguinal e termina subcutaneamente próximo à vulva. O complexo artério-venoso ovariano repousa sobre o lado medial do ligamento largo e estende-se da aorta para o ovário. A artéria ovariana supre o ovário. A veia ovariana esquerda drena para o interior da veia renal esquerda, e a veia ovariana direita drena para o interior da veia cava caudal. As veias uterinas correm em associação Última com as artérias uterinas e terminam caudalmente nas veias ilíacas internas. INDICAÇÕES Toxemia uterina OSH em cadelas e gatas Distocia Dificuldade para expelir os fetos pelo canal do parto. Cesariana Cisto ovariano Presença de líquido no ovário. Piometra É uma doença que afeta o útero de fêmeas causando infecção e inflamação com acúmulo de grande quantidade de exsudato purulento ou mucopurulento. Hidrometra É o acúmulo de líquido asséptico dentro da cavidade uterina. A principal etiologia é a hiperplasia endometrial cística, que consiste em uma alteração uterina hormônio-dependente provocada pelo aumento da atividade secretória das glândulas endometriais. OSH em cadelas e gatas Mucometra A mucometra é uma alteração não inflamatória que afeta o útero por meio do acúmulo de fluído estéril no lúmen uterino. É quando o útero da paciente encontra-se preenchido apenas por muco. Hemometra É caracterizada pelo acúmulo de sangue estéril no útero. Neoplasia ovariana Há aumento de um dos ovários do paciente acometendo todo o espaço do útero no abdômen. Neoplasias mamárias Os tumores de mama são os neoplasmas mais frequentes em fêmeas caninas. Hiperplasia mamária Há aumento das mamas devido à ação hormonal. Esses são casos que frequentemente acometem as gatas. FUNÇÃO Promover a esterilização de fêmeas por meio da remoção dos ovários e do útero. RISCOS CIRÚRGICOS Hemorragia, infecção no local da cicatriz, trombose, abscessos pélvicos, inflamação urinária, lesão em vasos sanguíneos ou nervos e lesões em órgãos próximos ao útero, como intestino e bexiga, e riscos relacionados a medicamentos utilizados em anestesia. OSH em cadelas e gatas PRÉ E PÓS OPERATÓRIO O pré-operatório requer cuidados como jejum e realização de exames complementares de ultrassom, hemograma e físico. O pós-cirúrgico vai entre 7 a 12 dias, neste tempo é importante realizar a manutenção do processo de cicatrização realizando a assepsia e higienização aplicando antisséptico 4x dia. Os cuidados também incluem manter o animal em ambiente limpo, tranquilo, não deixar que tenha contato com a ferida (colar/roupa), controlar as atividades do animal (repouso), oferecer água e ração frescas e de qualidade. OSH CONVENCIONAL ETAPAS É feita uma incisão mediana pré-umbilical. A incisão cutânea inicia-se, normalmente, 1 cm da parte inferior da cicatriz umbilical. => A dimensão da incisão deverá ser aceitável para comportar a expor os ovários e da comunicação entre o corpo do útero e o cérvix, para facilitar a colocação das ligaduras. Tendo localizado o trato reprodutivo, faz-se exposição dos órgãos onde o ligamento deve ser interrompido com cuidado por meio de movimentos tracionado caudo-lateral ou caudo-medial com o dedo indicador da mão destra, sendo que a outra mão sustente o ligamento. =>Deve-se ter cuidado ao palpar os ovários, pois eles se escondem numa gordura da cavidade (se caso romper, poderá provocar a síndrome do ovário remanescente). As duplas ligaduras com transfixação são aconselhadas para todos os pedículos em cadelas adultas. O corpo uterino e perfurado em ambos os lados perto da cérvix para ligar as artérias e as veias uterinas. Ao ligar o corpo uterino, a ligadura caudal deverá ficar mais próxima possível do ligamento do corno com a cérvix, evitando-se uma possível piometra. A ligadura posterior deve estar posicionada cranialmente a primeira se o ligamento largo apresentar uma grande quantidade de gordura nos vasos correspondentes. TÉCNICA DAS 3 PINÇAS Consiste em colocar duas pinças curvas grandes próximas ao ovário e ao complexo artéria-veia ovariano (que pode ser ligado isoladamente). Uma terceira pinça é colocada entre o ovário e o corno uterino. OSH em cadelas e gatas OSH POR VIDEOLAPAROSCOPIA TRÊS OU QUATRO PORTAIS A utilização dessa técnica tem por base a triangulação das cânulas e o acesso na cicatrização umbilical ou em suas imediações. A técnica inicia-se através da incisão de pele de 1,5 centímetros, em região pré-umbilical, aproximadamente 1,5 centímetros da cicatriz umbilical, realiza-se a divulsão do tecido subcutâneo até a linha alba, a agulha de Veress é colocada perpendicular à linha alba. Ocorre a criação do pneumoperitônio, a agulha de Veress é removida e é inserido um trocater de 10 mm nessa mesma incisão, permitindo passagem para o equipamento óptico com a microcâmera e a fonte de luz. Posteriormente é realizada toda inspeção da cavidade abdominal, introduzido o segundo e o terceiro trocater nas regiões laterais abdominais. Quando utilizado, o quarto trocater é inserido na linha média ventral, aproximadamente 5 cm da região pubiana. Um dos acessos contém o laparoscópio, os outros dois são usados para inserir os instrumentais de corte e apreensão. O ovário é suspenso por uma pinça, o ligamento próprio, o pedículo ovariano e o ligamento suspensor são transacionados, ou seja, deve-se cauterizar e cortar de forma longitudinal desde o ligamento suspensor do ovário até o corno uterino proximal, mais próximo do ovário para escapar dos ureteres. O ovário então é removido através do mesmo acesso que está o instrumento de cauterização, algumas vezes sendo necessário ampliar a incisão. O animal é inclinado para melhor visualização e remoção do ovário contralateral. Após a remoção dos ovários, realiza-se inspeção na cavidade abdominal, retira-se os trocartes, o CO2 é removido e as incisões são suturadas. Para a realização da ovariohisterectomia, traciona-se o corpo do útero caudoventralmente para expor as artérias e veias uterinas e com o auxílio de eletrocoagulador bipolar realiza-se a oclusão dos vasos uterinos juntamente com o corpo do útero, seccionando proximalmente à cérvix para evitar a permanência de coto remanescente longo. Mobiliza-se os cornos uterinos através de pinça de apreensão e realiza o rompimento do ligamento suspensor. Posteriormente, com o auxílio da pinça bipolar, realiza-se a hemostasia do mesovário juntamente com os vasos ovarianos, secciona-se o tecido cauterizado mantendo o coto remanescente de 0,5 cm. É necessário ter cuidado com a eletrocirurgia por conta da proximidade das vísceras, sendo que os clipes e ligaduras podem ser a melhor opção. Então realiza-se a remoção do útero e dos ovários. OSH em cadelase gatas Recomendações de fios de sutura para cirurgia reprodutiva: Escolher um fio de sutura monofilamento, sintético, absorvível para fechamento visceral (i.e., polydioxanone [PDS], poligliconato Maxon®], poliglecaprona 25 [Monocryl®] ou glicômero 631 [Biosyn®]). Selecionar uma sutura absorvível para ligaduras (i.e., poliglactina 910 [Vicryl®], polidioxanona [PDS], poliglecaprona 25 [Monocryl®], poligliconato [Maxon®] ou glicômero 631 [Biosyn®]).
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