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Pró-reitoria de EaD e CCDD 1 Gestão de Marcas e Branding Aula 3 Prof.ª Cristina Pastore Pró-reitoria de EaD e CCDD 2 Conversa Inicial O quão importante é uma marca? E como se constrói uma marca de sucesso? Bem, esse é o conceito que discutiremos nessa aula. As marcas devem ser construídas de forma a expressar todas as qualidades e aspectos da empresa, e devem ser apaixonantes. Para tanto, necessitam de uma identidade visual inigualável, por exemplo, como não achar impactante a maçã da marca da Apple. Sendo que o engraçado é ter o nome de uma fruta em uma empresa de tecnologia, porém os fãs dessa marca conseguem se conectar com ela. Contextualizando As empresas sabem que uma marca forte pode trazer bons frutos, como nomear outros produtos e outras linhas de produtos. Essa é uma decisão estratégica que as empresas levam em consideração quando lançam novos produtos e serviços. Uma marca de impacto pode transpor toda sua magnitude para as demais, desde que haja identidade entre o produto original, novos produtos e as extensões dela oriunda. Dessa forma, abordarmos nessa aula como se deve construir uma marca, desde seu conceito até a sua identidade visual, e discutiremos também as estratégias de extensão de marca e a importância das embalagens e os rótulos. TEMA 01: Arquitetura de Marcas Imagine que você irá construir uma casa, antes de sair colocando tijolos e cimento, você deve planejar essa construção: fazer a planta, comprar os insumos, contratar mão de obra qualificada, aí sim, é dado início à construção e posterior acabamento. Com as marcas é a mesma lógica: primeiro você entende o que é uma marca, como a gerencia, quais são as grandes marcas de mercado e o que se pode aprender com elas, e verificar os procedimentos legais para protegê-la. Posteriormente você analisa o mercado, conhece o seu público, e por fim, inicia a construção da marca, e inclusive a classifica perante o mercado. O que aqui chamados de construção e arquitetura da marca. Pró-reitoria de EaD e CCDD 3 Quando se pensa em construir uma marca, KOTLER & KELLER (2006), afirmam que existem seis critérios na escolha dos elementos da marca, sendo eles: memorável, significativo, desejável, transferível, adaptável e protegido. Quadro 1: Elementos da marca Elemento Explicação Exemplo Memorável Com que facilidade o elemento da marca é lembrado? Com que facilidade é reconhecido? Isso é válido tanto para a compra como para o consumo. Nomes de marcas curtos podem ajudar. Omo, Tam, Gol, Yoki e UNINTER. Significativo Até que ponto o elemento de marca é digno de crédito e sugestivo para a categoria correspondente? Ele sugere algo sobre um ingrediente do produto ou o tipo de pessoa que poderia utilizar a marca? Desodorizador Bom Ar e absorvente feminino Sempre Livre. Desejável Esteticamente, até que ponto os consumidores acham o elemento da marca cativante? Por si só, ele é desejável visualmente, oralmente ou em outros aspectos? Brilhante, Seda e Claro. Transferível O elemento de marca pode ser usado para apresentar novos produtos na mesma ou em outras categorias? Até que ponto o elemento marca colabora com o brandequity em outros países e segmentos de mercado? A Volkswagen batizou um utilitário de Tuareg, nome de uma tribo nômade saariana que é conhecida por ter um histórico de posse de escravos. Tal marca criou uma reação negativa nos EUA. Outro exemplo é o carro “The Best” da Kia que no Brasil virou “Best”. Adaptável O elemento de marca é adaptável e atualizável? A marca 20th Century Fox precisou ser atualizada para 21st Century Fox. Protegido O elemento de marca pode ser protegido juridicamente? Até que ponto pode ser protegido em termos concorrenciais? Pode ser copiado com facilidade? Principalmente quando a marca se torna o sinônimo do produto. Gillette, Maisena, Xerox, Bom Bril. Fonte: adaptado de KOTLER & KELLER (2006, p. 276). Assim, ao construir a marca, a empresa deve ter a clara consciência dos atributos da marca para com seus consumidores, seja esses atributos emocionais ou funcionais. Pró-reitoria de EaD e CCDD 4 Figura 1: Atributos da marca Fonte: Disponível em: <http://br.monografias.com/trabalhos3/gestao-marcas-cidade-porto- turismo/image006.png>. Acesso em 17 dez. 2015. Quando tratarmos sobre a identidade visual, vamos também entender como a construção desses atributos ocorre, porém, uma das coisas mais importante é escolher o nome da marca. KELLER & MACHADO (2006) apresentam uma classificação de nomes de marca. Figura 2: Classificação de nome de Fonte: KELLER & MACHADO (2006, p. 97). Agora vamos falar mais sobre o que é arquitetura de marca. A arquitetura de marcas possibilita manejar o mix de produtos da empresa de forma estratégica, novos produtos podem ser lançados com a mesma aceitação dos já consolidados. Estratégias de arquitetura de marcas permitem o posicionamento das marcas de acordo com os objetivos da empresa. Por meio dessas estratégias é possível fortalecer e potencializar o mix de produtos, gerando economias e lucros. (GARCIA et al., 2011, p. 4). Pró-reitoria de EaD e CCDD 5 Assim, a compreensão é que arquitetura de marca é o jeito que uma empresa compõe e nomeia as marcas, igualmente o relacionamento entre essas marcas. Ou seja, segundo GARCIA et al. (2011, p. 6) “A arquitetura de marcas corresponde a uma abordagem de relação hierárquica entre as marcas de uma organização, determinando como a marca vai se relacionar com determinado produto, categoria, ou várias categorias”. Neste caso, a empresa pode ter diversos tipos de marca, como marcas mãe, extensão de marcas, marcas de produto, etc. Assim, a empresa pode arquitetar suas marcas de diversas formas. Quadro 2: Tipos de arquitetura de marcas Tipo Descrição Marca monolítica O consumidor confia na marca, priorizando-a em detrimento às características e benefícios do produto. Para aplicações nos produtos ou serviços são utilizadas denominações genéricas. Dentro deste cenário os consumidores tomam suas decisões baseados na fidelidade que tem pela marca, ao redor da qual tudo está unificado. Portanto, pode-se dizer que a única assinatura visual evidenciada no produto com registro legal é a marca mãe (ou marca corporativa), demais elementos textuais que sugerem a categoria a qual o produto pertence, mesmo que apresentados com grafia própria não são passíveis de registro legal, pois possuem nomes de uso comum, como por exemplo, sabão em pó. Marca pluralística A empresa possui uma série de produtos com marcas conhecidas pelos consumidores. Os investimentos de marketing são direcionados ao público-alvo e visam promover as marcas dos produtos. A marca mãe pode ser desconhecida por parte dos consumidores, no entanto, é reconhecida primeiramente pelos empresários, sócios, acionistas e investidores. Marca subsidiária (ou arquitetura de sub marca) O produto ou serviço agrega a marca da empresa à sua marca, a marca mãe domina, entretanto as duas servem de condutoras. Marca endossada Neste cenário a marca mãe endossa o produto ou serviço, mesmo estes possuindo público e presença de mercado bem definidos. Dessa forma o produto se beneficia com a associação da marca mãe Fonte: adaptado de GARCIA et al. (2011, p. 7). Pró-reitoria de EaD e CCDD 6 Figura 3: Atributos da marca Fonte: Disponível em: <http://image.slidesharecdn.com/guiadeidentidadevisualnaming- 150422100911-conversion-gate01/95/guia-de-identidade-visual-e-naming-by-aba-22- 638.jpg?cb=1429697376>. Acesso em 17 dez. 2015. Assim, podemos avançar e entender como construir a identidade visual da marca, e as possibilidades de explorar mais seus tipos e extensões. TEMA 02: Identidade Visual Um dosmomentos mais mágicos na construção da marca é quando efetivamente ela ganha forma, ou seja, após diversas análises, enfim é criado o símbolo que vai identificar a empresa perante o mercado, ou seja, a sua identidade visual. É por esse símbolo que os concorrentes vão temer e os consumidores se apaixonarem. A assinatura visual é elemento central de um sistema de identidade visual. Possui função comercial, histórica e legal, e seu gerenciamento pode ser fator decisivo para o sucesso de uma organização. Além de identificar, também estabelece significação ao que faz referência, seja uma empresa, um território, um produto ou serviço, desta forma, pode construir maior identificação com seus clientes por meio de sua identidade. Então, por desenvolver e gerenciar, o design também atua de forma estratégica, concretizando identidade; fortalecendo marcas; e materializando culturas. (GARCIA et al., 2011, p. 8). Pró-reitoria de EaD e CCDD 7 Figura 4: identidade visual da marca Fonte: Disponível em: <http://www.tekoa.com.br/wp-content/uploads/2014/10/identidade-de- marca.jpg>. Acesso em 17 dez. 2015. Assim, uma marca pode ser formada pelo nome, símbolo, slogan e jingles que vão remeter a empresa, é essa a identidade visual que estará na mente dos consumidores. “A identidade visual é o conjunto de elementos gráficos que irão formalizar a personalidade visual de um nome, ideia, produto ou serviço.” (STRUNCK, 2007 apud GARCIA et al., 2011, p. 9). Dessa forma, a marca pode ter em sua identidade visual apenas o nome por escrito, apenas o símbolo, ou a combinação de ambos. As empresas também podem optar por ter seus slogans junto a marca. Figura 5: Composição de marca Fonte: GARCIA et al. (2011, p. 9). Pró-reitoria de EaD e CCDD 8 Figura 6: Identificadores de marca Fonte: Disponível em: <http://img.foroalfa.org/articulos/Norberto_Chaves/tipologias/Tipos_de_marcas_graficas_pt.png>. Acesso em 17 dez. 2015. A identidade visual então criada vai permear em toda a organização, e em sua comunicação visual como papelaria, veículos, site, cartões de visitas, assinaturas de email, embalagens, etc. que vão compor a identidade corporativa, e por sim será traduzida na marca no ambiente. Segundo TEIXEIRA (2011 apud GARCIA et al., 2011, p.9), “a distribuição hierárquica de elementos que identificam uma organização é dada por meio de conjuntos, são eles: assinatura visual; identidade visual; identidade corporativa; e marca, essa distribuição foi denominada de Brand Target”. Pró-reitoria de EaD e CCDD 9 Figura 6: Brand Target Fonte: TEIXEIRA (2011 apud GARCIA et al., 2011, p.12). Para obter êxito na construção da identidade visual da marca, o site Pequenas Empresas e Grandes Negócios (2014), apresenta 8 passos para criar a identidade visual da sua empresa: Quadro 3: 8 passos para criar a identidade visual da sua empresa Passo Descrição 1 - Primeiro passo Perceber que marca e design são inseparáveis. Quando você cria uma marca, a intenção é que ela provoque uma reação forte no público, que passe a reconhecê-la de imediato. Se você conseguir que duas ou mais pessoas tenham a mesma reação, é sinal de que a sua marca tem força. Em muitos casos, essa reação do público está diretamente relacionada ao design. Então, pare de separar as coisas: para todos os efeitos, design e marca são exatamente a mesma coisa. 2 - Design e marca São a mesma coisa, passe a integrar completamente os dois conceitos. A essência da sua marca tem que estar no design, sempre. Tudo que a Apple representa para o mundo está representando no design de seus produtos. Se você tirar o logo de um BMW, ainda vai saber que é um BMW. 3 - Lembre-se Para criar uma identidade visual forte, você precisa estabelecer uma relação emocional com as pessoas. Essa é, em grande parte, a função dos designers. Eles têm que incorporar os valores e objetivos da companhia, e daí transformá-los de maneira a criar uma conexão com o consumidor. 4 - O design Tem que fazer parte da estratégia da empresa desde o começo. Não é o caso de montar o negócio e só depois pensar no design. Você tem que levar em conta a identidade visual no momento em que escreve o plano de negócio. A marca da Samsung só ficou poderosa depois que o design virou uma prioridade. Pró-reitoria de EaD e CCDD 10 5 - Chame os designers Para participar das reuniões e acompanhar os processos de decisão da empresa. Bons designers sabem fazer as perguntas certas para criar soluções inovadoras. Quem sabe eles não estimulam a inovação nos outros funcionários? 6 - Simplicidade é a chave Nada de incentivar os designers a terem ideias cada vez mais mirabolantes. Quanto mais simples e mais conectadas com a essência da empresa, melhor. 7 - Use o design para reinventar Mesmo que tenha achado soluções interessantes para compor a identidade visual, saiba que seu trabalho não terminou. Hoje, as marcas precisam se reinventar o tempo todo. O melhor exemplo talvez seja o Google, que muda o seu logo constantemente, para adequá-lo a ocasiões especiais. 8 - Sua marca pode fazer diferença no mundo Encorajando as pessoas a se envolverem com questões sociais e ambientais. E o design pode ser parte disso. Se o seu time conseguir criar um visual que torne o tema da sustentabilidade acessível e divertido, você terá meio caminho andado. Fonte: Disponível em: <http://revistapegn.globo.com/Noticias/noticia/2014/08/9-passos-para-criar- identidade-visual-da-sua-empresa.html>. Acesso em 17 dez. 2015. Lembre-se: uma identidade visual de marca eficaz é aquela que consegue se comunicar com os consumidores e com eles criar laços. TEMA 03: Tipos de Marcas Quando se fala em tipos de marcas, temos que segundo ANDRADE (2010, p. 94) “um aspecto possível de classificação das marcas, para fins de opção por mix de marketing, dá-se em função da propriedade, da origem, da organização e sua divulgação”. Dessa forma, as classificações são inúmeras, tais como a marca do produto, a marca do fabricante, a marca própria do revendedor, marca de certificação, marca coletiva, marca de origem, a marca de família, a marcas mãe ou guarda-chuva, as marcas licenciadas e marcas de extensão de linhas. As possibilidades de relacionamento entre marcas de uma mesma organização permite manejar o mix de produtos de uma empresa estrategicamente, assim, novos produtos podem ser lançados com maior aceitação, utilizando-se da credibilidade obtida pelos outros produtos já consolidados. Portanto, implicações estratégicas de marcas têm relação direta com o lançamento de novos produtos, quando se é necessário optar pelo lançamento de uma nova marca, ou o patrocínio de uma marca já existente. (CHAILAN, 2009 apud GARCIA et al., 2011, p. 13). Pró-reitoria de EaD e CCDD 11 Quadro 3: Exemplos de marca Tipo de Marca Explicação Exemplo Marca individual de produto Esta é a marca do produto, que pode ser ou não o nome do fabricante. Em alguns casos, o são, por exemplo, a fabricante Coca-Cola, produz vários produtos, por exemplo, a Fanta e produz também o produto Coca- Cola. Já a P&G é a fabricante da marca individual das fraldas Pampers. Disponível em: http://4.bp.blogspot.com/-- 5oCZDAoHwc/T7wnuZ0E4KI/AAAAAAAA1x4/jnDv UFUuLAo/s1600/leite%2Blogo.jpg Marca de fabricante Esta é a marca criada para sinalizar o produto de um determinado fabricante. Disponível em: http://static.dnaindia.com/sites/default/files/2015/06/ 11/345418-nestle.png Marcas Próprias Esta é marca que são criadas pelos intermediários. Disponível em: http://goiasempresas.com.br/wp- content/uploads/2015/09/qualita-300x336.jpg Marca de família Esta é a marca que é utilizada para as linhas de produtos. Disponível em: http://www.angeliica.com/wp- content/uploads/2014/11/babydovebrasil-kitpromocional.jpg Pró-reitoria de EaD e CCDD 12 Marca de Extensão de linha Esta é a marca quando a empresa usa a marca existente para lançar um novo produto de extensão de sua linha, ou um produto de outra categoria. Fonte: <http://www.perfumes.blog.br/images/imagem- perfume/masculino/perfumes-ferrari-perfume-- _mini.jpg>. Marca de Terceiros ou licenciada Está marca quando se utiliza nome de artistas ou personalidades por meio de contrato de licenciamento. Disponível em: http://www.diretrizdigital.com.br/wp- content/uploads/2014/06/turma-da-monica- mauricio-de-sousa-licenciamento-produto- licenciado-grafico-personagem-marca-agencia- diretriz-digital.jpg Marca Guarda- Chuva Marca da detentora de outras marcas. Disponível em: http://www.exchangewire.com.br/wp- content/uploads/2015/03/1409906754Unilever- logo.jpg Marca de certificação Marcas que atestam a conformidade de um produto ou serviço. Disponível em: http://seeklogo.com/images/I/INMETRO-logo- 743FDD115D-seeklogo.com.gif Fonte: Adaptado de ANDRADE (2010, p. 94-99). Pró-reitoria de EaD e CCDD 13 Com isso entendemos que os tipos de marca dependem da estratégia da empresa, e segundo RASLAN (2014, p.4), “devem ser levados em consideração tanto os benéficos emocionais quanto a autoexpressão que são consentimentos básicos”. Assim, a empresa consegue extrair o melhor de sua marca e portfólio de produtos. TEMA 04: Extensão de Marcas Uma marca às vezes é tão forte que as empresas seguem a estratégia de estendê-la para outros produtos. ANDRADE (2010, p. 99), afirma que “isso ocorre quando uma empresa usa a marca existente para lançar um novo produto de extensão de sua linha, ou mesmo quando lança uma nova linha utilizando a mesma marca”. Dessa forma, temos novos produtos que tentam passar a mesa credibilidade da marca. “Quando as marcas estão distribuídas entre produtos de uma mesma categoria são denominadas extensões de linha, enquanto marcas presentes em produtos de categorias distintas são designadas extensões de categoria”. (TYBOUT; CALKINS, 2006 apud GARCIA et al., 2011, p.11). Ao abordar as extensões de marcas STRUNCK (2007 apud GARCIA et al, 2011, p. 9), apresenta dois modelos de extensões de linhas, sendo as verticais e horizontais. Verticais: esse tipo de extensão de linha se caracteriza pela aplicação da marca de um produto em outros produtos da mesma categoria, podendo estes apresentar variação de preço e qualidade. Horizontais: nesse tipo de extensão de linha a marca é aplicada a produtos ou serviços de categorias diferentes. Essas aplicações devem levar em conta o conceito da marca mãe, para que suas qualidades e valores sejam transmitidos a toda a linha de produtos. Nesse caso, a empresa necessita fazer uma análise, se o produto e o nome da marca são existentes, se a marca existe, mas o produto não existe, etc. Pró-reitoria de EaD e CCDD 14 Figura 7: Estratégias de marca Fonte: Disponível em: <http://images.slideplayer.com.br/3/1224562/slides/slide_73.jpg>. Acesso em 18 dez. 2015. Com isso, temos que: (i) uma marca existente com um produto existente temos uma extensão de linha; (ii) uma marca existente com um produto novo temos a extensão da marca; (iii) uma marca nova com produto existente temos a multimarcas; e por fim, uma marca com um produto novo temos novas marcas. Note que apenas nas duas primeiras situações temos a extensão da marca. A extensão de marca é uma estratégia cada vez mais adotada por grandes empresas no Brasil. Um estudo realizado pela consultoria especializada em gestão de marcas Troiano com 456 marcas líderes em 64 categorias no país mostra que 80% delas têm pelo menos um produto diferente com a mesma marca. (FRANÇA, 2013). Grandes empresas adotam essa estratégia como a Nestlé. Figura 8: Extensão de linhas Nestlé Fonte: Disponível em: <http://image.slidesharecdn.com/aula3-mkt-de-produto-ao-branding-o-contexto- em-que-emergiram-as-novas-mdias-catia-lassalvia-1206988443744006-4/95/aula3-mkt-de-produto- ao-branding-o-contexto-em-que-emergiram-as-novas-mdias-catia-lassalvia-32- 728.jpg?cb=1206963245>. Acesso em 18 dez. 2015. Pró-reitoria de EaD e CCDD 15 Porém, não é tão simples assim, e muitas empresas podem fracassar, como a Bic que é fabricante de isqueiros e canetas estendeu sua linha para perfumes na década de 80 e fracassou. Por outro lado, temos casos de sucesso como a Ferrari e a sua extensão para perfumes. Quadro 4: Vantagens e desvantagens de extensão de marca Vantagens - Propicia o reconhecimento imediato de um novo produto; - Provoca a adoção mais rápida do novo produto; - Facilita a entrada da empresa em novas linhas de produtos; - Reduz de forma significativa o custo com propaganda. Desvantagens - Um fracasso em relação ao novo produto irá atingir os já consolidados no mercado; - Pode acontecer de a marca não ser adequada à imagem do novo produto; - A prática excessiva da extensão pode provocar a falta de identificação da marca ao produto por parte do consumidor. Ocorre, nesse caso, o que se chama de diluição da marca. Fonte: adaptado de ANDRADE (2010, p. 99). Mesmo para grandes empresas, nem sempre é simples expandir o portfólio de produtos, sobretudo quando se aventuram num segmento desconhecido. Em 2005, nos Estados Unidos, a fabricante de alimentos e bebidas Pepsico fez um acordo para lançar um brilho labial com sua marca de salgadinho Cheetos. O produto com aroma de queijo sumiu do mercado meses depois de ser lançado. (FRANÇA, 2013). Para adotar a estratégia de maneira cautelosa, uma saída é fazer projetos temporários. Foi o caminho seguido pelos executivos da Unilever responsáveis pelo sorvete Magnum ao fechar um acordo com a fabricante de calçados gaúcha Grendene, dona da marca Melissa. A nova coleção chegou ao mercado na segunda quinzena de novembro. (FRANÇA, 2013). Assim, a empresa deve analisar muito o mercado para realizar sua extensão de marca, pois se ela não obtiver sucesso, pode inclusive matar a marca mãe. TEMA 05: Embalagem e Rotulagem Muita gente acha que os rótulos servem apenas para descrever a composição do produto, e a embalagem apenas para carregá-lo. Isso é um erro. Primeiro que segundo KOTLER & KELLER (2006, p. 387) o rótulo “desempenha diversas funções, como identificação e classificação do produto, descrição e promoção”. Segundo, conforme FARIA & SOUZA (2008, p. 1) “a embalagem é considerada um dos itens relevantes para o embate dos cinco segundos finais considerados o momento mais crítico do processo de marketing, quando o produto é colocado na frente do Pró-reitoria de EaD e CCDD 16 consumidor.” Dessa forma, vemos que tanto o rótulo quanto a embalagem têm a função de promover a marca. Segundo MESTRINER (2002, apud FARIA & SOUZA, 2008, p. 5), a metodologia para a elaboração de uma embalagem é composta por 10 pontos- chave: Conhecer o produto; Conhecer o consumidor; Conhecer o mercado; Conhecer a concorrência; Conhecer tecnicamente a embalagem a ser projetada; Conhecer os objetivos mercadológicos; Ter uma estratégia para o design; Desenhar de forma consciente; Trabalhar integrado com a indústria; Fazer a revisão final do projeto Pode-se dizer que as embalagens têm funções objetivas (tangíveis) e subjetivas (intangíveis); as objetivas seriam as funções básicas de conservar e proteger os produtos e assubjetivas seriam as que funcionam como ferramenta de Marketing, ou seja: comunicar; criara identidade do produto; criar imagem; divulgar; despertar curiosidade; expressar o atributo doconteúdo; encantar; despertar simpatia; agregar valor ao produto; atrair (como por exemplo asembalagens para produtos infantis); provocar; despertar interesse e impressionar.(FARIA; SOUZA, 2008, p. 7). Quanto à classificaçãodo tipo de embalagens, podemos classifica-as em: (i) Primárias que são aqueles onde está dentro o produto; (ii) secundárias que é encarregada de conter embalagens primárias; e (iii) terciárias que são as embalagens de transporte. Pró-reitoria de EaD e CCDD 17 Quadro 5: Tipos de embalagens Primária Disponível em: http://embalagemsustentavel.com.br/wp-content/uploads/2010/01/pureza- vitalb.jpg Secundária Disponível em: http://aletp.com/wp-content/uploads/2014/03/Budweiser-World-Cup-pack.jpg Terciária Disponível em: http://www.brasiledinheiro.com/wp-content/uploads/2012/10/embalagem-1- 500x272.jpg Fonte: Elaborado pelo autor. A missão da embalagem é a exposição do produto, confirmando sua participação como instrumento de venda. Em supermercados a embalagem é a principal “chama” para as vendas. Já que o consumidor passa por gôndolas cheias de produtos, ele vai notar aquela que no momento de sua passagem lhe chamar mais atenção. (FARIA; SOUZA, 2008, p. 13). Dessa forma entendemos que a embalagem também é um diferencial na hora da venda, elas cativam os consumidores e fazem despertar os seus desejos. “A embalagem “fala” e, portanto, é necessário manter entre ela e a “exibitécnica” – termo que traduz a arte de expor e de exibir produtos – um ponto de consonância com as emoções e convicções do ser humano” (FARIA; SOUZA, 2008, p. 12). Da mesma forma, os rótulos são de extrema importância, pois eles além de trazerem design diferenciados, eles informam aos consumidores sobre a composição do produto, e descrevem os benefícios de usá-lo. Pró-reitoria de EaD e CCDD 18 Rotulagem - o rótulo representa um subconjunto da embalagem. Os vendedores devem rotular seus produtos. O rótulo pode ser uma simples etiqueta afixada ao produto ou um desenho artisticamente elaborado que faça parte da embalagem. Ele pode conter apenas a marca do produto ou muitas informações. Mesmo que o fabricante prefira um rótulo simples, a lei exige informações adicionais. O rótulo desempenha algumas funções. Inicialmente, identifica o produto ou marca; a seguir, classifica-o. Pode, também, descrevê-lo: quem o fabricou, em que local, quando, o que contém, como usá-lo com segurança. Finalmente, pode promover o produto por meio da aparência gráfica atraente. (DATRINO, 2001, p. 56). Figura 8: Informações do rótulo Fonte: Disponível em: <http://www.florbelamendes.net/content/images/rotulo_descrito.jpg>. Acesso em 18 dez. 2015. Pró-reitoria de EaD e CCDD 19 O rótulo deve passar confiança aos consumidores, e ser claro. Segundo o Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec, 2013). “Em São Paulo, 70% confiam nas informações dos rótulos. Classes A/B confiam mais (44%), utilizam mais as informações para uma dieta saudável (38%) e estão mais dispostas a mudar de marca segundo as informações nutricionais (23%)”. Com isso, esse é um item importante ao ser elaborado, pois um rótulo mal feito pode prejudicar a marca. Trocando Ideias Agora troque uma ideia com seus amigos no fórum. A pergunta é: Qual o maior perigo de uma extensão de marca com insucesso? Síntese Chegamos ao fim de mais uma aula, onde discutimos muitas coisas sobre a construção e a arquitetura das marcas. Uma marca deve ser construída de forma cuidadosa para que ela consiga transpor todos os valores da empresa e conseguir obter êxito em ser o elo de ligação entre a empresa e o cliente. Marcas como representação de seus produtos podem ser ampliadas a ponto de abranger extensões de novos produtos e linhas de produtos. Uma preocupação recorrente é se vale a pena estender a marca em conta que leva em conta os efeitos positivos e negativos para tal. Essa é uma decisão estratégica da empresa. Por fim, vimos que é importante a identidade visual da marca, pois é através dela que a marca cria sentido no consciente e no subconsciente dos clientes, assim como utilizar as embalagens e rótulos como canais de comunicação. Referências ANDRADE, Carlos Frederico. Marketing: O que é? Quem faz? Quais as tendências? 2 ed. Curitiba: InterSaberes, 2010. DATRINO, Roberto Cezar. A embalagem e rotulagem como elemento de estratégia de marketing. Augusto Guzzo Revista Acadêmica, n. 3, p. 54-57, 2001. FARIA, Marcos Arêas de; SOUZA, Caissa Veloso e. A influência da embalagem no composto de marketing. IV Congresso Nacional de Excelência em Gestão. Niterói, RJ, Brasil, 31 de julho, 01 e 02 de agosto de 2008. Pró-reitoria de EaD e CCDD 20 FRANÇA, Renan. Extensão de marcas vale para produtos bem diferentes? Disponível em: <http://exame.abril.com.br/revista-exame/edicoes/1055/noticias/ate- onde-da-para-multiplicar>. Acesso em 18 Dez. 2015. GARCIA, Lucas José et al. Gestão de Marca: Influências da hierarquia e arquitetura no posicionamento empresarial. Projetica, v. 2, n. 2, p. 05-15, 2011. IDEC - Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor. Rótulo nutricional ou bicho de sete cabeças? Disponível em: <http://www.idec.org.br/em-acao/revista/dificil-de- decifrar/materia/rotulo-nutricional-ou-bicho-de-sete-cabecas>. Acesso em 18 Dez. 2015. KELLER, Kevin Lane; MACHADO, Marcos. Gestão Estratégica de Marcas. São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2006. KOTLER, Philip; KELLER, Kevin Lane. Administração de marketing: análise, planejamento e controle. 12 ed. São Paulo: Pearson Pratice Hall, 2006. PEQUENAS Empresas, Grandes Negócios. 9 passos para criar a identidade visual da sua empresa. Disponível em: <http://revistapegn.globo.com/Noticias/noticia/2014/08/9-passos-para-criar- identidade-visual-da-sua-empresa.html>. Acesso em 18 Dez. 2015. RASLAN, Eliane Meire Soares. Posicionamento, identidade e visibilidade da marca. Rizoma, Santa Cruz do Sul, v. 2, n. 1, p. 136, julho, 2014.