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Resumo Diagnóstico de Sífilis e Hepatites Virais - PLP - ana_dinizmed

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As imagens utilizadas são para fins educativos, sem intenção de infringir direitos autorais. @ana_dinizmed 
 Coleta é feita sob supervisão médica 
 Volume coletado: 450 a 500 mL 
 Uma pequena quantidade de sangue é 
coletada separadamente em tubo de ensaio 
para a realização dos testes de triagem 
sorológica 
 Fração coletada para pesquisas de doenças 
transmissíveis será enviada para o laboratório 
de sorologia. 
 Bolsa contendo o maior volume de sangue será 
encaminhada para a seção de fracionamento 
dos componentes sanguíneos. 
 No Brasil, é obrigatório a realização de testes: 
 ABO e Rh 
 HIV 
 Sífilis 
 Hepatites B e C 
 Doença de Chagas 
 Malária (apenas nos estados da Amazônia 
Legal) 
 HTLV I e II 
 Hemoglobinas anormais (anemias 
hereditárias, ex.: talassemia) 
 Anticorpos irregulares (PAI* Objetivo: 
Determinar se o paciente possui anticorpos 
irregulares contra antígenos de grupos 
sanguíneos) 
 TGP/ALT (Objetivo: Determinar se o 
paciente possui alterações na função 
hepática, que poderiam falar a favor de 
hepatites virais) 
 É uma doença infecciosa, sexualmente 
transmissível, sistêmica, de evolução crônica. 
 Sujeita a ciclos de reagudização em sua fase 
inicial e longo período de latência em sua fase 
tardia 
 Agente etiológico: Treponema pallidum 
 Espiroqueta (estrutura helicoidal) 
 Muito delgado (impede visualização pelo 
GRAM) 
 Homem é o único hospedeiro natural 
conhecido 
 Não é cultivável nos meios de cultura 
habitualmente utilizados no laboratório 
clínico 
 
 Apresenta quatro estágios sucessivos com 
diferentes manifestações clínicas: 
a) Sífilis primária 
 Lesão (Cancro duro): única, rosada, 
ulcerada endurecida, fundo liso, brilhante 
 Linfadenopatia regional não-supurativa, 
móvel indolor, múltipla, sem sinais 
flogísticos 
 A lesão aparece em 10 a 90 dias (média: 
21 dias), após o contato sexual infectante. 
 Na mulher aparece no colo uterino, vulva e 
períneo 
 A lesão dura de 10 a 20 dias, podendo 
chegar até 2 meses. 
 Possui resolução espontânea e não deixa 
cicatriz 
 
b) Sífilis secundária 
 Surge 2 a 8 semanas após o 
desaparecimento do cancro duro. 
 Sintomas sistêmicos: febre e linfadenopatia 
 Lesões máculo-papulares, não 
pruriginosas (por todo o corpo) 
 
c) Sífilis latente 
 Ausência de sinais e sintomas clínicos 
 Diagnóstico: Laboratorial 
 Duração variável 
 
d) Sífilis terciária 
 Ocorre após a sífilis secundária (qualquer 
intervalo de tempo – 3 a 12 anos) 
 8 a 40% dos pacientes não tratados 
 Lesões cutâneo-mucosas 
 Lesões neurológicas 
 Lesões cardiovasculares 
 Lesões articulares 
 
e) Sífilis Congênita 
 A transmissão materna pode ocorrer em 
qualquer fase da gestação e em qualquer 
fase da doença 
 A sífilis congênita, se não tratada, pode 
levar a diversas complicações, como: 
 Aborto espontâneo 
 Parto prematuro 
 Má formação do feto 
 Surdez 
 Cegueira 
 Deficiência mental 
 Morte ao nascer 
 
 Transmissão da Sífilis primária e 
secundária: 70 a 100% 
 Transmissão da Sífilis latente e terciária: 
30% 
 
 A sua transmissão pode ser: 
a) Transmissão sexual 
 Transmissão se dá geralmente pelo 
contato genital com lesões infectantes 
 Risco de adquirir a doença por contato 
sexual sem proteção é de 30% a 50% 
Diagnóstico de Sífilis e Hepatites Virais 
Coleta de Sangue 
Sífilis 
As imagens utilizadas são para fins educativos, sem intenção de infringir direitos autorais. @ana_dinizmed 
 Doença de notificação compulsória. 
b) Transmissão não sexual 
 Transplacentária (Sífilis Congênita) 
 Outras sem interesse epidemiológico: 
Indireta (objetos contaminados, tatuagem) 
 Transfusão sanguíneas 
 Para a definição do diagnóstico de sífilis, é 
necessário correlacionar os dados clínicos, os 
resultados de testes diagnósticos, o histórico 
de infecções passadas e a investigação de 
exposição recente. 
 Os testes imunológicos se baseiam na 
capacidade da infecção pelo T. pallidum no 
organismo promove o desenvolvimento de dois 
tipos de anticorpos: 
 As reaginas (anticorpos inespecíficos IgM e 
IgG contra cardiolipina). A detecção de 
reaginas está na base dos testes não 
treponêmicos (VDRL). 
 Anticorpos específicos contra o T. pallidum. 
A detecção dos anticorpos específicos está 
na base dos testes treponêmicos. 
 
 Os testes imunológicos podem ser: 
 Os testes não treponêmicos são úteis para 
triagem em grupos populacionais e 
monitorização do tratamento 
 Já os testes treponêmicos são utilizados 
para iniciar ou confirmar o diagnóstico 
(fluxograma de abordagem reversa). 
a) Exame em Campo Escuro (Bacteriológico) 
 Pesquisa direta do microrganismo 
 Material de lesão ulcerada (gota exsudato 
límpido) 
 Utilizado somente em casos de sífilis 
primária, secundária ou congênita (raspado 
de lesão) 
 Positividade depende da qualidade da 
amostra 
 Diagnóstico é feito pela visualização do 
microrganismo em microscópio de campo 
escuro 
 Técnica específica 
 É um teste rápido, de baixo custo e 
definitivo. 
 Sensibilidade: 74-86% 
 Especificidade: alcança 97% (dependendo 
da experiência do avaliador). 
 
b) Imunofluorescência Direta (Bacteriológico) 
 T. pallidum é detectado a partir da 
utilização de anticorpos monoclonais 
marcados com substância fluorescente 
 Fluorocromos são substâncias que 
absorvem luz ultravioleta e emitem luz 
visível, ou seja, ficam fluorescentes. 
 Baseia-se na capacidade das moléculas de 
Ac se ligarem covalentemente a 
fluorocromos sem perder sua reatividade 
específica com o Ag. 
 O resultado é visto em microscópio de 
fluorescência. 
 Pesquisa o antígeno (no caso, o T. 
pallidum) 
 Lâmina contendo Ag é incubada com Ac 
marcado com fluorocromo 
 Vantagens 
 Especificidade (dependente do Ac utilizado) 
 Localização do Ag no substrato utilizado. 
 
 Desvantagens 
 Sensibilidade relativa 
 Técnica demorada e não passível de 
automação 
 Requer profissional bem treinado 
 Microscópio com manutenção rigorosa. 
 
c) Teste VDRL (Não treponêmico – Imunológico) 
 Utilizado na propedêutica inicial do 
paciente e em rastreamento da doença em 
gestantes 
 Execução simples, rápido e baixo custo 
(muito utilizado na prática clínica) 
 Alta sensibilidade e Baixa especificidade 
 Resultados positivos devem ser 
confirmados com testes treponêmicos 
 Utilidade: Diagnóstico e Controle do 
tratamento (títulos caem com sucesso 
terapêutico) 
 Antígeno: Suspensão antigênica alcóolica 
de cardiolipina juntamente com cristais de 
colesterol e lecitina. 
 VDRL reagente e FTA-ABS reagente = 
diagnóstico laboratorial de sífilis. 
 VDRL reagente e FTA-ABS não-reagente 
indicam outra doença que não sífilis. 
 VDRL não-reagente e FTA-ABS reagente 
indicam sífilis em fase muito inicial ousífilis 
já curada (cicatriz sorológica) ou ainda 
sífilis terciária. 
 VDRL não-reagente e FTA-ABS não-
reagente descartam o diagnóstico de sífilis. 
Exames Laboratoriais da Sífilis 
Cicatriz Sorológica 
Aproximadamente em 85% dos casos, os testes 
treponêmicos permanecem reagentes durante a 
vida da pessoa, independente do tratamento. Isso é 
a cicatriz sorológica 
 
Devido a cicatriz sorológica e a não correlação dos 
Ac treponêmicos e a doença, os testes 
treponêmicos não são utilizados para o 
monitoramento do tratamento 
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 Amostras VDRL não reagentes não 
descartam a hipótese de doença em 
incubação 
 Aumentos de 4 vezes no título (por 
exemplo de 1/8 para 1/32) de VDRL 
indicamprogressão da doença. 
 Diminuições de 4 vezes no título (por 
exemplo de 1/32 para 1/8) de VDRL 
indicam regressão da doença ou êxito do 
tratamento com a antibioticoterapia. 
 Falso-positivos ocorrem patologicamente 
na presença de: 
 Globulinas anormais, na 
hipergamaglobulinemia 
 Anticorposheterófilos, na presença de 
anticorpos antinucleares(fan), na infecção pelo 
vírus do herpes simples (hsv), 
 Proteínas de fase aguda, 
 Crioaglutininas 
 Anticorpos anti-mycoplasma 
 Doença de lyme 
 Outras treponematoses não-sifilíticas 
 Doenças auto-imunes 
 Lúpus eritematoso sistêmico (les), 
 Doenças do colágeno 
 Artrite reumatóide 
 Leptospirose 
 Rickettsioses 
 Tuberculose 
 Varicela 
 Mononucleose infecciosa 
 Hanseníase 
 
d) Hemaglutinação Indireta (Tremponêmico – 
Imunológico) 
 Antígenos treponêmicos fixados na 
superfície de hemácias de carneiro ou 
partículas de látex 
 Amostra (soro diluído) paciente é incubada 
com suspensão de hemácias 
sensibilizadas 
 Formação do complexo Ag-Ac impede a 
sedimentação das hemácias 
 Vantagens: 
 Método simples e rápido 
 Fácil execução 
 Baixo custo 
 Semi-quantitativos (monitoração de títulos) 
 Pode ser aplicado para o diagnóstico de 
diversas doenças infecciosas 
 
 Desvantagens: 
 Baixa sensibilidade e especificidade 
 Resultados falso-negativos (devido ao mal 
armazenamento das hemácias) 
 
e) Imunofluorescência Indireta/FTA-ABS 
(Tremponêmico – Imunológico) 
 Antígenos treponêmicos fixados na 
superfície da lâmina (comercial) 
 Lâminas são incubadas com amostra 
(soro) do paciente 
 Posteriormente lâminas são incubadas 
com Ac anti-imunoglobulina humana 
conjugado com fluoresceína 
 Lâmina é observada ao microscópio de 
imunofluorescência 
 Vantagens: 
 Alta sensibilidade e especificidade 
 Pode ser aplicado no diagnóstico de diversas 
doenças infecciosas 
 
 Desvantagens: 
 Técnica demorada 
 Não passível de automação 
 Requer profissional bem treinado 
 Microscópio com manutenção rigorosa 
 No VDRL há a necessidade de equivalência 
entre a quantidade de anticorpos não 
treponêmicos e a quantidade de antígenos 
cardiolipina (preparação de cardiolipina, 
lecitina e cristais de colesterol) 
 Nesses casos, é necessário realizar a titulação 
VDRL (diluição) e realizar um teste rápido 
treponêmico 
 Quadros clínicos variados (assintomáticos até 
insuficiência hepática aguda) 
 A maioria dos casos subclínicos cursam com 
predominância de fadiga, anorexia, náuseas e 
mal-estar geral. 
 Nos pacientes sintomáticos, o período de 
doença aguda pode se caracterizar pela 
presença de urina escura (colúria), fezes 
esbranquiçadas e icterícia. 
 A hepatite crônica é assintomática na maioria 
dos casos. 
 De modo geral, as manifestações clínicas 
aparecem apenas em fases adiantadas de 
acometimento hepático, e podem incluir 
fibrose, cirrose hepática, carcinoma 
hepatocelular e comprometimento de outros 
órgãos. 
 Muitas vezes, o diagnóstico é feito ao acaso, a 
partir de alterações esporádicas de exames de 
Efeito Prozona 
Hepatites Virais 
As imagens utilizadas são para fins educativos, sem intenção de infringir direitos autorais. @ana_dinizmed 
avaliação de rotina ou da triagem em bancos 
de sangue. 
 O diagnóstico das hepatites virais, 
principalmente os tipos B e C, ocorre na 
maioria das vezes durante a fase crônica 
dessas doenças. 
a) HBV 
 A detecção de anticorpos e antígenos do 
vírus B por meio de imunoensaios pode 
indicar diferentes estágios da infecção pelo 
HBV ou indicar aspectos relacionados à 
proteção ou susceptibilidade à infecção: 
 Infecção aguda 
 Infecção crônica 
 Resposta vacinal 
 Ausência de contato prévio com o vírus 
(susceptibilidade à infecção) 
 HBeAg: 
 Surge na hepatite aguda, logo após o HBsAg. 
 É uma proteína do nucleocapsídeo viral do 
HBV, produzida durante a replicação viral ativa. 
 É encontrada apenas no soro HBsAg positivo. 
 A presença do HBeAg correlaciona-se com 
maior quantidade do vírus no sangue. 
 Permanece positivo cerca de 3 a 6 semanas, 
período em que há alto risco de transmissão. 
 A exposição ao soro ou fluido corporal positivo 
para HBsAg e HBeAg está associada a risco de 
infectividade 3 a 5 vezes maior do que quando 
apenas o HBsAg está presente. 
 A maioria dos estudos retrospectivos conclui 
que a persistência do HBeAg está associado à 
evolução para hepatite crônica 
 
 Anti-HBe 
 é detectável em 90 a 95% dos pacientes que 
foram HBeAg positivos, após 2 a 3 semanas do 
desaparecimento deste antígeno. 
 É o primeiro sinal de recuperação. 
 O aparecimento do anti-HBe indica redução do 
risco de contágio. 
 Pacientes anti-HBe podem ser portadores 
crônicos, mas têm melhor evolução e menor 
risco de transmissão 
 
b) HCV 
 A transmissão do HCV ocorre, 
primariamente, por via parenteral. 
 Desde o advento da testagem das bolsas 
de sangue, a transmissão por meio do 
sangue e seus derivados foi praticamente 
eliminada em países desenvolvidos. 
 Hoje, a epidemia continua se espalhando, 
principalmente, entre as pessoas que 
compartilham seringas, agulhas e outros 
instrumentos para uso de drogas. 
 Evolução é, geralmente, subclínica. 
 Carga viral, genótipo e resposta imune 
estão associados com a evolução para 
cirrose ou carcinoma hepatocelular 
 Diagnóstico Laboratorial de Triagem: 
Testes Rápidos, busca de anticorpos por 
imunoensaios 
 O teste molecular oferece uma alternativa 
para a detecção cada vez mais precoce da 
infecção pelo HCV e também para a 
confirmação dos casos anti-HCV 
reagentes.

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