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Clínica cirúrgica Trauma torácico Principal causa de óbito em pacientes politraumatizados - 25% - Hipóxia, acidose e hipercarbia (aumento de PCO2 no sangue) Atendimento - pré hospitalar - Segurança do local e da equipe - Mecanismo de trauma/gravidade - Número de vítimas - ABCDE - exame primário e exame secundário Exame primário: - Obstrução de via aérea - Pneumotórax hipertensivo - Pneumotórax aberto - Contusão pulmonar com tórax instável - Hemotórax maciço - Tamponamento cardíaco Exame secundário: - Pneumotórax simples - Hemotórax - Contusão pulmonar - Lesão traqueobrônquica - Trauma cardíaco fechado - Rotura da aorta - Lesão diafragmática - Ferimento transfixante de mediastino - Ferimento de esôfago Respiração O2 Exposição do tórax: afundamento, expansibilidade, enfisema subcutâneo Sinais: cianose: hipoxia; ausência da cianose* Circulação Reposição volêmica: SF 0,9%, avaliar pulsos centrais e periféricos; perfusão tecidual; estase jugular → tamponamento cardíaco; pneumotórax hipertensivo; hemotórax maciço Tipos de trauma de tórax Lesões superficiais: Se o ferimento externo a fáscia endocárdica e gradil costal; Evitar exploração digital ou instrumental Fratura arcos costais: + comum (35-75%); 4 a 9 arcos costais tipos: isolados e escalonadas (múltiplas) 3 ou + arcos costais fraturados no mesmo lado Tórax instável (flácido): fratura de 3 ou + arcos costais em 2 ou + pontos Tratamento - O2 - Reexpansão pulmonar - Reposicao volemica - Analgesia - Ventilação - Fisioterapia respiratória - IOT se: FR > 30; hipóxia grave; fadiga respiratória; FR > 120 Dor compromete a ventilação Consequências: atelectasia, pneumonia, laceração pulmonar (hemopneumotórax), trauma de baço, trauma hepático Trauma externo Grave, grande energia cinética Transição para manúbrio esternal (+ comum) Suspeitar: dor, hematoma, escoriação Mecanismo de trauma: impacto frontal, compressão direta, secundária a fratura-luxacao de coluna vertebral. queda livre, massagem cardíaca Profilaxia: air bag, cinto Diagnóstico: rx perfil/oblíquo Tratamento Fratura de costelas e esterno sem outras lesões associadas - Se não houver comprometimento respiratório, sem desvio importante... - Conservador - Analgesia +/- bloqueio anestésico Tratamento Fratura de costelas e esterno com outras lesões associadas - Se desvio importante dos fragmentos - Estabilização cirúrgica - Sutura das bordas da fratura com fios de aço Pneumotórax aberto Ferida torácica aspirativa Diâmetro >⅔ da traqueia Hipóxia + hipercarbia Tratamento: Curativo de três pontas (valvula); Drenagem de tórax em selo d`água Pneumotórax hipertensivo Escape progressivo de ar no espaço pleural em sistema de válvula unidirecional Causas: Laceração pulmonar; lesão brônquica; ferimentos penetrantes; barotrauma Diagnóstico: clínico; ausência de MV; turgência jugular; hipotensão; hipertimpânico SaO2 < 90%; tiragem intercostal; batimento de asa nasal Tratamento: Descompressão imediata/toracocentese: Jelco 14-16 no 4 e 5 EIC linha hemiclavicular do lado afetado (*antigamente era no 2 EIC*) Drenagem em selo d'água 38F (12mm)/ toracotomia/ toracostomia: 4 e 5 EIC entre linha axilar anterior e média Pneumotórax simples Ar no espaço pleural; Colapso pulmonar Tipos: Traumático x espontâneo Causas: Trauma penetrante x Laceração pulmonar (+ comum) Diagnóstico clínico: MV diminuído/abolido; hipertimpânico Confirmação diagnóstica: RX Tratamento: - PT traumático: Drenagem; Toracostomia / Toracocentese - PT espontâneo: Conservador se < 20%; Drenagem se > 20% Hemotórax Sangue no espaço pleural Simples < 1,5ml; Maciço > 1,5ml Diagnóstico clínico: MV diminuído; percussão submaciça RX: Deslocamento medial do seio costofrênico é necessário 150-300ml; toracocentese se >10mm em decúbito lateral Tratamento: drenagem; videotoracoscopia Quilotórax Lesão do ducto torácico causando derrame linfático quiloso no espaço pleural Causas: tumores 50% (linfoma) Diagnóstico: toracocentese com triglicérides no líquido pleural > 110mg/dl Tratamento: Toracocentese; drenagem pleural com reexpansão pulmonar; dieta pobre em gorduras; ligadura do ducto torácico Contusão pulmonar Progressão lenta de dispneia (6-48h) Destruição temporária de pneumócitos tipo II (surfactante) Hemorragia alveolar RX: opacidades difusas TC: extensão Tratamento: Critérios IOT; Reposição volêmica cautelosa; Monitorização Mortalidade 15% Trauma torácico II LESÃO TRAQUEOBRÔNQUICA Lacerações de traqueia ou brônquios com fístula pleural Suspeita: pulmão não expande mesmo após drenagem de pneumotórax e dreno torácico em selo d'água com borbulhamento intenso persistente Solicitar fibrobroncoscopia – se paciente estável Exemplos: Lesão transfixante mediastino, compressão torácica, dispnéia, enfisema subcutâneo com hemoptise. Tratamento: Conservador 3-5 dias – se bordas alinhadas e tamponadas por hematoma Solicitar fibrobroncoscopia – se paciente estável Toracotomia de urgência – se paciente instável LARINGE Raro Clínica: Rouquidão, enfisema subcutâneo, crepitação palpável, dispneia, hemoptise Tratamento Inicial: IOT / Traqueostomia Diagnóstico por esofagografia / toracotomia Complicações: Mediastinite / sepse TRAQUEIA E BRÔNQUIOS Raro / grave Clínica: Hemoptise, enfisema subcutâneo, pneumotórax hipertensivo com desvio do mediastino Fibrobroncoscopia: padrão ouro! Tratamento: IOT seletiva Cirurgia torácica emergência – se instável Cirurgia torácica eletiva – se estável FERIMENTO GRANDES VASOS Rotura traumática de aorta (80% óbito imediato) Cisalhamento da fixação da aorta e coração Ligamento de Bottallo (aorta descendente e saída da subclávia) Clínica: - Hipotensão - PA MMSS # MMII - PA # MMSS - Sopro ou frêmito interescapular - Desvio traqueal por hematoma - Estridor traqueal - Fratura de esterno ou coluna torácica - Esmagamento torácico - Hemotórax volumoso - Hematoma supraclavicular Diagnóstico: - Suspeita: trauma de colisão e queda > 3,6 m - Rx pode estar normal - TC multislice: 100% especificidade e sensibilidade Tratamento: - Paciente estável: Endovascular – stent - Paciente instável: Toracotomia com clampeamento aórtico - Betabloqueadores TAMPONAMENTO CARDÍACO AGUDO Sintomas: 50ml no saco pericárdico Clínica: - Engurgitamento das veias cervicais - Tríade de Beck (hipotensão, abafamento bulhas, turgência jugular) - Sinal de Kussmaul ( aumento PA venosa na inspiração espontânea e AESP sem hipovolemia ou pneumotórax hipertensivo) Diagnóstico: FAST (Focused Assessment with Sonography for Trauma ATLS): 90% acurácia para líquido no saco pericárdico Tratamento: - Escolha: Toracotomia anterolateral esquerda + rafia da lesão - Opção: Pericardiotomia subxifoidea (incisão da pele abaixo do xifóide, chega ao coração sem abrir pleura ou peritônio abd): Se < 50 ml: drenagem + lavagem com SF + obs 48-72h Se > 50 ml: toracotomia Pegadinha: Pericardiocentese ATLS 2008 ( diagnóstica, não é tto definitivo) ECG Punção espaço peridural (30 ml + dreno) até toracotomia CONTUSAO MIOCARDICA Contusão do m. cardíaco Clínica: Assintomático, arritmias, IAM, choque refratário... ECG: triagem (extrassístoles ventriculares, alteração ST, taquicardia sinusal, FA, bloqueios de ramos...). Monitorização cardíaca de 24 - 48h. Diagnóstico: Ecocardio; FAST; Troponina I (polêmico) HERNIA DIAFRAGMÁTICA TRAUMÁTICA Trauma penetrante com pequena perfuração do diafragma – hérnia tardia (+ comum, - D) Trauma contuso com grandes lesões – hérnia imediata (- comum, + D) Clínica: assintomático, dispneia... Diagnóstico: Rx: elevação da cúpula diafragmática, nível hidroaéreo no tórax; SNG + RX: SNG no tórax Tratamento - Agudo: vídeo laparoscopia / laparotomia exploradora - Tardio: toracoscopia / toracotomia D# - Hérnias tem revestimento por peritônio - Hérnia paraesofágica - Hérnia de hiato por deslizamento LESÃO TRANSFIXANTE DE MEDIASTINO Trauma penetrante que atravessa o mediastino ( coração, grandes vasos, ducto torácico, árvore traqueobrônquica, pulmões, lesão medular, esôfago) Pneumomediastino (enfisema mediastinal): Lesão esôfago ou traqueobrônquica Hematoma de mediastino:Lesão de grandes vasos Estável: drenar hemotórax bilateral + exames D (FAST, EDA, broncoscopia, angioTC, esofagograma com contraste ) + toracotomia Instável: drenar hemotórax bilateral + toracotomia TRAUMA DE ESOFAGO 95% resultado de trauma penetrante Complicações: Empiema, mediastinite Suspeita: - Pneumotórax / hemotórax sem Fx de costelas - Pneumomediastino (*patognomônico) - Trauma em região de esterno inferior / epigástrio - Choque desproporcional - Saída de alimento pelo dreno de tórax - Exames contrastados (*controverso!) Tipos: Cervical; Torácico; Abdominal Tratamento: - Conservador: sem sinais de sepse (controverso!) - Cirúrgico: D precoce < 24h, perfuração grande Tratamento esôfago abdominal - Debridamento e rafia da lesão + fundoplicatura - Jejunostomia: nutrição precoce, opção enteral em caso de fístulas FERIMENTO TORACOABDOMINAL (4-7 EIC) Lesão de diafragma está associado a 40% D: saída de epiplon pelo orifício torácico, peritonite, FAST, TC, LPD + Tratamento: - Estável: Laparoscopia / Laparotomia - Instável: Dreno 5 EIC + SNG +Rx TORACOTOMIA 20-30% dos traumas torácicos Reanimação: Massagem cardíaca aberta, pinçamento de aorta; Sem tempo para exames; Toracotomia anterior esquerda Emergência - Instáveis (choque, sem PCR) - Sem tempo para exames (hemorragia importante) - Tratar hemorragia intratorácica - Toracotomia direita ou esquerda (depende do hemitórax acometido, se transfixante, fazer anterolateral esquerda, se necessário ampliar para esternotomia transversal) Urgência - Estáveis - Tempo para realizar exames (Rx, endoscopia, arteriografia, TC, videotoracoscopia...) - Via de acesso de acordo com a lesão VIDEOTORACOSCOPIA Indicação - Hemotórax / pneumotórax / hemopneumotórax: refratários a drenagem pleural (RARO) - Trauma penetrante da transição toracoabdominal - Lesão diafragmática Trauma torácico Rx Passos de análise: 1: Verificar nome do paciente 2A: via Aérea: traqueia, brônquios Desvio direita (Pneumotórax ou rotura aorta) Desvio esquerda (Pneumotórax) Rebaixamento brônquio esquerdo (rotura aorta) Pneumomediastino lateral a traqueia 3B: Breath / Respiração: Parênquima pulmonar Trama vascular até periferia (PTX radiotransparente, sem trama vascular) Recessos costofrênicos (velados, deslocados Infiltrações Opacidades (contusão pulmonar) 3C: Coração: Mediastino alargado > 8cm Apagamento de cajado aórtico (rotura de aorta) Rever se há pneumomediastino Silhueta cardíaca (pneumomediastino) Área cardíaca > 0,5 (ICC) D: Diafragma: Nível hidroaéreo no tórax Elevação da cúpula diafragmática Pneumoperitônio Bolha gástrica E: Esqueleto Fraturas: clavícula, escápula, costelas... F: Falta ver partes moles!/ Fat Enfisema subcutâneo G: Guias e tubos Drenos, tubos, monitorização, sondas, acessos... Trauma abdominal - Corpo estranho transfixante deve ser mantido - Evitar movimentos excessivos Manejo inicial hospitalar - A-B-C-D-E - Avaliar estabilidade - Contuso X Penetrante - Laparotomia de emergência: - FAST: líquido livre - Lavado peritoneal > 10 ml de sangue - Peritonite - Instabilidade Tipos de Trauma Abdominal Fechado (contuso) - Baço: 40-55% - Fígado: 35-45% - Hematoma retroperitoneal: 15% - Intestino delgado: 5-10% FAB (arma branca) - Fígado: 40% - Intestino delgado: 30% - Diafragma: 20% - Cólon: 15% FAF (arma de fogo) - Intestino delgado: 50% - Cólon: 40% - Fígado: 30% - Vascular: 25% Trauma Penetrante Ultrapassou a aponeurose anterior do abdome e os músculos posteriormente Critérios para exploração cirúrgica: - Choque refratário (4L de cristaloide) - FAF + suspeita de penetração na cavidade peritoneal - Penetrabilidade da aponeurose anterior - Curiosidade: reavaliação do exame físico seriado pelo mesmo médico tem a mesma sensibilidade para indicação de laparotomia do que uma TC de duplo/triplo contraste Avaliaçåo inicial Automobilístico: - Velocidade - Tipo de colisão - Perda total - Uso de cinto / airbag - Condições dos outros ocupantes Penetrante: - Tempo - Tipo de arma - Distância >3 m - Número de perfurações - Sinal de Kehr (rotura esplênica) Avaliação Ferimento por Projétil Orifício de entrada - Contusão e enxugo - Orla de queimadura - Área de tatuagem e esfumaçamento - Buraco de mina de Hoffman Orifício de saída - Maior diâmetro - Contorno irregular - Bordas exteriorizadas Exame físico: ABCDE RX (primário) - Tórax AP - Pelve AP - Coluna cervical perfil C1-T1 Exame físico - Inspeção - PASG * - Ausculta (RHA) - Percussão (Macicez difusa: hemoperitônio) - Palpação (irritação peritoneal) - Toque retal (perfuração intestinal, próstata elevada) Ferimento Tangencial: - Não ultrapassou a aponeurose anterior do abd e os músculos posteriormente - Pode realizar exploração da ferida com anestesia local (Não realizar acima do rebordo costal) - 25-33% FAB não penetram no peritônio, se paciente estável realizar: - Antissepsia - Anestesia local - Exploração da ferida - Se toracoabdominal ou flancos: - Laparoscopia : padrão ouro - Lesões retroperitoneais - Laparotomia exploradora! Avaliação Ferimentos Penetrantes - Avaliação da estabilidade pélvica - Toque vaginal - Toque retal - Exame do pênis - Exame da região glútea (crista ilíaca – pregas glúteas): Se ferimentos, 50% estão associados com lesão intra-abd Sondagens - SNG (Cuidados!) - SVD (50ml/h) Contra-indicações: - Fratura pélvica - Hematúria - Próstata deslocada cranialmente - Hematoma Trauma Contuso Exame físico: ABCDE - RX (primário) - Tórax AP - Pelve AP - Coluna cervical perfil C1-T1 - Radiologia: - Sinal de Riedler / Rigler - Ar retroperitônio - Apagamento do psoas Se alterado: laparotomia exploradora Trauma Penetrante - Exame físico: ABCDE - Instável: cirurgia! - Estável: - RX (primário) - Tórax AP (pneumoperitonio) - Abdome AP - Coluna cervical perfil C1-T1 Trauma Exames LPD - Síndrome do cinto de segurança - Sem FAST disponível - Evitar laparotomia desnecessária - Contra-indicações relativas: Coagulopatia Cirrose avançada Cx adb prévia Obesidade - Contra-indicação absoluta: Indicação de laparotomia já estabelecida FAST (Focused Assessment Sonography for Trauma) - Avalia líquido livre (hemoperitônio e hemopericárdio) - Locais: pericárdio, espaços hepatorrenais, esplenorrenal e fundo de saco posterior - Repetir em 30 min TC - Pacientes estáveis - Contraste * - 40-60 min - Transporte - Custo elevado - Menor acurácia para trauma de diafragma, pâncreas, bexiga e intestino delgado Laparoscopia no Trauma - Trauma penetrante Contra indicação Videolaparoscopia: - Instável - Gestante - TCE ECG <13 - Penetrante com orifício de entrada em dorso - Crianças <12 anos Laparotomia exploradora - Trauma abd fechado, hipotensão, FAST + - Trauma abd fechado, LPD + - Ferimento penetrante abd + hipotensão - FAF atravessando abd + comprometimento retroperitonial - Evisceração - Hemorragia estomago, reto - Peritonite - Pneumoperitonio ou pneumorretroperitonio - Ruptura diafragmática - TC lesão (TGI, bexiga, pedículo renal) e instável Laparotomia urgência no trauma renal: Hemorragia com risco de vida Trauma FAB - Não retirar objeto Se estável: - Radiologia (penetrante) - CC Se instável: - CC - FAB < 6h sem penetração peritoneal: sutura + antitetânica Se > 1 cm + contaminado: Imunoglobulina - FAB > 6h : não deve ser suturada, cicatrização por segunda intenção (infectada) Trauma FAF “Até que se prove o contrário, todo FAF deve ser considerado penetrante” Se estável: - Radiologia (penetrante) - CC Se instável: - CC Trauma Abdominal Fechado - Lei de Laplace (maior o raio do tubo, maior tensão das paredes) - Ceco é mais propenso a explosão - Duodeno -> ligamento de Treitz - ABCDE + FAST + UTI - Lab: hg / amilase / gasometria : repetir a cada 6h (até 24h) - Radiologia se possível - Tratamento não operatório - Estabilidade hemodinâmica (PA s >90mmHg) - Ausência de sinais sugestivos de peritonite - UTI - Equipe CC - Lab Trauma Estômago e Intestino Delgado - Raro 4% - Maior parte na face anterior da pequena curvatura - Rx: pneumoperitônio - Clínica: - Sangue SNG - Irritação peritoneal - Fratura de Chance - Transversalhorizontal através do proc espinhoso, lâmina, processo transverso, pedículos e porção posterior do corpo vertebral - Sd. Cinto de segurança Tratamento: - SNG - SVD - 2 g Cefalosporina 2G - Prioridades Cx: - Hemostasia - Suturar lesões com secreção TGI - TGU: desbridamento e sutura com fio absorvível - Se isquemia: ressecção e fechamento proximal e distal e programar revisão em 24h para anastomose - Complicações: - Sangramento - Abscesso intraperitoneal - Fístula Hematoma duodenal - Crianças* > adultos - Compressão súbita do epigástrio - Ate 24h após trauma - 20% associado a lesão de pâncreas - Clínica: - Epigastralgia - Vômitos - Esofagografia contrastada: - Parada de contraste no duodeno - Tratamento: - SNG - Nutrição parenteral - Resolução de 5-7 dias Trauma Pancreático - 60%: contusões, hematomas e lesões capsulares - Alta morbidade e mortalidade - Dificuldade de diagnóstico - D: - TC (sensibilidade e especificidade 80%) - Colangiorressonância - Clínica: dor abdominal aguda dias após o trauma - Amilase * - Indicação laparotomia: - Lesão do ducto pancreático principal Trauma Hepático - Veia porta irriga 80% - Mortalidade 10% - Critérios para tto conservador: - Estabilidade - Transfusão < 4 U CH em 24h - Sem irritação peritoneal - Graduação da lesão * - Damage control - Laparotomias abreviadas - Tamponamento - Revisão 48-72h - Manobra de Pringle (oclusão do pedículo hepático – v. porta; a. hep; colédoco - através do forame de Winslow com pinça vascular) Trauma Vias Biliares - Mais prevalente no ducto hepático comum - Lesões: - Vesícula biliar e ducto cístico: colecistectomia - Ductos hepáticos: sutura quando possível + dreno em T de Kehr - Ducto hepático comum e colédoco: - Parcial: dreno de Kehr - Total: anastomose biliodigestiva (hepaticojejunostomia em Y-de-Roux) - Veia porta: rafia ou enxerto. Não pode ser ligada (mortalidade >90%) - Artéria hepática: pode ser ligada em trauma grave Trauma Esplênico - Mais lesado em traumas fechados - 60% dos casos são cirúrgicos de urgência - Sinal de Kehr - Tratamento não operatório: - Estabilidade hemodinâmica (PA s >90mmHg) - Ausência de sinais sugestivos de peritonite - Ausência de coagulopatia / doenças sistêmicas graves - Lesão graduada por TC - Transfusão < 4 CH - Sem outras lesões associadas Trauma Cólon - 90% são ferimentos penetrantes - Exame físico sugestivo: - Toque retal com sangue - Diagnóstico: - Exame físico - TC com contraste - LPD - US - Tratamento: - Cefalosporina 2G - <50% + borda antimesentérica: rafia simples - >50% / borda mesentérica: ressecção + anastomose terminal / alça Trauma Reto - 80% PAF - 10% trauma fechado - Complicações: - Retroperitonite - Fascite necrotizante - Tratamento: - Intraperitoneal: <50% rafia simples / > 50% ressecção + anastomose - Extraperitoneal: desbridamento + sutura + drenagem pré-sacra + colostomia obrigatória Mordeduras Tipos - Cobras - Mamíferos - Artrópodes Vacina x soro x antídoto Cobras Veneno: - Peptídeos e enzimas - Aumenta a permeabilidade vascular, edema Lesão local: - 20% feridas “secas” - Dor em queimação - Edema - Eritema - Equimoses - Bolhas hemorrágicas - Linfangite e linfadenopatia - Necrose tecidual Lesão sistêmica (crotalídeas): - Náuseas / vômitos - Fraqueza - Parestesias periorais - Gosto metálico - Espasmos musculares - Choque / hipotensão - Edema pulmonar - Coagulopatia de consumo - Insuficiência renal Laboratorial: - Hipofibrinogenemia, trombocitopenia, TAP e TTPA alargados, aumento Cr, proteinúria, hematúria, anemia, hemoconcentração. Lesão sistêmica (coral): - Neurotóxico - Lesão local mínima ou inexistente - Disfunção de nervos cranianos - Perda de reflexos tendinosos profundos - Paralisia respiratória Tratamento Tratamento de campo: - Evacuação do local - Vítima em repouso - Limpar ferida - Não realizar: crioterapia, sucção, torniquetes e choque elétrico Tratamento hospitalar: - Sinais vitais - Cardiopulmonar - Neurológico - Marcar local da mordida e reavaliar a cada 15 min - Laboratório - Rx tórax - ECG Alta: - 6h assintomático e laboratório normal (crotalídeas) - 24h assintomático e laboratório normal (coral) - Lab normal 24h Antídoto – CroFab - Dose ataque: 6 frascos EV em 250 ml SF / 1h - Manutenção: 2 frascos EV 6/6h (18h) Indicado se sinais de gravidade: - Edema grave - Hipotensão - Angústia respiratória Complicações: - Reação anafilática - Doença do soro Antitetânica Imunoglobulina antitetânica Hemoderivados - Sangramento importante Fasciotomia: - Deposição de veneno em músculos - Edema importante - Comprometimento neurovascular - Antídoto e elevar extremidade - Evitar necrose tecidual Mamíferos Cães 80-90% (EUA) - Adultos: extremidades - Crianças: face, cabeça e pescoço Tratamento hospitalar: - ABCDE X - Limpeza da ferida – iodopovidine 1% / clorexidina 4% - Lab ; Exames de imagem ; Tétano Fechamento - Primário - Cabeça, pescoço, resultados estéticos, baixa taxa de infecção; - Primário retardado - Cirurgia: graves, avulsão da face, retalhos… - Secundário - > 24h após mordida > 6h cartilagem Risco de infecção Alto risco infecção Localização: - Mão, punho ou pé́ - Escalpe ou face em crianças (perfuração craniana) - Articulação (possível perfuração) - Atravessando a bochecha Tipo de ferida - Puntiforme - Esmagamento de tecidos - Mordida em estruturas vitais (artéria, nervo, articulação) Paciente - > 50 anos - Asplênico - Etilista - Sistema imunológico alterado - DM - Insuficiência vascular periférica - Corticosteróide - Articulação ou válvula cardíaca doente ou com prótese Espécies - Gato - Humanos (mordida em mão) - Primatas / Porcos Doenças sistêmicas mordidas animais: - Raiva - Doença da ranhura do gato - Varíola bovina - Tularemia - Leptospirose - Brucelose Doenças sistêmicas mordidas humanas: - Hep B e C - Tuberculose - Sífilis - HIV ATB Alto risco: - Atb profilático - Amoxicilina-clavulanato - Cefalosporina 2G: cefoxitina - Penicilina + cefalosporina 1G - Alérgicos a penicilina: Clindamicina + ciprofloxacino - Gestante / criança alérgica: sulfametoxazol + trimetoprim - Moxifloxacino Grave: - Internamento hospitalar - Ampicilina + sulbactam - Piperaciclina + tazobactam Raiva - Mordida / ranhura canina / morcego ... - Rabdovírus Clínica: - Prodrômica: sintomas inespecíficos ( parestesias, prurido, queimação) - Fase neurológica aguda Encefalítica (+ comum) Furiosa: febre, hiperatividade, alteração da consciência, aerofobia, hidrofobia, espasmos inspiratórios... Forma paralítica: febre, fraqueza progressiva, perda dos reflexos de tendões profundos, incontinência urinária… - Encefalite aguda - Óbito Prevenção: - Lavar ferida com água e sabão - Iodopovidine (antiviral) Profilaxia antirrábica - Ig raiva: 20UI/kg no ferimento e ao redor + IM - Imunocomprometidos: 0,3,7,14,28 - Imunização pré exposição: 0,3 Artrópodes Viúva-negra (Latrodectus) - Veneno neurotóxico: eleva liberação de neurotransmissores pré sinápticos - Óbito: raro! - Clínica local: assintomática - Clínica sistêmica: 30 min – 48h Dor muscular intensa + espasmos Náuseas / vômitos Cefaléia, parestesias, fadiga, salivação. Sintomas inespecíficos podem durar várias semanas Tratamento: - Higiene local - Gelo - Antitetânica - Gluconato de cálcio EV - Narcóticos e benzodiazepínicos - Antidoto (EUA/AUS) + anti-histamínico Graves: grávidas, < de 16 anos, > 60anos, HAS, insuficiência respiratória Aranha Marrom (Loxosceles) - Esfingomielinase D Necrose, hemólise, coagulação e agregação plaquetária Gravidade: resposta imunológica do hospedeira (leucócitos, complemento) Clínica: - Irritação a necrose grave com ulceração (72 h ) - Dor, prurido, edema, eritema, bolhas, púrpura, trombose microvascular - Cefaléia, náuseas, vômitos, febre, mal estar, artralgia, erupção maculopapular, IRA - Gravidade: necrose, escara... - Lab: hemograma, hematúria, eletrólitos, função hepática, coagulograma... - D≠: infecção cutânea, herpes, dermatites, vasculites.. Tratamento - Imobilização - Compressas frias - Elevação do membro - Crioterapia ( Calor: aumenta dano tecidual e ulceração)- Atb profilático: eritromicina / cefalexina - Profilaxia tétano - Não existe antídoto - Grave: dapsona * (inibe neutrófilos) - Desbridamento tardio: 1-2 semanas - Hiperbárico * - Reavaliar Escorpiões Escorpião-amarelo (Tityus serrulatus) - Sudeste e Centro-oeste do Brasil - Mais acidentes; segundo mais perigoso do mundo. - 7 cm e possui pernas e cauda amarela, tronco é marrom escuro Escorpião-marrom (Tityus bahiensis) - Leste e Centro do Brasil - Marrom ou preto - 6 cm de comprimento - Veneno é neurotóxico - Clínica: dor, parestesia, insuficiência respiratória, náuseas, vômitos Tratamento - Profilaxia anti-tetânica - Compressas frias - Analgésicos - Monitorização - Antídoto * produção descontinuada EUA pela FDA - Brasil: soro anti-tetânico Carrapatos Complicações: - Febre maculosa - Erliquiose - Tularemia - Babesiose - Lyme (Borrelia burgdorferi) – 30 dias de incubação Erupção, alterações cardiológicas Meningite D: Sorologia Tto: doxiciclina / amoxicilina / cefuroxima / ceftriaxona Tratamento: - Profilaxia anti-tetânica - Remoção do carrapato Himenópteros Complicações: - Reação alérgica: local, dor, edema, eritema - Reação alérgica sistêmica: náuseas, vômitos, diarreia, edema generalizado, colapso cardiovascular, hemólise... - Reação anafilática aguda: angioedema, parada respiratória, broncoespasmo, colapso cardiovascular... Tratamento: - Remoção do inseto - Limpar lesão - Anti histamínico oral/tópico - Profilaxia tétano - Analgesicos - Anafilaxia: epinefrina 0,01 mg/kg ( até 0,5mg ) IM + anti histamínico + corticóide + monitorização
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