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Nefropatias

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NEFROPATIAS 
ANATOMIA E FUNÇÕES DO RIM 
- órgãos pares, retroperitonealmente a 
nível de L1 e L2; 
- pelve renal: artéria, veia e ureter; 
- funções do rim: excreção das substâncias; 
regulação da PA; equilíbrio do volume de 
líquidos; controle do pH; homeostasia do 
organismo; produção do hormônio ... e 
síntese de vitamina D e do hormônio do 
crescimento; 
 
 
Unidade funcional: nefron -> mais 
importante -> glomérulo -> entra o sangue 
“sujo” -> passa pelas arteríolas glomerulares 
( absorção, filtração, excreção da proteína 
e agua); 
Podócito -> garantir a não passagem das 
proteínas -> para serem excretadas. 
 
 
 
Exames laboratoriais: 
- taxa de filtração glomerular: creatinina, 
ureia, volume urinário. 
*valores: ureia: ; creatinina: 
São doenças que acometem o glomérulo e 
sua capacidade de filtração definidas em 
primária, secundária, hereditária, aguda e 
crônica. 
- síndroma nefrítica: processo inflamatório, 
com perda de função, aumento das 
escorias nitrogenadas, hematúria 
(diferentes níveis), hipertensão e lesão 
renal aguda. Pode carregar também um 
fenômeno nefrótica. 
- síndroma nefrótica: geralmente não tem 
inflamação; encontra-se um aumento da 
permeabilidade da membrana (cápsula de 
Bowman) que passagem de proteínas 
evidenciadas na urina com proteinúria 
acentuada. (aguda). 
 
Tipos de glomerulonefrites 
 
As glomerulopatias, que em geral são 
conhecidas como “glomerulonefrites”, são 
doenças que acometem os glomérulos, 
estruturas constituídas por um tufo de 
capilares sanguíneos (delimitados por uma 
cápsula), além de uma série de outros 
elementos (entre eles, vários tipos de 
célula), responsáveis pela ultrafiltração do 
plasma. 
As doenças que destroem os glomérulos do 
rim constituem a terceira causa mais 
comum de DRC no estágio 5. Caracterizam 
uma lesão renal. 
As glomerulonefrites são processos 
infecciosos agudos que acometem o 
glomérulo, acarretando retenção de sódio 
pela dificuldade de excreção. 
Alteram a capacidade funcional do 
glomérulo. - Primárias → tem origem nos 
rins e acometem apenas esses órgãos. 
- Secundárias → secundária a outras 
doenças, como diabetes e hepatites. 
- Hereditárias 
- Aguda ou Crônicas 
Glomerulonefrite difusa aguda (GNDA) → 
doença em crianças, caráter imunológico. 
Aguda. 
Pós estreptrocócica -> ocorre em adultos 
pós infecção de garganta; o microrganismo 
afeta o rim e lesa a parede renal. 
Doenças primárias → Doenças para a vida 
toda; exceto a estreptocócica. 
Lúpus→ doenças sistêmica imunológica, 
acomete mais o gênero feminino, 
associado a artrite reumatoide, paciente 
perde função renal pois afeta os rins. 
Nefropatia diabética → diabetes uma das 
principais causas, nefropatia secundária a 
diabetes, o açúcar trás fatores 
inflamatórios. 
Com a idade a função renal vai decaindo, 
queda da taxa de filtração glomerular. 
 
Curiosidades: 
Pós-estreptocócica (GNPE) -> maior em 
idosos -> crianças (5 a 12 anos) -> acomete 
mais os homens -> incomum em crianças 
com menos de 3 anos -> epidemia de 
infecção de pele ou garganta 
(Streptococos Grupo A) 
 
SÍNDROME NEFRÍTICA 
Comprometimento renal é consequência da 
deposição de imunocomplexos dentro do 
capilar glomerular, ativando o sistema 
complemento e iniciando a resposta 
inflamatória; 
Essa ativação do complemento produz 
liberação de fatores quimiotáticos e 
consequente deposição de linfócitos, 
monócitos e células polimorfonucleares no 
glomérulo, liberam citocinas que 
amplificam a reação imune, como fator de 
necrose tubular aguda (NTA); 
Como consequência da inflamação 
glomerular há uma diminuição na excreção 
renal de água e sódio e, com isso, uma 
expansão de líquido extracelular; 
Diminuição de excreção fracionada de 
sódio e hipervolemia estão associadas à 
hipertensão; 
A diminuição da filtração glomerular leva a 
uma diminuição na depuração de 
creatinina (azotemia); 
Alteração na permeabilidade da membrana 
basal glomerular ocasiona hematúria e 
proteinúria; 
Apesar da diminuição da atividade renina, 
aldosteronae vasopressina, os inibidores da 
enzima de conversão da angiotensina 
induzem a um aumento transitório da 
filtragem glomerular, indicando que existe 
um nível crítico de atividade itrerenal da 
angiotensina II; 
 
Sinais e sintomas 
- hipertensão arterial; 
- hematúria, edema, azotemia 
(concentração anormal de produtos de 
degradação nitrogenados no sangue) e 
proteinúria (excesso de proteína na urina); 
- urina pode exibir coloração refrigerante 
tipo cola; 
- algum grau de edema e hipertensão 
arterial; 
- hipoalbuminemia, hiperlipidemia e 
cilindros gordurosos na urina; 
- níveis de ureia e creatinina sérica podem 
aumentar à medida que o débito urinário 
diminui; 
- em casos mais graves: cefaleia, mal-estar, 
dor no flanco; 
- rins tornam-se aumentados, edemaciados 
e congestos; 
- causa comum: flomerulonefrite pós-
estreptocócica; 
 
 
Exames confirmatórios: 
Exame de urina – EAS 
- eritrócitos dismorfos; cilindros hemáticos; 
hematúria macroscópica; leucócitos; 
proteinúria de 24h. 
Prova de função renal 
- proteinúria 24h -> coletar às 6h da 
manhã, desprezar o primeiro jato, guarda 
(galão) até o dia seguinte; 
- no primeiro dia: eliminar a primeira urina 
da manhã esvaziando a bexiga totalmente. 
A partir daí, colher no recipiente todas as 
urinas do dia e da noite sem desprezar 
nenhuma amostra; 
- segundo dia: colher no recipiente a 
primeira urina daa manhã na mesma hora 
que desprezou na manhã anterior, 
esvaziando por completo a bexiga; 
Colocar peso, altura, nome completo e n° 
de registro + sangue sérico. 
 
Tratamento medicamentoso 
- diuréticos (alça); anti-hipertensivos; 
antibiótivos (penicilinas); corticoides: 
prednisona; imunossupressores: 
ciclofosfamida. 
 
Complicações 
- encefalopatia hipertensiva, IC, edema 
pulmonar; 
Manejo clínico 
- tratar os sintomas, tentar preservar a 
função renal e tratar imediatamente as 
complicações. 
- tratamento pode incluir a prescrição de 
corticosteroides, o manejo da hipertensão 
arterial e o controle da proteinúria. 
 
Cuidados de enfermagem 
- equilíbrio hídrico é cuidadosamente 
medido e registrado. 
- administrados líquidos com base nas 
perdas hídricas e no peso corporal diário 
do paciente. 
- orientação do paciente sobre o processo 
patológico, explicações a respeito dos 
exames laboratoriais e outros exames 
complementares, bem como preparação 
para um autocuidado seguro e efetivo em 
casa. 
- acompanhamento da pressão arterial, do 
exame de urina (níveis de proteína, ureia e 
creatinina sérica). 
Cuidados a domicílio → restrições de 
líquidos e alimentos devem ser revistas 
com o paciente, a fim de evitar o 
agravamento do edema e da hipertensão. 
O paciente é instruído verbalmente e por 
escrito a notificar o médico se surgirem 
sintomas de doença renal (p. ex., fadiga, 
náuseas, vômitos, diminuição do débito 
urinário) ou ao primeiro sinal de qualquer 
infecção. 
 
 
 
 
SÍNDROME NEFRÓTICA 
Aumento da permeabilidade glomerular e 
que se manifesta por proteinúria maciça 
(urina espumosa). 
Uma lesão glomerular que provoca uma 
permeabilidade às proteínas aumentadas 
(proteinúria), o que leva a uma pressão 
oncótica plasmática diminuída (edema) e a 
uma síntese compensatória de proteínas 
pelo fígado (hiperlipidemia). 
- aumento da PA – hipertensão; 
- elevação do colesterol – 
hipercolesteronemia; 
- hipoalbuminemia; 
Quando a perda de proteínas é maior que 
3500mg por dia chamamos de proteinúria 
maciça. 
Essa perda exagerada supera a capacidade 
de síntese hepática, ocorrendo então 
hipoalbuminenia. 
A hipoalbuminemia, por sua vez, leva a um 
edema generalizado. 
 
 
 
 
Sinais e sintomas: 
- Edema generalizado (edema difuso); 
- Hipoalbuminemia (no sangue); 
- Aumento acentuado de albumina na urina 
(proteinúria); 
- Proteinúria maciça (ultrapassa 3,5g/dia); 
- Hipercolesterolemia (níveis séricos 
elevados de colesterol e de LDL);O edema constitui a principal manifestação 
da síndrome nefrótica. 
É geralmente macio e depressível e ocorre, 
comumente, ao redor dos olhos 
(periorbital), em áreas pendentes (sacro, 
tornozelos e mãos) e no abdome (ascite). 
Os pacientes também podem apresentar 
irritabilidade, cefaleia e mal-estar. 
 
 
*NÃO TEMOS PRESENÇA DE HEMATÚRIA 
COMO MARCADOR PRINCIPAL, pois 
quando está presente, geralmente é 
microscópica. 
Clinicamente, o edema da síndrome 
nefrótica é mais acentuado que o edema 
presente na nefrítica, acometendo 
inclusive a face, caracterizando a fácies 
renal. 
A urina pode se apresentar espumosa, 
devido ao excesso de proteínas. 
Além disso, tende a acometer com mais 
frequência a faixa etária pediátrica, com a 
primeira manifestação dos 1 aos 8 anos. 
O sinal de Godet também é chamado de 
cacifo ou sinal de cacifo. Nada mais é do 
que a depressão que se forma na pele após 
a compressão desse local, por meio dos 
dedos das mãos, indicador e polegar, 
fazendo um movimento de pinça ou contra 
estrutura óssea. 
Pressão digital sobre a pele, por pelo 
menos 5 segundos, a fim de se evidenciar 
edema. 
É considerado positivo se a depressão 
(“cacifo”) formada não se desfizer 
imediatamente após a descompressão. 
 
Tratamento medicamentoso 
- diuréticos ; anti-hipertensivos; corticoides: 
prednisona; imunossupressores: 
ciclofosfamida. 
 
Complicações 
- infecção (em razão de uma resposta 
imune deficiente), tromboembolismo 
(particularmente da veia renal), embolia 
pulmonar, Lesão Renal Aguda/LRA 
(decorrente de hipovolemia) e 
aterosclerose acelerada (em consequência 
da hiperlipidemia). 
 
Manejo clínico e cuidados de enfermagem 
Nos estágios iniciais da síndrome nefrótica, 
o manejo de enfermagem assemelha-se 
àquele do paciente com glomerulonefrite 
aguda; todavia, à medida que a condição se 
agrava, o manejo se assemelha ao do 
paciente com DRT. 
Os pacientes com síndrome nefrótica 
necessitam de instruções adequadas sobre 
a importância de seguir todos os esquemas 
medicamentosos e nutricionais, de modo 
que a sua condição possa permanecer 
estável o maior tempo possível. Sempre 
comunicar qualquer alteração. 
PROCESSO DE ENFERMAGEM 
História de Saúde 
- história de saúde urológica; 
- rever os fatores de risco; 
- mulheres multíparas (risco de 
incontinência urinária); 
- pessoas com distúrbios neurológico como 
neuropatia diabética, esclerose múltipla ou 
doença de Parkinson apresentam 
esvaziamento incompleto da bexiga e 
estase urinária; 
 
O enfermeiro deve investigar: 
- principal preocupação ou motivo do 
paciente para procurar os cuidados 
médicos; 
- início do problema e o seu efeito sobre a 
qualidade de vida do paciente; 
- localização, o caráter e a duração da dor, 
quando presente, e a sua relação com a 
micção; 
- fatores que desencadeiam dor e aqueles 
que a aliviam; 
- história de infecções urinárias, incluindo 
tratamento prévio; 
- febre ou calafrios; 
- exames complementares, cirurgias ou 
procedimentos renais ou urinários prévios, 
ou uso de cateteres urinários de demora; 
- presença de disúria (micção dolorosa ou 
difícil); Hematúria; Hesitação; Nictúria etc; 
- Incontinência urinária; 
Sinais e Sintomas: 
- dor, as alterações na micção e os 
sintomas gastrintestinais; 
- dor geniturinária (distensão de alguma 
parte do sistema urinário) (A intensidade 
da dor está relacionada com o súbito início 
da distensão); 
- alterações na micção → 
polaciúria(micção mais frequente do que a 
cada 3 horas), urgência, disúria, hesitação, 
incontinência, enurese, poliúria, oligúria e 
hematúria; 
- sintomas gastrointestinais (em razão da 
inervação autônoma e sensorial 
compartilhada; 
- edema; 
- proteinúria; 
 
Avaliação física 
- áreas de ênfase: o abdome, a região 
suprapúbica, a genitália, a região lombar e 
os membros inferiores. 
- rins, habitualmente, não são palpáveis. É 
possível palpar o polo inferior liso e 
arredondado do rim entre as mãos. 
- rim direito é mais fácil de detectar, visto 
que a sua localização é discretamente mais 
baixa do que a do esquerdo. 
- disfunção renal pode produzir 
hipersensibilidade sobre o ângulo 
costovertebral, que é o ângulo formado 
pela margem inferior da 12 a costela e a 
coluna vertebral. 
- verificar o abdômen em busca de ascite 
ou presença de sopros. 
Para verificar a existência de urina residual, 
a bexiga deve ser percutida depois que o 
paciente urina. A percussão da bexiga 
começa na linha média, exatamente acima 
do umbigo, e prossegue para baixo. 
O som muda de timpânico para maciço 
quando se percute sobre a bexiga. 
- bexiga, que só pode ser palpada se estiver 
moderadamente distendida, é percebida 
como massa arredondada, firme e lisa, que 
se destaca do abdome, geralmente, na 
linha média. A macicez à percussão da 
bexiga depois da micção indica um 
esvaziamento incompleto. 
 
SAE 
- histórico de enfermagem: pontos 
importantes; 
- DE: domínio – classe – código; 
- PE: verbo de ação, frequência e ator; 
- Avaliação/evolução de enfermagem; 
 
H D: Paciente M C S, sexo feminino, 63 
anos, deu entrada na emergência do 
prontosocorro relatando que sente dor 
sempre que vai ao banheiro fazer xixi e que 
a urina parece uma espuma, também disse 
que sente as pernas inchadas. Exame físico: 
Disúria, Edema dos membros inferiores 
+/++++, Urina espumosa, exame laboratorial 
apresentou Proteinúria com Albumina de 
88g/L e Creatinina de 3mg/dL. 
 
Exemplos de DE: 
- Domínio 2 (nutrição): Classe 5 
(Hidratação): Volume de Líquidos excessivo 
R mecanismo de regulação renal 
comprometido E por Edema de MMII 
(+/++++). 
+ síndrome nefrítica: Domínio 2 (nutrição): 
Classe 5 (Hidratação): Volume de Líquidos 
excessivo R regulação renal comprometido 
pela inflamação dos podócitos E por edema 
de MMII (_/++++), disúria, urina com 
aspecto de espuma e exame laboratorial 
com proteinúria. 
Meta: reestabelecer o peso corporal ideal 
sem excesso de líquidos em 1 semana; 
regular volume de líquidos do paciente; 
retornar aos valores padrões dos exames 
de urina. 
Intervenção: monitorar a função renal com 
exame laboratorial dos níveis de ureia, 
creatinina; instalar o controle de ingestão 
de líquidos; realizar balanço hídrico 12h/12h; 
analisar integridade física da pele 12h/12h. 
*proteinúria se associa ao edema* 
 
- Domínio 4 (Atividade/repouso): Classe 4 
Respostas cardiovasculares/pulmonares 
Fadiga R deficiência nos níveis de 
hemoglobina causada pela inflamação das 
células mesangiais E hematúria e 
hematócrito de 30% 
Metas: Otimizar consumo de O2 
Reestabelecer condicionamento físico em 
até 7 a 10 dias 
Intervenções: proporcionar conforto e 
repouso para evitar fadiga aproximando 
objetos de uso pessoal – equipe de 
enfermagem; monitorar sinais vitais com 
ênfase na frequência respiratória 6h/6h – 
equipe de enfermagem; avaliar estado 
geral do paciente quanto a sinais ou/e 
sintomas de fadiga 6h/6h – equipe de 
enfermagem; analisar exames laboratoriais 
quanto aos níveis de ureia e creatinina e 
hemograma quanto a Hemoglobina < 13.5 
g/dL e Hematócrito <44% - enfermeiro.

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