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HIPÓTESE: Quadros infecciosos juntamente a outras comorbidades quando não tratados adequadamente evoluem para complicações como choque séptico, associado à negligência médica podem levar à óbito 1. Descrever a etiologia e a patogênese da hiperplasia prostática benigna (HPB), suas complicações. (POS) Hiperplasia nodular de próstata ou hiperplasia/hipertrofia prostática benigna (HPB) trata de um crescimento da próstata principalmente às custas da proliferação do nº de glândulas prostáticas que resulta na formação de nódulos na próstata. Patogenia: fisiologicamente, a enzima 5α-redutase converte a testosterona em di hidrotestosterona (DHT), um andrógeno responsável por promover o crescimento prostático. A partir dos 50 anos de idade, os homens apresentam aumento progressivo dos níveis das enzimas 5α-redutase e 17β-estradiol, resultando no aumento das concentrações de DHT e no crescimento prostático. Complicações: • Pielonefrite aguda • Pielonefrite crônica • Hidronefrose: dilatação da pelve renal por acúmulo de urina • Hidroureter: dilatação do ureter por acúmulo de urina • Hipertrofia muscular da bexiga (“bexiga de esforço”) • Bexiga dilatada (bexigoma) O crescimento progressivo da próstata causa uma compressão, também progressiva, da uretra prostática (que apresenta trajetória no interior da próstata), o que resulta na dificuldade miccional. Essa dificuldade miccional, por sua vez, leva à retenção urinária primeiramente na bexiga urinária, mas, com a evolução do quadro, também nos ureteres e pelve renal. Como consequência, há: a) Infecções urinárias: porque o reservatório de urina residual é fonte comum de infecção b) Distensão e hipertrofia da bexiga urinária: a bexiga começa a fazer mais esforço para eliminar a urina, e então sofre hipertrofia, sendo chamada de “bexiga de esforço”. Chega um momento em que o órgão já não é mais capaz contrair frente a tamanho esforço, e se distende, originando o bexigoma, que pode ser reversível ou não c) IRC: a hidronefrose também causa compressão do parênquima renal, que se torna adelgaçado e, com o tempo, há atrofia do parênquima renal, que pode evoluir a IRC Referências Abbas, A. K.; Aster, J. C.; Kumar, V. Robbins & Cotran Patologia – Bases Patológicas das Doenças. 9ª ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2016. 2. Diferenciar macro e microscopicamente hiperplasia prostática benigna. (POS) . Hiperplasia prostática benigna Carcinoma prostático Microscopia Proliferação glandular Dilatação das glândulas prostáticas Fibrose / proliferação musc. do estroma Glândulas menores, revestidas por camada única e uniforme de epitélio cuboide, aglomeradas, s/ ramificações ou dobras papilares Ausência da camada de células basais externas (que são típicas de glândulas benignas) Macroscopia ↑ Peso da próstata de 60-100g (N = 20g) Formação de múltiplos nódulos Comprometimento da região periuretral Preferência pela região posterior da próstata (permitindo o toque retal), e não a periuretral Sintomas Jato urinário fraco Dificuldade miccional Ocorrem por compressão da região periuretral frente à hiperplasia prostática Ausentes (exceção em quadros mais avançados) Como o carcinoma prostático se inicia na região posterior da próstata, é necessário um tumor muito grande para que haja compressão da uretra que gere sintomas urinários Risco de infecções urinárias de repetição e pielonefrites + – Referências Abbas, A. K.; Aster, J. C.; Kumar, V. Robbins & Cotran Patologia – Bases Patológicas das Doenças. 9ª ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2016. 3. Relacionar a HAS e DM com fatores de risco para a saúde dos rins (POS/PAPP) Segundo as Diretrizes Brasileiras de doença renal crônica (DRC), os maiores fatores de risco para o desenvolvimento da doença renal crônica são hipertensão arterial sistêmica (HAS), diabetes mellitus e história familiar de DRC. A HAS é uma doença crônica que pode impactar diretamente no funcionamento renal, uma das possíveis complicações provocadas por essa condição é a nefrosclerose arteriolar hipertensiva, que se caracteriza por uma lesão renal progressiva causada por hipertensão arterial mal controlada de longo prazo (hipertensão), outra alteração que também pode ser provocada por pela a insuficiência renal. A DM também é uma doença crônica que pode alterar o funcionamento renal. Uma das complicações conhecidas do diabetes mellitus é a doença renal ou nefropatia diabética. Níveis altos de glicose por tempo prolongado causam lesões nos rins, que podem progredir para a falência deste órgão. Pacientes com descontrole da glicose, tabagismo, obesidade, hipertensão arterial apresentam risco elevado de desenvolver a nefropatia diabética. A diabetes pode trazer danos aos rins, comprometendo a sua capacidade de filtragem. “Os altos níveis de açúcar fazem com que os rins filtram muito sangue, sobrecarregando os órgãos e levando a perda de proteínas na urina” Degeneração hialina: nas paredes e na membrana filtrante. Referências ROCHA, C. C. T. et al. Hipertensos e diabéticos com insuficiência renal crônica no Brasil cadastrados no SIS/HIPERDIA TT - Hypertensive and diabetic individuals with chronic renal failure in Brazil registered in SIS/HIPERDIA. Rev. bras. hipertens, v. 22, n. 1, p. 27–32, 2015. Disponível em: <http://fi-admin.bvsalud.org/document/view/5ehms>. 4. Explicar a trajetória dos microorganismos pelas vias urinárias até o aparecimento da pielonefrite. (POS/PAPP) A causa mais comum de pielonefrite é a obstrução de fluxo urinário, quando não se consegue realizar uma drenagem adequada da urina, que pode ser contaminada por bactérias e originar uma cistite. Quando o processo infeccioso ascende até os rins, gera a pielonefrite. As vias de infecção possíveis para a pielonefrite aguda são: a) Via ascendente: + comum, quando a infecção se inicia na uretra ou bexiga urinária e ascende até os rins; b) Via hematogênica: infrequente, ex. em quadros de septicemia, as bactérias podem comprometer o parênquima renal. Principal agente etiológico: Escherichia coli. A ascendente é a via mais comum de contaminação do trato superior — rim —, a partir de uma infecção da bexiga que ascende por meio dos ureteres. O envolvimento renal é influenciado pelos fatores de virulência das bactérias e de defesa do hospedeiro. A via hematogênica é muito rara, e a linfática raramente ou nunca é contaminada. Referências Abbas, A. K.; Aster, J. C.; Kumar, V. Robbins & Cotran Patologia – Bases Patológicas das Doenças. 9ª ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2016. 5. Determinar os fatores de risco para a pielonefrite e relacionar à hiperplasia (POS/PAPP) ● História prévia de ITU ● História materna de ITU ● Pacientes do sexo feminino, com atividade sexual (a relação sexual facilita a entrada de bactérias periuretrais na bexiga), uso de espermicidas (eliminam os lactobacilos da flora e permitem o supercrescimento bacteriano, aumentando a colonização por E. coli), ou na menopausa (a falta de estrogênio provoca alterações similares na flora vaginal, ou ainda por uso de antimicrobianos, como betalactâmicos) ● Novo parceiro sexual ● Alterações funcionais ou anatômicas do trato urinário, que possam obstruir o fluxo de urina (hiperplasia prostática benigna, presença de tumores, estreitamentos, cálculos e valva de uretra posterior), bexiga neurogênica e incontinência urinária ● Instrumentação do trato urinário ou uso de cateter vesical (a cateterização mesmo pode introduzir a bactéria na bexiga, ou propiciar a sua migração) ● Diabetes mellitus (maior frequência de bacteriúria assintomática e ITU sintomática, além do maior risco de complicações, como apresentações raras de ITU, pielonefrite enfisematosa, abscesso, necrose de papila e pielonefrite xanto granulomatosa, seja por controle glicêmico inadequado, duração da doença, microangiopatia diabética, disfunção leucocitária secundária à hiperglicemia ou vaginite de repetição) ● Imunossupressão ● Lesão medular ● Pacientes com mais de 60 anos (devido ao aumento da bacteriúria assintomática coma idade e presença de comorbidades, e à dificuldade de controle urinário) ● Gravidez (menor tônus ureteral, peristalse ureteral reduzida e incompetência temporária das valvas vesico ureterais, aumentando o risco de pielonefrite, parto prematuro e mortalidade fetal) A alta taxa de resistência dos microrganismos frente a alguns antibióticos e a elevada incidência de HPB como diagnóstico de base dos pacientes sondados crônicos. Como a próstata não para de crescer, a uretra fica cada vez mais comprimida, até o momento em que a obstrução é total, impedindo a passagem da urina. Represada, ela se acumula nas vias urinárias. Quanto mais tempo os rins ficam obstruídos e repletos de urina, maiores são as lesões. Referências Abbas, A. K.; Aster, J. C.; Kumar, V. Robbins & Cotran Patologia – Bases Patológicas das Doenças. 9ª ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2016. 6. Descrever a fisiopatogenia da pielonefrite e suas características morfológicas (POS/PAPP) Pielonefrite é uma das doenças mais comuns dos rins, sendo caracterizada pela inflamação do parênquima renal (sobretudo túbulos, interstício e pelve renal), não sendo um processo inflamatório que atinge primariamente os glomérulos. A causa mais comum de pielonefrite é a obstrução de fluxo urinário, quando não se consegue realizar uma drenagem adequada da urina, que pode ser contaminada por bactérias e originar uma cistite. Quando o processo infeccioso ascende até os rins, gera a pielonefrite. Há dois tipos de pielonefrite: a aguda e a crônica. 1) Pielonefrite aguda Etiopatogenia: • Diabetes Mellitus: suscetibilidade a infecções + glicosúria + disfunção vesical neurogênica • Anomalias congênitas do trato urinário • Refluxo vesicoureteral • Instrumentação das vias urinárias: ex. sondagens fazem microlesões na mucosa • Gravidez: pela compressão de ureter e obstrução de fluxo • Obstrução aguda do fluxo urinário: ex. compressão da uretra por hiperplasia prostática • Sexo: +++ mulheres devido à uretra ser mais curta, favorece infecções • Idade: +++ idade reprodutiva devido às relações sexuais causarem traumatismo de uretra Anatomia patológica Macroscopia: O rim geralmente está aumentado de volume, pelo edema na superfície capsular; observam-se pequenos abscessos amarelados, elevados e circundados por uma borda hemorrágica. Esses abscessos aparecem, sobretudo, no córtex renal. A pelve renal representa-se com a mucosa congestionada, espessada e recoberta com exsudato. Microscopia: Leucócitos polimorfonucleares no interstício e em túbulos. A natureza focal do envolvimento renal com inflamação é mais significativa. Aspectos clínicos Sintomas: O quadro clínico da pielonefrite abrange mal-estar, prostração, náuseas, vômitos, dor lombar unilateral ou bilateral — distensão da cápsula renal —, febre moderada ou alta e calafrios. As infecções dos órgãos parenquimatosos — rins, testículos e próstata — geralmente são acompanhadas de febre e sintomas gerais, e podem tornar-se crônicas. Sinais: Fácies toxemiadas, febre geralmente acima de 38 °C e taquicardia. A manobra de Giordano geralmente produz dor. Pode haver distensão abdominal, geralmente em função de um íleo paralítico associado, e a dor à descompressão pode sugerir lesão intraperitoneal. A urina é comumente turva, com grumos e odor fétido. Achados laboratoriais Hemograma com leucocitose e desvio à esquerda, com aumento da velocidade de hemossedimentação e/ou Proteína C Reativa (PCR). A urina habitualmente é turva, com piúria (presença de dez ou mais células brancas por milímetro cúbico de uma amostra de urina), podendo ter hematúria tanto macroscópica quanto microscópica, com presença de bactérias tanto na sedimentoscopia quanto na coloração pelo Gram. Podem-se encontrar cilindros leucocitários e proteinúria leve. A urocultura deve ser sempre solicitada para a identificação da bactéria antes de iniciar o tratamento, e hemoculturas podem ser necessárias na suspeita de sepse urinária. Principal agente etiológico: Escherichia coli. 2) Pielonefrite crônica Etiopatogenia: • Após vários episódios de pielonefrite aguda • Obstrução crônica de fluxo urinário • Refluxo crônico não corrigido • Obstrução crônica da drenagem pielocalicial ou uretra Assim, vê-se que a pielonefrite crônica não depende de uma infecção bacteriana: o simples fato de haver acúmulo crônico de urina na pelve renal já causa uma irritação crônica capaz de iniciar o quadro de pielonefrite crônica. Macroscopia: presença de depressões corticais (cicatrizes) de 1-2cm, visto que se trata de uma inflamação crônica, e atrofia renal na fase mais avançada. Microscopia: • Inflamação crônica intersticial • Fibrose intersticial • Túbulos atróficos ou dilatados • Glomérulos hialinizados Principal complicação: evolução para IRC. Obs.: a pielonefrite crônica (assim como a maioria dos quadros crônicos) é normalmente um quadro assintomático, apresentando sintomatologia somente na fase de perda de função renal. Referências Abbas, A. K.; Aster, J. C.; Kumar, V. Robbins & Cotran Patologia – Bases Patológicas das Doenças. 9ª ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2016. 7. Definir o sinal de Giordano e a Hidronefrose (PPM) SINAL DE GIORDANO: dor à percussão na região lombar: indicativo de processo inflamatório retroperitoneal, litáise renal, pielonefrite. O sinal de Giordano é utilizado na pesquisa de pielonefrite ou litíase renal. Para ser detectado, deve ser realizado uma percussão com a mão em forma de punho no dorso do paciente no nível da 11° e 12° costela, com uma mão realizando o amortecimento. Caso o paciente apresente uma infecção renal, ao ser realizado o teste, ele irá rapidamente se deslocar para frente sentindo muita dor. Punho-percussão renal: Realiza-se a punho-percussão renal nos casos suspeitos de nefrolitíase e pielonefrite. A técnica consiste em apoiar a mão não dominante no ângulo costovertebral ipsilateral ao rim que deseja-se avaliar e percutir com a região ulnar da mão dominante sobre a mão fixada. Alternativamente, pode-se fazer percussão direta com a região ulnar da mão dominante. Em casos de pielonefrite e litíase renal, há dor súbita de grande intensidade durante a manobra (sinal de Giordano). Hidronefrose: dilatação da pelve renal por acúmulo de urina. Referências Abbas, A. K.; Aster, J. C.; Kumar, V. Robbins & Cotran Patologia – Bases Patológicas das Doenças. 9ª ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2016. Porto, A. L.; Porto, C. C. Porto & Porto – Semiologia Médica. 8ª ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2020. 8. Diferenciar as sondas de demora e irrigação vesical. Determinar as indicações e cuidados para a sonda de irrigação contínua (PPM) Os tipos de cateterismo vesical são o de alívio (intermitente) e o de demora. O cateterismo vesical de demora é definido quando um cateter permanece por mais tempo para drenagem contínua, permitindo a descompressão gradual da bexiga urinária. Há dois tipos de sonda para a realização de cateterismo vesical de demora: • Sonda de Foley: 2 vias 1ª via: drenagem de urina 2ª via: insuflar e desinflar o balão • Sonda de Owens: 3 vias 1ª e 2ª vias: mesmas funções que as da sonda de Foley 3ª via: irrigação vesical Conceito de irrigação vesical contínua: lavagem da mucosa que reveste a bexiga urinária por meio da sonda de Owens. O material introduzido pela 3ª via é eliminado juntamente com a urina. Objetivo: remover sedimentos, coágulos, urina em decomposição ou fins terapêuticos. Indicação para a irrigação vesical contínua: procedimentos cirúrgicos com ressecção de próstata e cirurgia de lesão traumática, que exigem irrigação frequente ou contínua da bexiga urinária, sendo usada para (1) administração de medicamentos, (2) favorecer a homeostasia ou (3) remover coágulos e detritos do cateter e da bexiga. Cuidados para prevenção da ITU no cateterismo vesical: 1) Higiene prévia à introdução do cateter urinário para evitar a entrada de microrganismos na uretra: deve-se utilizar água morna e sabão, garantindo a higiene de todas as áreas, a completa retirada dosabão e a secagem do períneo 2) Não ocasionar qualquer tipo de trauma ao tecido durante o procedimento, pois isso pode deixar a área mais propensa à contaminação por microrganismos patogênicos 3) Prevenção dos traumas durante a inserção do cateter urinário: utilizar sonda de calibre correto e realizar lubrificação adequada da uretra (reduz o atrito e protege a mucosa uretral) 4) Higienização das mãos antes e após o procedimento 5) Uso de sistemas fechados de drenagem de urina: diminui os riscos de infecção 6) Estabelecer medidas de monitoramento e vigilância, considerando a frequência do uso de cateteres e os riscos potenciais 7) Educação e treinamento do profissional de saúde 8) Após a inserção, fixar o cateter de modo seguro que não permita tração ou movimentações 9) Não desconectar o cateter ou tubo de drenagem 10) Trocar todo o sistema quando ocorrer desconexão, quebra de técnica asséptica ou vazamento 11) Manter o fluxo urinário desobstruído 12) Esvaziar a bolsa coletora regularmente, utilizando recipiente coletor individual e evitar contato do tubo de drenagem com o recipiente coletor 13) Manter sempre a bolsa coletora abaixo do nível da bexiga 14) Não há recomendação para uso de antissépticos tópicos ou antibióticos aplicados ao cateter, uretra ou meato uretral 15) Realizar a higiene rotineira do meato e sempre que necessário Atenção quanto a necessidade de troca da SF 0,9% - se o mesmo não for trocado imediatamente ao seu térmico, corre o risco de obstrução da sonda por coágulos. Referências Santos, L.; Barreto, A. Enfermagem frente ao cateterismo vesical de demora. Revista JRG de Estudos Acadêmicos, v. I, p. 109-119, 2018. UNOESTE. Guia de Habilidades: Irrigação Vesical Contínua (Masculino). Laboratório de Habilidades e Simulação Unoeste, 2021. 9. Interpretar o papel dos leucócitos frente a uma infecção grave (FISIOPATO) Em casos de infecção grave, a primeira linha de defesa do sistema imune se trata dos leucócitos, correlacionado ao caso, o leucócito que se apresenta em maior concentração é o neutrófilo, por isso que temos um desvio à esquerda, haja vista que como dito anteriormente, a primeira célula de defesa é o leucócito. Referências ABBAS, A.K.; LICHTMAN, A.H.; PILLAI, S. Imunologia Celular e Molecular. 8ᵃ Edição. Elsevier, 2015 (livro-texto). 10. Determinar os parâmetros da urina tipo 1 para diagnóstico da pielonefrite (FISIOPATO) Urina 1 em quadros de pielonefrite: • Leucocitúria (também em quadros de cistite) Presença de leucócitos ativos • Presença de piócitos (leucócitos degenerados) • Hematúria microscópica (também em quadros de cistite) • Nitrito positivo (quando infecção por bacilos G-, que apresentam a enzima nitrato redutase) • pH menos ácido O acúmulo de compostos nitrogenados (liberados pelas células lesadas no processo infeccioso, e pela conversão de ureia em amônia por algumas bactérias) alcaliniza a urina • Cilindros leucocitários Ligação dos cilindros com leucócitos (1) Leucocitúria (2) Cilindros leucocitários Em quadros de pielonefrite complicada, deve ser solicitado também a hemocultura, para se investigar septicemia, e ureia plasmática, para identificar se há prejuízo da TFG e risco de desenvolvimento de síndrome urêmica. Pacientes que devem ser internados com quadro de pielonefrite: • Todos os pacientes com suspeita de pielonefrite com > 60 anos • Hemograma de infecção grave • ↑ Níveis de ureia e/ou creatinina (indicam ↓ TFG por comprometimento glomerular) Obs.: atenta-se mais aos níveis de ureia porque ela é mais tóxica • Desidratação • Imunodeprimidos Dependendo do grau do sistema imune, o quadro pode evoluir a sepse Referências Erischsen, E. A.; Viana, L. G.; Faria, R. M. D.; et al.Medicina Laboratorial para o Clínico. 1ª ed. Belo Horizonte: Coopmed, 2009. 11. Interpretar as informações as alterações de proteínas e substâncias redutoras no exame de urina tipo 1 (FISIOPATO) EXAME DE URINA TIPO 1 O exame de urina tipo 1, também chamado exame de urina de rotina e EAS (Elementos Anormais e Sedimento), é extremamente útil para o diagnóstico e monitoramento de doenças renais e do trato urinário, e também para a detecção de doenças sistêmicas e metabólicas não diretamente relacionadas com o rim. A amostra de urina ideal é a primeira da manhã, do jato médio (e não inicial), sendo realizada após uma rigorosa higiene da região genital. Caso não seja possível, deve haver um intervalo de 3 a 4 horas entre uma micção e a micção que será a coleta de urina propriamente dita. A urina tipo 1 conta com dois principais exames: 1) Exame bioquímico É realizado a partir da tira reagente, constituída por áreas impregnadas com reativos químicos específicos para cada parâmetro. Os parâmetros avaliados na tira reagente são: a) pH b) Leucócito esterase: a presença dessa enzima indica a presença de leucócitos (neutrófilos, monócitos, eosinófilos e basófilos) na urina. A presença de leucócitos em número significativo está relacionada, mais comumente, à infecção urinária c) Nitrito: a presença de nitrito refere a presença de bacteriúria. Os principais agentes bacterianos causadores de infecção urinária são: Escherichia coli, Klebsiella, Citrobacter e Salmonella. Essas bactérias apresentam a enzima nitrato redutase, que converte nitrato (presente na urina, oriundo da ingestão de vegetais na dieta) em nitrito. d) Proteína: fisiologicamente, uma pequena quantidade de proteínas é observada na urina, incluindo albumina, proteínas de baixo peso molecular (ex. transferrina), imunoglobulinas e proteína de Tamm Horsfall. Nos quadros de doença renal crônica e síndrome nefrótica, há alteração da membrana de filtração glomerular, que permite a filtração de proteínas e detecção de proteinúria. e) Substâncias redutoras (principal – glicose): fisiologicamente, apenas uma pequena quantidade de glicose é observada na urina, já que ela é livremente filtrada pelos glomérulos e ativamente reabsorvida pelos túbulos renais. No quadro de DM, ocorre glicosúria, visto que há uma hiperglicemia tão intensa que supera o limiar renal de reabsorção. Além disso, glicosúria na ausência de hiperglicemia (chamada glicosúria renal) é decorrente de distúrbio na reabsorção tubular renal da glicose, o que ocorre, por exemplo, em quadros de infecção grave. f) Corpos cetônicos: fisiologicamente, a presença de corpos cetônicos não é detectada na urina. Em quadros de jejum prolongado e cetoacidose diabética, há presença de corpos cetônicos na urina, visto que esses são produtos do metabolismo de lipídeos, que está aumentado nesses casos (em que os lipídeos são utilizados como fonte de energia). g) Bilirrubina: detectada quando há aumento da [bilirrubina conjugada] no sangue (sendo importante suspeita de doenças hepáticas) h) Urobilinogênio: fisiologicamente, uma pequena quantidade de urobilinogênio é observada na urina i) Sangue (Hb): fisiologicamente, a presença de hemácias (hematúria) ou Hb livre (hemoglobinúria) não é detectada na urina Obs.: atualmente, há aparelhos que realizam a urinálise automatizada, não sendo mais necessária a utilização das tiras reagentes. 2) Exame microscópico Para realização dessa etapa, uma alíquota da amostra de urina é submetida à centrifugação em condições padronizadas e o sedimento obtido é avaliado ao microscópio óptico, fazendo a contagem de certos elementos por campo (observação de lâminas) ou por mL de urina. O exame microscópico deve avaliar a presença de: a) Leucócitos b) Hemácias c) Células epiteliais: o achado de raras células epiteliais é normal e se deve ao processo esfoliativo de renovação do epitélio celular do trato urinário d) Corpúsculos de gordura: presentes em quadros muito graves de síndrome nefrótica, quando ocorre lipidúria secundária à dislipidemia severa e) Cilindros: estruturas resultantes do processo de solidificação de proteínas no lúmen dos túbulos renais, representando um molde desses, de forma cilíndrica e com consistência de gel. Fisiologicamente, apenas raros cilindros hialinos são vistos no sedimentourinário EXAME DE URINA TIPO 1 NA CISTITE E PIELONEFRITE Cistite: inflamação e/ou infecção da via urinária inferior (uretra e bexiga). Sintomas: • Disúria • Polaciúria (pequeno volume de urina em grande frequência miccional) • Urgência miccional Pielonefrite: inflamação do parênquima renal. Sintomas: • Sintomas de cistite citados associados a: • Dor lombar • Febre e calafrios • Náuseas e vômitos • Sinal de Giordano + Obs.: pacientes diabéticos e/ou idosos podem apresentar quadro assintomático de pielonefrite. Nos quadros de cistite ou pielonefrite, devem ser solicitados exame de urina I e urocultura. A HPB pode causar cistite e pielonefrite, visto que ocasiona o acúmulo de urina residual. A principal complicação da pielonefrite é a hidronefrose, que causa alteração da filtração glomerular, resultando em IRA pós-renal. A Escherichia coli é responsável por 50% das cistites e 100% das pielonefrites, tendo as fímbrias e as adesinas como fatores de virulência importantes. Referências Erischsen, E. A.; Viana, L. G.; Faria, R. M. D.; et al.Medicina Laboratorial para o Clínico. 1ª ed. Belo Horizonte: Coopmed, 2009. 12. Descrever o mecanismo de ação da TANSULOSINA, seu principal efeito adverso, porque deve ser administrado antes de dormir e relacionar ao seu uso em casos de HPB. (FARMACO) Grupo farmacológico: antagonistas dos receptores α1-adrenérgicos (receptores pós-sinápticos ativados pelas catecolaminas). MA da tansulosina: bloqueio dos receptores α1A-adrenérgicos (subtipo predominante na próstata), promovendo relaxamento do músculo liso prostático e resultando na melhora rápida do fluxo urinário. A tansulosina foi utilizada no quadro para tratamento dos sintomas urinários (jato urinário fraco, polaciúria e noctúria) originados pela obstrução uretral secundária à HPB. Essa obstrução é decorrente de uma combinação da pressão mecânica exercida sobre a uretra devido ao aumento da massa muscular lisa e o aumento do tônus do músculo liso mediados pelos receptores α1 na próstata e no colo da bexiga. Se há bloqueio de α1, há relaxamento muscular e melhora sintomática. Obs.: há outras drogas do mesmo grupo, como prazosina e terazosina. No entanto, essas não são frequentemente utilizadas para o tratamento de HPB porque não são seletivas a α1A. Principal efeito adverso: hipotensão postural, isto é, queda da PA e aparecimento de tonturas quando o paciente se levanta subitamente (bloqueio do receptor α1 reduz vasoconstrição periférica e pode gerar vasodilatação, resultando na redução da PA). Frente a esse efeito colateral, é orientado a administração da tansulosina antes de dormir, ao deitar, visto que a ação da droga se inicia em algumas horas após uso. Assim, o efeito crítico do fármaco ocorrerá enquanto o paciente estiver dormindo, diminuindo o risco de hipotensão postural. Caso o paciente ainda relate hipotensão postural durante o dia, deve-se suspender a droga. Contraindicação: idosos (devido à hipotensão postural e alto risco de quedas). Outro efeito adverso: ejaculação retrógrada (o esfíncter interno da bexiga não se contrai devido ao bloqueio de α1, permitindo que o espermatozoide migre em direção à bexiga urinária, e não à extremidade peniana). Caso ocorra, a única alternativa é suspender a droga. Referências Knollmann, B. C.; Brunton, L; Hilal-Dandan, R. As bases farmacológicas da terapêutica de Goodman & Gilman. 13ª ed. Porto Alegre: Artmed, 2019. 13. Citar o grupo farmacológico da finasterida, suas indicações, posologia e EA. (FARMACO) Grupo farmacológico: antagonistas da enzima 5α-redutase. MA: inibição da 5α-redutase tipo 2 (subtipo presente na próstata) e redução da conversão da testosterona em di-hidrotestosterona. Efeitos adversos: • Erupções cutâneas • Impotência sexual • Diminuição da libido • Oligospermia (redução significativa da produção de espermatozoides) • Ginecomastia dolorosa Motivo: a testosterona é convertida pela enzima aromatase em estradiol Obs.: após suspensão do medicamento, a ginecomastia tende a regredir. Indicações: 1) Tratamento da HPB (↓ [di-hidrotestosterona] → ↓ volume e crescimento prostático) 2) Tratamento da alopecia androgenética 3) Tratamento do hirsutismo Posologia: • Tratamento da alopecia androgenética: 1 comprimido de 1mg diariamente • Tratamento da HPB: 1 comprimido de 5mg diariamente Obs.: por vezes, é necessária a associação entre tansulosina e finasterida no tratamento da HPB, havendo potencialização dos efeitos adversos. Caso o paciente não os tolere, a cirurgia prostática é a outra alternativa terapêutica. Há também a dutasterida, que inibe 5α-redutase tipos 1 e 2. A mais utilizada, no entanto, é a finasterida, visto que é seletiva ao subtipo presente na próstata. Referências Knollmann, B. C.; Brunton, L; Hilal-Dandan, R. As bases farmacológicas da terapêutica de Goodman & Gilman. 13ª ed. Porto Alegre: Artmed, 2019. 14. Definir COVID 19, determinar sua transmissão, mecanismo de entrada nas células humanas, sinais e sintomas, complicações e profilaxia. (DIC) Definição: Covid-19 é a denominação da doença causada pelo novo coronavírus (SARS-CoV-2). Família: Coronaviridae. Subfamília: Coronavirinae. Gênero: Betacoronavírus. O SARS-CoV-2 é um vírus RNA fita simples, que tem como principal antígeno a proteína S (spike), alvo dos anticorpos neutralizantes (que conferem proteção ao hospedeiro). Como todo vírus pandêmico, o SARS-CoV-2 apresenta alta mutagenicidade, originando variantes para evitar o desenvolvimento de imunidade contra ele. As atuais variantes de preocupação são: alfa, beta, gama, delta e ômicron. Transmissão: por gotículas expelidas quando o doente fala, tosse e espirra (adentram por alguma superfície mucosa de outro indivíduo exposto) ou por inalação de partículas em suspensão (partículas < 5µm). Os coronavírus são vírus de RNA de fita simples, com cerca de 120 nanômetros de diâmetro. Sua semelhança do sol com uma coroa, assim como é visto durante um eclipse, é devida às glicoproteínas da espícula, ou peplômeros, na superfície, que permitem que os coronavírus entrem nas células hospedeiras. SARS-CoV-1 e SARS-CoV-2, que compartilham cerca de 80% de identidade estrutural, fazem isso aproveitando a ação da enzima de conversão da angiotensina, ECA-2, que é expressa nas membranas de muitas células do corpo, incluindo células epiteliais dos alvéolos pulmonares. As glicoproteínas da espícula têm duas subunidades; uma subunidade, S1, que se liga aos receptores na superfície celular; a outra subunidade, S2, que se funde com a membrana celular. Uma serino- protease transmembrana hospedeira, TMPRSS2, promove a entrada de SARS-CoV nas células por dois mecanismos diferentes. Após a subunidade S1 da espícula se ligar à enzima ECA-2 na superfície da membrana celular, o TMPRSS2 ativa a espícula e quebra o ECA-2. O TMPRSS2 também atua na subunidade S2 da glicoproteína da espícula, causando uma alteração conformacional irreversível, ativando-a e facilitando a fusão do vírus com a membrana celular. O vírus entra na célula. Uma representação desses eventos se encontra na Figura 2. 1. O coronavírus se aproxima da membrana celular 2. Uma subunidade S1 (vermelho) na extremidade distal de um glicoproteína da espícula do vírus se liga a uma molécula de ECA-2 (azul) ligada à membrana 3. À medida que mais subunidades S1 dos glicoproteínas da espícula se ligam às moléculas da ECA-2 da membrana, a membrana começa a formar um envelope ao redor do vírus (um endossoma) 4. O processo continua … 5. .… até o endossoma estar completo 6. O vírus pode entrar na célula de duas maneiras: a) Uma serina protease ligada à membrana celular (marrom), TMPRSS2, cliva as subunidades S1 do vírus (vermelho) de suas subunidades S2 (preto) e também cliva as enzimas ECA-2. O endossoma entra na célula (endocitose), onde o vírus é liberado por acidificação ou pela ação de outra protease, a catepsina, (b) A mesma serina protease, TMPRSS2, causa alterações conformacionais irreversíveis nas subunidades S2 do vírus, ativando-as, após isto, o vírusse funde com a membrana celular e pode ser internalizado pela célula. Um inibidor de serino-protease, mesilato de camostato, usado no Japão para tratar pancreatite crônica, inibe o TMPRSS2 e bloqueia parcialmente a entrada de SARS-CoV-2 nas células epiteliais brônquicas in vitro. Análise: A redução da atividade da ECA-2 nas membranas celulares poderia teoricamente reduzir a capacidade do SARS-CoV-2 de penetrar nas células. No entanto, os inibidores da ECA-1, como o enalapril e o ramipril, atualmente usados para tratar a hipertensão e a insuficiência cardíaca, não inibem a ECA-2. Período de incubação (PI): entre 5 a 10 dias. Após o PI, há surgimento dos sintomas. Infectividade do paciente: começa a aumentar no final do PI e atinge o pico entre 3º e 4º dias. R0: velocidade de disseminação R0 < 1: 100 doentes infectam < 100 indivíduos suscetíveis R0 = 1: 100 doentes infectam 100 indivíduos suscetíveis R0 > 1: 100 doentes infectam > 100 indivíduos suscetíveis R0do SARS-CoV-2: está entre 2 e 2,5 Imunidade contra SARS-CoV-2: transitória, e do tipo humoral, sendo que, quanto maior a quantidade de anticorpos neutralizantes contra a proteína S, maior a imunidade do indivíduo. Obs.: é tão evidente que a imunidade humoral tem papel central para o combate ao vírus, que o plasma de indivíduos convalescentes (c/ anticorpos monoclonais) são utilizados contra o SARS CoV-2. Além disso, já existem anticorpos monoclonais obtidos in vitro contra o SARS-CoV-2 (droga Regn-CoV2). A imunidade inata celular também apresenta papel importante no combate imunológico contra o SARS-CoV-2, mas ainda é mal compreendida. Manifestações clínicas: são divididas em fases. 1) Fase 1 Sintomas gripais: febre, cefaleia, dor de garganta, coriza, congestão nasal, mal-estar. Imunologia: lesão viral direta. Manejo: monitoração da oximetria e temperatura, uso de sintomáticos, Regn-CoV2 (terapia antiviral direta, isto é, “mira na causa da doença”, ou seja, o vírus). Orientação: queda de oximetria e/ou aparecimento de febre → retornar ao hospital. Há pacientes que finalizam a doença nessa primeira fase, e outros que evoluem para fase 2. 2) Fase 2 A fase é caracterizada pelo comprometimento pulmonar. Sintomas: tosse persistente, expectoração (ausculta alterada bilateralmente), saturação baixa, hipotermia ou febre. Manejo: oxigenioterapia, dexametasona (terapia que “mira nos efeitos da doença”), anti coagulação profilática (enoxaparina), antibioticoterapia caso desenvolvimento de pneumonia secundária, antivirais (terapia antiviral direta). Exemplos de antivirais: • Regn-CoV2 • Paxlovid ® (Nirmatrelvir + Ritonavir) • Rendesevir Atenção1! A dexametasona reduz mortalidade de paciente com COVID grave. Atenção2! Para que os antivirais tenham ação, precisam ser utilizados precocemente, quando ainda haja vírus. 3) Fase 3 A fase 3 é caracterizada pela hiperinflamação (“tempestade de citocinas”), quando já não há mais vírus no organismo, e, por isso, não se utiliza mais os antivirais. Manejo: oxigenioterapia, dexametasona, anti-coagulação profilática, antibioticoterapia caso desenvolvimento de pneumonia secundária, UTI (principalmente em pacientes com comorbidades e condições especiais, ex. HAS, DM, gravidez, obesidade mórbida). 4) Fase 4 A fase 4 é chamada de Síndrome Pós-COVID ou COVID Longa, caracterizada pela presença das sequelas pós-COVID grave (ex. irritabilidade, fadiga, dificuldade de concentração). Manejo: reabilitação. Obs.: existem também indivíduos com sistema imune inato excelente, capaz de combater o SARS CoV2 e promover um quadro assintomático. Complicações: • Desequilíbrio de ventilação e perfusão O ar chega, mas o sangue não passa pelo capilar pulmonar • Trombose venosa profunda • Tromboembolismo pulmonar • Trombose de território arterial • Dispneia grave • Insuficiência respiratória aguda Testes diagnósticos: • Teste rápido de Ag: até o 5º dia (quando ainda há vírus) • PCR: padrão-ouro, sensibilidade ≈ 95%, demora 3-4 dias para positivar • Sorologia IgM/IgG: positivam após 10º-14º dia, importante para diagnóstico retrospectivo Alterações de RX/TC que sugerem COVID-19: opacidade em vidro fosco, arredondada, bilateral, comprometimento de múltiplos lobos, distribuição periférica e subpleural, espessamento septal, bronquiectasia. Atenção! Derrame pleural, linfadenopatia, nódulos e localização específica são achados radiológicos que NÃO sugerem COVID-19. Resumindo o tratamento da COVID-19: • Antivirais (já citados) • Anti-inflamatórios (ex. dexametasona) • Suporte (oxigenioterapia e anti-coagulação profilática) Obs.: baricitinibe, tofacitinibe e tocilizumabe são anti-inflamatórios primariamente utilizadas no tratamento de artrite reumatoide grave, mas que apresentaram resultados relativamente benéficos. Medidas de profilaxia: • Higienização das mãos com água e sabão ou álcool em gel • Manter distância mínima de 1 metro entre as pessoas • Evitar a tocar nos olhos, nariz e boca • Uso de máscaras Referências MINISTÉRIO DA SAÚDE (MS). Protocolo de Manejo Clínico da Covid-19 na Atenção Especializada. Brasília, 2020. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/manejo _clinico_covid-19_atencao_especializada.pdf. Acesso: 07 de novembro de 2022. SOCIEDADE BRASILEIRA DE MEDICINA DE FAMÍLIA E COMUNIDADE. Medidas preventivas e orientação sobre o COVID-19 (coronavírus). Rio de Janeiro, 2020. Disponível em: https://www.sbmfc.org.br/noticias/medidas-preventivas-e-orientacao-sobre-o-covid-19-coro navirus Acesso: 07 de novembro de 2022. Oxford COVID-19 Evidence Service. Je�rey K Aronson, Robin E Ferner. Angiotensin converting enzyme (ACE) inhibitors and angiotensin receptor blockers in COVID-19. https://www.cebm.net/covid-19/angiotensin-converting-enzyme-ace-inhibitors-and-angioten sin-receptor-blockers-in-covid-19/ 15. Esquematizar o calendário vacinal do idoso (ST) Segue em anexo 16. Citar e discutir o artigo 5° da portaria 597, 08 de abril de 2004 do Ministério da saúde. (ST) A Lei 6.259, de 1975, que dispõe sobre o Programa Nacional de Imunizações, declara que “as vacinações obrigatórias serão praticadas de modo sistemático e gratuito pelos órgãos e entidades públicas, bem como pelas entidades privadas, subvencionadas pelos governos federal, estaduais e municipais, em todo o território nacional”. A Portaria 597, de 2004, publicada pelo Ministério da Saúde, estabelece que atestados de vacinação obrigatória devem ser exigidos para o pagamento de salário-família; matrícula em creches, pré-escola, ensino fundamental, ensino médio e universidade; para o alistamento militar; recebimento de benefícios sociais concedidos pelo governo; e para efeito de contratação trabalhista. Referências BRASIL. Portaria n.º 597, de 08 de abril de 2004. Institui, em todo território nacional, vacinação. Código Civil. BRASIL. Lei n.º 6.259, de 30 de outubro de 1975. Dispõe sobre a organização das ações de vigilância epidemiológica, sobre o Programa Nacional de Imunizações, estabelece normas relativas a notificação compulsória de doenças, e dá outras providências. Código Civil. 17. Citar o código de ética médica referente ao artigo que trata da escrita da receita. (ÉTICA) É vedado ao médico: Art. 11. Receitar, atestar ou emitir laudos de forma secreta ou ilegível, sem a devida identificação de seu número de registro no CRM da sua jurisdição, bem como assinar em branco folhas de receituários, atestados, laudos ou quaisquer outros documentos médicos. - A Lei Federal n.º 5.991, diz, no artigo 35, que somente será aviada a receita que estiver escrita de modo legível; e - O Código de Ética Médica, capítulo III, artigo 11, que veda ao médico "receitar, atestar ou emitir laudos de forma secreta ou ilegível". Referências CONSELHO FEDERAL DE MEDICINA (CFM). Código de Ética Médica. Brasília, 2019. Disponível em: https://portal.cfm.org.br/images/PDF/cem2019.pdf. Acesso: 07 de novembro de 2022. 18. Determinar a conduta médica frente a solicitação de troca de receita. (ÉTICA) A prática de trocar receita médicasem que haja nova consulta é considerada infração ética, visto que a renovação ou troca de receitas de medicamentos traz consigo riscos e potenciais danos à saúde do usuário quando praticada sem a correta avaliação clínica. Assim, a troca ou renovação de receita médica necessita da realização prévia de uma consulta e avaliação clínica adequadas. Referências CONSELHO REGIONAL DE MEDICINA DO ESTADO DE SÃO PAULO (CREMESP). Prática de trocar receita é considerada infração ética. São Paulo, 2012. Disponível em: https://www.cremes p.org.br/?siteAcao=Jornal&id=1562. Acesso: 07 de novembro de 2022. 19. Explicar como realizar denúncias ao CFM (ÉTICA) Qualquer pessoa pode fazer uma denúncia ao Conselho contra um médico, hospital ou instituição prestadora de serviços médicos. Basta encaminhar a denúncia ao Presidente do CRM do local onde ocorreram os fatos a serem apurados. As denúncias devem conter: • Identificação (cópia RG, CNH, etc.), assinatura e endereço do denunciante • Data e local • Narrativa dos fatos que, na visão do denunciante, possam conter ilícitos • Nome do médico ou da instituição / instituições em que a vítima foi atendida • Nome das testemunhas dos fatos, se houver Referências CONSELHO REGIONAL DE MEDICINA DE SERGIPE (CREMESE). Como elaborar uma denúncia. Aracaju, 2021. Disponível em: https://crmvirtual.cfm.org.br/SE/servico/como-elaborar uma-denuncia#:~:text=Qualquer%20pessoa%20pode%20fazer%20uma,da%20institui%C3%A7 % C3%A3o%2C%20data%20e%20local. Acesso: 31 de maio de 2022. 20. Citar quais outros artigos que podem ser imputados dos profissionais tendo em vista a tragédia do paciente (ÉTICA) Art. 1º Causar dano ao paciente, por ação ou omissão, caracterizável como imperícia, imprudência ou negligência. Art. 32. Deixar de usar todos os meios disponíveis de diagnóstico e tratamento, cientificamente reconhecidos e a seu alcance, em favor do paciente. Referências CÓDIGO DE ÉTICA MÉDICA, Resolução CFM nº 1.931, de 17 de setembro de 2009