Buscar

Prévia do material em texto

@laismazzini 
 
Seis Sigma 
O Seis Sigma foi criado na Motorola, na década de 1980, sendo amplamente divulgado (e 
aplicado), na mesma década, pela General Electric (GE) e seu CEO (Chief Executive Officer), Jack 
Welch, com uma abordagem de melhoria com ganhos financeiros expressivos. A metodologia 
que nasceu com a proposta de aperfeiçoar o desempenho de processo sofreu uma evolução no 
decorrer dos anos, transformando-se em uma abordagem estratégica com foco no cliente, 
buscando identificar e eliminar causas da variabilidade e defeitos dos processos. 
O programa Seis Sigma pode ser visto sob duas perspectivas: estatística e negócio (TOLEDO et 
al., 2013). Sigma (σ) é uma letra do alfabeto grego e, dentro do contexto estatístico da qualidade, 
representa a variabilidade do processo e/ou produto. O objetivo do Seis Sigma, em termos 
estatísticos, é diminuir a variabilidade do processo (TOLEDO et al., 2013; CARVALHO et al., 2012). 
Para melhorar a performance do processo, deve-se reduzir a variação. 
 
Mas quais são os resultados esperados e possíveis por meio de uma menor variação no 
processo? 
• Maior previsibilidade do processo. 
• Menos desperdício e retrabalho, o que diminui os custos. 
• Produtos e serviços melhores e mais duráveis. 
• Clientes mais satisfeitos. 
A variabilidade no programa Seis Sigma é representada por meio de seis desvios padrões, que 
medem o afastamento em relação a um valor central (média ou meta). Cada desvio representa 
um valor de sigma e, quanto maior o valor do sigma, menor o número de defeitos. 
Um processo Seis Sigma significa que apenas 3,4 defeitos ocorrerão em um milhão de 
produtos/serviços produzidos. 
@laismazzini 
 
 
Na Tabela é apresentado um comparativo entre o nível de sigma e o nível de qualidade, e suas 
referentes à taxa de erros. 
 
A implementação exige um investimento financeiro inicial alto, principalmente na preparação 
das pessoas que serão responsáveis pelos projetos. A metodologia classifica seus profissionais 
por faixas (níveis de conhecimento). As nomenclaturas mais usuais (e importantes) para 
classificar os profissionais em Seis Sigma são: 
 
 
• Champions ou Campeões são os profissionais que lideram os executivos-chaves da 
organização, definindo os rumos e apoiando os projetos. 
• Master black belts atuam em tempo integral como mentores, tendo papel fundamental 
no processo de mudança na organização. 
@laismazzini 
 
• Black belts são líderes de equipes/projetos e, geralmente, atuam em tempo integral nos 
projetos Seis Sigma. 
• Green belts são integrantes das equipes/projetos, parcialmente envolvidos com as 
atividades Seis Sigma, mantendo parte de suas rotinas do dia a dia. 
O programa Seis Sigma tem sua aplicação por meio de projetos de melhoria de processo e utiliza 
como roteiro uma metodologia denominada de DMAIC, cuja sigla advém das palavras em inglês: 
define, measure, analyse, improve e control (Definir/Medir/Analisar/ Melhorar/Controlar). 
 
A primeira etapa é definir quais projetos serão realizados para satisfazer as expectativas dos 
clientes. A seguir, a fase de medir, refere-se a fazer o diagnóstico da situação atual do processo 
para a quantificação da variabilidade e capacidade atual dos processos. Na análise, terceira 
etapa, são estudados os dados coletados para conhecer as relações causais, as fontes de 
variabilidade e o porquê do desempenho insatisfatório. Baseado nesse estudo, deve-se elaborar 
melhorias (improve), sendo que estas são essenciais à simulação e experimentação. Na última 
etapa, deve-se realizar o controle de forma permanente dos processos (OLIVEIRA, 2015). 
Outro termo (ou abordagem) que vem sendo vinculado ao Seis Sigma é o do lean 
manufacturing (produção enxuta); é possível, inclusive, encontrar a denominação lean six 
sigma. 
É uma filosofia de agregar valor por meio da eliminação dos desperdícios existentes na 
organização. 
O pensamento enxuto é uma filosofia operacional ou um sistema de negócios, uma forma de 
especificar VALOR, alinhar na melhor sequência as ações que CRIAM VALOR, realizar essas 
atividades sem interrupção e de forma mais eficaz possível, ou seja, fazer cada vez mais com 
cada vez menos, menos esforço humano, menos equipamento, menos tempo e menos espaço 
e, ao mesmo tempo, aproximar-se cada vez mais de oferecer aos clientes exatamente o que eles 
desejam e no tempo certo. Eliminam-se desperdícios, e não empregos. 
Quais são os princípios fundamentais da filosofia lean? 
1. Valor: identificar o valor do ponto de vista do cliente. O que é importante para o cliente? 
2. Fluxo de valor: entender o que realmente agrega valor em cada processo. Identificar o 
fluxo de valor e os desperdícios. Conhecemos detalhadamente nosso fluxos de valor? 
3. Fluxo contínuo: estabelecer o fluxo contínuo de informações e materiais. Existem 
momentos em que o material ou informação para? Por quê? 
4. Sistema puxado: fazer somente aquilo que é solicitado pelo cliente. Os produtos são 
produzidos somente quando necessários? 
5. Busca da perfeição: melhorar, melhorar e melhorar. Sempre! Assumimos os 
desperdícios com naturalidade e indignação? Mas o que é valor? Quando falamos em 
valor dentro da filosofia lean, não estamos nos referindo a valor financeiro, e sim valores 
sob a ótica do cliente. Valores são as especificações explícitas ou implícitas que o cliente 
faz, por exemplo: menor custo, menor prazo de entrega, pontualidade, qualidade, 
estética, diversidade de modelos, ergonomia etc. 
@laismazzini 
 
"Valor é o grau de benefício obtido como resultado da utilização e das experiências vividas com 
um produto. É a percepção do cliente e das demais partes interessadas sobre o grau de 
atendimento de suas necessidades, considerando as características e atributos do produto, seu 
preço, a facilidade de aquisição, de manutenção e de uso, ao longo de todo o seu ciclo de vida. 
As organizações buscam criar e entregar valor para todas as partes interessadas. Isto requer um 
balanceamento do valor na percepção dos clientes, dos acionistas, da força de trabalho e da 
sociedade". (Definição do PNQ - Prêmio Nacional da Qualidade – 2004). 
O desperdício é todo e qualquer recurso, ou atividade, gasto na execução de um produto ou 
serviço que seja além do necessário (matéria-prima, materiais, tempo, energia, mão de obra 
etc.). Trata-se de um “gasto extra”, aumentando os custos sem trazer qualquer tipo de melhoria 
(valor) para o cliente. 
O foco do pensamento enxuto é identificar e eliminar imediatamente toda e qualquer perda no 
sistema. 
Os desperdícios podem ser classificados em sete grupos e alguns novos estudos (vertentes) 
demonstram o incremento de mais dois desperdícios. 
 
@laismazzini 
 
Um estudo de Pacheco (2016) descreve que as abordagens podem ser implementadas 
conjuntamente por meio de um modelo único, e descreve: O Lean é implementado 
individualmente, faltam ferramentas específicas para alavancar seu pleno potencial conforme a 
complexidade do problema em análise. Da mesma maneira, se um projeto Seis Sigma é aplicado 
sem a visão sistêmica do Lean, o foco no fluxo global é esquecido e o desempenho do projeto 
de melhoria é comprometido. (PACHECO, 2016, p. 4) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Referência: Gerenciamento e controle de qualidade - Leonardo Ferreira Eliana Belo Silva.