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Camila Gondo Galace – Pediatria (Mauro) ASFIXIA PERINATAL CUIDADOS PÓS-REANIMAÇÃO Criança dentro do útero saturação é baixa, devido a circulação fetal FATORES DE RISCO PARA ASFIXIA NEONATAL MATERNOS - <16 anos ou > 35 - Desnutrição materna - Hipertensão arterial - Diabetes - Doença renal crônica - Cardiopatia - Baixas condições sociais - Neoplasias CONDIÇÕES DO PRÉ-NATAL - Doença hipertensiva específica da gestação - Isoimunização Rh - Gestação múltipla - Restrição de crescimento intrauterino - Ausência de pré-natal - Placenta prévia - Infecção congênita - Anemia - Hemorragia no 2º ou 3º trimestre CONDIÇÕES INTRAPARTO - Parto cesariano - Parto prematuro ( < 37 semanas) - Parto taquitócico - Posmaturidade - Amniorrexe prematura - Parto prolongado ( >24h) - Período expulsivo prolongado ( >2h) - Prolapso de cordão (Ocorre hipercapnia desencadeando uma acidose transitória) - Circular de cordão - Descolamento prematuro de placenta Hipoxemia Hipercapnia Lesão mais grave = afeta SNC Acidose CUIDADO! - Início de respiração > 1 minuto - Manobras de reanimação - Apgar de 5’ ≤ 5 (risco elevado de permanecer com esse valor) - Sinais clínicos de lesão hipóxico-isquêmica CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS – Academia Americana de Pediatria Presença de pelo menos 3 parâmetros: • Acidose metabólica (pH da artéria umbilical < 7) • Disfunção de múltiplos órgãos • Manifestações neurológicas ou convulsões na primeira semana de vida • Apgar entre 0 e 3 no 5’ de vida CUIDADOS PÓS-REANIMAÇÃO Manipulação mínima (Choro aumenta consumo de O₂, reduz as trocas gasosas) Considerar uso de analgesia nos neonatos submetidos a muitas intervenções Reduzir ruídos e luminosidade Manter em neutralidade térmica Redução do consumo de O₂ ASSISTÊNCIA VENTILATÓRIA Toda criança com asfixia perinatal deve ser mantida em ventilação mecânica por pelo menos 48hrs após o nascimento para evitar hipoxemia. VMP por 24-72hrs – risco de apneia ou hipoventilação Parâmetros: PaO₂ entre 45-70 mmHg pH entre 7,25 e 7,4 PaCO₂ entre 45-60 mmHg Sat O₂ entre 89-93% CONTROLE HEMODINÂMICO Asfixia ↓DC Hipotensão ↓ débito urinário Acidose metabólica Hipoperfusão cerebral Isquemia cerebral SINAIS CLÍNICOS DE BAIXO DÉBITO - Taquicardia persistente - Hipotensão arterial (monitorar PA de 30’ em 30’ minutos) - Enchimento capilar > 3 segundos - Acidose metabólica sem hipoxemia - Débito urinário < 1ml/Kg/h (oligúria) MEDICAÇÕES Dopamina: 2,5 a 20 mcg/Kg/min (melhorar fluxo sanguíneo renal) Dobutamina: 2,5 a 20 mcg/Kg/min Expansores de volume: SF 0,9% - 10 a 20 ml/Kg Situação de refratariedade Epinefrina: 0,05 a 1 mcg/Kg/min (sempre associado a Dopamina) SUPORTE METABÓLICO HIPOGLICEMIA – VIG de 4 a 6 mg/Kg/min - Manter a glicemia entre 75 a 100 mg/dl HIPOCALCEMIA – Administrar Gluconato de Ca a 10% HIPOMAGNESEMIA – Administrar Sulfato de Mg a 10% ACIDOSE METABÓLICA – Se pH < 7,1 e bicarbonato < 10 mEq/L - Infundir bicarbonato a 3% Fórmula para correção: mEq de HCO₃ = 0,5 x P x (15 – HCO₃ encontrado) HIPONATREMIA – Na < 120 mEq/L - Corrigir para níveis entre 125 a 130 mEq/L - Correção lenta para não haver lesão neurológica a nível de ponte Fórmula de correção: mEq de Na = P x 0,6 x (130 – Na observada) SUPORTE RENAL MONITORAR - Débito urinário - Peso a cada 8-12hrs - Balanço hídrico a cada 6-12hrs - Dosagem de eletrólitos, uréia, creatinina diariamente - Anúria > 24hrs US com doppler Reanimação prolongada dopamina Oligúria > 12-24h SF 0,9% 10-15 ml/Kg Furosemida Oligúria Furosemida Albumina 5% ᴓ de diurese renal Diurése Pré-renal LESÃO RENAL Oferta hídrica = 40ml/Kg/dia + perdas urinárias - Evitar potássio e proteínas via parenteral - Dosar eletrólitos de 12/12h - Peso de 8/8h - Diálise peritoneal HIPERPOTASSEMIA – Gluconato de Ca a 10% e Bicarbonato de Sódio a 3% Fórmula da superfície corporal 400ml m²/sup corp = P x 4 + 7 90 + P SUPORTE NUTRICIONAL - Jejum oral por 48-72h pós-reanimação (risco de enterocolite necrosante) Alimentação: LM 10-20 ml/Kg/dia - Nutrição parenteral ALTERAÇÕES HEMATOLÓGICAS - Plaquetopenia - Leucocitose com predomínio de células jovens (regride em 72h) - Consumo de fatores de coagulação REPERCUSSÕES NEUROLÓGICAS ENCEFALOPATIA HIPÓXICO-ISQUÊMICA - Dificuldade respiratória - Alteração do nível de consciência - Depressão dos reflexos - Redução do tônus muscular - Convulsões A teoria que melhor explica esse quadro é o Aumento do glutamato EVOLUÇÃO TEMPORAL DA ENCEFALOPATIA HIPÓXICO-ISQUÊMICA PERÍODO QUADRO NEUROLÓGICO Até 12 horas de vida - Respiração periódica - Hipotonia - Crise convulsiva - Estupor/coma 12 a 24 horas de vida “Aparente melhora” - Crises convulsivas frequentes - Apnéia - Tremores - Paresias de membros 24 a 72 horas de vida - Coma - Parada respiratória - Disfunção do tronco cerebelar Após 72 horas de vida - Hipotonia/ hipertonia - Hipoatividade dos reflexos arcaicos - Paresia de membros PROGNÓSTICO - Mortalidade entre 10 e 20% - Incidência de sequelas neurológicas: 20 a 40% 40% com sequelas mínimas 60% com sequelas graves Mau Prognóstico: - Episódios convulsivos < 12h do início da asfixia - Persistência de alterações neurológicas até 2 semanas - Alterações de ECG · Intubação não pode demorar mais do que 20 segundos Se passar de 20 segundos deve parar, ventilar com máscara e posteriormente realizar nova tentativa.
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