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RESFRIADO COMUM Também designado como nasofaringite aguda, é uma infecção viral aguda e autolimitada do trato respiratório superior, que se manifesta em graus variáveis com espirros, congestão e secreção nasal (rinorreia), dor de garganta, tosse, febre baixa, dor de cabeça e mal-estar. Pode ser causado por vários vírus, mas os mais comuns são os mais de 100 sorotipos de rinovírus, que causam até 50%. Outros vírus causadores: coronavírus, influenza, vírus sincicial respiratório, parainfluenza, adenovírus, coxsackievirus A (enterovírus). Imunidade subsequente: - Produzem: rinovírus, adenovírus, vírus influenza e enterovírus (não adianta muito na prevenção de resfriados posteriores pois tem muitos sorotipos). - Não produzem: VSR, vírus parainfluenza e coronavírus - pode ocorrer reinfecção, mas a infecção subsequente com o mesmo agente é geralmente mais branda e de menor duração. EPIDEMIOLOGIA Padrões sazonais – pode ocorrer em qualquer época do ano, mas é mais comum no outono (rinovírus e parainfluenza) e inverno (VSR, influenza e coronavírus), à medida que os diferentes vírus se movem pela comunidade de maneira previsível. Verão (enterovírus). Transmissão - Os vírus que causam resfriados são transmitidos por três mecanismos: 1. Contato com as mãos – Autoinoculação da própria conjuntiva ou mucosa nasal após tocar em pessoa ou objeto contaminado com vírus do resfriado (+ comum). 2. Inalação de pequenas gotículas de partículas (núcleos de gotículas ou aerossóis) que se espalham pelo ar por espirros ou tosse 3. Contato próximo com pessoa infectada: Deposição de gotículas de partículas grandes que são expelidas durante o espirro e atingem a mucosa nasal ou conjuntival (depende da quantidade de tempo que as pessoas passam juntas, proximidade do contato e qtdade de vírus). # há mais vírus (rinovírus) na secreção nasal do que na saliva, e o contato mão-secreção pode fazer com que o vírus fique ali por até 2h, podendo o vírus sobreviver em superfícies por até 1 dia. Período de infecciosidade – de 3 a 5 dias após inoculação, com pico no 3 dia. Período de incubação –24 a 72 horas. FISIOPATOLOGIA Sintomas decorrem mais da resposta imune inata à infecção do que do dano viral direto ao trato respiratório. Depois que o vírus se deposita na mucosa nasal ou conjuntival, ele se liga a células epiteliais da nasofaringe e entra nelas, e em um pequeno número dessas células ele vai se replicar. As células que estão infectadas pelo vírus vão liberar citocinas como IL8 que atrai os neutrófilos. Um grande número de neutrófilos (aumento de 100x) se acumula nas secreções nasais, o que acaba retardando a depuração mucociliar. Assim, os sintomas aparecem em 1 a 2 dias depois da inoculação do vírus, o que fecha bem com o aumento dos neutrófilos ali na submucosa nasal e no epitélio. Por isso é que a gravidade dos sintomas tá associada a concentração de IL8 na mucosa, quanto mais tiver, mais neutrófilo vai chegar ali. Pode ocorrer uma mudança na secreção nasal, passando de hialina para amarela/branca esverdeada e isso se relaciona com o aumento de neutrófilos (nada a ver com bactéria). Secreção amarela ou branca: presença de neutrófilos. Secreção verde: atividade enzimática de neutrófilo. Por um mecanismo desconhecido, a infecção por rinovírus aumenta a permeabilidade vascular na submucosa nasal, liberando albumina e cininas (bradicinina), que podem então contribuir para os sintomas do resfriado comum. A bradicinina causa rinite e dor de garganta. A concentração de histamina não aumenta na infecção experimental por rinovírus. Estudos mostram que o epitélio nasal permanece intacto, embora haja um influxo de neutrófilos na submucosa e no epitélio nasal - rinovírus e coronavírus não causam destruição grosseira das células epiteliais nasais, mas os adenovírus e a infecção de vias aéreas superiores influenza A têm um efeito citopático, com a destruição resultante das células epiteliais nasais. CLÍNICA A sintomatologia difere de paciente para paciente, devido a idade e ao vírus causador. Bebês: febre e secreção nasal (+ comuns). Também pode ter agitação, dificuldade de alimentação, diminuição do apetite e dificuldade para dormir. Pré-escolares e escolares: congestão nasal, corrimento nasal e tosse (+ comuns). Pode aparecer febre e cefaleia. Febre - pode ser o sintoma mais comum na fase inicial em crianças pequenas. É incomum em crianças mais velhas e adultos. Novo início de febre ou recorrência de febre (se presente no início da doença) pode indicar infecção bacteriana secundária (OMA, sinusite, pneumonia). Manifestações nasais – Congestão nasal, secreção nasal e espirros são comuns em crianças. O exame pode revelar eritema e inchaço da mucosa nasal e secreção nasal. A secreção nasal pode ser clara inicialmente, mas geralmente torna-se colorida (amarela ou verde) em poucos dias. Tosse - ocorre em mais de 2/3 das crianças e pode ser o sintoma mais incômodo para os pais, pois pode afetar o sono, o desempenho escolar e a capacidade de brincar da criança. Ela pode durar mais 1 ou 2 semanas depois da melhora dos outros sintomas, mas deve melhorar gradualmente. Se piora da tosse deve considerar outro diagnóstico. Outros sintomas e sinais — dor de garganta (geralmente uma manifestação precoce), rouquidão, dor de cabeça, irritabilidade, dificuldade para dormir, diminuição do apetite, adenopatia cervical anterior e injeção conjuntival. Vômitos e diarreia são incomuns. Frequência e duração – < 6 anos: 6-8/ano (até 1/mês de out e inv) – com duração típica de 14 dias. Crianças mais velhas e adultos: 2-4/ano, com duração típica de 5-7 dias. Tabagistas ficam sintomáticos por mais tempo. CARACTERÍSTICAS RADIOGRÁFICAS: Anormalidades autolimitadas dos seios paranasais são comuns. Não se sabe se essas anormalidades são o resultado de uma drenagem sinusal prejudicada ou de uma infecção viral real da mucosa sinusal. Foi demonstrado que assoar o nariz impulsiona as secreções nasais para os seios paranasais. No entanto, o grau em que isto contribui para a acumulação de líquido nos seios da face é incerto. COMPLICAÇÕES DO RESFRIADO COMUM Otite média aguda – A maioria das crianças apresenta pressão anormal no ouvido médio em algum momento do resfriado, o que pode predispor OMA. O risco dessa complicação é maior em crianças de 6-11 meses (por causa da anatomia) e pode indicar pela presença de febre e dor de ouvido recente depois dos primeiros dias de resfriado. 1/3 e até ½ dos resfriados evolui pra OMA em crianças pequenas, tendo inflamação da MT e líquido no ouvido médio. Exacerbação da asma — As infecções virais das vias respiratórias superiores se associam à sibilância em crianças suscetíveis e a pelo menos 50% das exacerbações da asma em crianças Sinusite – A IVAS viral é o fator de risco mais importante para a sinusite bacteriana. 6-13% IVAS virais em crianças são complicadas por sinusite bacteriana aguda. A infecção bacteriana secundária dos seios paranasais pode ser indicada por: a. Sintomas nasais persistentes sem melhora > 10 dias b. Sintomas graves (temperatura ≥39°C, mau aspecto, secreção nasal purulenta por 3-4 dias) c. Piora dos sintomas (exacerbação da secreção nasal ou tosse, novo início de febre ou recorrência da febre) Pneumonia bacteriana: complicação incomum do resfriado comum. Pode ser indicado por febre recente após os primeiros dias de sintomas de resfriado. Tosse prolongada na ausência de febre nova pode significar infecção viral do trato respiratório inferior. Outras complicações — epistaxe, conjuntivite e faringite. DIAGNÓSTICO Clínico! Deve basear-se na história (como contato com alguém resfriado) e nos achados do exame (congestão nasal, secreção nasal, dor de garganta, febre - em crianças pequenas, adenopatia cervical anterior e eritema da mucosanasal. e orofaringe). Labs: não ajudam no diagnóstico. PCR se desconfiar de COVID. Indicativos de que pode não ser um resfriado comum: febre persistente, febre alta (>39°C), mau aspecto, ausência de sintomas nasais, lesões na mucosa oral (vesículas posteriores de herpangina), sibilância, achados focais no exame pulmonar (macicez à percussão, redução da entrada de ar, crepitações, respiração brônquica), hemoptise, início agudo de tosse ou dificuldade em respirar (pode sugerir corpo estranho inalado) e/ou características de um distúrbio respiratório crônico (baixo ganho de peso, baqueteamento digital, tórax excessivamente inflado, deformidade torácica, atopia). DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL § Rinite alérgica § Sinusite bacteriana aguda § Corpo estranho nasal § Anormalidades estruturais do nariz ou seios da face § Corpo estranho inalado § Coqueluche § Gripe § COVID-19 § Bronquite § Faringite bacteriana ou amigdalite SINUSITE AGUDA A rinossinusite aguda resulta da infecção de um ou mais seios paranasais, cuja etiologia mais frequente é uma infecção viral associada ao resfriado comum. A rinossinusite viral não complicada geralmente é autolimitada e dura de 7 a 10 dias. Embora a rinossinusite bacteriana aguda também possa resolver sem tratamento, o tratamento com antibióticos acelera a recuperação. É importante distinguir entre rinossinusite viral não complicada e a bacteriana pra evitar o uso desnecessário de antibióticos . ANATOMIA Os seios paranasais se desenvolvem como bolsas externas da cavidade nasal, O início e a duração do desenvolvimento dos seios paranasais variam de acordo com a localização anatômica. Na maioria das pessoas, a cavidade nasal e os seios paranasais atingem proporções quase adultas aos 12 anos de idade, embora o desenvolvimento possa não estar completo até os 20. Seios maxilares: presentes ao nascimento e se expandem rapidamente aos 4 anos de idade. Atividade ciliar é necessária para a drenagem de secreções do seio maxilar para o nariz pois os óstios estão localizados no alto das paredes mediais do seio maxilar. Seios etmoidais: presentes ao nascimento e são compostos por minúsculas células de ar, cada uma com sua própria abertura no nariz. Seios esfenoidais: começam a se desenvolver durante os primeiros 2 anos de vida, são pneumatizados aos 5 e atingem seu tamanho permanente aos 12 anos. Seios frontais: o desenvolvimento é variável. Aos 6-8 anos eles podem ser diferenciados radiograficamente dos etmoidais, mas não completam seu desenvolvimento por mais 8 a 10 anos – 1-4% dos adultos tem agenesia dos seios frontais. DEFINIÇÃO Sinusite/rinossinusite - é a inflamação do revestimento mucoso de um ou mais seios paranasais. Os termos "sinusite" e "rinossinusite" são frequentemente usados de forma intercambiável porque a inflamação dos seios paranasais é quase sempre acompanhada por inflamação da mucosa nasal. A inflamação dos seios da face é comum durante infecções respiratórias superiores não complicadas, mas geralmente se resolve espontaneamente. Rinossinusite bacteriana aguda –ocorre quando há infecção bacteriana secundária dos seios da face. Ela foi classificada de acordo com duração e recorrência da seguinte forma: § Agudo – os sintomas desaparecem completamente em <30 dias § Subagudo – Os sintomas desaparecem completamente em ≥30 e <90 dias § Aguda recorrente – Pelo menos três episódios de duração <30 dias separados por intervalos de ≥10 dias sem sintomas num período de seis meses, ou pelo menos quatro desses episódios num período de 12 meses; episódios individuais respondem rapidamente à terapia antibiótica Sinusite crônica – A rinossinusite crônica é definida por episódios de inflamação dos seios paranasais que duram >90 dias, durante os quais os pacientes apresentam sintomas persistentes (tosse, rinorreia, obstrução nasal). Ela pode estar relacionada a condições não infecciosas, como alergia, fibrose cística, discinesia ciliar, refluxo gastroesofágico ou exposição a poluentes ambientais. EPIDEMIOLOGIA A rinossinusite bacteriana aguda é bem comum em crianças e de 6-9% as infecções do trato resp superior nas crianças são complicadas pela sinusite bacteriana secundária. Acaba sendo mais prevalente nos 4-7 anos de idade, mas pode ocorrer em qualquer faixa etária, sendo menos comum em <2 anos, isso porque os bebês é mais comum a infecção viral evoluir pra OMG e o tratamento dessa condição com ATB acaba prevenindo a evolução para uma sinusite bacteriana. Outro fator que diminui a prevalencia nos bebes é porque os ostios sinuais são maiores e por isso é mais difícil obstruir. PATOGÊNESE Os seios paranasais geralmente são estéreis, mas podem estar contaminados com bactérias da mucosa nasal e nasofaringe porque as membranas que revestem o nariz são contínuas com as membranas que revestem as cavidades sinusais. As bactérias que contaminam ali costumam ser jogadas pra fora pela depuração mucociliar, no entanto, quando essa depuração não está funcionando bem, o seio da face pode ficar abarrotado de microrganismos e gerar infecção. Essa depuração fica prejudicada quando tem danificação do epitélio ciliar, com alteração de número ou função dos cílios, quanto a produção e viscosidade do muco ou por óstios patentes. FATORES PREDISPONENTES PRA SINUSITE BACTERIANA § infecções virais do trato superior (maior FR): mais comum nas crianças que vão pra creche e mais associado ao VSR. § rinite alérgica; Menos comuns: § Obstrução anatômica: deformidades do septo nasal; anomalias craniofaciais; hipertrofia adenoideana; cistos do antro maxilar; ou corpos estranhos nasais, massas ou pólipos. § Irritantes da mucosa: ar seco, fumaça de tabaco, água clorada. § Mudanças repentinas na pressão atmosférica: descida de um avião. CLÍNICA Semelhantes as infecções virais do trato superior, o que ajuda a diferenciar é o curso clínico, persistência e gravidade dos sintomas. Tosse — A tosse (úmida ou seca) que fica mais intensa a duração da doença. Tem piora à noite. Tosse noturna como sintoma isolado persistente é inespecífica mas sugere gotejamento pós-nasal ou doença reativa de vias aéreas. Sintomas nasais — Secreção anterior ou pós- nasal, obstrução e/ou congestão. A secreção pode ser aquosa, serosa ou purulenta, pode causar vômito. Pode haver eritema e edema das conchas nasais e secreção anterior mucopurulenta. Drenagem dos etmoides posteriores pode causar material purulento em faringe posterior. Febre — sintoma variável e pode ocorrer associada a complicações. Temperatura ≥39°C por pelo menos 3 dias consecutivos é um sinal de apresentação grave da sinusite bacteriana, diferente da febre das IVAS virais não complicadas que são no início da doença e desaparece após 2 dias. Outros achados — cefaleia e dor facial também são variáveis; são menos comuns em crianças pequenas. A sensibilidade sinusal (rara em crianças pequenas) pode ser provocada com percussão dos molares superiores ou percussão ou aplicação de pressão direta sobre o corpo dos seios frontais ou maxilares. Algumas crianças podem queixar-se de dor de garganta ou mau hálito, mas estes geralmente não são os sintomas que levam à apresentação clínica. CURSO CLÍNICO Tosse, sintomas nasais e dor de garganta podem ocorrer nas IVAS virais e na sinusite bacteriana e o curso clínico é o que vai diferenciar. IVAS virais não complicadas: 7-10 dias. Pode até continuar tendo sintoma após o 10º dia, mas normalmente os sintomas respiratórios melhoram depois do pico que acontece nos dias 3-6. Maioria é afebril, quando tem febre é no início e aliada a outros sintomas como cefaleia e mialgia (desaparecem em 24-48h, e há intensificação dos sintomas respiratórios). Coriza começa hialina e pode mudar, ficando mais espessa e mucoide, depois pode ficar purulenta (espessa e coloridaopaca) e posteriormente voltar a ser mais hialina. Rinossinusite bacteriana aguda – Quando a IVAS viral é complicada por sinusite bacteriana tem 3 apresentações clínicas: a) Sintomas persistentes > 10 dias e < 30: sintomas nasais (secreção nasal anterior ou posterior, obstrução e/ou congestão), tosse ou ambos (> 10 e < 30 dias - SEM MELHORA). Secreção nasal pode ser de qualquer tipo. Tosse úmida ou seca durante o dia com piora a noite. b) Sintomas graves desde o início– Em crianças esta apresentação é com temperatura ≥39°C, secreção nasal purulenta concomitante (pelo menos 3-4 dias consecutivos) e mau aspecto. (febre das IVAS dura <48h). c) Piora dos sintomas – quando início parece uma IVAS viral não complicada da qual o paciente parece estar se recuperando, mas no 6º-7º dia começa a piorar de forma aguda, com aumento dos sintomas respiratórios (exacerbação da secreção nasal ou congestão nasal ou tosse diurna), novo início de dor de cabeça intensa ou febre, ou recorrência da febre se estava presente no início da doença. OBS: Algumas crianças com sintomas persistentes ou com agravamento podem, ter infecções virais sequenciais. DIAGNÓSTICO O diagnóstico é CLÍNICO! Estudos de imagem não são recomendados. Critérios diagnósticos: 1) Sintomas e sinais compatíveis com inflamação sinusal: tosse diurna, sintomas nasais ou ambos. +++++ 2) Evolução clínica sugestiva de infecção bacteriana e não viral, como: § Sintomas sem melhora por >10 e <30 dias, OU § Sintomas graves (aparência doente, temperatura ≥39°C e secreção nasal purulenta por ≥3 dias consecutivos), OU § Piora dos sintomas (aumento dos sintomas respiratórios, novo início de dor de cabeça intensa ou febre ou recorrência da febre após melhora inicial) Sinusite bacteriana complicada — estudos de imagem geralmente são realizados em crianças com suspeita de complicações orbitárias e intracranianas. § TC com contraste das órbitas, seios da face e cérebro. § RNM é outra alternativa, tem melhor capacidade de ver complicações intracranianas e é sem radiação. Mas, a TC é mais disponível e mostra melhor a anatomia sinusal. Avaliação microbiológica — não é necessária na sinusite não complicada, mas é indicada para melhor direcionamento da terapia antimicrobiana quando a criança: § Têm aparência tóxica (por exemplo, letárgica, mal perfundida, comprometimento cardiorrespiratório) § Têm complicações orbitárias ou intracranianas § São imunocomprometidos § Tem sinusite bacteriana recorrente § Não responde à terapia antimicrobiana O método preferido para obtenção de amostras é por aspiração do seio nasal, enviado pra coloração de Gram, cultura aeróbica e anaeróbica e teste de suscetibilidade antimicrobiana. POSITIVO SE: ≥104 UFC/mL. COMPLICAÇÕES Celulite pré-septal (periorbital) — é a complicação mais comum. É caracterizada por inchaço e eritema das pálpebras e região periorbital; sem proptose ou limitação do movimento ocular. A celulite pré-septal indica impedimento ao fluxo venoso. A sinusite complicada por celulite pré-septal é mais grave do que as infecções sinusais que ocorrem sem inchaço periorbital. Complicações orbitárias pós-septais – celulite orbital, abscesso subperiosteal orbital e abscesso orbital. As características clínicas: § Inchaço periorbital § Eritema da pálpebra § Dor com movimento dos olhos § Edema conjuntival (quemose) § Proptose § Limitação dos movimentos oculares (oftalmoplegia) § Diplopia § Perda de visão Quando há suspeita de uma complicação pós- septal os exames de imagem (TC) são úteis para distinguir entre abscesso subperiosteal, abscesso orbital e celulite orbital. EXAMES DE IMAGEM Normalmente não são necessários. Os achados radiográficos ou tomográficos compatíveis com inflamação sinusal: § Opacificação completa § Espessamento da mucosa de pelo menos 4 mm § Nível ar-fluido # Estudos de imagem anormais não conseguem distinguir entre causas bacterianas, virais ou outras causas de inflamação sinusal. Mas anormalidades nos seios paranasais são identificadas com frequência em indivíduos com IVAS viral. Estudos de imagem normais (TC ou radiografia) dos seios paranasais em crianças com sintomas respiratórios excluem a rinossinusite como causa dos sintomas. DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL § Infecção viral do trato respiratório superior § Rinite alérgica com ou sem doença reativa das vias aéreas. § Corpo estranho nasal § Adenóides infectadas § DRGE ou laringofaríngeo § Coqueluche ESCORE DE GRAVIDADE CLÍNICA DE SINUSITE BACTERIANA <8 = doença leve ≥8 = doença grave TRATAMENTO Quando iniciar antibióticos? início imediato para crianças com rinossinusite bacteriana aguda e complicações ou suspeitas de complicações. 1. Sinusite bacteriana aguda com 10 dias de sintomas sem gravidade e sem piora, sem indicação de ATB imediato: ATB OU observação de 3 dias – depende do que o familiar preferir. ATB melhor opção pra resolver logo o quadro. 2. Início imediato de ATB quando presença de sinusite bacteriana aguda e 1 ou + dos: • Apresentação clínica de sintomas graves ou agravamento dos sintomas. • Recebimento de antibioticoterapia nas últimas quatro semanas • Infecção bacteriana concomitante (pneumonia, adenite cervical supurativa, faringite estreptocócica do grupo A, otite média aguda) • Condições subjacentes como asma, fibrose cística, imunodeficiência, cirurgia sinusal prévia ou anomalias anatômicas do trato respiratório superior. QUAL ATB USAR? Os antibióticos usados devem cobrir S. pneumoniae , H. influenzae e M. catarrhalis . # Ficar atento a gravidade da doença e risco de complicações, probabilidade de infecção por organismo resistente e reações adversas aos medicamentos. Esquema Leve/moderada — caracterizada por um escore de gravidade clínica <8. 1) Sem fatores de risco para resistência a antibióticos – dose padrão de amoxicilina- clavulanato (45 mg/kg/dia, VO, 12/12, por 10 dias) 2) Fatores de risco para resistência a antibióticos – altas doses de amoxicilina - clavulanato (90 mg/kg/dia, VO, 12/12, por 10 dias). Outros especialistas sugerem amoxicilina para terapia inicial de doença leve/moderada - amoxicilina 45 mg/kg/dia VO 12/12 para crianças sem fatores de risco para resistência antimicrobiana e amoxicilina 90 mg/kg/dia VO 12/12 para crianças com fatores de risco para resistência antimicrobiana. altas doses de amoxicilina-clavulanato ficam reservadas às crianças com doença grave ou aumento ou risco desconhecido de resistência a antibióticos (S. pneumoniae não suscetível à penicilina ou H. influenzae resistente à ampicilina produtora de beta- lactamase ). grave ou risco de sinusite grave — caracterizada por um escore de gravidade clínica ≥8. Crianças com condições de comprometimento imunológico correm risco aumentado de doença grave. • Altas doses de amoxi + clavulanato = 90 mg/kg/dia, 12/12, por 10 dias. • Cefpodoxima 10 mg/kg/dia, VO, 12/12, por 10 dias. • Cefdinir 14 mg/kg/dia, VO, 12/12 ou 1x ao dia (dose diária máxima de 600 mg) por 10 dias. • Levofloxacino, 10 a 20 mg/kg/dia, VO, a cada 12 a 24 horas (dose diária máxima de 500 mg) por 10 dias (ultimo caso). Crianças com contraindicações à penicilina (anafilaxia) — levofloxacina 10 a 20mg /kg/dia, VO, a cada 12 ou 24 horas. crianças com reação de hipersensibilidade retardada leve aos antibióticos penicilina: • Cefpodoxima 10 mg/kg por dia por via oral dividida a cada 12 horas (dose diária máxima de 400 mg), ou • Cefdinir 14 mg/kg por dia por via oral dividido a cada 12 ou 24 horas (dose diária máxima de 600 mg) TONSILITE E FARINGITE A dor de garganta é a 3ª maior queixa dos pacientes que procuram serviços de emergência, e as Faringotonsilites agudas são responsáveis por 5% das consultas médicas. Elas são IVAS de ocorrência frequentee autolimitada. Na maioria das vezes a as crianças se recuperam em 3-4 dias, mas as vezes pode ter complicações. Essas infecções costumam ser virais, mas também podem ser causadas por bactérias, dentre elas o Estreptococo beta-hemolítico do grupo A que é responsável pela única infecção de garganta cujo tratamento com ATB está definitivamente indicado, com o objetivo de prevenir sequelas supurativas e não supurativas. FUNÇÃO DAS TONSILAS Elas atuam como um tecido imunocompetente localmente secretando imunoglobulinas nas criptas (produzem as 5 classes de imunoglobulinas – IgA, IgG, IgM, IgD e IgE), com isso elas impedem a replicação bacteriana e viral no TRS, representando a 1ª linha de defesa para doenças infecciosas na região. Além disso, elas também produzem cadeias J, que completam a estrutura molecular das imunoglobulinas A, que posteriormente migram para outras áreas do TRS. EPIDEMIOLOGIA A transmissão ocorre principalmente por meio de gotículas de saliva, tendo um periodo de incubação de 1-4 dias, as crianças e adolescentes mais susceptíveis são aqueles que frequentam escolas e tem contato muito próximo com os infectados. As infecções de origem viral correspondem a 75% dos casos em < 3 anos e diminuem após a puberdade. No BR o estreptococo beta-hemolítico do grupo A está presente em cerca de 25% das tonsilites e faringites em crianças de 2-12 anos de idade. Antes do 3 anos de idade a prevalência das infecções bacterianas de orofaringe é baixa devido a proteção fornecida pela IgG materna. As faringo tonsilites causadas pelo EBHGA são mais frequentes na faixa dos 3-15 anos, a preocupação em sua relação ocorre devido ao seu potencial de causas infecções purulentas e invasivas, escarlatina, glomerulonefrite e febre reumática. • Principais vírus: adenovírus, influenza, parainfluenza, Coxsackie, VSR, herpes e vírus de Epstein-Barr • Principais bactérias: estreptococo beta- hemolítico do grupo A, Haemophilus influenzae, Sthapylococcus aureus, pneumococo, germes anaeróbios, clamídia e micoplasma. A S. viridans é a bactéria mais encontrada nas tonsilas palatinas de indivíduos sem infecção aguda, colaborando para a importância da flora normal da cavidade orofaríngea para a interferência bacteriana, que é a ação de certas bactérias em relação a inibição do crescimento ou aderência de outras, potencialmente patogênicas. Uso repetido de ATB pode levar a desequilíbrio na flora e levar ao aparecimento de bacterias resistentes. QUADRO CLÍNICO Aspectos da história e exame físico podem sugerir a etiologia da doença, contudo com baixa sensibilidade e especificidade. Quando presença de coriza, obstrução nasal, espirros, rouquidão, aftas (Coxsackie ou herpes) e sintomas gastrointestinais vai ser mais indicativo de infecção viral, eles podem ou não serem acompanhados de elevação da temperatura corporal. Quando infecção pelo EBHGA, geralmente o pcte vai manifestar inicio súbito, febre >38°C, dor de garganta, hiperemia, hipertrofia e exsudato tonsilar, junto com linfadenopatia cervical anterior e subangulo mandibular dolorosa. DIVISÃO SEMIOLÓGICA PELO ASPECTO CLÍNICO: • Eritematosas: tem hiperemia e congestão da superfície tonsilar, principal etiologia é viral, no sarampo tem manchas de Koplik (lesões esbranquiçadas na mucosa jugal) • Eritematopulosas: hiperemia e edema associados, com exsudato amarelado não aderente nas tonsilas, principalmente faringite estreptococica e por EBV (amigdalite, aumento das tonsilas, linfadenomegalia cervical, rash e esplenomegalia) • Pseudomembranosas: placas esbranquiçadas aderentes ao tecido amigdaliano, podendo invadir faringe, palato e uvula: exsudato branco acinzentado, muito aderendo, pode ate sangrar na tentativa de retirada. Principalmente por difteria, tendo sintomas gerais tambem como febre, mal estar, cefaleia, astenia e dor de garganta. • Ulcerosas: ulceras podem ser superficiais como versiculas (mais na herpangina: coxsackie A e angina herpetica), ou profundas (angina plaut vicent tendo ulceração profunda unilateral com odor fetido, tuberculose, sifilis e imunodeficiencias). FARINGITE STREPTOCOCICA: começa com queixas pouco específicas como cefaleia, dor abdominal, mal estar, nauseas, vomitos, febre até 40°C, depois tendo dor de garganta. Pode ter exsudato recobrindo amigdalas, edema de uvula e linfoadenopatia cervical precoce e linfonodos aumentados dolorosos. Hiperemia das amidgalas e pilares amigdalianos, acompanhado ou não de exsudato, com petequias em palato mole. 5-15 anos mais comum e ausencia de outras manifestações do trato respiratório superior. • Principal complicação aguda: formação de abscessos peritonsilares e na parede lateral da faringe, outras são grandes ulcerações amigdalianas e sindrome do choque toxico estreptococico. • Complicações tardias são a glomerulonefrite difusa aguda pós estreptococica, febre reumatica e PANDAS (desordem neuropsiquiatrica autoimune pediatrica). DIAGNÓSTICO: teste microbiológico positivo (cultura de garganta, teste rápido de detecção de antígeno [RADT] ou teste molecular no local de atendimento [POC] para GAS) em um paciente com sintomas de faringite por GAS e ausência de sinais e sintomas de infecções virais (por exemplo, rinorréia, conjuntivite, tosse, rouquidão, estomatite anterior, discretas lesões ulcerativas ou vesículas, diarreia). O diagnóstico de faringotonsilite estreptocócica deve ser suspeita por meio da história clínica e dados epidemiológicos fornecidos pelo pcte e confirmado por exame cultural ou testes rápido de detecção do antígeno estreptocócico. O exame cultura de orofaringe é considerado o padrão ouro para o diagnóstico de infecção por EBHGA, tendo uma sensibilidade de 90-97%. O teste rápido tem especificidade de 95% e sensibilidade de 80-90%. Assim, quando resultado + não ver necessária a confirmação por cultura e permite o tratamento imediato. Em crianças e adolescentes, com forte suspeita de infecção bacteriana, um resultado negativo com o teste rápido não exclui a etiologia estreptocócica e indica a necessidade de exame cultural. Em adultos, devido a baixa incidência de EBHGA, o peste rápido – já exclui a possibilidade. ASLO pode ser solicitado para diagnóstico do estado de portador, assim quando cultura – e ASLO + o pcte é identificado como portador do EBHGA. As doenças cursando sem febre e com presença de conjuntivite, tosse, rouquidão, coriza e diarreia sugerem fortemente uma etiologia viral. É necessário 20-48h para obtenção do resultado da cultura. # TESTES: testes microbiológicos para strepto do grupo A (GAS) em crianças e adolescentes com: • Evidência de tonsilofaringite aguda (eritema, edema e/ou exsudatos) ou exantema escarlatiniforme ao exame físico e ausência de múltiplos sinais e sintomas de infecções virais (p. lesões ulcerativas discretas ou vesículas, diarreia). • Exposição a um indivíduo com GAS em casa ou na escola ou alta prevalência de infecções por GAS na comunidade e sintomas de GAS (≥3 anos faringite, febre, cefaléia, dor abdominal, gânglios linfáticos cervicais anteriores aumentados e sensíveis, petéquias palatinas, <3 anos corrimento nasal prolongado, adenopatia cervical anterior dolorosa e febre baixa (<38,3°C), particularmente se tiverem exposição a contatos com infecção por GAS). • Suspeita de febre reumática aguda (IRA) ou glomerulonefrite pós-estreptocócica. Evita teste em crianças e adolescentes com manifestações fortemente sugestivas de doença viral (rinorreia, conjuntivite, tosse, rouquidão, estomatite anterior, lesões ulcerativas discretas ou vesículas, diarreia): para evitar a identificação de portadores de GAS com infecção respiratória viral. Para crianças e adolescentes em que o teste microbiológico para GAS é necessário, sugerimos o teste inicial com um RADT (teste rápido de detecção de antígeno). Culturapadrão da garganta (tempo de 24-28h limita uso como teste inicial preferencial) ou ensaio molecular (PCR rápido ou padrão) é uma alternativa aceitável. Geralmente testa faringite por GAS quando ≥3 criterios de Centor. Para a maioria dos adultos com suspeita de faringite por Streptococcus do grupo A (GAS), o teste apenas com um teste sensível de detecção rápida de antígeno (RADT), se disponível, é suficiente para o diagnóstico, e a cultura da garganta de acompanhamento não é necessária. FARINGITES VIRAIS: Associada ao resfriado comum: secreção nasal, tosse, anorexia e adenopatia cervical, queixa de "garganta arranhando e coçando". Faringe eritematosa e edemaciada. Pode ter linfonodos cervicais aumentados e as vezes dolorosos. • Adenovírus: faringite mais intensa, mialgia, cefaleia e conjuntivite (folicular até metade dos casos: febre faringoconjuntival). • Coxsackie A: pequenas vesículas no palato mole, úvula e pilares da amigdala, lesões geralmente se rompem e originam ulceras esbranquiçadas. Pode ter febre alta, dor de garganta e disfagia, além de dor abdominal e anorexia, herpangina (forma incomum de faringite). Coxsackie A-16 pode causar síndrome mão-pé-boca (faringotonsilite ulcerosa + lesões papulovesiculosas em mãos e pes). • Herpes simples: multiplas ulceras no palato, adenopatia cervical dolorosa com ou sem gengivoestomatite. • Epstein-Barr: amigdalite exsudativa, adenopatia cervical, pode ser generalizada, esplenomegalia, febre, fadiga, linfadenopatia cervical dolorosa, exantema após uso de ampicilina na mononucleose infecciosa. Pesquisa anticorpo heterofilo pelo teste de paul-bunnel ou monotest confirma quando dúvida em crianças >4 anos. • HIV: Síndrome retroviral aguda: febre, fadiga, linfadenopatia, erupção cutânea, mialgias, artralgias, diarreia, perda de peso, úlceras mucocutâneas dolorosas. AVALIAÇÃO COMPLEMENTAR: na faringite aguda é importante diferenciar infecção bacteriana e viral, podendo ser difícil pelo quadro clinico, sendo importante muitas vezes swab de orofaringe com cultura em agar sangue: padrão ouro para diagnostico, o teste rapido de antigenos estreptococicos tem sido recomendado, mas não muito usado no dia a dia. Sorologia viral só solicita quando tem suspeita de mononucleose infecciosa. Todos os pacientes com faringite aguda devem ser testados para SARS-CoV-2. TRATAMENTO: maioria das vezes faringite é causada por vírus e não precisa de terapia específica (só em herpes simples nos imunossuprimidos que usa aciclovir parenteral), IMPORTANTE ALIVIO DA DOR: analgésicos orais sistêmicos (AINEs), terapias tópicas (pastilhas/sprays) e medidas ambientais (umidificação do ambiente, evitar exposição à fumaça do cigarro). - Streptococcus do grupo A (pyogenes): tratamento com atb p/ qualquer paciente com faringite sintomática ou amigdalofaringite que tenha um teste rápido de antígeno positivo ou cultura para Streptococcus do grupo A. Não recomendado tratamento empírico. PENICILINA: tratamento de escolha: penicilina V oral 500 mg duas a três vezes ao dia por 10 dias. PCTE COM HISTÓRIA DE FEBRE REUMATICA AGUDA: que não está recebendo profilaxia antibiótica: § penicilina oral, amoxicilina oral ou penicilina benzatina intramuscular (IM) em dose única. § Cefalosporinas, clindamicina e macrolídeos são alternativas para pacientes alérgicos à penicilina ou que não toleram a penicilina de outra forma. SINTOMAS RECORRENTES OU PERSISTENTES: Tratamento com atb: geralmente repetimos um curso de 10 dias de tratamento com antibióticos para pacientes com faringite estreptocócica persistente ou recorrente: se por falta de adesão faz penicilina IM. Amigdalectomia: raramente é indicada para pacientes com faringite recorrente por GAS. Determinamos a necessidade de amigdalectomia em cada caso individual com base na idade do paciente, frequência e gravidade das infecções, histórico de uso de antibióticos e valores e preferências do paciente. PROFILAXIA PCTE C/ HISTÓRIA DE FEBRE REUMATICA AGUDA: pelo alto risco de recorrência e de desenvolvimento de valvopatia crônica. AMIGDALECTOMIA: Adultos que se enquadram nos critérios de Paradise (três episódios anuais por ≥3 anos; cinco episódios anuais por dois anos; ou sete episódios em um ano) e cuja qualidade de vida é significativamente afetada por faringite aguda recorrente secundária à infecção por GAS, sugerimos amigdalectomia. Também é indicada em casos raros de obstrução das vias aéreas devido a infecção aguda ou quando há suspeita de malignidade. Outras indicações possíveis incluem outras infecções crônicas e recorrentes que não respondem a outros tratamentos, casos raros de apneia obstrutiva do sono e halitose refratária secundária a pedras nas criptas tonsilares. COMPLICAÇÕES: abscesso periamigdaliano (mais frequente que retrofaringeo, predominando nos adolescentes, conduta é internação, atb venoso e drenagem) e síndrome de Lemierre (complicação pelo Fusobacterium necrophorun: tromboflebite da veia jugular interna com embolos pulmonares septicos, fazendo infiltrados pulmonares e hipoxia). CLASSIFICAÇÃO DE BRODSKY: grau de obstrução das tonsilas palatinas: § Grau 0: amigdalas ausentes ou atrofiadas. § Grau 1+: preenchem 0-25% do diâmetro orofaríngeo. § Grau 2+: 25-50% § Grau 3+: 50-75% § Grau 4+: 75-100% § Amigdalas que beijam: preenchem 100% do diâmetro orofaríngeo e se tocam. CIRURGIA: O procedimento feito é a tonsilectomia com ou sem adenoidectomia. Nos últimos anos esse procedimento tem sido realizada mais por obstrução das via aérea superior do que por infecções recorrentes. É a segunda cirurgia ambulatorial mais frequente em crianças. Na avaliação clínica é determinado o tamanho das tonsilas palatinas e a intensidade de obstrução pela classificação de Brodsky: As adenoides (tonsilas faríngeas) tem o seu grau de obstrução definido com o endoscópio flexível ou pelo RX de cavum. SÍNDROME PFAPA: Ela é uma das síndromes mais comuns de febre recorrente e tem origem genética complexa. Ela é autolimitada e não deixa sequelas. Geralmente se manifesta na infância, entre 1-5 anos, com febre , que se apresenta em intervalos de 2-8 semanas, com duração de 3-5 dias, acompanhada de faringite, úlceras na mucosa oral e adenite cervical. Tosse e coriza não estão presentes. O diagnóstico é clínico, após a exclusão de outras patologias, podendo ser confirmado pelo desaparecimento rápido (em algumas horas) da febre após uma dose única de prednisona ou prednisolona. TRATAMENTO Faringotonsilite viral: sintomático - analgésicos, antitérmicos e hidratação: • Paracetamol • Ibuprofeno • Dipirona Deve ser feita reavaliação do pcte em 48-72 quando ausencia de remissão da febre. Faringotonsilite bacteriana: Uso correto de antimicrobiano em até 9 dias após o início da doença é capaz de impedir a ocorrencia de febre reumática. Assim quando impossibilidade de fazer exame cultural ou teste rápido, recomenda-se a reavaliação em 48-72h de todo pcte com quadro clínico de faringotonsilite aguda.