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AULA 2 RETENÇÃO DE PESSOAS Profª Erika Gisele Lotz 2 INTRODUÇÃO As práticas de gestão estratégica de pessoas têm uma participação relevante na saúde, na produtividade, na competividade e na longevidade das organizações. E gerir de forma eficiente e eficaz os processos que constituem a porta de entrada da organização é fundamental para o desempenho e ambientação do profissional recém-admitido. Anfitriar, acolher e ambientar constituem programas de socialização cujo objetivo é apresentar a organização ao novo integrante para que este possa conhecer os aspectos dominantes da cultura, valores, estratégias, normas, e também se familiarizar com expectativas, pares de trabalho, gestor imediato e entregas relativas ao seu cargo, permitindo que ele possa contribuir de forma efetiva com seu desempenho o mais breve possível. TEMA 1 – GESTÃO DA PORTA DE ENTRADA Segundo Paul Russel, diretor de liderança da Google, citado por Lotz e Burda (2015, p. 61), “o desenvolvimento pode deixar pessoas ótimas ainda melhores, mas se eu tivesse apenas um dólar para investir, investiria 70 centavos para fazer a pessoa certa vir a minha porta”. A retenção de talentos nas organizações é um processo cuja essência e propósito são encontrados em diversos subsistemas da gestão estratégica de pessoas. E, certamente, a retenção de talentos nas organizações tem seus primeiros contornos definidos pela maneira como a organização atua na gestão da porta de entrada. E o que é gestão da porta de entrada? Segundo Lotz (2018), “a gestão da porta de entrada é um conjunto de procedimentos que visa atrair, selecionar e ambientar o candidato com o perfil e competências requeridas para o desempenho das atribuições do cargo.”. Nesse sentido, o processo da gestão da porta de entrada é constituído da seguinte forma: 3 Figura 1 – Etapas do processo de gestão da porta de entrada Créditos: Nikolayenko Yekaterina/Shutterstock. Qual é a relação entre a gestão da porta de entrada e a retenção de talentos? Sabemos que as estratégias de retenção estão fortemente alicerçadas no desempenho, na produtividade e na satisfação do profissional. E, por mais simples que possa parecer, ambos começam com a refinada estratégia de colocar a pessoa certa no lugar certo. Colocar a pessoa certa para desempenhar as atividades que estão em consonância com suas habilidades e características é o primeiro passo para compor uma equipe de trabalho sólida, engajada e comprometida. Em se tratando da gestão da porta de entrada, e associando esse tema ao Employer branding, cabe olhar cuidadoso aos candidatos que, por algum motivo, não conseguiram ir adiante nas etapas do processo seletivo. Uma tratativa respeitosa, que agradece a participação e mantém as portas abertas, não apenas faz parte da elegância e da humanização, mas também tem reflexos na imagem da empresa na comunidade. Parafraseando um pensamento de Carl W. Buehner, “as pessoas esquecerão o que você disse, as pessoas esquecerão o que você fez. Mas elas nunca esquecerão como você as fez sentir”. TEMA 2 – PESSOA CERTA NO LUGAR CERTO Qual é o objetivo central do processo seletivo? É colocar a pessoa certa no lugar certo. É importante, sim, considerarmos a relevância dos programas de treinamento e desenvolvimento para a aquisição e aperfeiçoamento das 4 habilidades. Tal argumento encontra alicerces nos estudos do cérebro, que registram que a aprendizagem possui embasamento orgânico. Quando uma pessoa aprende, ocorre uma alteração estrutural nos neurônios. O ato de aprender literalmente muda o cérebro. Entra em cena, portanto, a plasticidade cerebral que, segundo Domingues (2007, p. 90), é a “capacidade de fazer ligações entre os neurônios como consequência das interações constantes com o ambiente externo e interno do corpo. As experiências não são simplesmente “armazenadas” nos neurônios, mas mudam fisicamente a estrutura do sistema nervoso, modificando a química do cérebro”. Portanto, se algum gestor ainda duvidar da importância de programas de treinamento e desenvolvimento, podemos buscar argumentos na ciência para sustentar a arguição. Em outras palavras, o ser humano pode aprender e assim ampliar as possibilidades de respostas comportamentais. Desenvolver suas capacidades e a elevar o patamar de seus resultados, certamente! Contudo, há que se considerar que tal desenvolvimento pode ser altamente potencializado quando colocamos a pessoa certa no lugar certo. E o que isso quer dizer sob a ótica da gestão da porta de entrada? Quer dizer que a pessoa certa no lugar certo não é apenas aquela que detém os conhecimentos técnicos para o exercício das atribuições do cargo, visto que esses conhecimentos devem vir acompanhados do perfil comportamental alinhado aos requisitos específicos daquele cargo. Imagine que você precisa contratar um contador. Quais caraterísticas comportamentais seriam essenciais? Habilidade de comunicação, criatividade, agressividade? Ousadia? Ou atenção a detalhes, disciplina e organização? Certamente, o profissional que apresentasse o segundo conjunto teria mais chances de realizar um trabalho a prova de erros. O primeiro poderia sim realizar um ótimo trabalho, mas certamente teria que investir muito mais energia para tal. E poderia desempenhar de forma magistral outro cargo, cujas habilidades em comunicação e criatividade seriam essenciais. Eis aí a importância de conhecer o perfil comportamental do candidato, para que possa ser comparado à luz das necessidades específicas de cada cargo. Quando o profissional é alocado ao cargo cujas atribuições são compatíveis ao seu perfil comportamental, não só podemos esperar maior desempenho, mas também desenvolvimento e por consequência alta performance. 5 É por esse motivo que cada vez mais as organizações têm adotado a realização de mapeamento de perfil comportamental para identificar a congruência entre o que o candidato traz e o que o cargo requer. A Metodologia DISC é de grande auxílio para mapear o perfil comportamental do candidato. Além disso, é de grande auxílio para trabalhar programas de desenvolvimento, assunto que estudaremos nas aulas a seguir. 2.1 Metodologia DISC O termo DISC é constituído pela primeira letra das palavras Dominance (D), Influence (I), Steadiness (S), e Compliance ou Conscientiousness (C), que são os fatores que alicerçam a teoria que dá origem à ferramenta. Segundo o próprio site do DISC: DISC é um instrumento de análise comportamental, com base na teoria postulada pelo psicólogo Dr. Willian Mouton Marton em seu livro “Emotions of Normal People (1928) – publicado no Brasil pela primeira vez em 2014- que determina alguns padrões de comportamento. Os 4 fatores: O DISC é um instrumento que permite através de observações de pessoas, determinar padrões de comportamento, são analisados nessas observações quatro dimensões, ou seja, um conjunto de comportamento que pode ser descritos e agrupados por: DOMINÂNCIA, INFLUÊNCIA, ESTABILIDADE e CONFORMIDADE. O mapeamento de perfil comportamental é muito útil para o processo de seleção de pessoas e contribui tanto para conhecer as facilidades comportamentais do candidato, as necessidades, os fatores de afastamento, quanto para embasar o processo de onboarding, identificar as oportunidades de desenvolvimento entre outros. É muito importante destacar o propósito e os limites da ferramenta para que não seja esperado dela o que ela, de fato, não se propõe a mensurar. E como toda ferramenta, é imprescindível que seja utilizada de maneira correta. É preciso ter cuidado! “Quando uma pessoa tem apenas um martelo, tudo à frente vira prego”. Essa frase creditada a Mark Twain serve de alerta sobre a importância de utilizarmosos instrumentos certos para a coleta das informações desejadas. O quadro a seguir apresenta uma síntese de cada fator DISC. 6 Quadro 1 – Fatores DISC – Descritores, necessidades e fatores de afastamento DOMINÂNCIA INFLUÊNCIA ESTABILIDADE CONFORMIDADE Descritores Descritores Descritores Descritores Agressivo Aventureiro Competitivo Corajoso Decidido Determinado Direto Dominador Enérgico Firme Impaciente Iniciador Inovador Objetivo Orientado para desafios Orientado para resultados Ousado Persistente Pioneiro Rápido Vigoroso Carismático Comunicativo Confiante Convincente Cordial Efusivo Eloquente Encantador Entusiasta Espontâneo Expressivo Falante Gregário Influenciador Inspirador Mente aberta Otimista Persuasivo Sociável Vaidoso Acolhedor Agradável Amigável Bom ouvinte Calmo Compreensivo Consistente Cooperativo Estável Gentil Membro de equipe Metódico Paciente Pacífico Planejador Possessivo Previsível Sentimental Sereno Sistemático Suave Altos padrões Analítico Cauteloso Conforme Consciencioso Contido Cuidadoso Diplomático Discreto Exato Factual Formal Moderado Organizado Perfeccionista Ponderado Preciso Questionador Regrado Reservado Sensível Necessidades Necessidades Necessidades Necessidades Obter resultados Resolver os problemas Liberdade para agir individualmente Reconhecimento pelas suas ideias Controle de suas próprias atividades Oportunidade de provar sua capacidade Reconhecimento social Construir uma harmonia Status e prestígio Pertencimento Aceitação social Ambiente de trabalho estável Segurança Não sofrer pressão, Apoio ao trabalhar em equipe Não ter de mudar prioridades Conhecimento específico do trabalho Compreensão exata das regras Tempo para estudar e treinar Ver o produto acabado Não ser expostos ao risco de errar Reconhecimento por um trabalho sem erros Fatores de Afastamento Fatores de Afastamento Fatores de Afastamento Fatores de Afastamento Morosidade Ineficiência Intolerância Impaciência Desarmonia Confrontos Conflitos Desprestígio. Impaciência Intolerância, insegurança Falta de reconhecimento. Indisciplina Falta de comprometimento desorganização e pressão. Fonte: elaborado com base em Bonnstetter; Ribas, 2016, p. 55, 68, 81, 93. 7 É extremamente importante enfatizar que cada ser humano é único e altamente complexo, comparado a um grande quebra-cabeças. A DISC é apenas uma dessas peças que identifica características dessa obra de arte. O propósito do mapeamento de perfil comportamental DISC “não é mensurar a personalidade de uma pessoa, ou trazer toda e qualquer resposta a respeito de um indivíduo, mas sim analisar uma dimensão específica e sua personalidade”, explicam Ribas e Bowers (2018, p. 30). O DISC não mensura inteligência e nem inteligência emocional, não avalia conhecimentos e competências técnicas, ou seja, os hard skills (existem outros instrumentos para realizar tal análise); assim como também não avalia ética, experiência de vida, nível de maturidade, patologias ou distúrbios psicológicos, apenas para citar alguns exemplos. O mapeamento de perfil comportamental, além de gerar autoconhecimento, promove reflexões que oportunizam desenvolvimento de estratégias, de plano de ação, de feedbacks, de potenciais fatores gerados de desgastes em relacionamentos interpessoais e que sugerem necessidades de mudanças, assim como as oportunidades para o desenvolvimento e fortalecimento de capacidades. Saiba mais É interessante observar que os fatores aqui apresentados também impactam no estilo de produtividade do profissional. Para saber mais, consulte o link a seguir: <https://fredericoporto.com.br/produtividade-voce-sabe-qual-o-seu- estilo/>. Além disso, que tal conhecer o seu estilo de produtividade? Acesse o teste no link a seguir: <https://blog.runrun.it/descubra-seu-estilo-de-produtividade/ e faça o inventário>. Leia o interessante artigo O pai do DISC disponível em: <https://www.disc.com.br/william-moulton-marston-o-pai-do-disc/>. Leia também o artigo Perfil comportamental disponível em: <https://www.disc.com.br/perfil-comportamental/>. TEMA 3 – FICHA TÉCNICA DE CARGOS Segundo Napoleon Hill, citado por Petry (2017, p. 21), O ponto de partida para a produtividade é a definição do resultado que se deseja produzir. Está no propósito da ação. Enquanto você não tiver um propósito claro e específico, irá dissipar energia e dispersar 8 pensamentos sobre diversos assuntos em variadas direções. O que em nada contribuirá para a conquista do resultado desejado. Mas ao contrário, levará a insegurança, a indecisão e a frustração. Desse modo, o que é preciso saber para colocar a pessoa certa no lugar certo? Em linhas gerais, o primeiro aspecto a considerar é conhecer profundamente os requisitos do cargo, o perfil comportamental e a bagagem técnica do profissional. Entra em cena a importância de conhecer profundamente o cargo e conhecer o perfil do profissional que irá ocupá-lo. O primeiro passo é construir a engenharia de cargo (job description), ficha técnica de cargo, arquétipo de cargo ou como é denominada de forma clássica, a análise e descrição de cargos. Não importa a denominação, o que é de fato relevante é a descrição clara e inequívoca sobre os aspectos que nortearão os requisitos de acesso; os conhecimentos; as competências específicas do cargo; atribuições do cargo e os comportamentos de aderência à cultura. É possível, a partir dessa descrição clara e objetiva, estabelecer os Procedimentos Operacionais Padrão (Pops) e trabalhar com os OKRs de modo a nortear e otimizar o desempenho e assegurar as entregas do cargo e da área. Saiba mais Segundo o site Gescon Treinamentos, Engenharia de Cargo é o estudo aprofundado de um cargo, visando sua criação e manutenção de modo que realmente faça sentido para a empresa e para quem irá ocupá-lo. Trata-se do documento essencial para nortear todas as políticas e práticas da gestão estratégica de pessoas. A ficha técnica de cargo é documento basilar para “estartar” o processo de recrutamento, de seleção, de acompanhamento de performance, de feedbacks apreciativos, de Trilha ou Plano de Desenvolvimento Individual, reconhecimento e recompensa e estratégias de retenção de talentos. 3.1 O que é a ficha técnica de cargos? É um documento que reúne informações a respeito das atribuições e entregas do cargo e sobre o perfil técnico, comportamental do candidato. Por meio dele é que se realizam as triagens de currículos de candidatos capacitados para o exercício do cargo; que se desenha a natureza das provas técnicas e práticas; que se constrói a estrutura das entrevistas de valores, comportamental com foco em competências, que se avalia a aderência do perfil do candidato às 9 competências específicas do cargo; que se levantam informações sobre oportunidades de treinamento e desenvolvimento e que se promove oportunidade para feedbacks apreciativos e ajustes de comportamentos e estratégias, tendo em vista a alta performance. O quadro a seguir apresenta os componentes da ficha técnica de cargo. Quadro 2 – Ficha técnica de cargo NOME E LOGO DA ORGANIZAÇÃO TÍTULO DO CARGO FICHA TÉCNICA DE CARGO Extrato Hierárquico Remete a posição do cargo no organograma. Este cargo pertence ao nível estratégico, tático ou operacional? Reporte A quem ou qual cargo este profissional se reporta? (Aqui temos a relação de hierarquia. Quem é o gestor? Este profissional será o responsável por acompanhar entregas e resultados. Propósito do cargo Qual a missão deste cargo? Qual é o propósito final? Clareza de propósito produz engajamento e comprometimento. REQUISITOS DE ACESSO AO CARGO Formação Especificação do nível de escolaridadee da formação requerida para o exercício das atribuições do cargo (graduação; pós- graduação). Conhecimentos Especificação dos conhecimentos necessários para o desempenho do cargo Informática Especificação do nível de habilidade com ferramentas digitais. Idiomas Especificação do idioma requerido e, caso não exista necessidade, apenas escreva “não requerido”. COMPORTAMENTOS DE ADERÊNCIA À CULTURA - FIT CULTURAL Este campo traz dois ou três comportamentos altamente valorizados pela organização. É o que dá aderência a cultura, essencial para avaliação do fit cultural empresa-prestador de serviços. COMPETÊNCIAS COMPORTAMENTAIS ESPECÍFICAS DO CARGO Este campo apresenta em médica 5 competências comportamentais essenciais para o exercício do cargo. Competências comportamentais, são aquelas alicerçadas na inteligência emocional, com base nas inteligências intrapessoal – habilidade de lidar consigo mesmo – e interpessoal – habilidades de lidar com o outro. (perfil comportamental) Este é o campo a ser compatibilizado com o mapeamento de perfil DISC. ATRIBUIÇÕES Este campo apresenta todas as atribuições do cargo. Deve ser descrito considerando processos e resultados do cargo. O detalhamento oferecerá clareza ao profissional, que sabendo o que é esperado dele pode organizar e gerir as próprias atividades de modo a realizar as entregas. Oferece também clareza ao gestor que poderá realizar o acompanhamento de performance e oferecer feedbacks apreciativos para o desenvolvimento do profissional. Fonte: Lotz, 2021. 10 Se o primeiro passo para a retenção de talentos é trazer a pessoa certa para o lugar certo, a ficha técnica de cargos tem muito a contribuir com tal propósito. E por quê? As informações contidas no campo são as seguintes: • Ficha técnica de cargo: orienta sobre a posição no organograma; nível de responsabilidade; nível de visão e tomada de decisão estratégica (ou não); esclarece sobre as linhas de comunicação; indica o gestor responsável por realizar o acompanhamento de performance e atuar como mentor no desenvolvimento do profissional, e finalmente institui o propósito ou a missão do cargo, estratégia essencial de endomarketing. • Requisitos de acesso: oferecem informações fundamentais para as primeiras etapas do processo seletivo, pois definem as competências técnicas ou hard skills necessárias ao exercício do cargo. Assim, tanto contribuem para a escolha dos temas das provas de conhecimento e provas práticas quanto permitem realizar a etapa inicial do processo seletivo que é a triagem de currículos. • Comportamentos de aderência à cultura: esse campo oferece clareza sobre o fit cultural, por meio do qual se realiza o alinhamento entre valores e características da organização e do profissional. As informações contidas no fit cultural permitem realizar a entrevista de valores com maior acurácia. O profissional, cujos valores são incongruentes aos da organização, não consegue construir o sentimento de pertença e, portanto, dificilmente consegue permanecer no quadro da empresa. • Competências comportamentais específicas do cargo: indicam as competências socioemocionais, as soft skills, que são alicerçadas na inteligência emocional e nas características comportamentais. Esse campo oferece informações para a realização da entrevista comportamental com foco em competências e para identificar a compatibilidade entre o perfil comportamental do candidato e os requisitos do cargo. Essa etapa é realizada sobretudo via aplicação de mapeamento de perfil comportamental, a exemplo da DISC, MTBI entre outros. • Atribuições: esse campo apresenta o conjunto de atribuições e entregas que competem ao cargo. Quando bem descritas, atuam como espécie de checklist para o profissional, oferecendo clareza sobre o que a organização espera dele, além de permitir a autogestão e facilitar ao gestor realizar o 11 acompanhamento, as orientações, os feedbacks, as correções e rota e o plano de desenvolvimento do profissional. Crédito: Wayhome studio/Shutterstock. Saiba mais Quer saber a importância da descrição precisa do campo atribuições? Confira a seguir. Esta é uma estória sobre quatro pessoas: TODO MUNDO, ALGUÉM, QUALQUER UM E NINGUÉM. Havia um importante trabalho a ser feito e TODO MUNDO tinha certeza que ALGUÉM o faria. QUALQUER UM poderia fazê-lo, mas NINGUÉM O FEZ. ALGUÉM se zangou, porque era trabalho de TODO MUNDO. TODO MUNDO pensou que QUALQUER UM poderia fazê-lo, mas NINGUÉM imaginou que TODO MUNDO deixasse de fazê-lo. Ao final TODO MUNDO culpou ALGUÉM, quando NINGUÉM fez o que QUALQUER UM poderia ter feito (Rangel, 2003, p. 178). Se colocar a pessoa certa no lugar certo é o primeiro desafio da gestão da gestão da retenção de talentos, a ficha técnica de cargos é chave para iniciar o processo seletivo de forma técnica. E hoje, por meio da Inteligência Artificial, as plataformas realizam boa parte das ações que antes eram realizadas manualmente. Quando a empresa tem a clareza e a organização dos requisitos acima apresentados, a mágica da IA acontece. Ao cruzar dados da ficha técnica aos dados do candidato, é possível identificar os profissionais com maior aderência ao cargo. Contudo, cabe ressaltar também que, mesmo com todas as mudanças e facilidades que a tecnologia oferece, o processo seletivo inteligente e ágil não dispensa a participação humana, capaz de captar nuances de comportamento e conduzir diálogos que possam expor o melhor de cada candidato. Por meio do recrutamento inteligente, o profissional de RH ruma do papel operacional e assume papel consultivo e estratégico no processo. Colocar a pessoa certa no lugar certo significa congruência entre cargo e profissional. Significa investir em desempenho, produtividade, na produtividade e 12 sobretudo na satisfação desse profissional, aspectos-chave para que exista a retenção de talentos. Saiba mais Ficou curioso sobre o recrutamento inteligente e quer ampliar seus conhecimentos? Leia o texto intitulado Recrutamento Inteligente disponível em: <https://www.gupy.io/blog/recrutamento-inteligente>. Precisa de uma ajudinha com dinâmicas on line? Então acesse: <https://blog.tangerino.com.br/dinamica- online/#:~:text=Din%C3%A2mica%20online%20%C3%A9%20uma%20atividade, para%20continuar%20no%20processo%20seletivo>. Conheça algumas ferramentas de recrutamento. Acesse: <https://aiesec.org.br/ferramentas-de-recrutamento/>. Saiba mais sobre metodologias ágeis no recrutamento acessando: <https://www.gupy.io/blog/metodologias-ageis-no-recrutamento>. TEMA 4 – SELEÇÃO EFICAZ “A única maneira de fazer um grande trabalho é amando o que se faz.”” Steve Jobs A seleção de pessoal é a etapa destinada à escolha do candidato com maior compatibilidade com os requisitos do cargo e, portanto, com maior probabilidade de apresentar alto desempenho nas funções e resultados para a organização. Trata-se de um processo de comparação: de um lado, os requisitos do cargo e, de outro, o que o candidato tem a oferecer, por meio de seus conhecimentos, suas habilidades e seus comportamentos. Um processo seletivo eficiente e eficaz é aquele análogo a uma rede de pesca. Desse modo, é preciso lançar ao mar a rede certa para trazer à tona o peixe que se deseja. Se o intuito for pescar peixes pequenos e utilizar uma rede com malha espaçada, certamente os peixinhos desejados passarão livremente por entre a malha, sob pena do pescador trazer à tona uma série e objetos maiores indesejados. 13 Figura 2 – Rede de pesca Créditos: Odua Images/Shutterstock. Aplicar uma dinâmica de grupo que revele a capacidade de integração social a um cargo que requer atenção concentrada é um equívoco na escolha da “rede de pescar”. Por esse motivo, para trazer a pessoa certa para o lugar certo, é imprescindível que a organização se mantenhasempre atenta às metodologias que utiliza para apurar conhecimentos técnicos e competências comportamentais. Um processo seletivo eficaz é composto por um conjunto de etapas, cada qual com um propósito específico de verificação de conhecimentos, habilidades e comportamentos, como apresenta a figura a seguir. Figura 3 – Etapas do processo seletivo Fonte: Lotz, 2021. TRIAGEM DE CURRÍCULO TESTES - Conhecimentos gerais e específicos - Habilidades ENTREVISTAS - Tradicional - Comportamental com foco em competências - Valores - Técnica ASSESSMENT - DISC - MTBI DINÂMICAS DE GRUPO EXAMES MÉDICOS 14 Quadro 3 – Etapas do processo seletivo Etapas Características TRIAGEM DE CURRÍCULOS É a análise das candidaturas. Trata-se do processo que compara as características, habilidades, perfil profissional e experiência da pessoa com os requisitos da vaga, requisitos estes encontrados na ficha técnica de cargo. TESTES Psicológicos Art. 1. Os Testes Psicológicos são instrumentos de avaliação ou mensuração de características psicológicas, constituindo-se um método ou técnica de uso privativo do psicólogo, em decorrência do que dispõe o parágrafo 1º do art. 13 da Lei n. 4.119/62. Conhecimentos Tem por objetivo avaliar os conhecimentos, gerais e ou específicos do candidato. Podem ser realizados por meio de prova escrita, estudo de caso, banca, por meio de jogos, entre outros. Desempenho Tem por objetivo avaliar a entrega prática de determinada habilidade. Podem ser realizadas desde a simulação de uma venda; a elaboração de um relatório; a confecção de uma planilha dinâmica no Excel, etc. Há que considerar também os cargos que demandam de elevada aptidão física. Tais testes avaliam: 1) força muscular; 2) resistência cardiovascular; 3) qualidade do movimento – flexibilidade, equilíbrio e coordenação motora. ENTREVISTAS Triagem Realizar pré-seleção, obter esclarecimentos sobre dados que o candidato apresenta no currículo e verificar informações relevantes, como disponibilidade para viagens e predisposição para mudança de domicílio, caso necessário, entre outros. Tradicional Conhecer as áreas da vida do candidato, por exemplo – seu histórico profissional, escolar e familiar e seus objetivos. Comportamental com foco em competências Identificar no perfil dos candidatos comportamentos específicos que são pré-requisitos para o sucesso do cargo para o qual está sendo selecionado. Estudo de caso Avaliar a capacidade analítica e de resolução de problemas do candidato. O entrevistador, que via de regra é o gestor da área ou solicitante da vaga, solicita que ele faça a análise de um caso 15 de mercado que contenha um problema relativo a área de atuação do cargo e apresente uma solução. Biografia Conhecer eventos desafiadores da vida do candidato e quais aprendizados e competências este considera ter desenvolvido a partir de tais eventos. Cultura Conhecer os valores e as expectativas dos candidatos de modo a identificar compatibilidade ou incompatibilidade em relação ao fit cultural. Técnica Corroborar e aprofundar as informações sobre conhecimentos técnicos, habilidades e experiência do candidato, item fundamental na escolha do candidato que mais responda às expectativas da empresa. É realizada pelo gestor solicitante da vaga como uma as etapas finais do processo seletivo. ASSESSMENTS Assessment é um termo de língua inglesa para avaliação. Permite identificar características comportamentais dos colaboradores, juntamente com outros recursos e etapas do processo seletivo, identificar o grau de compatibilidade entre tais características e os requisitos do cargo. Permite também traçar perfil de equipe e do gestor e cria estratégias eficazes de comunicação e liderança com e para o time. Oportuniza identificar pontos fortes e oportunidades de desenvolvimento para alta performance. Exemplos de assessments: DISC e MTBI. DINÂMICA DE GRUPO A palavra dinâmica se origina da palavra grega dynamis, que significa “energia”, “ação”, “força”. A dinâmica de grupo permite identificar o movimento e as inter- relações a partir de um desafio proposto ao grupo (Militão; Militão, 2003). Exames médicos O exame médico admissional é uma etapa relevante ao processo seletivo. Nenhum empregado, em hipótese alguma, deve iniciar na empresa sem que antes apresente a organização toda a documentação médica. Fonte: Lotz, 2021. Saiba mais DISC é uma teoria desenvolvida pelo psicólogo Dr. Willian Mouton Martson em Emotions of Normal People de 1928, publicada no Brasil pela primeira vez no ano de 2014. Diversas ferramentas de análise de perfil comportamental estão estruturadas na teoria DISC e provavelmente seja metodologia mais utilizada em organizações de todo o mundo quando se trata de mapeamento de perfil 16 comportamental, tendo em vista quatro fatores: Dominância; Influência; Estabilidade e Conformidade O MTBI, também denominado de Tipologia de Myers- Briggs, é um assessment voltado a identificar o tipo psicológico. É aplicada por meio de questionário estruturado com alternativas opostas, que refletem preferências estabelecidas pelo método. O MTBI contempla 16 tipos de psicológicos, descrevendo processos psicológicos básicos que orientam as preferências e as escolhas da pessoa. A retenção de talentos está intrinsecamente relacionada ao processo seletivo eficaz. Dado que é por meio do processo seletivo que a organização pode averiguar o grau de conhecimento técnico, padrões comportamentais, valores, motivações e expectativas do candidato. E mais, é possível identificar o fit cultural, fundamental para que o novo profissional se reconheça e desenvolva sentimento de pertença à equipe. Essas informações são vitais para o alinhamento entre as expectativas do candidato e da empresa. E por consequência, para a satisfação, engajamento e produtividade, resultando em ganhos, organização e parceiros de negócios, como são denominados os profissionais estratégicos para a organização. Saiba mais Leia o artigo intitulado Fit cultural: descubra o que é e como avaliar o candidato disponível em: <https://www.gupy.io/blog/fit- cultural#:~:text=O%20ajuste%2C%20ou%20fit%20cultural,envolvimento%20e%2 0perman%C3%AAncia%20na%20organiza%C3%A7%C3%A3o>. Consulte também o artigo intitulado Recrutamento digital: o que é, benefícios e estratégias, disponível em: <https://articles.jobconvo.com/recrutamento-digital-o-que- e/#:~:text=O%20que%20%C3%A9%20Recrutamento%20Digital,cargos%20vago s%20de%20uma%20empresa>. E para finalizar, leia o artigo intitulado Processos seletivos digitais disponível em: <https://www.gupy.io/blog/processos-seletivos- digitais>. 17 TEMA 5 – ONBOARDING Segundo Lotz (2021), “Independentemente de classe social, expertise técnica, personalidade, nível de experiência, ao iniciar em um novo trabalho, é muito comum que medos e curiosidades se manifestem e elevem o nível de ansiedade do recém-admitido”. Desse modo, a organização sensível ao processo de acolher, ambientar e acompanhar os primeiros passos do profissional em sua chegada tem maiores chances de construir imagem positiva da marca empregadora – employer branding; construir vínculos; criar e fortalecer laços de confiança e segurança. Tais ações não podem ser vistas como demagogia, visto que impactam fortemente na qualidade, na agilidade da ambientação e no resultado do trabalho. Saiba mais Segundo o site Pipefy, o employer branding, que podemos traduzir como “marca do empregador”, é uma estratégia com o objetivo de melhorar a imagem de uma empresa, a percepção externa a respeito dela. Uma das táticas utilizadas é reforçar os pontos positivos como, por exemplo, oportunidades e benefícios de trabalhar na empresa, rotina agradável e equipe de alto nível. Isso ajuda a fortalecer uma imagempositiva e atrair pessoas talentosas para o quadro de colaboradores. Onboarding, do inglês, “embarcando”, trazendo a bordo, refere-se ao conjunto de estratégias e procedimentos com o propósito de anfitriar; acolher; ambientar; adaptar e capacitar os novos membros do time às tarefas do cargo; ao gestor imediato; ao grupo de trabalho e à cultura da organização, ao mesmo tempo que oportuniza também a ambientação do time e do gestor ao novo integrante da organização. Além disso, é importante destacar que, em tempos de trabalho remoto, o onboarding digital assume protagonismo ainda maior, tendo em vista que o distanciamento físico, requer estratégias criativas e a utilização de plataformas digitais para promover o acolhimento do novo membro da equipe. 18 Figura 4 – Onboarding Créditos: Bluezace/Shutterstock. Segundo Barros (2021), “O onboarding digital é um processo que se apoia em estratégias, comunicação clara e ferramentas tecnológicas para promover a integração de novos profissionais, de maneira remota”. A forma como o onboarding é planejado e aplicado nas organizações promove impactos que transcendem os primeiros dias de trabalho. O processo de onboarding é decisivo para a retenção de talentos. “Um onboarding “descuidado” pode levar a construção de crenças nada positivas sobre a organização e afastar um talento promissor da equipe” (Lotz, 2021). 5.1 Onboarding: evento ou processo? O onboarding, seja ele presencial ou digital, é muito mais do que um evento para apresentar o novo membro do time ao seu posto de trabalho, à estrutura da empresa e aos colegas de time. O onboarding é um processo que, via de regra, ocorre no período de experiência do recém-admitido na organização. Sabemos que dificilmente o profissional virá “pronto” para a organização. Mesmo quando existe experiência em determinada área, aspectos culturais e estilo de gestão podem influenciar o desempenho. Por esse motivo, o onboarding é um período que reserva ao recém-admitido ações de acompanhamento, mentoria e treinamento de modo que este possa transformar o potencial em ato, ou seja, se encaixar no time e assim, com confiança e segurança, atingir a elevada performance de que é capaz. 19 Contudo, quando se trata de retenção, é imperativo conceber onboarding não apenas aos recém-admitidos na organização, mas o de cargo. Quando a organização adota como estratégia o recrutamento interno, ou seja, primeiramente divulga vagas e focaliza o processo seletivo aos interessados de dentro da organização, o onboarding e cargo requerem atenção especial, pois é muito fácil que o RH e o gestor imediato do profissional recém-promovido caiam na armadilha de achar que, por já conhecer a empresa, dispensa-se qualquer tipo de ambientação. Figura 5 – Armadilha Créditos: Elnur/Shutterstock. Essa armadilha faz com que se desconsidere que, ao mudar de cargo, exige-se um conjunto diferente de competências que asseguravam o sucesso do profissional no cargo anterior. Em outras palavras, é essencial elaborar também um processo de onboarding que possibilite o fortalecimento das competências do cargo. Muitas vezes, tal processo é realizado por meio de coaching executivo ou de mentoria. Outro aspecto a considerar também é a ambientação desse profissional aos membros do time. Quantas empresas já não promoverão a supervisor um excelente vendedor e perderam o supervisor e o vendedor? 5.2 Avaliação de onboarding Os primeiros meses, na empresa ou no novo cargo, em caso de promoções, são sempre os mais críticos, se consideramos a adaptação e desempenho. 20 É natural que, à medida que comecem a exercer suas funções, dúvidas a respeito de procedimentos; plataformas; entregas entre outros comecem a surgir, até que o profissional possa de fato dominar os diversos aspectos que envolvem o seu cargo e a organização. Por esse motivo, para não colocar a perder um talento promissor em virtude de algumas “pedrinhas no caminho”, é essencial que o gestor imediato se mantenha atento às dificuldades, e sobretudo às evoluções desse profissional durante a jornada. “Em uma época em que as pessoas parecem já ter se acostumado a ser invisíveis na organização e raramente obter reconhecimento, esta pode ser uma estratégia bastante eficaz na consolidação da seriedade do feedback como uma oportunidade de melhoria e não como punição ou declaração de incompetência.” Saiba mais Para que os líderes possam fomentar, desenvolver e consolidar o aprendizado nas organizações, vale atentar aos seguintes fatores: a repetição, base das mudanças sinápticas que programam a nova maneira de agir; o retorno negativo, que informa ao cérebro quando uma coisa não saiu como o esperado e que, nesse caso, é necessário tentar de novo de outra maneira. Assim, podemos considerar que o retorno negativo é um instrutor de grande ajuda! O retorno positivo, por sua vez, sinaliza ao cérebro quando se fez a coisa certa e que, portanto, isso deve ser repetido no futuro. Funciona como motivação, pois promove uma grande satisfação. Desse modo, o que leva a pessoa a continuar tentando é o retorno positivo e a expectativa de acertar da próxima vez. O retorno positivo é tão fundamental para o aprendizado que o cérebro se premia sozinho com sensações agradáveis toda vez que acerta, ativando o sistema de recompensa. E então ocorre o benefício duplo: o prazer de acertar reforça os programas que funcionam de acordo como se desejava e ainda serve de motivação, pois gera a expectativa de mais retorno positivo para se continuar tentando (Herculano-Houzel, 2009). Nesse sentido, destaca-se a importância de que o gestor mantenha-se aberto e disponível para realizar reuniões periódicas, oferecer feedbacks e feedfowards formais e informais com o objetivo de promover a adaptação e desempenho desse novo membro do time. Segundo o Blog RH (2018), “não 21 entender como a organização funciona e não se adequar culturalmente a ela são uma das principais dificuldades em assumir um novo papel”. Por meio de feedfowards, o gestor pode promover alinhamentos de comportamentos e entregas a serem realizadas, oportunizando clareza que impacta da ambientação, performance e eleva as chances de permanência desse profissional na organização. Contudo, recomenda-se a aplicação de avaliação formal do período de onboarding, essencial para avaliar os resultados do período, tecer acertos, ajustar rumos e decidir se continua ou não com a parceria. Saiba mais Confira uma excelente revisão de literatura sobre o tema, das páginas 19 a 39, da dissertação a seguir intitulada Acolhimento, integração e empenhamento organizacional: estudo de caso no sector de telecomunicações, disponível em: <https://repositorio.ul.pt/bitstream/10451/761/1/17272_Dissertacao_Mestrado_R ecursos_Humanos_%28FPCE-UL%29_SF_%28n.6769%29.pdf>. Para aprofundar ainda mais seus conhecimentos, leia também o artigo intitulado Onboarding digital: saiba o que é seus processos e estratégias, disponível em: <https://www.gupy.io/blog/onboarding-digital>. 22 REFERÊNCIAS A Importância do Onboarding na Integração dos Novos Colaboradores. Blog RH, 30 jan. 2018. Disponível em: <https://blogrh.com.br/importancia-do-onboarding- na-integracao-de-novos-colaboradores/>. Acesso em: 24 jun. 2021. BARROS, L. Onboarding Digital: Como Integrar Novos Colaboradores a Distância? Tangerino, 7 ago. 2020. Disponível em: <https://blog.tangerino.com.br/onboarding-digital/>. Acesso em: 24 jun. 2021. BONNSTETTER, B. J.; RIBAS, A. Manual definitivo DISC. São Paulo: Success For You Editora, 2016. DOMINGUES, M. A. Desenvolvimento em aprendizagem. O que o cérebro tem a ver com isso? Canoas: Editora da ULBRA, 2007. LOTZ, E. G.; BURDA J. A. Recrutamento e seleção de talentos. Curitiba: Editora InterSaberes, 2015. PETRY, J. As 16leis do sucesso: o livro que mais influenciou líderes empreendedores em todo o mundo. Barueri: Faro Editorial, 2017. RIBAS, A.; BOWERS, R. DISC: tudo o que você precisa saber mesmo. São Paulo: Success For You Editora, 2018.