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URGÊNCIAS NÃO TRAUMÁTICAS UROLÓGICAS

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Camila Gondo Galace – Urologia (Sandro)
URGÊNCIAS NÃO TRAUMÁTICAS UROLÓGICAS
CÓLICA NEFRÉTICA OU RENAL
Dor aguda em cólica devido à distensão da cápsula (infecção e obstrução).
QUADRO CLÍNICO
Cólica de origem renal: dor lombar irradiada para hipocôndrio 
Cólica de origem ureteral: dor em fossa ilíaca irradiada, flanco, face interna da coxa e testículos (homens) grandes lábios (mulheres).
Pode estar associada a sintomas urinários: disúria, hematúria, urgência, estrangúria (a bexiga contrai tentando empurrar a urina no final da micção, cálculo em JUV), tenesmo e diarreia (a irritação causa edema do ureter que está próximo do reto num espaço virtual, então o reto sente-se cheio).
DIAGNÓSTICO
Raio X simples de abdome (o ureter é posterior e pode ser escondido pelas alças intestinais, imagem cálcica, sensibilidade e especificidade de 60%)
USG (operador-dependente, observar dilatação e fluxo urinário, ruim para ureter médio onde há intestino com ar, sensibilidade de 100%)
Raio X simples do abdome + Ultrassom
Urografia excretora (demorado, informações somente sobre o rim, quase não é mais realizada)
TC helicoidal sem contraste (padrão ouro, alta sensibilidade e especificidade, rápido)
Urina I (leucocitúria)
TRATAMENTO
Alívio da dor: evitar hidratação vigorosa, medicamentos VO (náuseas e vômitos impedem o uso), antiespasmódicos EV (contínuo ou intermitente), anti-inflamatórios EV ou IM e opióides EV ou IM 
Antibioticoterapia somente se houver sinais de infecção. 
Não resolve a dor: desobstrução com duplo J e nefrostomia 
ITU + obstrução: desobstrução deve ser imediata com duplo J e nefrostomia
RETENÇÃO URINÁRIA AGUDA
CAUSAS
Crianças: malformações congênitas (válvula de uretra posterior, parafimose)
Adulto jovem: estenose de uretra (trauma, gonorreia), prostatite aguda 
Adulto > 50 anos: HPB
Mulheres: pós-operatório de cirurgias pélvicas ou perineais 
CAUSAS MEDICAMENTOSAS 
Efeito adrenérgico no colo vesical e uretra prostática = Efeito obstrutivo funcional
· Descongestionantes nasais à base de efedrina
Efeito anticolinérgico = Perda da capacidade de contrair o detrusor
· Antidepressivos tricíclicos, drogas anestésicas, sedativos 
QUADRO CLÍNICO: bexigoma, constipação (pressão a bexiga sobre o intestino) 
TRATAMENTO
Sondagem uretral: de alívio ou demora
Cistostomia: punção (agulha 40/7, abocatch 16 ou 14) ou cirúrgica 
Endoscopia urológica 
GANGRENA DE FOURNIER
Processo necrosante fascial das regiões abdominal, perineal, genital ou perianal
Quadro grave que pode levar à morte em 48 horas.
CAUSAS: associação com DM (60%) e etilismo (50%)
- Maior risco em imunossuprimidos ou imunodeprimidos
Porta de entrada: urogenital (45%), anorretal (33%), cutâneo (21%)
ETIOLOGIA: bactérias anaeróbicas Gram negativas.
Associa-se a quadro de endarterite obliterante com trombose vascular cutânea e subcutânea.
QUADRO CLÍNICO
Dor, hiperemia, edema genital associada à febre, enfisema subcutâneo, cheiro fétido, necrose visível.
TRATAMENTO
- Desbridamento cirúrgico de urgência + antibioticoterapia de amplo espectro 
- Não deixar entrar em contato com urina ou fezes → derivação urinária e fecal → sonda uretral e colostomia 
- Cuidados locais
- Câmara hiperbárica 
PARAFIMOSE
Estado resultante da passagem forçada da glande por um orifício prepucial estreito e a impossibilidade de retornar à posição normal.
A constrição do anel prepucial causa uma congestão linfática seguida de uma congestão venosa e, um possível comprometimento arterial = Necrose da glande
CAUSAS: câncer de pênis, congênita.
FISIOPATOLOGIA: a construção do anel prepucial causa uma congestão linfática seguida de uma congestão venosa, e um possível comprometimento arterial, causando necrose da glande
TRATAMENTO – Imediato 
Pressionar com a mão para retirar o edema 
Cortar o local da estenose 
Operação posterior
PRIAPRISMO
Ereção peniana prolongada e persistente, dolorosa, não necessariamente desencadeada pelo estímulo sexual.
Risco de disfunção erétil (quando > 6 horas de duração) porque leva à destruição do corpo cavernoso.
Maior incidência em usuários de drogas injetáveis para tratamento de disfunção erétil.
TIPOS
BAIXO FLUXO – Venoclusivo
- Mais comum
- Diminuição do retorno venoso com hipóxia tecidual
- Gasometria do corpo cavernoso revelará hipóxia pO2 < 40 mmHg
- Etiologia por vasodilatadores intra-cavernosos, alterações hematológicas (anemia falciforme, leucemia), idiopáticas 
ALTO FLUXO – Arterial 
- Aumento do fluxo arterial com retorno venoso normal, não há hipóxia
- Geralmente indolor, está entrando muito sangue que não consegue sair
- Etiologia traumática (pelve ou perineal, fratura da bacia)
TRATAMENTO
BAIXO FLUXO: 
1. Punção por agulha para retirada do sangue 
2. Adrenalina na dose de 1 ml diluída em 100 ml de soro
3. Hidratação do paciente
É fundamental na anemia falciforme, onde também se adiciona máscara de O₂
4. Cirurgia (em caso de insucesso)
Estabelecer uma fistula (shunt) entre o corpo cavernoso e o esponjoso, preferencialmente distal, o corpo cavernoso drena o sangue lentamente para o corpo esponjoso desencadeando altas taxas de impotência. 
ALTO FLUXO: 
1. Embolização arterial seletiva da artéria pudenda
Também pode ser realizado o shunt 
Cateterismo 
ESCROTO AGUDO
CAUSAS: torção do cordão espermático (qualquer dor no testículo até que se prove o contrário e deve ser operada em 6 horas ou haverá necrose), torção do apêndice testicular, epididimite ou orquite aguda, traumatismos do escroto, hérnias, hidrocele, varicocele, púrpura de Henoch-Schöenlein.
TORÇÃO DO CORDÃO ESPERMÁTICO
Intra-vaginal (badalo de sino) ou Extra-vaginal (intra-uterino e neonatal)
Etiologia: Geralmente em crianças antes da puberdade
Quadro clínico: Dor testicular forte e súbita, geralmente a noite.
EXAME FÍSICO de difícil realização: edema, eritema, reflexo cremastérico ausente, sinal de Prehn negativo (a suspensão do testículo com o paciente em decúbito dorsal não alivia a dor), sinal de Angel (testículo contra-lateral horizontalizado)
DIAGNÓSTICO
USG com doppler para visualização do fluxo testicular = Ausência de perfusão 
Se não houver possibilidade de realizar o exame rapidamente o diagnóstico deve ser cirúrgico 
TRATAMENTO 
- Emergência cirúrgica
- Distorção testicular 
TORÇÃO DE APÊNDICE TESTICULAR – 7-12 anos
Quadro clínico: Dor menos intensa, com evolução gradual, ponto doloroso ou mancha azulada no pólo superior do testículo.
Tratamento: conservador, repouso, elevação escrotal, AINE 
EPIDIDIMITE AGUDA
- Causa mais comum de escroto agudo no adulto
- Transmissão ascendente canalicular
- Origem bacteriana Idosos = Gram negativo (ITU)
 Jovens = Chlamydia (DST)
Quadro clínico: início insidioso, progressivo, com sinais flogísticos (presença de queixas miccionais ou uretrais, presença de sinais sistêmico como febre e astenia), sinal de Prehn positivo, endurecimento e dor no epidídimo à palpação
Diagnóstico: urina tipo I, USG com doppler e cintilografia evidenciam aumento do fluxo sanguíneo.
Tratamento: antibióticos, suspensão escrotal, repouso 
ORQUITE AGUDA
Rara no jovem pré-puberal
Principalmente associada a caxumba (viral)
Quadro clínico: dor intensa local, insidiosa, aumento de volume, desconforto sistêmico, evoluindo com graus variáveis de atrofia testicular, sinal de Prehn positivo
Tratamento: repouso, suspensão escrotal, AINE.
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