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Simetria de informações e os stakeholders Assimetria de informações Sabe-se que atualmente, a quantidade de informações que circulam dentro e fora das organizações é muito grande. Com esse elevado número de trocas realizadas entre as partes interessadas, é importante que se trabalhe para que não ocorram falhas na transmissão da comunicação. No contexto da governança corporativa, a assimetria de informações passou a ser discutida a partir dos problemas da Teoria da agência, tema que será abordado posteriormente neste material. Ela ocorre, fundamentalmente, “quando as partes envolvidas em uma mesma transação possuem informações diferentes ou, ainda, quando não possuem o mesmo acesso a todas as informações” (LARRATE, 2013, p. 22). Assim, a assimetria de informações diz respeito aos distintos níveis de informação que são fornecidos pelos gestores do negócio e pelos acionistas participantes (ROSSETTI; ANDRADE, 2014). Para entender mais sobre o fluxo de uma informação assimétrica entre as partes interessadas, observe a figura a seguir. Figura 1: Fluxograma - Fluxo da informação assimétrica Fonte: LARRATE, 2013. (Adaptado). Observe que o agente e o principal possuem interesses próprios, trocando remuneração por desempenho. A assimetria de informações ocorre de forma inerente nesse processo, sendo importante que as partes saibam evitar que ela ocorra. Os principais problemas entre as partes ocorrem em decorrência de dois motivos centrais (OLIVEIRA, 2006): A existência de interesses distintos, a partir dos quais cada parte decide seguir com as suas próprias intenções; A existência de uma assimetria de informações entre as partes. Destaca-se, portanto, que essa assimetria pode trazer sérios problemas, afetando o negócio de forma geral. No entanto, com a implementação, de forma efetiva, das práticas de governança corporativa, a qualidade da informação é ampliada, em um processo que leva em consideração um dos pilares da governança, que é a transparência (ROSSETTI; ANDRADE, 2014). Teoria da agência Entende-se por governança corporativa o resultado da interação entre as partes interessadas, de forma que ocorra a maximização dos resultados esperados para cada parte de forma separada, sem que ocorra prejuízo dos interesses individuais (IBGC, 2020). Destaca-se que “os agentes de governança devem zelar pela sustentabilidade das organizações, visando à sua longevidade, incorporando considerações de ordem social e ambiental na definição dos negócios e operações” (LARRATE, 2013, p. 34). De acordo com Tricker (2000), não se pode esperar que um gestor cuide do dinheiro de outras pessoas da mesma forma que cuida do seu. Sendo assim, “o problema da governança diz respeito, essencialmente, ao exercício do poder, e aparece cada vez que uma corporação ganha vida ou quando a propriedade de uma empresa é separada de sua gestão” (ÁLVARES; GIACOMETTI; GUSSO, 2008, p. 4). A Teoria da agência busca explicar a relação entre as partes no mundo empresarial, levando em consideração os dois atores fundamentais do processo: os principais e os agentes. Podemos dizer que a Teoria da agência está preocupada com a resolução de problemas que possam ocorrer entre os principais, que são os acionistas da empresa, e o seus agentes, que são os executivos da organização (ROSSETI; ANDRADE, 2014). Nesse sentido, preza-se pela utilização do contrato, sendo ele o elemento-chave que irá reger a relação entre essas partes. Sendo assim, o foco desta teoria é determinar este contrato, para que ele seja capaz de gerenciar de modo eficiente as ações dos principais e dos agentes (ALVARES; GIACOMETTI; GUSSO, 2008). Observe o Diagrama a seguir para entender mais sobre a relação existente entre o principal e o agente das organizações. Conforme é possível observar, o principal e o agente possuem atitudes e objetivos próprios, que podem divergir em determinados momentos, causado um problema conhecido como conflito de agência, conceito que sugere existir um oportunismo entre os administradores (agentes executivos) e acionistas (agentes principais), podendo prejudicar a maximização dos lucros da empresa (ROSSETTI; ANDRADE, 2014). Interesses dos stakeholders As partes interessadas exercem grande poder de influência nas empresas. Ao falarmos em estruturas de governança corporativa, é essencial destacar que elas devem reconhecer os direitos das partes interessadas, além de buscar a cooperação entre a companhia e os stakeholders (LARRATE, 2013). Algumas ações são essenciais para manter essa ligação firme, segundo Larrate (2013): A estrutura da governança corporativa deve assegurar o respeito aos direitos das partes interessadas (stakeholders) garantidos por lei. Quando os direitos das partes interessadas (stakeholders) são protegidos por lei, elas devem ter a oportunidade de obter reparação efetiva pela violação de seus direitos. A estrutura da governança corporativa deverá permitir mecanismos de melhoria do desempenho para a participação de partes interessadas (stakeholders). As partes interessadas (stakeholders) que participam do processo de governança corporativa devem ter acesso a informações pertinentes. Diante do que foi exposto anteriormente, é necessário destacar que a direção da organização deve ter um relacionamento transparente e de longo prazo com seus stakeholders, utilizando uma comunicação clara com esse público. Destaca-se, então, que os stakeholders possuem interesses financeiros nas organizações, isto é, o sucesso da empresa também estará atrelado ao seu sucesso. Além disso, existem interesses não-financeiros, não apenas relacionados ao lucro. Neste contexto, vêm à tona fatores como marca, prestígio e status, características que fazem com que empresas e stakeholders queiram continuar seus negócios. Procedimentos para a Divulgação de Informações Confidenciais A comunicação é uma das ferramentas mais poderosas que o ser humano e as organizações podem utilizar em prol do crescimento. Com as diversas mudanças que vêm ocorrendo no ambiente corporativo, obter uma excelência na maneira de se comunicar, pode garantir o sucesso de uma empresa. Devemos considerar ainda que o cliente está cada vez mais exigente com os serviços prestados pelas empresas, sendo assim, sua comunicação com as partes externas à empresa deve ocorrer de forma fluida. Por fim, as organizações tornaram-se mais complexas do que nunca, aumentando a quantidade de informações trocadas. Quando falamos em governança corporativa, a empresa deve estar atenta aos canais de comunicação utilizados e à clareza das informações transmitidas, evitando ruídos na comunicação. Existem algumas barreiras para que a comunicação flua entre os indivíduos de maneira eficaz. São elas: Filtragem; Percepção seletiva; Sobrecarga de informações; Administração das emoções; Idioma; Silêncio; Diminuição do medo da comunicação; Diferenças de gênero; Comunicação “politicamente correta”. Infelizmente, muitas vezes, a comunicação não ocorre como o planejado, causando os chamados ruídos. Ruído é tudo aquilo que interfere na comunicação, ocasionando perda de informação durante a transmissão da mensagem. Suas principais causas são: O emissor ou o receptor (por exemplo: algum mal-estar físico, psicológico etc.); O ambiente (excesso de barulho, falta de luminosidade etc.); A mensagem (velocidade da fala, uso de jargão ou gíria profissional diante de uma plateia mista etc.); O canal (barulhos na linha telefônica etc.). Atividade extra Neste módulo você conseguiu aprender a importância dos stakeholders. Assista ao vídeo a seguir para aprender mais: https://www.youtube.com/watch?v=r1LBDfJs4U0 https://www.youtube.com/watch?v=r1LBDfJs4U0
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