Buscar

CIRURGIA MINIMAMENTE INVASIVA

Prévia do material em texto

CIRURGIA MINIMAMENTE INVASIVA
· Definição:
· Mínima incisão (de até 0,5cm), aliado com o uso de tecnologias inovadoras (como vídeo), para minimizar o trauma. 
· Somente por vídeo se tem mínima invasão. Não é pq se tem uma mínima incisão que vai ter mínima invasão para o animal.
· História e Evolução:	
· A ideia de cirurgia minimamente nasceu junto com o nascimento da cirurgia “normal”, mas não dava certo pq não tinha anestesia, cuidados higiênicos....
· NOTES: Cirurgia por um orifício natural do corpo. Não faz incisão. Para a cavidade abdominal pode se entrar pela vagina ou pelo estomago. Não se tem pontos externos. A cicatriz de por onde passou o endoscópio é muito pequena e cicatriza por conta, não tem perigo de hernia. 
· LESS: Videocirurgia por um único orifício. Normalmente são feitos mais de um para passar o endoscópio e nos outros orifícios os instrumentos para a cirurgia.
· GASLESS: Não é insuflado a cavidade abdominal, ou seja, não é colocado gás dentro da cavidade abdominal e com isso não se tem os problemas que geralmente ocorrem na Videocirurgia normal. São colocados pontos para erguer e separar as partes.
· ROBÓTICA: É o que a de mais novo. Uma vantagem são os movimentos mais precisos, já que o cirurgião só controla manoplas e o movimento é feito pelo robô. 
· Vantagens:
· Melhor visualização: pois tem uma câmera lá dentro, que vai navegar por tudo.
· Menos manipulação: de tecidos, pq só vai onde precisa, não precisa tracionar tecidos.
· Menor dor: Pq a menos manipulação de tecidos e musculatura. 
· Menor trauma tecidual: O que leva a uma diminuição da morbidade cirúrgica e uma recuperação pós-operatória mais rápida. Mesmo que, normalmente, uma cirurgia por vídeo seja mais demorada devido ao posicionamento dos portais, inserção dos endoscópios e...
· Complicações:
· Pneumoperitônio: Técnica de insuflação de cavidade com gás carbônico, para melhorar a visibilidade dentro da cavidade, pois vai distender a parede abdominal e separar as vísceras. Isso aumenta a pressão intra abdominal. 
· Isso leva a complicações consideradas fisiológicas para o momento da cirurgia, os animais saudáveis conseguem se recuperar normalmente, porem animais com problemas anteriores poderão ter problemas.
· Efeito fisiológicos esperados:
· Aumento da pressão intra abdominal: influenciada pela posição, tempo do procedimento e técnica anestésica empregada.
· Efeitos cardiovasculares: Aumento da resistência vascular (por causa da PIA, que pressiona os vasos e leva ao aumento da força de contração para vencer essa resistência), aumento da PAM (mesma coisa de antes), diminuição do débito cardíaco (o sangue não chega adequadamente onde tem que chegar pq está tudo comprimido) e arritmias. 
· Diminuição da perfusão regional: Esplênica (a pressão exercida sobre o baço vai fazer que diminua a quantidade de sangue oxigenado e carbônico circulante dentro do órgão) e renal (baixo débito renal, diminui a filtração do sangue).
· Aumento: PIC (pressão intracraniana) e PIO (pressão intraocular).
· Efeitos respiratórios:
· Diafragma deslocado cranialmente: Devido ao abdômen distendido.
· Diminuição da capacidade respiratória: pois o pulmão não consegue se expandir com tanta eficiência, devido ao deslocamento do diafragma.
· Pressão das vias pulmonares aumentadas: Os vasos pulmonares precisam fazer muito mais força para fazer o oxigênio chegar em todos os lugares.
· Distribuição desigual dos gases: Vai ter muito mais trocas gasosas acontecendo nos lóbulos craniais do pulmão do que nos caudais.
· Deslocamento cranial da carina (intubação endobrônquica): Tubo que estava na traqueia, ir parar dentro de um brônquio, ventilando somente um lado do pulmão, outro fica atelectasico. 
· Efeito fisiológicos não esperados: Acontecem, geralmente, nos pacientes já advindos com problemas.
· Colapso cardiovascular: Parada cardíaca.
· Hipoxemia: Não chega mais oxigênio suficiente nos tecidos, levando a lesões isquêmicas. 
· Enfisema subcutâneo: Ar no subcutâneo.
· Embolia gasosa: é quando a acumulo de bolhas gasosas na corrente sanguinea, mas isso dificilmente ocorre devido ao uso de gás carbônico. 
· Hipotermia: Devido ao uso de gases. Pode ser usado aquecedor de gases, porém, leva ao aumento da umidade na cavidade o que pode embaçar a lente e atrapalhar o procedimento. 
· Refluxo gástrico: Caso o animal não tenha feito o jejum de forma correta. E pq as vísceras estão sendo empurradas.
· Contraindicações:
· Obesos: Geralmente já tem comprometimento cardíaco. 
· Idosos com enfermidades não compensadas.
· Comorbidades circulatórias ou respiratórias. 
· Neonatos: Pq eles têm um sistema de compensação fisiológico muito imaturo.
· Cirurgia oncológica: Quando a ideia é um procedimento curativo. Pois quando é feito a retirada de um tumor de uma cavidade é necessário que haja o mínimo de contato com qualquer outra estrutura da cavidade, pois as células tumorais podem se desprender durante o arrasto e se implantar em outros lugares.
· Técnica cirúrgica: 
· 1 – Posicionamento do animal (que pode ser alterado durante a cirurgia):
· Trendelenburg (visualização de órgãos caudais): Decúbito dorsal e a mesa é inclinada de modo que a cabeça fique para baixo e as patas para cima. Ex: Órgãos pélvicos. 
· Trendelenburg reverso (visualização de órgãos craniais): Decúbito dorsal e a mesa é inclinada de modo que a cabeça fique para cima e as patas para baixo. Ex: Estomago, duodeno e figado. 
· Lateralização esquerda ou direita: Se virar para esquerda melhora a visibilidade dos órgãos mais a direita e vice-versa. Ex: castração por vídeo. 
· 1 – Posicionamento do 1º portal: Esse buraco vai servir para fazer a insuflação. Em termos gerais, faz o buraco, coloca a câmera para ver se esta dentro da cavidade abdominal e então insufla
· Insuflação da cavidade com gás (exceto em cirurgias de tórax): 
· Gás ideal: Inerte, incolor, não irritante, não inflamável (pois se faz uso de eletrocauterizadores que podem gerar faíscas) e facilmente eliminado pelo organismo. 
· Gás escolhido: Gás carbônico (CO2). É um pouco irritante, mas dentre as outras coisas é o melhor, pois é facilmente eliminado pelo corpo.
· Pressão máxima: 15 mmHg. 
· Pressão média/ideal: 8 – 12 mmHg.
· Após insuflado coloco a câmera novamente, para conseguir ver por dentro da cavidade o lugar onde sera feito os novos portais, para ter a certeza que não vai estar machucando nenhuma víscera.
· Instrumentais:
· Assistir do 36:40 até 40:10
· Torre de vídeo possui alguns itens:
· Tela: Para onde o cirurgião olha a cirurgia.
· Insuflador: Que bota gás para dentro da cavidade. 
· Termorregulador: Para aquecer o gás.
· Eletrocautério: Por onde será mandado os impulsos elétricos para fazer a cauterização dos vasos. Pq normalmente não são feitas ligaduras na Videocirurgia.
· Gravador: Grava as imagens para posterior visualização. 
· Aplicação na Medicina Veterinária:
· Amplamente usado: 
· Artroscopia: Usado principalmente em animais de grande porte, mas também pode ser usada em animais de pequeno porte. Pois a poucas pinças adaptadas para animais pequenos, já que a maior parte dos equipamentos é proveniente da medicina humana. 
· Toracoscopia: Para avaliação de parênquima pulmonar, quando o raio-x não foi conclusivo. Para retirada do pericárdio. 
· Rinoscopia: Inspeção da cavidade nasal, dos cornetos e, em alguns animais, chegar até o etmoide. 
· Otoscopia: Tratamento de otites recorrentes etc...
· Outros: Vaginosopia, Uretrocistocospia. Laringo e traqueobroncoscopia. 
· Usos e aplicações:
· Diagnóstico (usado, normalmente, nos casos em que os exames de imagens não foram conclusivos): Ao invés de fazer uma laparotomia exploratória pode ser feito uma laparoscopia exploratória. Coleta de fragmentos de órgãos para biopsia por vídeo. Endoscopia para biopsia de estomago e parte de intestino ou colonoscopia para biopsia de parte final de intestino. 
· Tratamento: Retirada de vesículas doentes. Retirada de nódulos de intestinos por colonoscopia ao invés de abrir a cavidade abdominal. Retirada de corpos estranhospor endoscopia.

Continue navegando