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Febre Aftosa

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febre aftosa 
introdução 
O status da febre aftosa no Brasil é livre com 
vacinação (a maioria dos estados são livres com 
vacinação). O objetivo é que o Brasil se torne livre 
de febre aftosa sem vacinação até 2026. 
OBS: todos os países da América, com exceção da 
Venezuela, se tornaram livres com ou sem 
vacinação. 
 
Histórico 
O ultimo foco de febre aftosa no Brasil ocorreu entre 
2005 – 2006, no estado do Mato Grosso do Sul e 
Paraná. Desde abril de 2006 (16 anos), o Brasil se 
mantém sem a ocorrência da doença. 
O primeiro estado a ser livre sem vacinação foi Santa 
Catarina, seguido de Rio Grande do Sul e Paraná. No 
espirito santo o último foco de febre aftosa ocorreu 
no ano de 1996 no município de Aracruz. 
 
Características gerais da doença 
Característica do vírus 
O vírus da febre aftosa pertence à família 
Picoviridae e gênero Aphtovírus. Esse gênero 
apresenta 7 subtipos imunologicamente distintos, 
são eles: 
-A; 
-O; 
-C; 
-SAT 1; 
-SAT 2; 
-SAT 3; 
-Ásia 1. 
É um vírus RNA envelopado. 
OBS: os principais sorotipos presentes na 
América são os do tipo A e O. 
 
Epidemiologia 
Espécies suscetíveis 
A Febre Aftosa é uma enfermidade altamente 
contagiosa que acomete os animais biungulados, 
entre eles temos: 
-Bovinos; 
-Búfalos; 
-Ovinos; 
-Caprinos; 
-Suínos. 
-Alguns animais silvestres: javalis, capivaras, 
cervídeos, lhamas, alpacas e camelos. 
 
Vias de eliminação 
O vírus causador dessa enfermidade é eliminado 
através de secreções (saliva, urina, fezes, sêmen 
e leite) e se dissemina rapidamente entre as 
propriedades por meio de contato com objetos e 
materiais contaminados e pelo trânsito de animais 
infectados. 
A saliva de bovinos doentes apresenta altos 
títulos virais. 
O vírus da febre aftosa fica alojado na 
orofaringe e sendo excretado por até 24 meses 
após o animal se curar da doença. 
Suínos doentes eliminam o vírus pelo aparelho 
respiratório (1500 vezes maior que os bovinos). 
São considerados potencializadores virais. 
Após a infecção de um bovino, o período de 
incubação é de 2 a 14 dias em média. Porém a 
eliminação do vírus inicia 72 horas pós infecção. 
No tecido mamário ocorre replicação e 
consequentemente o vírus é eliminado pelo leite 
em até 7 semanas após a recuperação. 
 
Sinais clínicos 
Caracteriza-se por formação de vesículas ou suas 
formas de evolução (bolhas íntegras ou rompidas, 
úlceras e cicatrizes) na mucosa oral (gengivas, 
pulvino dental, palato e língua), nasal, nas mamas e 
entre os cascos. 
Os principais sinais/sintomas são: 
-Febre alta; 
-Sialorreia: por conta das lesões orais; 
-Claudicação (principalmente em suínos, pela alta 
replicação viral); 
-Perda do apetite; 
-Enfraquecimento; 
-Descarga nasal. 
-Miocardite aguda em filhotes (podendo causar 
morte). 
OBS: essa doença apresenta baixa taxa de 
letalidade (1 a 2%), pois os animais se recuperam 
com cerca de 15 dias (caso não haja infecções 
secundárias). Entretanto apresenta alta 
morbidade. 
É uma doença que causa grandes impactos 
econômicos, pois é altamente contagiosa (1 
animal pode contaminar todo o rebanho). 
 
Estratégia de controle sanitário 
para evitar a contaminação por 
outros sorotipos 
Para não ficar gastando dinheiro com vacina em 
um país que está livre de febre aftosa, o ideal é 
tirar a vacina e aplicar ações de prevenção para 
impedir a ocorrência da doença. 
OBS: O risco de febre aftosa não é 0, pois há risco 
de se contrair a doença, principalmente por outros 
sorotipos. 
 
Ações de prevenção: 
-Vigilância ativa 
Consiste no controle sanitário de animais e 
produtos de riscos, bagagem internacional de 
passageiros, encomendas postais e resíduos de 
veículos de transporte internacional. São mediadas 
eficientes pois os países livres tem se mantido 
sem novas ocorrências. 
 
-Vigilância passiva 
Consiste na comunicação por meio dos veterinários 
e proprietários em sintomas de doenças 
vesiculares. Em casos positivos os animais são 
eutanasiados e o proprietário ressarcido. 
 
-Banco de antígenos 
A criação de um banco de antígenos é 
extremamente importante, pois caso ocorra algum 
surto é possível realização da vacinação de 
emergência e controle do foco da doença. 
 
Porque a vacina será retirada? 
A vacina será retida do Brasil pois: 
-A doença foi erradicada: não há circulação dos 
vírus dos tipos A e O no Brasil; 
-Pela valorização da venda de carne no mercado 
internacional: países livres sem vacinação recebem 
3 a 4 vezes mais. 
 
Vacinação 
A vacina de febre aftosa do Brasil é especifica 
apenas para os sorotipos A e O (vacina bivalente). 
Não existe nenhuma vacina que proteja contra 
todos os sorotipos (seria muito cara). 
A vacinação é feita anualmente seguindo o 
seguinte calendário: 
-1 dose em maio: animais com até 24 meses de 
idade; 
-1 dose em novembro: vacinação de todos os 
animais. 
Atualmente é feito 2 ml da vacina bivalente por 
via subcutânea na tabua do pescoço dos 
bovinos. 
OBS: a vacina antiga apresentava: um volume de 5 
ml, saponina (componente que provocava um 
caroço no pescoço dos animais que causava muita 
dor) e o vírus do sorotipo C. 
 
Em casos de surto 
Em casos de surto as medidas aplicadas são; 
-Eliminação de animais positivos (indenização do 
proprietário); 
-Veterinário oficial deverá colher material 
(inquérito epidemiológico) para descobrir o sorotipo 
presente na fazenda; origem, outros focos, 
movimentação de pessoas, veículos, produtos de 
origem animal; 
-Enterrar carcaças e destruição de produtos de 
origem animal; 
-Interdição da propriedade: nada entra e nada sai 
da propriedade, pois a doença é transmitida para 
diversos animais; 
-Desinfecção de áreas infectadas; 
-Reforço vacinal; 
-Repovoamento após 21 dias (vazio sanitário).

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