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1 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ............................................................................................ 3 2 HISTÓRICO DA MANUTENÇÃO ................................................................ 4 3 CONCEITOS EM MANUTENÇÃO .............................................................. 7 4 Evolução da manutenção ............................................................................ 8 5 TIPOS DE MANUTENÇÃO ....................................................................... 12 6 MANUTENÇÃO PREVENTIVA (PM) ........................................................ 16 7 MANUTENÇÃO DE PARADA (BM) .......................................................... 17 8 MANUTENÇÃO CORRETIVA (MC) .......................................................... 18 9 MANUTENÇÃO DE QUEBRA (MQ) ......................................................... 20 10 MANUTENÇÃO BASEADA NO TEMPO (TBM) ........................................ 20 11 MANUTENÇÃO BASEADA NAS CONDIÇÕES (CBM) ............................ 21 13 GESTÃO DE MANUTENÇÃO INDUSTRIAL ............................................ 22 14 SUPERVISÃO DE MANUTENÇÃO INDUSTRIAL .................................... 23 15 TÉCNICOS DE MANUTENÇÃO INDUSTRIAL ......................................... 24 16 TERCEIRIZAÇÃO NA MANUTENÇÃO..................................................... 26 17 MANUTENÇÃO INDUSTRIAL NA ERA 4.0 .............................................. 28 17.1 Tecnologias aplicadas à manutenção ............................................. 33 17.2 Tecnologias voltadas para a manutenção ....................................... 33 17.3 Monitoramento e diagnóstico de equipamentos .............................. 34 18 APRENDIZADO DE MÁQUINA E INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL ............... 35 19 GESTÃO DE DOCUMENTAÇÃO TÉCNICA ............................................. 36 20 TECNOLOGIAS APLICADAS À MANUTENÇÃO ..................................... 37 21 TECNOLOGIAS EMERGENTES PARA MANUTENÇÃO E GESTÃO DE ATIVOS 38 22 EVOLUÇÃO, BENEFÍCIOS E TENDÊNCIAS DA MANUTENÇÃO ........... 42 22.1 Primeira geração ............................................................................. 43 22.2 Segunda geração ............................................................................ 43 22.3 Terceira geração ............................................................................. 44 22.4 Quarta geração ............................................................................... 45 22.5 Quinta geração ................................................................................ 45 2 22.6 Tendências ...................................................................................... 46 23 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .......................................................... 47 24 BIBLIOGRAFIA ......................................................................................... 48 3 1 INTRODUÇÃO Prezado aluno! O Grupo Educacional FAVENI, esclarece que o material virtual é semelhante ao da sala de aula presencial. Em uma sala de aula, é raro – quase improvável - um aluno se levantar, interromper a exposição, dirigir-se ao professor e fazer uma pergunta, para que seja esclarecida uma dúvida sobre o tema tratado. O comum é que esse aluno faça a pergunta em voz alta para todos ouvirem e todos ouvirão a resposta. No espaço virtual, é a mesma coisa. Não hesite em perguntar, as perguntas poderão ser direcionadas ao protocolo de atendimento que serão respondidas em tempo hábil. Os cursos à distância exigem do aluno tempo e organização. No caso da nossa disciplina é preciso ter um horário destinado à leitura do texto base e à execução das avaliações propostas. A vantagem é que poderá reservar o dia da semana e a hora que lhe convier para isso. A organização é o quesito indispensável, porque há uma sequência a ser seguida e prazos definidos para as atividades. Bons estudos! 4 2 HISTÓRICO DA MANUTENÇÃO A manutenção, embora despercebida, sempre existiu, mesmo nas épocas mais remotas. Começou a ser conhecida com o nome de manutenção por volta do século XVI na Europa central, juntamente com o surgimento do relógio mecânico, quando surgiram os primeiros técnicos em montagem e assistência, conforme relata MARTINS, 2019. Fonte: www.mmtec.com.br Tomou corpo ao longo da Revolução Industrial e firmou se, como necessidade absoluta, na Segunda Guerra Mundial. No princípio da reconstrução pós guerra, Inglaterra, Alemanha, Itália e principalmente o Japão alicerçaram seu desempenho industrial nas bases da engenharia de manutenção, conclui MARTINS, 2019. A história da manutenção, segundo Tavares (1999), acompanha a evolução da humanidade e da indústria. Os primeiros reparos aconteceram no final do século XIX, no período em que se iniciou o processo de mecanização das indústrias, e, até 1914, a manutenção não era prioritária, sendo executada pelo operador. Todavia, Wyrebski (2007, apud PLAZZI, 2017) explica que a prática da manutenção sempre existiu e consistia desde a preservação de objetos e ferramentas, até pequenos ajustes. 5 Acrescenta ainda, que esta emergiu somente no século XVIII com a Revolução Industrial e o avanço tecnológico, visando permitir o progresso dos trabalhos industriais. No período anterior à Revolução Industrial, a manutenção praticamente não existia, visto que, o setor produtivo atuava sob encomenda, não possuindo máquinas e equipamentos. Foi somente a partir do surgimento das máquinas a vapor que os operadores começaram a ser preparados para operar e realizar atividades de lubrificação e reparo de seus equipamentos (PIECHNICKI, 2012, apud VENTURA; PLAZZI, 2017). Neste sentido, a evolução da manutenção nas organizações se deu em três gerações, sendo a Primeira Geração determinada como o período anterior à Segunda Guerra Mundial, em que a indústria era pouco automatizada e os equipamentos eram simples e de fácil manuseio. Devido à economia da época, a produtividade não era algo prioritário e, por isso, a manutenção não era rigorosa. Dessa forma, os serviços de manutenção eram corretivos, ou seja, compreendiam em serviços de limpeza, lubrificação e reparo somente após a ocorrência de falha (PINTO E XAVIER, 2007, apud VENTURA; PLAZZI, 2017). Fonte: www.sgcr.pt 6 A Segunda Geração iniciou na Segunda Guerra Mundial e teve seu crescimento no pós-guerra, a partir da necessidade de mecanização gerada pelo aumento significativo na demanda de produtos. Por conta disso, as indústrias se tornaram reféns do bom desempenho das máquinas para a busca de competitividade, o que evidenciou a necessidade de se evitar falhas, e possuir confiabilidade e disponibilidade dos equipamentos (PINTO E XAVIER, 2007, apud VENTURA; PLAZZI, 2017). Siqueira (2005, apud PLAZZI, 2017) inclui que a Segunda Geração é caracterizada, principalmente, pela vistoria dos equipamentos com intervalos fixos de tempo e pelo intuito de evitar a ocorrência de falhas, dando início ao conceito de manutenção preventiva. No entanto, esse tipo de manutenção foi responsável por aumentar os custos de manutenção se comparados aos demais custos operacionais. Diante disso, e do alto capital investido em máquinas e equipamentos, aumentou nas organizações o planejamento e controle de manutenção, a fim de criar formas de maximizar e garantir o ciclo de vida dos equipamentos e máquinas (PINTO E XAVIER, 2007, apud VENTURA; PLAZZI, 2017). Entretanto, os intervalos fixos para revisão e reparo dos equipamentos e máquinas ocasionaram redução de produção, aumento de custos de operação e dificuldades na prestação de serviços aos clientes. Isso foi acentuado ainda mais, pois nesta fase, estava em vigor a prática Just-in-time (JIT), quetem como princípio a redução de desperdício e de estoques. Desta forma, ocorreu o nascimento da Manutenção Produtiva Total (TPM) e da terceira geração (SIQUEIRA, 2005, apud VENTURA; PLAZZI, 2017). A terceira geração começou na década de 70 e evidenciou a manutenção preditiva, uma vez que as empresas passaram a gerenciar as condições reais de seus equipamentos e máquinas, por meio do acompanhamento de dados e parâmetros que indicam o seu desgaste. Assim, foi possível reduzir a paralisação da produção; reduzir as quebras; aumentar a produtividade e a qualidade dos produtos, e reduzir os custos 7 advindos da manutenção (MOUBRAY, 1997; PINTO E XAVIER, 2007, apud VENTURA; PLAZZI, 2017). 3 CONCEITOS EM MANUTENÇÃO Fonte: www.j3hcengenharia.com.br De acordo com MARTINS, 2019, pode ser considerada como a engenharia do componente uma vez que estuda e controla o desempenho de cada parte que compõem um determinado sistema; Ainda conforme estudos de MARTINS, 2019, pode ser considerada como o conjunto de cuidados técnicos indispensáveis ao funcionamento regular e permanente de máquinas, equipamentos, ferramentas e instalações. Esses cuidados envolvem a conservação, a adequação, a restauração, a substituição e a prevenção. Por exemplo: - Lubrificação de engrenagens = conservação; - Retificação de uma mesa de desempeno = restauração; - Troca do plugue de um cabo elétrico = substituição; - Substituir o óleo lubrificante no período recomendado pelo fabricante = prevenção. (MARTINS, 2019) 8 Em suma, manutenção é atuar no sistema (de uma forma geral) com o objetivo de evitar quebras e/ou paradas na produção, bem como garantir a qualidade planejada dos produtos, relata MARTINS, 2019. De uma maneira geral, a manutenção em uma empresa tem como objetivos: - Manter equipamentos e máquinas em condições de pleno funcionamento para garantir a produção normal e a qualidade dos produtos; - Prevenir prováveis falhas ou quebras dos elementos das máquinas. (MARTINS, 2019) Portanto, saber o que é Manutenção Industrial de máquinas e equipamentos lhe ajudará a prolongar a vida útil dos produtos, evitar paradas na linha de produção e analisar com eficácia os planos e gerenciamentos de determinadas etapas importantes em todo processo industrial, finaliza MARTINS, 2019. 4 EVOLUÇÃO DA MANUTENÇÃO Para Kardech e Nascif (2013, apud DARIO et al., 2014), o custo de manutenção no Brasil por faturamento bruto das empresas é de 4,11% na média entre 1995 a 2011, apesar de ser importante continuar reduzindo custo de manutenção, é preciso dar prioridade ao aumento de disponibilidade e da confiabilidade, já que estes fatores estão ligados ao faturamento e representam 95,8% da equação faturamento / custo das empresas. Conforme relata DARIO et al., 2014, os mesmos autores citam ainda que nos últimos anos a atividade de manutenção tem passado por muitas mudanças, estas mudanças são consequências de: a) aumento do número e da diversidade dos itens físicos (edificações, equipamentos, instalações), b) aumento da automação, instrumentação e monitoramento dos equipamentos, c) projetos mais amplos, d) novas técnicas de manutenção, 9 e) novos ensinamentos sobre a organização da manutenção e suas responsabilidades, f) importância da função manutenção como função estratégica para a melhoria de resultados e também para o aumento da competitividade das empresas, g) introdução da gestão como fator indispensável para alcançar os melhores resultados para a manutenção e para a organização como um todo. A evolução da manutenção surgiu a partir de 1930, e a partir, pode ser dividida em cinco gerações, mostradas na Tabela 1,conforme DARIO et al., 2014: Tabela 1 - Evolução da manutenção Evolução da manutenção Geração Primeira Geração Segunda Geração Terceira Geração Quarta Geração Quinta geração Ano 1930 a 1950 1960 a 1970 1980 a 1990 2000 a 2005 2010 a 2015 Expectativa x Conserto após Disponibilidade Confiabilidade; Segurança; Gerenciar os ativos; relação falha. Maior vida útil de Melhor redução Gerenciar ativos; Otimizar os ciclos dos manutenção equipamento. custo benefício; Influir nos ativos; Preservação do resultados dos Influir nos resultados meio ambiente. negócios. do negócio. Visão quanto Equipamentos Equipamentos se Existência de Reduzir falhas Planejamento do ciclo a falha do se desgastam comportam de seis padrões de prematuras de vida desde o ativo. com a idade e acordo com a falhas projeto para reduzir as por isso falham. curva da falhas. banheira. Mudanças Habilidades Planejamento Monitoramento; Aumento da Aumento da nas técnicas para o reparo manual da Manutenção manutenção manutenção preditiva de manutenção; preditiva; preditiva e e monitoramento; manutenção Computadores Análise de risco; monitoramento; Participação efetiva no lentos; Computadores Redução nas projeto, aquisição, Manutenção rápidos; manutenções instalação, preventiva por Softwares preventiva e comissionamento, tempo. potentes; grupos corretiva não operação e de trabalho planejada; manutenção dos disciplinares; Análise de falhas; ativos; Projetos voltados técnicas de Garantir que os ativos para a confiabilidade; operem dentro da sua confiabilidade. Manutenibilidade; máxima eficiência; Projetos voltados Implementar para a melhorias, objetivando confiabilidade, a redução de falhas; manutenibilidade e Excelência em disponibilidade; engenharia de Contratação por manutenção; resultados. Consolidação das melhorias por resultados. Fonte: Kardech e Nascif (2013). Melhores práticas da manutenção, segundo Kardech e Nascif (2013, apud DARIO et al., 2014), são aquelas que se têm mostrado superiores em resultados, 10 selecionados por um processo sistemático e julgadas como exemplares, boas ou de sucesso demonstrado. De um modo geral as ferramentas implantadas nas empresas de classe mundial, como maior sucesso foram: a) Gestão da Qualidade Total, b) Gerencia de Rotina, c) Padronização, d) 5S, e) TPM, f) Benchmarking, g) BSC, h) Gestão de Ativos, além disto é claro certificação em relação as normas internacionais, que levam as empresas a melhorarem sua gestão alcançando melhores resultados como as ISO 9001, ISO 14001, OSHAS 18001 e PAS 55000 (KARDECH E NASCIF, 2013, apud DARIO et al., 2014). Para otimizar a organização como um todo, várias ferramentas estão disponíveis, mas elas só darão resultados eficazes à medida que o pessoal da manutenção internalizar uma nova cultura, sua missão estratégica, seus novos paradigmas, os tipos mais eficazes de manutenção, a pratica do trabalho em equipe, a multifuncionalidade ou polivalência, a manutenção deve intervir de forma planejada na organização, relata DARIO et al., 2014. Atualmente são definidos seis tipos básicos de manutenção: 1) Corretiva não planejada, 2) Corretiva planejada, 3) Preventiva, 4) Preditiva, 5) Detectiva, 6) Engenharia de Manutenção, conforme DARIO et al., 2014. Os resultados para a manutenção que aplica as melhores práticas atualmente, incluem: - 100% da confiabilidade requerida são atingidos 100% do tempo; - Falta de sobressalentes no estoque é rara (menos que 1 por mês); - Horas extras não passam de 2% em relação ao tempo total de manutenção; - 100% do tempo dos executantes cobertos por ordens de serviço; - 90% do comprimento de programação de serviços; - Os custos de manutenção são de 2% do orçamento, segundo estudos de DARIO et al., 2014. 11 Ainda segundo DARIO et al., 2014; esses resultados não se atingem sem a aplicação das melhores práticas. Precisa haver para a aplicação e implementação o envolvimento de todos os colaboradores da organização, além disso para que os resultados sejam alcançados, é necessário: Comprometimentode toda a estrutura organizacional; Perseverança ou constância dos propósitos; Que o programa independa das pessoas, ou seja, deve ser sistematizado e se constituir em um programa da organização. Ferramentas de manutenção utilizadas para o aumento da confiabilidade nas empresas de classe mundial, podemos destacar: Análise do Modo e Efeito de Falha – FMEA (é uma abordagem que ajuda a identificar e priorizar as falhas potenciais em equipamentos, sistemas ou processos); Análise de Causa-Raiz de Falha – RCFA (é um método ordenado de buscar as causas de problemas e determinar as ações apropriadas para evitar a reincidência); Método de análise de problemas – MASP (é uma sistemática de análise e solução de problemas adotadas na Gestão da Qualidade Total); Manutenção Centrada na Confiabilidade – RCM (é um processo usado para determinar os requisitos de uma manutenção de qualquer item físico no seu contexto operacional). 12 5 TIPOS DE MANUTENÇÃO Fonte: www.citisystems.com.br Segundo Gaio (2016, apud VENTURA; PLAZZI, 2017), as atividades de manutenção levam em conta o planejamento, podendo ser planejadas ou não planejadas, classificadas de acordo com a forma de intervir na produção, agindo antes ou depois da ocorrência de falha, ou de forma a monitorá-la. Existem diferentes maneiras de classificar os tipos de manutenção. Os três métodos mais comuns e utilizados na indústria consistem em manutenção corretiva, preventiva e preditiva. Em um mesmo equipamento pode-se utilizar, simultaneamente, a combinação de todos os tipos, uma vez que estes se complementam e, a decisão de utilização de um tipo ou de uma combinação destes, leva em conta os custos de manutenção e os gerados pelas falhas (XENOS, 1998, apud VENTURA; PLAZZI, 2017). Todavia, Costa (2012, apud VENTURA ; PLAZZI, 2017) considera que os tipos de manutenção englobam além da manutenção corretiva, preventiva e preditiva, a detectiva e a engenharia de manutenção. No Brasil, segundo dados da ABRAMAN, em 2013, a execução da manutenção corretiva nas organizações representou cerca de 30%. A manutenção preventiva foi a 13 mais utilizada, correspondendo a aproximadamente 36,55%, enquanto a manutenção preditiva representou apenas 18,82% (ABRAMAN, 2013, apud VENTURA; PLAZZI, 2017). Pereira (2013) corrobora que uma organização não deve se limitar à execução de apenas um dos tipos de manutenção; mas sim, a um conjunto de todos eles. Neste contexto, é fundamental compreender o tipo de manutenção adequado para a organização, a fim de otimizar os processos, assegurando a sobrevivência da organização e maximizando a sua receita (OTANI E MACHADO, 2008, apud VENTURA; PLAZZI, 2017). Conforme MARTINS, 2019, ela pode ser dividida em planejada e não planejada: Não planejada: CORRETIVA (BDM) – É intervir apenas quando o componente quebrou. EX: A lâmpada queimou! (MARTINS, 2019). De acordo com Otani e Machado (2008, apud VENTURA; PLAZZI, 2017), a manutenção corretiva não-planejada consiste no reparo somente após a ocorrência da falha. Dessa forma, não existe acompanhamento ou planejamento prévio, o que resulta em altos custos e baixa confiabilidade de produção, uma vez que gera paradas de produção e pode causar grandes danos aos equipamentos. Para se executar a manutenção corretiva não planejada, é preciso que a organização disponha de peças de reposição, mão-de-obra qualificada e instrumentos adequados para que possa agir com rapidez. Entretanto, as atividades de reparo direcionam-se a descobrir a causa raiz da falha e corrigi-la, mas sim ao tratamento dos sintomas visíveis apresentados (SILVA, 2004; MOBLEY et al., 2008, apud VENTURA; PLAZZI, 2017). Segundo Pinto e Xavier (1998, apud VENTURA; PLAZZI, 2017), o setor de manutenção de uma organização que opte por fazer uso da manutenção corretiva não planejada em maior parte de suas atividades, encontra-se submisso aos equipamentos, sendo comandado por eles. Além disso, o desempenho da organização não estará apto às necessidades competitivas do mercado. 14 Planejada PM: CÍCLICA (TBM) – É definir ciclos de intervenção em intervalos regulares de tempo ou de utilização, a fim de evitar falhas. (MARTINS, 2019) EX: Substituição do filtro a cada 06 meses. PREDITIVA (CBM) – É baseada no fato de que a maioria das falhas não ocorre de forma instantânea e súbita, mas se desenvolve ao longo do tempo. Baseada nas condições operacionais do componente e não em conhecimentos estatísticos do fenômeno. (MARTINS, 2019) EX: Medição de vibração, análise de óleo, termografia. PROATIVA (CM) – Significa alterações nas máquinas para obter uma melhor manutenção e/ ou confiabilidade. Para não ser usada indevidamente, você deve investigar a relação custo-benefício. (MARTINS, 2019) EX: Instalação de um sensor de desgaste nas lonas de freio eliminou a necessidade de inspecionar os travões (melhorando a capacidade de manutenção). AUTÔNOMA (AM) – Atividades realizadas diariamente pelos operadores nos equipamentos, visando preservar o equipamento que opera. (MARTINS, 2019) EX: Limpeza, inspeção, lubrificação, substituição de peças, pequenos reparos. Toda atividade que possa ser realizada pelos operadores. (MARTINS, 2019) Fonte: /www.citisystems.com.br Para SILVEIRA, 2020, com o tempo, cada parte da máquina ou equipamento sofre desgastes durante a operação. Estes desgastes podem ser dos mais diversos tipos como: abrasão, corrosão, erosão, envelhecimento, contaminação, dano, erro de 15 funcionamento, etc. Os desgastes possuem um limite em cada equipamento e toda vez que este limite é ultrapassado, o equipamento quebra. A única atividade que é capaz de corrigir estas condições é a manutenção, que consegue restaurar os desgastes e condição inicial dos equipamentos, mantendo os mesmos em níveis satisfatórios que garantem a operação da planta. Em uma indústria de processo contínuo, a manutenção torna-se crítica porque uma pausa no processo custa muito dinheiro, uma vez após a quebra do equipamento, leva-se um tempo considerável para restabelecer o ciclo do processo. Em muitos casos ainda, durante o restabelecimento, consome-se muita matéria-prima sem produzir nada. Como exemplo, pode ser citado o combustível que é consumido pelo gerador de vapor durante a operação de arranque de uma central de energia que não gera até que a qualidade exigida de vapor gerada esteja ideal para a geração de energia, enfatiza SILVEIRA, 2020. Como afirma SILVEIRA, 2020, os diferentes tipos de manutenção, apesar de se diferenciarem nos seus aspectos, possuem alguns objetivos comuns, dentre os quais podemos citar: -Assegurar a disponibilidade de equipamentos com qualidade nos serviços; -Corrigir eficiências perdidas de forma a proporcionar o menor custo de produção; -Garantir a segurança de equipamento operacional e a segurança das pessoas que trabalham na empresa. (SILVEIRA, 2020) 16 6 MANUTENÇÃO PREVENTIVA (PM) Fonte:alturaandaimes.com.br De acordo com estudos realizados por SILVEIRA, 2020, a manutenção preventiva, dentre os tipos de manutenção, se destaca por manter o nível dos equipamentos, programando intervenções periódicas a fim de reduzir as deteriorações dos equipamentos. Para SILVEIRA, 2020, a manutenção preventiva combina os métodos com base no tempo e nas condições para manter o equipamento funcionando e a partir das intervenções ela consegue manter o desempenho dos materiais estruturais, previne a corrosão, a fadiga e outras formas de deterioração. De acordo com Santos (apud Neves, 2016, apud VENTURA; PLAZZI, 2017), a manutenção preventiva se baseia na programação dos reparos, e das atividades de manutenção em períodos planejados, podendo ser definidos por experiência ou por meio de dados que demonstrem a condição real de operação dosequipamentos. Segundo este autor, o desafio está em definir um intervalo adequado para o reparo do equipamento, visto que um erro de análise dos dados pode resultar em trocas de equipamentos desnecessárias, ou ainda gerar falhas inesperadas nos equipamentos. 17 Pereira (2011, apud VENTURA; PLAZZI, 2017) relata que a manutenção preventiva originou por volta de 1930, a partir da necessidade de se possuir maior disponibilidade e confiabilidade nos equipamentos empresariais, pois para a organização se manter competitiva, é necessário que o processo produtivo permaneça em funcionamento. Na administração da manutenção preventiva deve-se controlar a periodicidade das atividades de manutenção realizadas; o material utilizado; as peças que foram trocadas e os profissionais envolvidos, a fim de proporcionar um processo mais eficiente. Por isso, requer a elaboração de uma ficha para controle de execução de manutenção preventiva, com as datas previstas de atividade e assinatura do responsável pela realização da mesma. Acrescenta ainda, que é essencial que cada máquina possua um cronograma de manutenção preventiva com os itens que precisam ser executados; bem como seus prazos. Assim sendo, a implantação da manutenção preventiva permite que a organização planeje a aquisição de novas peças, aproveite a mão de obra e, principalmente, evite paradas inesperadas do processo produtivo (ALMEIDA, 2015, apud VENTURA; PLAZZI, 2017). Além disso, a manutenção preventiva tem como vantagem a garantia do contínuo funcionamento das máquinas, parando somente em horários programados, bem como a garantia de maior facilidade para a empresa executar seus programas de produção. Entretanto, as desvantagens estão relacionadas à necessidade de elaboração de um cronograma bem planejado, uma equipe de mecânicos eficazes e treinados e elaboração de um plano de manutenção (WYREBSKI, 1997, apud VENTURA; PLAZZI, 2017). 7 MANUTENÇÃO DE PARADA (BM) De acordo com SILVEIRA, 2020, a manutenção de parada também é chamada de manutenção por melhoria ou prevenção de manutenção. São paradas ou grandes paradas de equipamentos que tem como objetivo fazer com que os mesmos atinjam o estado de novo. São feitos revisões e reparos em todos os itens de forma a 18 assegurar, com alta probabilidade, um bom desempenho do equipamento por um longo período de tempo. 8 MANUTENÇÃO CORRETIVA (MC) Fonte: www.voitto.com.br É a forma mais simples e mais primitiva de manutenção. De acordo com SLACK et al. (2002, p. 625, apud VENTURA; PLAZZI, 2017) “significa deixar as instalações continuarem a operar até que quebrem. O trabalho de manutenção é realizado somente após a quebra do equipamento ter ocorrido [...]”. Apesar de esta definição apontar para uma manutenção simplesmente entregue ao acaso, essa abordagem ainda se subdivide em duas categorias: planejada e não-planejada. - Manutenção corretiva não-planejada: a correção da falha ou do desempenho abaixo do esperado é realizada sempre após a ocorrência do fato, sem acompanhamento ou planejamento anterior, aleatoriamente. Implica em altos custos e baixa confiabilidade de produção, já que gera ociosidade e danos maiores aos equipamentos, muitas vezes irreversíveis (OTANI & MACHADO, 2008, apud VENTURA; PLAZZI, 2017). 19 - Manutenção corretiva planejada: quando a manutenção é preparada. Ocorre, por exemplo, pela decisão gerencial de operar até a falha ou em função de um acompanhamento preditivo. OTANI & MACHADO (2008, p. 4) apontam que “pelo seu próprio nome planejado, indica que tudo o que é planejado, tende a ficar mais barato, mais seguro e mais rápido”. De acordo com ALMEIDA (2000, p. 2, apud VENTURA; PLAZZI, 2017) “poucas plantas industriais usam uma filosofia verdadeira de gerência por manutenção corretiva. Em quase todos os casos, as plantas industriais realizam tarefas preventivas básicas, como lubrificação e ajustes da máquina, mesmo em um ambiente de manutenção corretiva. ” Entretanto, o mais importante, segundo ALMEIDA (2000, apud VENTURA; PLAZZI, 2017), é que ao adotar esse tipo de filosofia, as máquinas e equipamentos da planta não são revisados e não passam por grandes reparos até a falha. Esse tipo de gerência de manutenção, apesar de simples, pode requerer custos altíssimos, associados a: estoque de peças sobressalentes, trabalho extra, custo ociosidade de máquina e baixa disponibilidade de produção (ALMEIDA, 2000, apud VENTURA; PLAZZI, 2017). E os custos tendem a aumentar ainda mais caso o tempo de reação se prolongue, seja por falha da equipe de manutenção, seja por falta de peça de reposição. Segundo ALMEIDA (2000, p. 2, apud VENTURA; PLAZZI, 2017) “(...) O resultado líquido deste tipo reativo de gerência de manutenção é o maior custo de manutenção e menor disponibilidade de maquinaria de processo. A análise dos custos de manutenção indica que um reparo realizado no modo corretivo-reativo terá em média um custo cerca de 3 vezes maior que quando o mesmo reparo for feito dentro de um modo programado ou preventivo. ” Como caracteriza SILVEIRA, 2020, o conjunto de atividades destinadas a corrigir defeitos encontrados em diferentes equipamentos é a característica da manutenção corretiva, onde ela começa com os usuários ou operadores do equipamento relatando defeitos e comunicando ao planejamento do departamento de manutenção, que que 20 por sua vez, providencia um técnico especializado para fazer a correção devida do problema. 9 MANUTENÇÃO DE QUEBRA (MQ) Para SILVEIRA, 2020, diferentemente do tipo de manutenção planejada, a manutenção de quebra, está entre os tipos de manutenção onde não há planejamento de atividades. Isto significa que o intuito é deixar o equipamento operar até o mesmo quebre para então consertá-lo. A manutenção de quebra é aplicada quando as falhas não afetam significativamente a operação, produção ou não geram qualquer perda financeira. 10 MANUTENÇÃO BASEADA NO TEMPO (TBM) Fonte: medium.com Do ponto de vista de SILVEIRA, 2020, a manutenção baseada no tempo consiste na inspeção visual, lubrificação, limpeza do equipamento e na substituição de peças para prevenir as falhas repentinas e os problemas de processo. Estes tipos de 21 manutenção geralmente não exigem especialização, podendo ser realizadas pelos próprios operadores mediante um treinamento básico. No TPM, ela faz parte das atividades de manutenção autônoma e da manutenção especializada. 11 MANUTENÇÃO BASEADA NAS CONDIÇÕES (CBM) Em SILVEIRA, 2020 vamos encontrar o seguinte esclarecimento: como implica o próprio nome, a manutenção baseada nas condições é desencadeada pelas condições reais do equipamento mais do que pela transcorrência de um intervalo de tempo predeterminado. A principal ferramenta utilizada aqui é a manutenção preditiva e ela consiste em coletar e reportar informações que se baseiam em certos valores conhecidos dos equipamentos. Alguns exemplos são: coleta da temperatura através de termografia, análise da vibração através da utilização de acelerômetros e análise da qualidade do óleo em laboratórios. Com o monitoramento constante, é possível intervir nos equipamentos assim que as variações são detectadas, de forma a corrigir as falhas antes que o equipamento quebre. Estes tipos de manutenção exigem conhecimentos técnicos avançados da equipe e geralmente é terceirizado por empresas especialistas em cada segmento, relata SILVEIRA, 2020. 12 PLANEJAMENTO DE MANUTENÇÃO INDUSTRIAL Para ARAÚJO, 2020, existe nas médias e grandes indústrias uma área responsável por todo o planejamento da manutenção industrial, conhecida como PCM. O PCM é o Planejamento e Controle de Manutenção, ou seja, a equipe que organiza todos os processos relacionados à manutenção. Esta equipe não só verifica todos os reparos que serãonecessários, como também, fica responsável por classificar as criticidades de todos os equipamentos, analisar e planejar todas as paradas de produção, segundo ARAÚJO, 2020. 22 De acordo com ARAÚJO, 2020, O PCM deve trabalhar em sincronismo com o Planejamento e Controle de Produção, o (PCP), para realizar seus processos. É responsável pela gerência dos recursos operacionais da empresa. É a equipe responsável pelo planejamento, programação e controle dos processos produtivos, sendo uma de suas atribuições monitorar as informações geradas pelos processos identificando desvios e falhas. Conforme SILVEIRA, 2020, após avaliar todas as informações disponíveis, o PCM determina quais atividades de reparo deverão ser executadas. Junto ao PCP, deve-se determinar os momentos e os tempos de parada corretos. Além disso, a equipe define quais equipamentos deverão ser reparados dentro ou fora da fábrica. O PCM é fundamental para a manutenção industrial. A equipe de Planejamento e Controle de Manutenção é quem gere as atividades de manutenção, ficando em suas mãos o controle da qualidade e disponibilidade dos recursos operacionais, relata SILVEIRA, 2020. Nesse contexto, máximas como “o homem da manutenção não é o que conserta, mas o que elimina a necessidade consertar” e “faça corretamente, na primeira vez” dão o tom da responsabilidade do PCM em assegurar a eficiência dos processos produtivos de uma empresa, conclui SILVEIRA, 2020. 13 GESTÃO DE MANUTENÇÃO INDUSTRIAL Segundo estudos realizados por ARAÚJO, 2020, para que a manutenção industrial seja feita da melhor forma possível, é comum contar com a colaboração de um gerente ou gestor. Este profissional será responsável por garantir a boa comunicação entre todas as áreas da manutenção. Para ARAÚJO, 2020, existem algumas subáreas que devem ser determinadas pelo gerente ou gestor. Estas subáreas costumam ser as mecânicas, elétricas, utilidades, PCM e automação. Elas geralmente possuem supervisores responsáveis. 23 De acordo com ARAÚJO, 2020, os supervisores serão encarregados de garantir a comunicação entre os PCMs e todas as subáreas. Já os PCMs ou gestores, devem contribuir para a interação entre a logística e o PCP. Esta costuma ser a estruturação básica de grande parte das gestões de manutenção industrial. No entanto, existem variações de acordo com o tamanho e atuação da indústria, relata ARAÚJO, 2020. 14 SUPERVISÃO DE MANUTENÇÃO INDUSTRIAL Fonte: opetroleo.com.br Como relata ARAÚJO, 2020, os supervisores ou coordenadores são o elo entre a equipe de técnicos e os gestores. Eles coordenam, direcionam e orientam as atividades diárias das equipes de manutenção. É muito importante o supervisor seja o catalisador de todas as necessidades das equipes de manutenção. Ele deve ser muito habilidoso e ter facilidade para realizar uma gestão de pessoas com excelência, reforça ARAÚJO, 2020. Para ARAÚJO, 2020, ele também fica responsável por algumas tarefas administrativas ligadas a outras áreas como o RH. 24 15 TÉCNICOS DE MANUTENÇÃO INDUSTRIAL Fonte: www.automacaoindustrial.info Segundo SILVEIRA, 2020, o trabalho dos técnicos de manutenção é extremamente importante para a indústria. Eles são os responsáveis pela execução de tudo o que foi planejado pelo PCM. Para SILVEIRA, 2020, existem equipes de técnicos de manutenção de diversas áreas, aqui será abordada a manutenção mecânica, elétrica e de automação e instrumentação. Saiba mais sobre cada uma delas, veja abaixo: Manutenção Mecânica De acordo com SILVEIRA, 2020, os mecânicos trabalham no reparo, manutenção e troca de equipamentos. Estes profissionais devem possuir conhecimentos em processos mecânicos diversos, como processos de usinagem, lubrificação, montagem e processos de soldagem. Ainda de acordo com SILVEIRA, 2020, devido à grande variedade de processos, os ditos “mecânicos” geralmente apresentam funções mais ramificadas e específicas dentro de uma empresa. Como exemplo, pode-se notar, os Torneiros Mecânicos, profissionais dedicados a processos de usinagem e os Soldadores, que por sua vez dedicam-se a processos de soldagem. 25 No entanto, para qualquer mecânico é imprescindível conhecimentos em metrologia, e ferramentas de qualidade total, como por exemplo o 5S, conclui SILVEIRA, 2020. Manutenção Elétrica Segundo estudos de SILVEIRA, 2020, o profissional técnico em elétrica é aquele que garante a alimentação de eletricidade de todos os equipamentos da empresa. É de responsabilidade deste profissional a manutenção dos mais diversos tipos de circuitos elétricos presentes em um processo produtivo. Isto é alcançado através da manutenção de subestações, painéis e linhas elétricas. Um aspecto de extrema importância para o sucesso deste profissional é a total dedicação a estudos de procedimentos, normas de segurança e cursos de prevenção de acidentes, como por exemplo NR10, SEP entre outros, devido a sua exposição constantemente a eletricidade, relata SILVEIRA, 2020. A exposição a este perigo só deve ocorrer caso haja total dedicação do profissional e da empresa em eliminar os riscos presentes, caso contrário, vidas estarão expostas ao perigo. (SILVEIRA, 2020) Os técnicos de manutenção elétrica são fundamentais para garantir o funcionamento de qualquer indústria, conclui SILVEIRA, 2020. Manutenção de Automação e Instrumentação Para SILVEIRA, 2020, os técnicos de automação e instrumentação são responsáveis pela calibração e ajustes de todos os instrumentos de controle e monitoramento. Eles também fazem a limpeza das placas de comando e algumas programações de Controladores Lógicos Programáveis. O papel dos técnicos de automação e instrumentação é extremamente importante para evitar que ocorram problemas nos instrumentos das linhas de produção. Eles são responsáveis por garantir o bom funcionamento de todos os instrumentos da linha de produção da indústria, relata SILVEIRA, 2020. 26 16 TERCEIRIZAÇÃO NA MANUTENÇÃO Fonte: madeiratotal.com.br Terceirização nada mais é do que a contratação de um tipo de serviço de terceiros. Segundo KARDEC & NASCIF (2009, apud COSTA, 2013), é uma ferramenta estratégica, que deve ser utilizada com coerência, pois envolve segurança, aspectos legais, qualidade e custos e, portanto, seu uso inadequado pode trazer sérias consequências para a empresa. Conforme relatos de COSTA, 2013, muitas empresas aplicam a terceirização como forma de cortar gastos e não manter alguns vínculos empregatícios, desativando várias áreas e “entregando-as” quase que exclusivamente a terceiros. No entanto, a terceirização deve ser encarada muito mais como uma parceria, onde ambas as empresas obtenham melhorias nos resultados empresariais, havendo comprometimento e autonomia gerencial das partes envolvidas. A terceirização na manutenção seria vantajosa, principalmente, em empresas cujo setor de manutenção não apresenta um nível de serviço coerente com seus objetivos e, neste caso, a terceirizada poderia suprir essa carência, pois esta é sua especialidade. (COSTA, 2013) 27 KARDEC & NASCIF (2009, p. 213, apud COSTA, 2013) citam algumas condições básicas que as empresas devem seguir para terceirizar: - Definir quais atividades podem ser terceirizadas, com cuidado especial para atividades-fim e estratégicas que envolvam a manutenção; (COSTA, 2013) - Verificar a existência no mercado de empresas prestadoras de serviço ou possíveis empresas que podem ser desenvolvidas;( COSTA, 2013) - Objetivar resultados de médio e longo prazos e não apenas redução de custo no curto prazo;( COSTA, 2013) - Estabelecer relações de parceria; - Procurar a melhoria contínua de resultados, com ganhos divididos entre as partes;( COSTA, 2013) - Estabelecer indicadores de resultados nas áreas de qualidade, atendimento,custo, segurança, moral e meio ambiente; - Ter como premissa o crescimento tecnológico do prestador de serviço. (COSTA, 2013) No caso da terceirização, há uma série de contratos que poderão ser considerados. É importante, no entanto, pensar na manutenção como grande agregadora de valor para a empresa e só então avaliar, de acordo com os objetivos e estratégias traçadas, se a terceirização será ou não o melhor caminho a ser seguido para este setor e, mesmo se a opção for terceirizar, é importante sempre acompanhar os resultados e traçar novas metas, para que a manutenção acompanhe a evolução da empresa, conclui COSTA, 2013) Conforme COSTA, 2013, a terceirização é cada vez mais constante dentro das empresas. Mais especificadamente em relação ao setor de manutenção é nítido que, como mostrado na parte teórica e como visualizado agora na parte prática do trabalho, a avaliação e, consequentemente, os gastos com a terceirização estão diretamente ligados ao objetivo da mesma. Quando se planeja terceirizar para contratar uma equipe especializada, com mais habilidade e conhecimento que a interna, geralmente os resultados são muito bons, mas os gastos também são altos. (COSTA, 2013) 28 Para COSTA, 2013, no caso de equipes terceirizadas para execução de trabalhos simples, como visualizado nas respostas dos questionários, há muitas reclamações relativas à qualidade do serviço prestado e também à inserção de trabalhadores que não necessariamente possuem treinamento e valores condizentes com os da empresa, o que pode gerar problemas para as equipes internas. Portanto, cabe às empresas, acima de tudo, avaliar o motivo da terceirização, buscando sempre justificar de forma coerente com os objetivos organizacionais. A terceirização, apesar de ser uma tendência de mercado, assume riscos à empresa, e só ela poderá decidir se assumirá ou não tais riscos, conclui COSTA, 2013. 17 MANUTENÇÃO INDUSTRIAL NA ERA 4.0 Fonte: engeteles.com.br Também denominada de quarta revolução industrial, a fusão de novas tecnologias digitais e a sua aplicação aos métodos de produção (impulsionada pela Internet of Things, o Big Data e a Inteligência Artificial) terá como consequência uma 29 profunda alteração não só no quotidiano das empresas, como nas economias mundiais, relata FERREIRA, 2018. Para FERREIRA, 2018, embora a ritmos distintos para diferentes zonas do planeta e áreas de atividade, não há dúvidas de que a Indústria 4.0 está mesmo a chegar. À medida que o conceito se vai tornando cada vez mais uma realidade, é fundamental para a competitividade global das empresas acompanhar a tendência. Aquelas que não se modernizarem ficarão, necessariamente, para trás. Como caracteriza FERREIRA, 2018, um dos conceitos a destacar nesta quarta era industrial é a internet das coisas, IoT na sigla em inglês, que consiste na possibilidade de dispositivos inteligentes comunicarem entre si. O que os torna verdadeiramente “inteligentes” é a utilização de sensores que permitem recolher informação sobre o seu funcionamento, que é depois partilhada com os utilizadores finais de maneira útil e inteligível. A preponderância da IoT na indústria tem vindo a consolidar-se nos últimos anos e deu já origem a um novo conceito aplicado especificamente ao setor: Industrial Internet of Things (IIoT), destaca FERREIRA, 2018. Chãos de fábrica com redes de equipamentos interligados ou dispositivos móveis conectados a objetos físicos que recolhem, armazenam e partilham enormes volumes de dados, recorrendo à computação em nuvem, são cenários cada vez mais frequentes. As organizações que já recorrem a estes sistemas de informação que conectam o mundo real ao virtual, perceberam rapidamente os ganhos de eficiência e rentabilidade que a IIoT proporciona e que uma das áreas empresariais que mais pode beneficiar das vantagens desta tecnologia é a manutenção industrial relata FERREIRA, 2018. Para FERREIRA, 2018, com o surgimento da Indústria 4.0, os processos de manutenção evoluíram de um modelo preventivo para preditivo — o foco deixou de estar centrado na prevenção, passando para a previsão. Conforme FERREIRA, 2018, neste novo contexto, a manutenção industrial assume-se simultaneamente como uma necessidade e uma oportunidade acrescida. Uma necessidade, dada a complexidade dos sistemas atuais e a inclusão de equipamentos cada vez mais sofisticados e sensíveis, o que não só representa um 30 grande investimento por parte das empresas, como exige também elevados níveis de fiabilidade e operacionalidade. Uma oportunidade, porque é precisamente a conectividade que caracteriza esta transformação digital que permite um grau de monitorização dos equipamentos nunca antes visto, fundamental à atividade da manutenção e em particular da manutenção preditiva ou preventiva, conclui FERREIRA, 2018. Fonte: www.industria40.ind.br Para SENA, 2017, diante das mudanças que estão em curso na indústria mundial, pode-se afirmar que estamos passando por um verdadeiro processo de revolução nunca antes visto. Em tempos onde a troca de informações é instantânea, o seu uso ainda pode ser muito explorado de forma a agilizar, otimizar ou controlar o desempenho de processos de forma remota. Inteligência artificial (AI), robótica, internet das coisas (IoT), impressão 3D, corte a laser, nanotecnologia e armazenamento de energia: apenas alguns exemplos de tecnologias que possuem alto potencial de crescimento e cuja expansão tende a aumentar de forma abrupta a produtividade da indústria mundial, proporcionando assim um salto no crescimento econômico global, relata SENA, 2017. 31 Para SENA, 2017, devido à velocidade com que as coisas têm evoluído, à amplitude e à profundidade dessas mudanças e o seu impacto sobre a cadeia produtiva, diversos autores afirmam que vivemos um fenômeno ao qual batizam de quarta revolução industrial. Segundo estudos realizados por SENA, 2017, essa nova indústria também tem levado o nome indústria 4.0 – hoje muito popular entre aqueles que fazem o planejamento a longo prazo. O nome provém de um projeto estratégico desenvolvido pelo governo alemão que foi tema da feira de Hannover no ano de 2012. Diz-se que a primeira revolução ocorreu na Inglaterra entre 1760 e 1840 com a invenção da máquina a vapor. Posteriormente, com a utilização da energia elétrica e da linha de produção seriada, viu-se uma nova revolução com consequente aumento da produtividade. A terceira revolução industrial teve início nos anos 60 com o advento dos computadores e dos materiais semicondutores, relata SENA, 2017. Fonte: www.senai-ce.org.br Como caracteriza SENA, 2017, um dos conceitos da indústria 4.0 é a criação de um modelo virtual das máquinas e de todo o sistema produtivo, de forma que este possa ser controlado e operado remotamente. Essa prática é facilitada pela instalação de sensores que enviam aos softwares de comando a situação atual de cada 32 equipamento. Este sistema possibilita a detecção de falhas no processo e irregularidades no desempenho dos equipamentos de forma instantânea. Fonte: engeman.com.br De acordo com SENA, 2017, no que se refere ao processo de manutenção de máquinas, este pode ser realizado baseando-se: • na falha propriamente dita (manutenção corretiva); (SENA, 2017) • num tempo pré-estimado para a troca (manutenção preventiva) (SENA, 2017) • na pré-detecção de uma falha iminente (manutenção preditiva). (SENA, 2017) Na prática, um modelo de indústria 4.0 facilita muito a realização de uma manutenção preditiva. O sensoriamento das peças pode ser capaz de mostrar as falhas iminentes, sendo o operador capaz de resolvê-las antes que os estragos sejam maiores. Em alguns casos, as falhas podem ser corrigidas até mesmo sem a necessidade de ação humana, de acordo com(SENA, 2017). Como aponta (SENA, 2017), outro forte aliado da realização de uma manutenção centrada na confiabilidade de equipamentos é o Big Data. Big Data é um termo utilizado para um grande volume de informações, que com o advento de novos processadores mais potentes podem ser processadas e determinar parâmetros otimizados de manutenção de equipamentos. A tecnologia de Big Data somada às de Inteligência Artificial (AI) poderá determinar com maior precisão a vida útil de 33 equipamentos, seu risco de falha e os impactos sobre o sistema e sua vizinhança. Este será um avanço de larga escala, que se traduz em desafio à indústria visando sua aplicação imediata. Segundo (SENA, 2017), O Sistema Smart implantado pela Welle Laser na sua máquina de corte CS 3000 traz consigo estes conceitos da indústria 4.0. O monitoramento do sistema é hoje realizado por diversos sensores que indicam o desempenho de cada um dos subsistemas da máquina. Estes dados são disponibilizados online para um operador remoto que pode controlar e inclusive monitorar por meio de câmeras o desempenho da máquina. Além disso, o sistema de alimentação com duas mesas de troca permite agilidade na troca de chapas e consequente aumento da produtividade. Nos sistemas com manutenção 4.0 as tarefas que antes eram realizadas de forma periódica ou apenas com a quebra do equipamento passam a ser realizadas com a instrução do próprio sistema. Cada vez mais o software otimizará a utilização do equipamento de forma a diminuir o tempo parado e os prejuízos com trocas de peças. Ao usuário cabe apenas o monitoramento do equipamento e o foco no que realmente importa: o desenvolvimento de soluções inovadoras para seus produtos e serviços, conclui (SENA, 2017), 17.1 Tecnologias aplicadas à manutenção Para SILVEIRA, 2018, a manutenção está em constante evolução, visto que as necessidades das empresas mudam e novas tecnologias passam a ser aplicadas. Até o momento, podemos dizer que a manutenção está na sua quinta geração, na qual a gestão de ativos ganha destaque, assim como o monitoramento das condições de modo on e off-line. 17.2 Tecnologias voltadas para a manutenção Diferentes tecnologias podem ser aplicadas à manutenção com o objetivo atingir resultados, como a redução no número de falhas, o aumento da confiabilidade 34 e qualidade, um menor tempo de máquina parada, o aumento da segurança, entre outros, relata SILVEIRA, 2018. 17.3 Monitoramento e diagnóstico de equipamentos Para SILVEIRA, 2018, o monitoramento e o diagnóstico de equipamentos tiveram início com o surgimento da manutenção preditiva, quando questões como disponibilidade, confiabilidade, preservação do meio ambiente e custo-benefício passaram a ter destaque. Conforme SILVEIRA, 2018, para o monitoramento de um equipamento, é necessário que ele seja avaliado previamente e, então, que seja definida sua condição atual. Após a escolha das técnicas de monitoramento e da coleta de dados, um banco pode ser formado e as análises podem ser realizadas. A partir das análises, possíveis falhas podem ser diagnosticadas e as correções (manutenção corretiva planejada), realizadas. Mediante estudos realizados por SILVEIRA, 2018; dentre as técnicas preditivas para monitoramento de equipamentos, podemos citar análises de: defeitos em materiais metálicos, vibrações, temperatura, espessura, estanqueidade, lubrificante, entre outras. Com essas técnicas de monitoramento, é possível realizar o diagnóstico de falhas como trincas, porosidade, folga excessiva, desalinhamento, desbalanceamento, deformações, falta de lubrificação, desgaste, danos no isolamento térmico, mau contato em equipamentos elétricos, contaminações, entre outras, relata SILVEIRA, 2018. Sem a automatização da manutenção, é necessária uma equipe que mantenha as planilhas atualizadas com dados sobre manutenção e os documentos das máquinas, além de técnicos específicos para cada tipo de manutenção. (SILVEIRA, 2018) 35 Para SILVEIRA, 2018, com o uso de tecnologias de Internet das Coisas (IoT, do inglês Internet of Things), dados críticos são coletados com maior velocidade e precisão e são submetidos a análise por sistemas de inteligência artificial, tornando a manutenção mais eficiente. Com a automatização da manutenção, é possível estimar o tempo de vida útil de cada componente, organizar datas de inspeções, interromper o funcionamento de equipamentos no momento adequado, entre outros benefícios, finaliza SILVEIRA, 2018. 18 APRENDIZADO DE MÁQUINA E INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL Fonte: isitics.com De acordo com ABINC (ASSOCIAÇÃO..., 2017, apud SILVEIRA, 2018), a inteligência artificial envolve máquinas que realizam tarefas que são características de inteligência humana, como compreensão da linguagem, reconhecimento de objetos e sons, resolução de problemas, etc. Já o aprendizado de máquina (machine learning) é uma forma de alcançar a inteligência artificial “treinando” o algoritmo para que ele se ajuste e melhore com base em uma grande quantidade de dados. 36 Ainda conforme relata SILVEIRA, 2018, na manutenção, essas tecnologias podem ser utilizadas com o uso de sensores, que se comunicam em tempo real durante o processo produtivo, possibilitando o monitoramento preditivo com o uso de algoritmos; assim, a partir dos dados obtidos, é possível controlar custos de manutenção, evitar falhas e reduzir os tempos de máquina parada. 19 GESTÃO DE DOCUMENTAÇÃO TÉCNICA Para SILVEIRA, 2018, a gestão de documentação técnica é de grande importância para o controle de documentos como laudos, relatórios, análises, procedimentos, manuais, entre outros. Por meio dessa gestão, é realizado o correto arquivamento, de modo que os documentos que precisam ser mais acessados (fase corrente) sejam de fácil localização e arquivamento, enquanto os documentos que são menos acessados (fase intermediária) são armazenados em local adequado. Conforme Docusign (2017, apud SILVEIRA, 2018), com a correta gestão de documentação técnica, é possível: - Redução de custos: impressão de cópias na quantidade ideal, armaze- namento otimizado, ganho de tempo dos funcionários. (SILVEIRA, 2018) - Diminuição de volume: corte de documentos duplicados, eliminação de papéis que não são mais necessários, digitalização correta de documentos que não precisam existir em cópia física. (SILVEIRA, 2018) - Aumento da qualidade: documentos não são danificados por calor, umidade, mau uso, manipulação, emissão e transporte. (SILVEIRA, 2018) - Agilidade no acesso: leva em conta a natureza do documento e a necessidade de que ele seja acessado de maneira constante ou esporádica. Os arquivos mais usados são colocados em locais de fácil acesso. (SILVEIRA, 2018) - Garantia de segurança jurídica: garante a integridade dos documentos, deixando-os disponíveis quando requisitados, e assegura que eles sejam realmente válidos, com assinaturas, carimbos ou certificados. (SILVEIRA, 2018) 37 - Preservação de memórias: ajuda a preservar a história, identificando a linha de crescimento, os objetivos e valores, o desenvolvimento, etc. (SILVEIRA, 2018) - Uniformização de processos: todos os interessados têm acesso às mesmas informações, padronizando processos (produção, manutenção, compras, etc.), conclui 20 TECNOLOGIAS APLICADAS À MANUTENÇÃO Fonte:inteligencia.rockcontent.com Para SILVEIRA, 2018, a temporalidade ou prazo de validade de cada documento deve ser levada em consideração. Uma forma de organizar os prazos é por meio de uma tabela, listando os documentos de acordo com a natureza, a localização e a data de descarte. Conforme afirma SILVEIRA, 2018, a digitalização de documentos é uma boa opção, pois não demandagrandes espaços físicos, facilita a localização, o acesso e o transporte, não causa deterioração e contribui para a preservação do meio ambiente e para a redução de custos. Existem ferramentas que garantem a validade dos documentos diante da legislação, além de assinaturas eletrônicas. 38 A integração de dados e processos como manutenção, produção, qualidade, logística, entre outros, aumenta a disponibilidade dos equipamentos, otimiza a performance e atende a normas de segurança. Segundo Devecchi (2016, apud SILVEIRA, 2018), em muitas empresas, essa integração é feita por meio de um único software de gestão, que integra e centraliza as informações de todas as áreas. Informações sobre ativos, como cadastro, custo de aquisição, depreciação, roteiros de fabricação, horas de trabalho, planos de manutenção, entre outras, são geradas por diferentes áreas, mas são necessárias para a gestão da manutenção; assim, integrando os dados, é possível agilizar a troca de informações, além de aumentar a confiabilidade, relata SILVEIRA, 2018 21 TECNOLOGIAS EMERGENTES PARA MANUTENÇÃO E GESTÃO DE ATIVOS Fonte: liga.ventures De acordo com estudos realizados SILVEIRA, 2018, a Quarta Revolução Industrial, também chamada de Indústria 4.0, engloba inovações tecnológicas em automação, controle e tecnologia da informação, traz ganhos de eficiência, redução de custos de manutenção e de consumo de energia. Com ela, os processos se tornam 39 mais autônomos e customizáveis e é possível antecipar a detecção de problemas, o que seria uma manutenção proativa, com a qual, em vez de solucionar falhas, são identificadas as suas causas a partir de análise de indicadores de desempenho, removendo-as antes do início da falha. O planejamento da manutenção proativa utiliza softwares que reconhecem prováveis razões de falha e propõem ações corretivas, facilitando a tomada de decisão. Segundo Teles (2017ª, apud SILVEIRA, 2018), com a informatização, foram introduzidos softwares para gestão da manutenção, automatizando ações e evitando ocorrências de falhas humanas. Com isso, as seguintes mudanças ocorrem na manutenção: - Total previsão de falhas: com técnicas de rastreabilidade, Internet das Coisas, Big Data, Data Analytics e computação em nuvem, falhas funcionais não são mais aceitas. - Elevação da produtividade da manutenção: com técnicas de realidade aumentada, visão artificial e robô colaborativo, a produtividade pode ser otimizada. - Redução dos custos de manutenção: redução do estoque de peças de reposição por meio de manufatura aditiva ou total previsão de falhas, robôs colaborativos, reduzindo a necessidade de mão de obra humana, e técnicas avançadas de simulação, evitando falhas de projetos e processos. - Desenvolvimento técnico da equipe de manutenção: uso de realidade aumentada, visão artificial e simulação avançada para desenvolvimento técnico e intelectual da equipe. Boa parte das novas tecnologias da Indústria 4.0 já está disponível, mas a transição não ocorrerá de forma repentina, e, sim, de modo gradual, já que a velocidade de implementação depende de fatores econômicos, estratégicos e da capacitação tecnológica de cada indústria, conclui SILVEIRA, 2018. Rastreabilidade Segundo Teles (2017b, apud SILVEIRA, 2018), a rastreabilidade pode ser definida como a capacidade de usar a Tecnologia da Informação para acompanhar os movimentos do produto, prazo de validade, entre outras informações, por meio da aplicação de dispositivos digitais, como códigos de barras, etiquetas, entre outros. Internet das Coisas 40 Segundo o portal Proof (2017, apud SILVEIRA, 2018), a Internet das Coisas pode ser considerada como o modo pelo qual os objetos físicos estão conectados e se comunicam entre si e com o usuário por meio de sensores e softwares. O termo foi criado no final dos anos 1990 pelo empresário Kevin Ashton, que fazia parte de um time que descobriu como conectar objetos à internet por meio de uma etiqueta, relata SILVEIRA, 2018. Big Data e Data Analytics De acordo com Cetax (2018, apud SILVEIRA, 2018), Big Data é uma palavra- chave usada para descrever imensos volumes de dados que não podem ser efetivamente processados com softwares/tecnologias tradicionais. Já Data Analytics é a ciência de examinar dados brutos com o objetivo de encontrar padrões e tirar conclusões, aplicando um processo algorítmico ou mecânico para obter informações, finaliza SILVEIRA, 2018. Computação em nuvem Fonte: kluh.com.br 41 Segundo CNI Digital (2017ª, apud SILVEIRA, 2018), computação em nuvem (cloud computing) é a possibilidade de acessar e utilizar serviços como armazenamento, bancos de dados, rede, software e análise, entre outros, pela internet. Conforme SILVEIRA, 2018, o conceito surgiu na década de 1960, formulado por J. C. R. Licklider e John McCarthy, enquanto o termo cloud computing foi utilizado pela primeira vez pelo professor Ramnath Chellappa, durante uma palestra, em 1997. Na prática, a nuvem foi desenvolvida em 1999, com o surgimento da Salesforce, e, a partir daí, surgiram serviços de nuvem como Amazon, Google, IBM e Microsoft. Realidade aumentada Fonte: www.aecweb.com.br Conforme CNI Digital (2017b, apud SILVEIRA, 2018), realidade aumentada é a tecnologia que permite a interação entre os universos virtual e real ou, ainda, a sobreposição de objetos e imagens reais no ambiente virtual por meio de um dispositivo tecnológico. Na indústria, camadas virtuais em ambientes reais são utilizadas para modernizar treinamentos e manutenção. 42 Teve origem em 1968, quando Ivan Sutherland criou o Head Mounted Display, um capacete que proporcionou a primeira experiência com elementos virtuais em comunhão com um espaço real, conforme SILVEIRA, 2018. Visão Artificial Segundo LLK (2018, apud SILVEIRA, 2018), visão artificial é uma metodologia que utiliza câmeras industriais e um sistema de iluminação para otimizar processos, tornando possível a captura e o tratamento de imagens em tempo real e a inspeção com alto nível de precisão. Robô colaborativo Robô colaborativo, de acordo com Siautec (2018, apud SILVEIRA, 2018), é um tipo de robô que associa o conhecimento humano com a praticidade e a eficiência das máquinas. Ele não realiza movimentos bruscos e acelerados, tendo sido desenvolvido para desempenhar funções de forma mais lenta, mas sem deixar de ser eficiente e produtivo; com isso, há segurança para robô e funcionário, que trabalham lado a lado. Manufatura aditiva Conforme CNI Digital (2017c, apud SILVEIRA, 2018), a manufatura aditiva consiste na criação de um objeto por meio da adição de camadas ultrafinas, de materiais como plástico, metal, cerâmica, entre outros, por meio de impressoras de três dimensões (3D) a partir de objetos desenhados com um software de modelagem tridimensional. 22 EVOLUÇÃO, BENEFÍCIOS E TENDÊNCIAS DA MANUTENÇÃO A evolução da manutenção, segundo Kardec e Nascif (2009, apud SILVEIRA, 2018), pode ser dividida em cinco gerações, e, em cada uma delas, há evolução nas necessidades das empresas e também nas técnicas de manutenção. Veja, a seguir, uma descrição dessas gerações. 43 Fonte: engeman.com.br 22.1 Primeira geração Conforme SILVEIRA, 2018, a primeira geração da manutenção abrange o período antes da Segunda Guerra Mundial, com a indústria pouco mecanizada e os equipamentos simples. Para SILVEIRA, 2018, a produtividade não era prioridade, não sendo necessária uma manutenção sistematizada. Eram realizadas atividades como limpeza, lubrificação e reparos após a quebra, ou seja, uma manutenção corretiva não planejada. O que se esperava era a habilidade do executante em realizar o reparo necessário. 22.2 Segunda geração Segundo SILVEIRA, 2018, a segunda geração ocorreu entreos anos de 1950 e 1970, após a Segunda Guerra Mundial. Houve um aumento da mecanização, assim como na complexidade das instalações industriais. Maiores disponibilidade e confiabilidade dos equipamentos se tornaram necessárias, com o objetivo de atingir uma maior produtividade, relata SILVEIRA, 2018. 44 A ideia de que as falhas nos equipamentos deveriam ser evitadas deu origem ao conceito de manutenção preventiva, principalmente em intervalos fixos, o que aumentou o custo da manutenção em comparação a outros custos operacionais. (SILVEIRA, 2018) 22.3 Terceira geração Fonte: acoplastbrasil.com.br Para SILVEIRA, 2018, a terceira geração ocorreu entre as décadas de 1970 e 1990. Com a utilização de sistemas just in time, pequenas paradas de produção poderiam parar uma fábrica, dando destaque à manutenção preditiva. Houve um aumento da automação e da mecanização, assim como das exigências ligadas à segurança e ao meio ambiente, fazendo com que empresas fossem impedidas de trabalhar se não se adequassem, conforme SILVEIRA, 2018. Just in time é um sistema de administração da produção em que nada deve ser produzido, transportado ou comprado antes da hora certa. O estoque de matéria- prima é mínimo e suficiente para poucas horas de produção. Normalmente, a produção é por demanda, ou seja, primeiro, vende-se o produto para, depois, comprar a matéria-prima e fabricá-lo, finaliza SILVEIRA, 2018. 45 22.4 Quarta geração Para SILVEIRA, 2018, na quarta geração, ocorrida de 1990 até 2005, aproximadamente, a disponibilidade seguiu sendo uma das medidas de performance mais importante, além da busca pela confiabilidade. O maior desafio é a minimização de falhas prematuras. A manutenção preditiva e o monitoramento de condição dos equipamentos e do processo são cada vez mais utilizados. Há, também, um aprimoramento na contratação e na terceirização dos serviços. (SILVEIRA, 2018) 22.5 Quinta geração Para SILVEIRA, 2018, a quinta geração, que ocorre a partir de 2005, mantém as boas práticas da quarta geração, focando na gestão de ativos, que devem produzir na sua capacidade máxima para obter o melhor retorno. A manutenção preditiva ganha ainda mais foco com o monitoramento das condições de forma on e off-line, relata SILVEIRA, 2018. A gestão está focada em melhorias para a redução de falhas a partir da performance de ativos, da engenharia de manutenção e da contratação de serviços terceirizados por resultados. (SILVEIRA, 2018) Fonte: sgssustentabilidade.com.br 46 22.6 Tendências De acordo com o Asalit (2015, apud SILVEIRA, 2018), algumas tendências para a manutenção industrial são: - Gestão de performance de ativos, tendo uma visão completa sobre o negócio e os equipamentos, buscando otimizar a manutenção, a aquisição e o uso. (SILVEIRA, 2018) - Padronização com o uso de softwares de gestão da manutenção, a partir dos quais as máquinas poderiam regular-se e emitir ordens de compra ou manutenção. (SILVEIRA, 2018) - Aumento na capacidade analítica para análise de dados e tomadas de decisões. (SILVEIRA, 2018) - Troca de dados de forma contínua, com o uso de tecnologias, possibilitando o monitoramento à distância. (SILVEIRA, 2018) - Treinamento diferenciado dos profissionais para que saibam lidar com equipamentos com cada vez mais tecnologias e necessidades específicas. (SILVEIRA, 2018) 47 23 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS MARTINS, Túlio Martins. Manutenção? O que é Manutenção? [S. l.], p. 1-1, 8 nov. 2019. VENTURA, Karen Marino; PLAZZI, Thaís Sagrillo. Aplicação das ferramentas da qualidade no gerenciamento de manutenção industrial para melhoria e consolidação de resultados. [S. l.], p. 1-73, 1 jan. 2017. SILVEIRA, Cristiano Bertulucci. Os 6 Tipos de Manutenção na Indústria, [S. l.], p. 1-1, 22 jun. 2020. ARAÚJO, Evanir. Manutenção Industrial: O que é, Exemplos e Quais os Principais Tipos? [S. l.], p. 1-1, 24 fev. 2020. COSTA, Mariana de Almeida. Gestão estratégica da manutenção: Uma oportunidade para melhorar o resultado operacional, [S. l.], p. 1-104, 2013. FERREIRA, Nídia. Manutenção industrial na era 4.0, [S. l.], p. 1-1, 6 nov. 2018. DARIO, Marcos; SILVA, Eliciane Maria da; NETTO, Mário Sacomano; PIRES, Sílvio Roberto Ignacio. Indicadores de desempenho, práticas e custos da manutenção na gestão de pneus de uma empresa de transportes. [S. l.], p. 1-35, 1 dez. 2014 SILVEIRA, Aline Morais da. Manutenção Industrial. [S. l.], p. 1-12, 1 nov. 2018. 48 24 BIBLIOGRAFIA ASALIT. Manutenção industrial: conheça 4 tendências do segmento. 2015. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE INTERNET DAS COISAS. A Diferença entre Inteligência Artificial, Aprendizado de Máquinas e Aprendizagem Profunda. 27 out. 2017. CETAX. Diferença entre data science, big data e data analytics. 2018. CNI DIGITAL Série pilares da indústria 4.0 (parte 3 de 9): computação em nuvem. 26 jul.2017a. DEVECCHI, T. Manutenção industrial x PCP: vantagens da integração. 09 ago. 2016. DOCUSIGN. Guia completo da gestão de documentos. 06 jul. 2017. KARDEC, A.; NASCIF, J. Manutenção: função estratégica. Rio de Janeiro: Qualitymark, 2009. LLK. O que é Visão Artificial e onde essa tecnologia pode ser aplicada na indústria e manufatura? 26 mar. 2018. PROOF. Internet das coisas: um desenho do futuro. 2017.