Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Aula 3: Ação Penal Prof. Ma. Luane Lemos. São Luis, 28.9.16 Ação Penal 4. Classificação das Ações Penais: Prof. Ma. Luane Lemos. São Luis, 28.9.16 Ação Penal Pública Incondicionada Condicionada À representação À requisição do MJ Privada Exclusiva Personalíssima Subsidiária da pública Ação Penal 4. Classificação das Ações Penais: 4.1 Ação Penal Pública 4.1.2 Ação Penal Pública Condicionada à Representação - Manifestação de vontade da vítima ou de seu representante legal no sentido de solicitar providências do Estado para a apuração de determinado crime e, concomitantemente, autorizar o Ministério Público a ingressar com a ação penal contra os autores do delito. - A titularidade é exclusiva do MP, mas depende da provocação do ofendido (condição de procedibilidade) - Delatio ciminis postulatória. Necessária até para o IP - Somente para crimes em que o CP determina expressamente: esse crime somente se processa mediante representação - Ex: ameaça, crime contra patrimônio sem violência etc Prof. Ma. Luane Lemos. São Luis, 28.9.16 Ação Penal 4. Classificação das Ações Penais: 4.1 Ação Penal Pública 4.1.2 Ação Penal Pública Condicionada à Representação - A representação não obriga o MP a oferecer a denúncia (independência funcional) - Pode denunciar apenas um dos investigados ou arquivar - O pedido de arquivamento do IP pode ser recusado pelo Juiz, que encaminhará os autos ao PGJ (CPP, 28) - Conteúdo da representação: deve ser acerca do delito e não da pessoa. A vítima não pode escolher contra quem representar. O MP apura o crime e denuncia quem encontrar - Possibilidade de retratação (CPP, 25) Prof. Ma. Luane Lemos. São Luis, 28.9.16 Ação Penal 4. Classificação das Ações Penais: 4.1 Ação Penal Pública 4.1.2 Ação Penal Pública Condicionada à Representação - Aspectos formais da representação (CPP, 39) - exercido pessoalmente ou por procurador - mediante declaração escrita ou oral (reduzida a termo) - feito ao Juiz ao MP ou autoridade policial - contém as informações referentes a fato e autoria - feita a representação, será instaurado o IP - se completa, dispensa o IP - Os Tribunais admitem representação sem rigor formal (apenas mediante BO, por exemplo) Prof. Ma. Luane Lemos. São Luis, 28.9.16 Ação Penal 4. Classificação das Ações Penais: 4.1 Ação Penal Pública 4.1.2 Ação Penal Pública Condicionada à Representação - PRAZO para representação (CPP, 38) deve ser exercido no prazo de 6 meses a conta do prazo que a vitima descobre quem é o autor do delito - Prazo de representação e não de denúncia - Prazo decadencial - A prescrição conta do dia do cometimento do delito - Pode oferecer a representação antes de saber a autoria Prof. Ma. Luane Lemos. São Luis, 28.9.16 Ação Penal 4. Classificação das Ações Penais: 4.1 Ação Penal Pública 4.1.2 Ação Penal Pública Condicionada à Representação - TITULARIDADE (CPP, 38): deve ser apresentada pela vítima ou seu representante legal - Representante legal: menores de 18 anos ou incapaz em razão de doença mental Pais, tutores, curadores, ou quem detém a guarda - Curador especial. Colidência de interesses Não obrigado a apresentar a representação - Se a vítima souber o autor mas não comunicar ao representante, o prazo inicia quando fizer 18 anos - Havendo 2 ou mais vítimas, e apenas uma representar, a denuncia será oferecida somente em relação a ela - Morte: cônjuge, companheiro, ascendente, descendente, irmão Prof. Ma. Luane Lemos. São Luis, 28.9.16 Ação Penal 4. Classificação das Ações Penais: 4.1 Ação Penal Pública 4.1.2 Ação Penal Pública Condicionada à Representação - RETRATAÇÃO (CPP, 25): a representação é retratável até a apresentação da denúncia - Dentro do prazo decadencial, a representação pode ser novamente oferecida (retratação da retratação) Prof. Ma. Luane Lemos. São Luis, 28.9.16 Ação Penal 4. Classificação das Ações Penais: 4.1 Ação Penal Pública 4.1.3 Ação Penal Pública Condicionada à Requisição do MJ - A requisição do MJ é condição de procedibilidade da ação - Analisa a conveniência política de ser iniciada ação penal - Ocorre quando estrangeiro comete crime contra brasileiro fora do país (CP, 7º §3º b), ou quando cometido crime contra a honra do Presidente da República ou chefe de governo estrangeiro (CP, 145 p.u.) - Não vincula o Ministério Público Prof. Ma. Luane Lemos. São Luis, 28.9.16 Ação Penal 4. Classificação das Ações Penais: 4.1 Ação Penal Pública 4.1.3 Ação Penal Pública Condicionada à Requisição do MJ - PRAZO: Não existe prazo decadencial - RETRATAÇÃO: duas correntes irretratável: não está expressamente previsto do CPP, 25 retratável: analogia Prof. Ma. Luane Lemos. São Luis, 28.9.16 Ação Penal 4. Classificação das Ações Penais: 4.2 Ação Penal Privada - Essa forma de ação penal é de inciativa do ofendido ou, quando este dor menor ou incapaz, de seu representante legal, uma vez que os delitos dessa natureza atingem a intimidade da vítima que pode preferir não levar a questão a juízo. - Princípios da ação privada: a) Princípio da oportunidade ou conveniência: ainda que existam provas cabais contra o autor da infração penal, o ofendido decide, por livre arbítrio, se proporá a ação Prof. Ma. Luane Lemos. São Luis, 28.9.16 Ação Penal 4. Classificação das Ações Penais: 4.2 Ação Penal Privada - Princípios da ação privada: b) Princípio da disponibilidade: o querelante pode desistir da ação proposta, bem como do recurso interposto c) Princípio da indivisibilidade (CPP, 48): a queixa contra qualquer dos autores do crime obrigará ao processo de todos (não pode inserir alguns autores do crime na queixa e deixar outros de fora) A exclusão de um é interpretação como renúncia e se estende a todos os demais O MP zela pela indivisibilidade (aditamento) Prof. Ma. Luane Lemos. São Luis, 28.9.16 Ação Penal 4. Classificação das Ações Penais: 4.2 Ação Penal Privada Prof. Ma. Luane Lemos. São Luis, 28.9.16 Ação Pública Obrigatoriedade Indisponibilidade Oficialidade Ação Privada Oportunidade Disponibilidade Indivisibilidade Ação Penal 4. Classificação das Ações Penais: 4.2 Ação Penal Privada 4.2.1 Ação Penal Privada Exclusiva - A inciativa da ação cabe ao ofendido ou ao seu representante legal, mas em caso de morte ou ausência, pode ser proposta por cônjuge, ascendente, descendente ou irmão (CPP, 31) - Se falecer após iniciada a ação, pode haver substituição - O CP prevê que aquele delito “somente se procede mediante queixa” Prof. Ma. Luane Lemos. São Luis, 28.9.16 Ação Penal 4. Classificação das Ações Penais: 4.2 Ação Penal Privada 4.2.1 Ação Penal Privada Exclusiva - Alguns termos Querelante: ofendido. Querelado: acusado Peça inicial da AP: queixa-crime Peça inicial do IP: requerimento Prof. Ma. Luane Lemos. São Luis, 28.9.16 Ação Penal 4. Classificação das Ações Penais: 4.2 Ação Penal Privada 4.2.1 Ação Penal Privada Exclusiva - Prazo decadencial: 6 meses após descobrir a autoria - Para apresentar a queixa, o procurador deve ter procuração com poderes especiais, com menção do nome do querelado e do fato criminoso (pode ser corrigida dentro do prazo decadencial) - Pode ser proposta pela defensoria ou por advogado dativo - Se houver mais de uma vítima, a queixa aproveita apenas a quem dela utilizar - O querelante pode ser pessoa jurídica Prof. Ma. Luane Lemos. São Luis, 28.9.16 Ação Penal 4. Classificação das Ações Penais: 4.2 Ação Penal Privada 4.2.1 Ação Penal Privada Exclusiva - Ofendido menor de 18 anos - Ofendido com deficiênciamental - Colidência de interesses entre ofendido e representante Prof. Ma. Luane Lemos. São Luis, 28.9.16 Ação Penal 4. Classificação das Ações Penais: 4.2 Ação Penal Privada 4.2.2 Ação Penal Privada Personalíssima - Só pode ser proposta pela vítima - Se menor, deve aguardar a maioridade - O prazo decadencial só ocorre após a maioridade - Se houver morte, não há substituição - Único crime: induzimento a erro essencial ou ocultação de impedimento para casamento (CP, 236). Só se procede por iniciativa do contraente enganado - Adultério também era personalíssimo Prof. Ma. Luane Lemos. São Luis, 28.9.16 Ação Penal 4. Classificação das Ações Penais: 4.2 Ação Penal Privada CAUSAS EXTINTIVAS DE PUNIBILIDADE DA AÇÃO PENAL PRIVADA EXCLUSIVA E PERSONALÍSSIMA: A) DECADÊNCIA PERDA DO DIREITO DE INGRESSSAR COM A AÇÃO EM FACE DO DECURSO DO TEMPO SEM OFERECIMENTO DA QUEIXA 6 MESES CONTADOS DO DIA DA CIÊNCIA DA AUTORIA PEREMPTÓRIO: NÃO SE PRORROGA NEM EM FERIADO APLICA-SE A TODOS OS AUTORES DO CRIME Prof. Ma. Luane Lemos. São Luis, 28.9.16 Ação Penal 4. Classificação das Ações Penais: 4.2 Ação Penal Privada B) PEREMPÇÃO (CPP, 60) PERDA DO DIREITO DE PROSSEGUIR COM A AÇÃO EM RAZÃO DE SUA INÉRCIA OU OMISSÃO APLICA-SE A TODOS OS AUTORES DO CRIME DEIXAR DE PROMOVER O ANDAMENTO POR 30 DIAS AUSÊNCIA DE SUCESSÃO PROCESSUAL EM MORTE NÃO COMPARECIMENTO DO QUERELANTE AOS ATOS NÃO SOLICITA CONDENAÇÃO NAS ALEG. FINAIS EXTINÇÃO DA PJ SEM SUCESSOR Prof. Ma. Luane Lemos. São Luis, 28.9.16 Ação Penal 4. Classificação das Ações Penais: 4.2 Ação Penal Privada C) RENÚNCIA ATO PELO QUAL O OFENDIDO ABRE MÃO DO DIREITO DE QUEIXA INDEPENDE DE ACEITAÇÃO DO AUTOR É IRRETRATÁVEL DEVE OCORRER ANTES DO RECEBIMENTO DA QUEIXA PODE SER EXPRESSA OU TÁCITA Prof. Ma. Luane Lemos. São Luis, 28.9.16 Ação Penal 4. Classificação das Ações Penais: 4.2 Ação Penal Privada D) PERDÃO DO OFENDIDO ATO PELO QUAL O OFENDIDO DESISTE DO PROSSEGUIMENTO DA AÇÃO PENAL DEPENDE DE ACEITAÇÃO DO AUTOR DO CRIME DEVE OCORRER DEPOIS DA QUEIXA E ANTES DO TRÂNSITO SE ESTENDE A TODOS OS QUERELADOS PODE SER EXPRESSO OU TÁCITO A ACEITAÇÃO DEVE SER EXPRESSA, SE O PERDÃO FOR EXTRAPROCESSUAL, OU PODE SER TACITO, SE PROCESSUAL Prof. Ma. Luane Lemos. São Luis, 28.9.16 Ação Penal 4. Classificação das Ações Penais: 4.2 Ação Penal Privada 4.2.3 Ação Penal Privada Subsidiária da Pública - CF, art 5º LIX: será admitida ação privada nos crimes de ação pública, se esta não for intentada no prazo legal pelo MP - CPP, 46: 5 dias (preso) e 15 dias (solto) para denúncia, a contar da data em que for recebido o inquérito - O prazo de queixa se inicia após findar o de denúncia - Prazo de queixa é de 6 meses - O MP pode oferecer denúncia enquanto não houver queixa - Não há extinção da punibilidade se não houver queixa - Prof. Ma. Luane Lemos. São Luis, 28.9.16 Ação Penal 4. Classificação das Ações Penais: 4.2 Ação Penal Privada 4.2.3 Ação Penal Privada Subsidiária da Pública - Findo o prazo de denuncia, passa a haver legitimidade concorrente para o desencadeamento da Ação pelo período de 6 meses. Dentro desse prazo, quem propor primeiro a ação terá sua titularidade. Após 6 meses, sem que a ação tenha se iniciado, volta o MP a ter titularidade exclusiva - Não existe se houver arquivamento do MP - O promotor pode substituir a queixa, se inviável, ou adita-la - Pode recorrer e retomar a ação em caso de negligência - Prof. Ma. Luane Lemos. São Luis, 28.9.16 Ação Penal 5. Sujeitos da ação penal A) JUIZ B) MINISTÉRIO PÚBLICO C) ACUSADO D) DEFENSOR E) CURADOR F) ASSISTENTE DE ACUSAÇÃO G) AUXILIARES DA JUSTIÇA - Prof. Ma. Luane Lemos. São Luis, 28.9.16 Referências: NEVES, Cícero Robson Coimbra. Manual de Direito Processual Penal Militar. São Paulo: Saraiva, 2014. REIS, Alexandre Cebrian Araújo; GONÇALVES, Victor Eduardo Rios. Direito Processual Penal Esquematizado. 5.ed. São Paulo: Saraiva, 2016. COMPLEMENTAR: MENDONÇA, Ana Cristina. Processo Penal. Coleção Resumos para Concurso. Salvador: Jus Podivm, 2016. V.13 PRESTES, Fabiano Caetano; NASCIMENTO, Mariana Lucena. Direito Processual Penal Militar. Coleção Resumos para Concurso. Salvador: Jus Podivm, 2016. V.35 Prof. Ma. Luane Lemos. São Luis, 28.9.16 Ação Penal
Compartilhar