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DIREITO DO TRABALHO - META 11 (1)

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1 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
DIREITO DO TRABALHO 
META 11 
 
2 
 
 PRÉ-EDITAL AFT 
DIREITO DO TRABALHO – META 11 
 
3 
 
SUMÁRIO 
DIREITO DO TRABALHO – META 11 ......................................................................................................... 5 
RESUMO DA DOUTRINA .......................................................................................................................................5 
1. EMPREGADOR ......................................................................................................................................................5 
1.1. Efeitos jurídicos decorrentes da condição de empregador ...............................................................6 
1.2. Empresa e estabelecimento........................................................................................................................8 
2. GRUPO ECONÔMICO .........................................................................................................................................9 
2.1. Grupo econômico por subordinação e coordenação (Reforma Trabalhista) ............................ 10 
2.2. Grupo econômico rural .............................................................................................................................. 14 
2.3. Consequências jurídicas do reconhecimento do grupo econômico ............................................ 15 
2.4. Aspectos processuais do grupo econômico ....................................................................................... 18 
2.5. Grupo econômico e terceirização de serviços .................................................................................... 19 
3. SUCESSÃO DE EMPRESAS .......................................................................................................................... 20 
3.1. Requisitos da sucessão de empresas ................................................................................................... 21 
3.2. Responsabilidade do sucessor ............................................................................................................... 23 
3.3. Casos especiais de sucessão trabalhista ............................................................................................. 24 
QUESTÕES PROPOSTAS ................................................................................................................................... 39 
 
 
 PRÉ-EDITAL AFT 
DIREITO DO TRABALHO – META 11 
 
4 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 PRÉ-EDITAL AFT 
DIREITO DO TRABALHO – META 11 
 
5 
 
DIREITO DO TRABALHO – META 11 
 
TEMAS DO DIA 
[DIREITO INDIVIDUAL DO TRABALHO] 
Empregador. Grupo econômico. Sucessão de empresas. Consórcio de empregadores. 
Responsabilidade por verbas trabalhistas. Responsabilidade do sócio. 
 
RESUMO DA DOUTRINA 
 
Prezados(as) alunos(as), 
 
Analisaremos nessa rodada o conceito de empregador, grupo econômico, consórcio de 
empregadores e sucessão de empresas. Diversos desses temas foram impactados pela Reforma 
Trabalhista e merecem atenção especial. 
 
1. EMPREGADOR 
 
Empregador: De acordo com o art. 2º, da CLT, empregador é a empresa, individual ou coletiva 
que, assumindo os riscos da atividade econômica, admite, assalaria e dirige a prestação pessoal de 
serviços. 
 
Art. 2º, “caput”, CLT: Considera-se empregador a empresa, individual ou 
coletiva, que, assumindo os riscos da atividade econômica, admite, assalaria 
e dirige a prestação pessoal de serviços. 
 
Crítica à definição da CLT: “A eleição do termo empresa, pela CLT, para designar a figura do 
empregador apenas revela, mais uma vez, a forte influência institucionalista e da teoria da relação de 
trabalho que se fez presente no contexto histórico de elaboração desse diploma justrabalhista.” 
(DELGADO, 2019, p. 492) 
 PRÉ-EDITAL AFT 
DIREITO DO TRABALHO – META 11 
 
6 
 
Conceito (Maurício Godinho Delgado, 2019, p. 492): “Empregador define-se como a pessoa 
física, jurídica ou ente despersonificado que contrata a uma pessoa física a prestação de seus 
serviços, efetuados com pessoalidade, onerosidade, não eventualidade e sob sua subordinação.” 
 
Empregador por equiparação: O art. 2º, parágrafo único, da CLT, equipara ao empregador, os 
profissionais liberais, as instituições de beneficência, as associações recreativas ou outras instituições 
sem fins lucrativos, que admitirem trabalhadores como empregados. 
 
Art. 2º, § 1º, CLT: Equiparam-se ao empregador, para os efeitos exclusivos 
da relação de emprego, os profissionais liberais, as instituições de 
beneficência, as associações recreativas ou outras instituições sem fins 
lucrativos, que admitirem trabalhadores como empregados. 
 
RESUMO: Logo, empregador define-se como a pessoa física, jurídica ou ente despersonificado 
que contrata a uma pessoa física a prestação de seus serviços, efetuados com pessoalidade, 
onerosidade, não eventualidade e sob sua subordinação. 
 
Existem elementos e requisitos próprios do empregador? Apenas um: a utilização de serviços 
prestados por uma pessoa física, com habitualidade, onerosidade e subordinação. Ou seja, o único 
elemento necessário para a configuração de empregador é ser a pessoa que contratou o empregado. 
(DELGADO, 2019. p. 494) 
 
1.1. Efeitos jurídicos decorrentes da condição de empregador 
 
Despersonalização da figura do empregador – consiste na circunstância de autorizar a ordem 
justrabalhista a plena modificação do sujeito passivo da relação de emprego (o empregador), sem 
prejuízo da preservação completa do contrato empregatício com o novo titular. 
 
“Ao enfatizar a empresa como empregador, a lei já indica que a alteração do titular da empresa 
não terá grande relevância na continuidade do contrato, dado que à ordem justrabalhista interessaria 
 PRÉ-EDITAL AFT 
DIREITO DO TRABALHO – META 11 
 
7 
mais a continuidade da situação objetiva da prestação de trabalho empregatício ao empreendimento 
enfocado, independentemente da alteração de seu titular. É o que resultará preceituado nos arts. 10 
e 448 da mesma CLT (dispositivos a serem examinados no item sucessão de empregadores, à 
frente).” (DELGADO, 2019, p. 493). 
 
Alteridade: “O empregado não divide os riscos da atividade econômica com o empregador. 
Assim sendo, momentos de crise mundial, baixa produtividade, vendas abaixo das expectativas não 
autorizam, em regra, que o empregador reduza ou desconte salários de seus empregados. Não 
poderia ser diferente, pois as empresas não estão obrigadas a dividir os lucros com seus 
trabalhadores, logo, os prejuízos também não poderão ser repartidos.” (CORREIA, 2021). 
 
“A presente característica é também conhecida pela denominação alteridade (alter: outro; — i 
—; dade: qualidade — isto é, qualidade do outro ou que está no outro). Sugere a expressão que o 
contrato de trabalho transfere a uma única das partes todos os riscos a ele inerentes e sobre ele 
incidentes: os riscos do empreendimento empresarial e os derivados do próprio trabalho prestado.” 
(DELGADO, 2019, p. 496). 
 
Flexibilização do princípio da alteridade: De acordo com a doutrina, o princípio da alteridade 
foi flexibilizado pelas medidas adotadas durante a pandemia da COVID-19, pois foi permitido a 
redução de salário e de jornada ou a suspensão contratual por acordo entre as partes, a adoção do 
teletrabalho, banco de horas antecipado, fracionamento e antecipação das férias individuais dentre 
outras. 
 
Redução da jornada por negociação coletiva: é admitida constitucionalmente com a 
correspondente diminuição de salários sem que haja conduta ilícita. 
 
Garantia no emprego: O art. 611-A, § 3º trouxe novidade ao prever que, se houver pactuação 
de cláusula que reduza o salário ou a jornada de trabalho, é necessário o estabelecimento de 
estabilidade provisória no emprego durante o prazode vigência do instrumento coletivo: 
 
 PRÉ-EDITAL AFT 
DIREITO DO TRABALHO – META 11 
 
8 
Art. 611-A, § 3º da CLT: Se for pactuada cláusula que reduza o salário ou a 
jornada, a convenção coletiva ou o acordo coletivo de trabalho deverão prever 
a proteção dos empregados contra dispensa imotivada durante o prazo de 
vigência do instrumento coletivo. 
 
Redução de salários e de jornada na pandemia da COVID-19: A Lei nº 14.020/2020 
(conversão em lei da MP 936/2020) e a MP 1.045/2021 (não convertida em lei) estabeleceram a 
possibilidade de redução de salários e de jornada por acordo individual entre as partes. No caso, o 
acordo era possível dentro do Programa Emergencial de Manutenção do Emprego e da Renda e foi 
aplicado de abril a dezembro de 2020 e depois durante 120 dias em 2021. Apesar de haver a redução 
de salários e de jornada, a lei previa o pagamento de benefício emergencial pela União Federal aos 
empregados que aderissem ao programa. 
 
Programa de Proteção ao Emprego (PPE) – Posteriormente denominada Programa Seguro-
Emprego: representou sistema de “lay off”, que se refere ao afastamento temporário do empregado 
mediante recebimento de licença remunerada. Segundo essa regulamentação, permite-se que a 
empresa reduza a jornada de trabalho de seus empregados em até 30%, com a correspondente 
diminuição do salário. O valor pago pelo empregador após a redução não pode ser inferior ao salário-
mínimo. Para que essa redução seja válida, é necessária a celebração de acordo coletivo como 
sindicato profissional. 
 
Reforma Trabalhista: Maurício Godinho Delgado (2019, p. 498) destaca ainda a Reforma 
Trabalhista como hipótese que flexibilizou em diversos dispositivos o princípio da alteridade, tais 
como a eliminação de direitos como o fim das horas “in itinere”, eliminação do tempo à disposição do 
empregador, tabelamento das indenizações por danos morais, ampliação dos poderes de negociação 
coletiva dentre outros. 
 
1.2. Empresa e estabelecimento 
 
Empresa: “é o complexo de bens materiais e imateriais e relações jurídicas que se reúnem como 
um todo unitário, em função de dinâmica e finalidade econômicas fixadas por seus titulares. É a 
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9 
organização dos fatores de produção (bens, relações, direitos e obrigações) a serviço de um fim 
econômico previamente definido.” (DELGADO, 2019, p. 499) 
 
Estabelecimento: “é uma unidade particularizada da empresa, composta também de um 
complexo de bens e relações jurídicas, que se reúnem como um todo unitário em função das 
necessidades empresariais. É instrumento da atividade da empresa.” (DELGADO, 2019, p. 499). 
 
2. GRUPO ECONÔMICO 
 
Grupo econômico: Ocorre grupo econômico quando as empresas estão ligadas entre si. Nesse 
caso, cada uma dessas empresas possui personalidade jurídica própria, com CNPJ próprio, quadro 
de pessoal próprio, mas exercem atividades econômicas diversas etc. 
 
Informalidade: Ressalta-se que a CLT não exige um documento ou prova específica para 
configuração do grupo econômico. Essa prova será feita levando em conta a análise do caso concreto, 
como utilização do mesmo imóvel, mesmo recursos humanos para contratação dos empregados etc. 
 
Maurício Godinho Delgado (2019, p. 500): “figura resultante da vinculação justrabalhista que 
se forma entre dois ou mais entes favorecidos direta ou indiretamente pelo mesmo contrato de 
trabalho, em decorrência de existir entre esses entes laços de direção ou coordenação em face de 
atividades industriais, comerciais, financeiras, agroindustriais ou de qualquer outra natureza 
econômica.” 
 
Finalidade lucrativa: Outro aspecto importante para caracterizar o grupo empresarial é a 
finalidade lucrativa, ou seja, o grupo deve exercer atividade econômica. Assim, a união de pessoas 
jurídicas que não explorem a atividade econômica, por exemplo, hospital universitário e faculdade de 
medicina, não acarretará a formação do grupo econômico para fins trabalhistas, consequentemente 
não haverá a responsabilidade solidária entre elas. (CORREIA, 2021). 
 
O Estado pode formar grupo econômico? Segue o posicionamento de Maurício Godinho 
Delgado (2019, p. 503): 
 PRÉ-EDITAL AFT 
DIREITO DO TRABALHO – META 11 
 
10 
 
“Há um esclarecimento necessário quanto ao 
Estado e suas entidades. Em princípio, não podem, efetivamente, compor 
grupo econômico — como pacífico na doutrina e na jurisprudência. Tal 
exclusão ocorre por serem públicas, sociais, comunitárias as atividades e fins 
do Estado e seus agentes institucionais. Acaso o Estado pratique atividade 
notoriamente econômica, ele o faz, em tese, como instrumento para a 
realização de seus fins indispensáveis, que se preservam como públicos, 
sociais ou comunitários. A atividade econômica seria, pois, meramente 
instrumental, mas não definidora dos fins do Estado e seus entes. 
 
Há, contudo, uma exceção a essa excludente 
estatal: se as próprias entidades estatais estiverem organizadas em moldes 
privados, passando a se reconhecer e classificar, em seus estatutos, como 
grupo econômico para os fins inerentes ao Direito Civil e Direito 
Comercial/Empresarial (como tende a acontecer com os conglomerados 
financeiros oficiais), elas irão, automaticamente, sujeitar-se aos efeitos 
trabalhistas de sua situação fático-jurídica de grupo, isto é, aos efeitos do art. 
2º, § 2º da CLT (art. 173, § 1º, II, CF/88).” 
 
2.1. Grupo econômico por subordinação e coordenação (Reforma Trabalhista) 
 
Grupo econômico por subordinação: é o modelo tradicional que estava previsto no art. 2º, § 
2º da CLT antes mesmo da Reforma Trabalhista e prevê A necessidade de que uma das empresas 
esteja no controle ou administração das demais. Nesse caso, é indispensável que se demonstre a 
relação de controle entre uma ou mais empresas em relação às demais integrantes. 
 
O modelo de grupo econômico por subordinação permanece vigente atualmente e é ainda uma 
das principais formas de reconhecimento do grupo. No entanto, a Reforma Trabalhista passou a 
prever uma nova figura: o grupo por coordenação. 
 
 PRÉ-EDITAL AFT 
DIREITO DO TRABALHO – META 11 
 
11 
Grupo econômico por coordenação: Nesse caso, mesmo que as empresas guardem cada uma 
sua autonomia, estará configurado o grupo econômico. É o que estabelece a nova redação do § 2º do 
art. 2º da CLT, dada pela Lei nº 13.467/2017 (Reforma Trabalhista): 
 
Art. 2º, CLT. (...) 
§ 2º. Sempre que uma ou mais empresas, tendo, 
embora, cada uma delas, personalidade jurídica própria, estiverem sob a 
direção, controle ou administração de outra, ou ainda quando, mesmo 
guardando cada uma sua autonomia, integrem grupo econômico, serão 
responsáveis solidariamente pelas obrigações decorrentes da relação de 
emprego. 
§ 3º. Não caracteriza grupo econômico a mera 
identidade de sócios, sendo necessárias, para a configuração do grupo, a 
demonstração do interesse integrado, a efetiva comunhão de interesses e a 
atuação conjunta das empresas dele integrantes. 
 
Mera identidade de sócios e Requisitos do art. 2º, § 3º da CLT: Além de alterar a redação do 
§ 2º do art. 2º, a Reforma Trabalhista acrescentou o § 3º ao dispositivo para prever requisitos 
necessários para que o grupo econômico seja formado. Nesse sentido, a mera identidade de sócios 
não caracteriza o grupo econômico, sendo exigido a presença dos seguintes requisitos: 
 
a) interesse integrado; 
b) a efetiva comunhão de interesses; e 
c) a atuação conjunta das empresas integrantes. 
 
Posicionamento do TST: Antes mesmo da Reforma Trabalhista, o TST já tinha o 
posicionamento de que a presença de sócio comum entre empresas não é suficiente para a 
configuração do grupo econômico. 
 
Existência de sócios comuns. Grupo Econômico. Não caracterização. 
Ausência de subordinação. O simples fato de duas empresas terem sócios 
 PRÉ-EDITAL AFT 
DIREITO DO TRABALHO – META 11 
 
12em comum não autoriza o reconhecimento do grupo econômico, pois este, 
nos termos do art. 2º, § 2º, da CLT, pressupõe subordinação à mesma direção, 
controle ou administração, ou seja, exige uma relação de dominação 
interempresarial em que o controle central é exercido por uma delas (teoria 
hierárquica ou vertical). Na hipótese, ressaltou-se que não obstante as 
empresas em questão terem os mesmos sócios, uma delas é voltada para o 
mercado imobiliário, enquanto que a outra atua no ramo de segurança e 
transporte de valores, bem como importação e exportação de equipamentos 
eletrônicos, não guardando, portanto, qualquer relação entre os respectivos 
objetos comerciais a indicar laços de direção entre elas. Com esse 
entendimento, a SBDI-I, em sua composição plena, por maioria, conheceu dos 
embargos interpostos pela reclamante, por divergência jurisprudencial, 
vencidos os Ministros Horácio Raymundo de Senna Pires, relator, Antonio 
José de Barros Levenhagen, Brito Pereira e Aloysio Corrêa da Veiga, que não 
conheciam do apelo. No mérito, também por maioria, a Subseção negou 
provimento ao recurso, vencidos os Ministros Lelio Bentes Corrêa, Augusto 
César Leite de Carvalho, José Roberto Freire Pimenta e Hugo Carlos 
Scheuermann, que davam provimento aos embargos para restabelecer a 
decisão proferida pelo TRT que, adotando a teoria horizontal ou da 
coordenação, entendeu configurado o grupo econômico porque existente 
nexo relacional entre as empresas envolvidas, pois além de terem sócios em 
comum, restou demonstrado que houve aporte financeiro dos sócios de uma 
empresa na outra. TST-E-ED-RR-214940-39.2006.5.02.0472, SBDI-I, rel. 
Min. Horácio Raymundo de Senna Pires 22.5.2014 (Informativo nº 83) 
 
Execução. Responsabilidade solidária. Grupo econômico. Configuração. 
Existência de sócios em comum. Ausência de demonstração de relação 
hierárquica entre as empresas. Art. 5º, II, da CF. Violação direta. 
Viola o princípio da legalidade insculpido no art. 5º, II, da CF, por impor 
obrigação não prevista no art. 2º, § 2º, da CLT, decisão que, na fase de 
execução de sentença, reconhece a configuração de grupo econômico e 
 PRÉ-EDITAL AFT 
DIREITO DO TRABALHO – META 11 
 
13 
atribui responsabilidade solidária a empresa distinta daquela com a qual se 
estabeleceu o vínculo de emprego, com fundamento estritamente na 
existência de sócios comuns, sem a demonstração de relação hierárquica de 
uma empresa sobre a outra. Sob esse entendimento, a SBDI-I, por 
unanimidade, conheceu dos embargos por divergência jurisprudencial e, no 
mérito, por maioria, negou-lhes provimento, mantendo, portanto, o acórdão 
turmário que, após reconhecer afronta à norma do art. 5º, II, da CF, afastou a 
responsabilidade solidária imputada a Amadeus Brasil Ltda. pela decisão do 
Regional que reconhecera a formação de grupo econômico com a Massa 
Falida de Rio Sul Linhas Aéreas S.A., executada, com fundamento 
estritamente na existência de sócios em comum. Vencidos os Ministros 
Aloysio Corrêa da Veiga, relator, Augusto César de Carvalho, José Roberto 
Freire Pimenta e Cláudio Mascarenhas Brandão, que entendiam que eventual 
ofensa ao princípio da legalidade somente se daria de forma reflexa ou 
indireta, em total desconformidade com o art. 896, §2º, da CLT e a Súmula nº 
266 do TST. TST-E-ED-RR-92- 21.2014.5.02.0029, SBDI-I, rel. Min. Aloysio 
Corrêa da Veiga, red. p/ acórdão Min. João Oreste Dalazen, 5.10.2017 
(Informativo nº 167) 
 
Posicionamento da doutrina: 
 
Enunciado nº 5 da 2ª Jornada de Direito Material e Processual do Trabalho. 
Grupo econômico trabalhista. Distribuição racional do ônus da prova 
I. A lei 13.467/2017 reconheceu expressamente a figura do grupo econômico 
trabalhista por coordenação (art. 2º, § 2º) e estabeleceu requisitos subjetivos 
(interesse integrado e comum) e objetivos (atuação conjunta) para a 
caracterização do grupo, a serem verificados no caso concreto pelo juízo (art. 
2º, § 3º); 
II – Nas hipóteses restritas de aplicação do parágrafo 3º do artigo 2º da CLT, 
a mera identidade de sócios entre as empresas integrantes, embora não baste 
à caracterização do grupo econômico, constitui indício que autoriza a inversão 
 PRÉ-EDITAL AFT 
DIREITO DO TRABALHO – META 11 
 
14 
ou redistribuição do ônus da prova, nos termos do art. 818 § 1º da CLT, com 
redação dada pela Lei 13.467/2017. Incumbe então ao empregador o ônus 
de comprovar a ausência de interesses integrados, da comunhão de 
interesses e/ou da atuação conjunta das empresas. Aplicação dos princípios 
da aptidão para a prova e da paridade de armas em concreto (isonomia 
processual). 
 
Atuação dos órgãos de proteção do trabalho: É importante destacar que a CLT não exige 
nenhum documento que prove a hierarquia ou a coordenação entre as empresas, o que torna 
indispensável o trabalho realizado pelos órgãos de proteção do trabalhador. Caberá à Justiça do 
Trabalho na análise de cada caso concreto decidir pelo conjunto probatório apresentado se as 
empresas integram ou não o grupo econômico. 
 
Em sendo verificada a violação aos direitos indisponíveis do trabalhador, cabe igualmente ao 
MPT a atuação na demonstração de eventual formação de grupo econômico, para viabilizar a 
responsabilização solidária entre as empresas e assegurar o pagamento das obrigações trabalhistas. 
(CORREIA, 2021) 
 
2.2. Grupo econômico rural 
 
Grupo econômico rural: A Lei nº 5.889/1973 – Lei do Rural – já previa o grupo econômico rural, 
com redação similar à nova redação dada ao art. 2º, § 2º, da CLT: 
 
Art. 3º, § 2º, Lei nº 5.889/1973: Sempre que uma ou mais empresas, embora 
tendo cada uma delas personalidade jurídica própria, estiverem sob direção, 
controle ou administração de outra, ou ainda quando, mesmo guardando 
cada uma sua autonomia, integrem grupo econômico ou financeiro rural, 
serão responsáveis solidariamente nas obrigações decorrentes da relação de 
emprego. 
 
 PRÉ-EDITAL AFT 
DIREITO DO TRABALHO – META 11 
 
15 
Grupo econômico por subordinação e coordenação: No âmbito rural, já se admitida a 
formação de grupo econômico por subordinação e por coordenação antes mesmo do tema ser 
regulamentado pela Reforma Trabalhista. Atualmente, os institutos estão muito simulares. 
 
Identidade de sócios e âmbito rural: “Tendo em vista que o art. 1º da Lei nº 5.889/1973 prevê 
a aplicação subsidiária da CLT naquilo que for compatível, entendemos que a previsão de que a mera 
identidade de sócios das empresas não é suficiente para a formação do grupo econômico rural, 
devendo também ser demonstrado os requisitos de interesse integrado ou de atuação conjunta entre 
as empresas. Trata-se de dispositivo que traça de forma mais objetiva os requisitos para que os 
empregados rurais possam demonstrar a formação do grupo econômico.” (CORREIA, 2021). 
 
2.3. Consequências jurídicas do reconhecimento do grupo econômico 
 
Consequência jurídica do reconhecimento do grupo econômico: De acordo com o art. 2º, § 2º, 
da CLT, a consequência pelo reconhecimento do grupo econômico é a responsabilidade solidária 
entre as empresas pertencentes ao grupo pelas obrigações trabalhistas dos empregados de qualquer 
uma delas. 
 
Art. 2º da CLT - 
§ 2º Sempre que uma ou mais empresas, tendo, embora, cada uma delas, 
personalidade jurídica própria, estiverem sob a direção, controle ou 
administração de outra, ou ainda quando, mesmo guardando cada uma sua 
autonomia, integrem grupo econômico, serão responsáveis solidariamente 
pelas obrigações decorrentes da relação de emprego. 
 
“Esse efeito legal confere ao credor-empregado o poder de exigir de todos os componentes do 
grupo ou de qualquer deles o pagamento por inteiro de sua dívida, ainda que tenha laborado (e sido 
contratado) por apenas uma das entidades societárias integrantes do grupo. Amplia-se, portanto, a 
garantia aberta ao crédito trabalhista.” (DELGADO, 2019, p. 501).PRÉ-EDITAL AFT 
DIREITO DO TRABALHO – META 11 
 
16 
Em resumo, há necessidade de pelo menos duas ou mais empresas que estejam sob o 
comando único ou que sejam coordenadas entre si. Essas empresas do mesmo grupo econômico 
serão solidariamente responsáveis pelos débitos trabalhistas das demais. 
 
2.3.1. Contrato de trabalho único 
 
Contrato de trabalho único: Como consequência da formação do grupo econômico, o trabalho 
realizado pelo empregado pode ser aproveitado por todas elas. Esse trabalhador terá, portanto, um 
único contrato de trabalho, não havendo necessidade de sua CTPS ser assinada por todas as 
empresas. No entanto, se a empresa que o contratou não pagar suas verbas, todas as empresas do 
grupo serão responsabilizadas solidariamente pelas dívidas trabalhistas: 
 
Súmula nº 129 do TST. “A prestação de serviços a mais de uma empresa do 
mesmo grupo econômico, durante a mesma jornada de trabalho, não 
caracteriza a coexistência de mais de um contrato de trabalho, salvo ajuste 
em contrário.” 
 
Atenção: A regra do contrato de trabalho único não é aplicada se houver ajuste em contrário 
conforme própria redação da Súmula nº 129 do TST. Imaginemos a situação em que as empresas 
pactuaram a formação de dois contratos de trabalho distintos. Nesse caso, por expressa 
manifestação de vontade das partes contratantes, não haverá contrato único. Entretanto, a prestação 
de serviços não poderá ser aproveitada pelas demais empresas integrantes do grupo. 
 
2.3.2. Responsabilidade solidária ativa 
 
Responsabilidade solidária ativa x responsabilidade solidária passiva: Como vimos, a 
responsabilidade solidária é uma das principais consequências da formação do grupo econômico e 
corresponde à possibilidade de se cobrar a integralidade da dívida trabalhista de qualquer um dos 
devedores sem observação de ordem de preferência. 
 
Atenção! 
 PRÉ-EDITAL AFT 
DIREITO DO TRABALHO – META 11 
 
17 
Não confunda responsabilidade solidária com responsabilidade subsidiária! 
 
a) Responsabilidade solidária: todos os devedores são igualmente responsáveis pela dívida e 
poderão ser cobrados por sua integralidade independentemente de ordem de preferência. 
 
b) Responsabilidade subsidiária: Há ordem de preferência na cobrança da dívida, sendo que 
o devedor subsidiário somente poderá ser cobrado caso o devedor principal não realize o 
adimplemento da obrigação. 
 
Entretanto, a possibilidade de cobrança das obrigações trabalhistas corresponde à denominada 
responsabilidade solidária passiva. Para além disso, alguns autores sustentam a existência da 
responsabilidade solidária ativa, que se verifica no curso do contrato de trabalho. 
 
O que seria a responsabilidade ativa? De acordo com Maurício Godinho Delgado (2019, p. 
508), “Para essa segunda vertente, a solidariedade das empresas componentes do grupo não existe 
apenas perante as obrigações trabalhistas que lhes decorrem dos contratos empregatícios 
(solidariedade passiva), mas também perante os direitos e prerrogativas laborativas que lhes 
favorecem em função desses mesmos contratos (solidariedade ativa). Todos os membros do grupo 
seriam, pois, ao mesmo tempo, empregadores e não somente garantidores de créditos derivados de 
um contrato de emprego. Noutras palavras, configurado o grupo econômico, seus componentes 
consubstanciariam empregador único em face dos contratos de trabalho subscritos pelas empresas 
integrantes do mesmo grupo.” 
 
De acordo com Henrique Correia (2021), é possível citar as seguintes consequências jurídicas 
desse tipo de responsabilidade: 
 
a) garantir condições uniformes de trabalho a todos os empregados do grupo econômico, 
independentemente de a qual empresa ele preste serviços, possibilitando o pedido de equiparação 
salarial (art. 461, CLT); 
 
 PRÉ-EDITAL AFT 
DIREITO DO TRABALHO – META 11 
 
18 
b) o enquadramento sindical dos empregados será de acordo com a atividade preponderante 
do grupo econômico, e não da empresa para qual o trabalhador presta serviços; 
 
c) possibilidade de transferência de empregados entre as empresas do grupo (art. 469, CLT); 
 
d) o pagamento efetuado pelas demais empresas do grupo terá natureza salarial (Súmula nº 
93, TST); 
 
e) o empregado terá de cumprir as ordens dadas pelas demais empresas do grupo, pois todas 
serão consideradas empregadoras; 
 
f) acesso temporis, ou seja, o tempo de serviço prestado às empresas do grupo é computado; 
 
g) a prestação de serviços ao grupo, mesmo que a empresas diferentes, superiores à jornada 
normal, gerará o pagamento de horas extras (E-ED-RR-29065-2000-012-09-00.6.); 
 
h) em relação à existência de contratos sucessivos às empresas do grupo, haverá a prescrição 
parcial de 5 anos, para pleitear verbas trabalhistas (E-RR-619969-29.1999.5.02.5555). 
 
2.4. Aspectos processuais do grupo econômico 
 
Súmula nº 205 do TST (Cancelada): previa a necessidade de que todas as empresas 
pertencentes ao grupo econômico estivessem presentes na fase de conhecimento do processo 
judicial: 
 
Súmula nº 205 do TST. Grupo econômico. Execução. Solidariedade 
(cancelada). O responsável solidário, integrante do grupo econômico, que 
não participou da relação processual como reclamado e que, portanto, não 
consta no título executivo judicial como devedor, não pode ser sujeito passivo 
na execução. 
 
 PRÉ-EDITAL AFT 
DIREITO DO TRABALHO – META 11 
 
19 
Posicionamento atual do TST: Com base na tese do empregador único, não tem exigido a 
presença de todas as empresas na fase de conhecimento do processo judicial, desde que se tenha 
comprovado a existência do grupo econômico. A ausência de uma ou algumas empresas do grupo 
não impede que elas sejam executadas e, consequentemente, obrigadas a pagar os débitos 
trabalhistas das demais. É o que se denomina responsabilidade solidária passiva. 
 
Súmula nº 46 do TRT da 1ª Região: Comprovada a existência de grupo 
econômico entre as executadas, a responsabilidade solidária pode ser 
declarada na fase de execução. 
 
2.5. Grupo econômico e terceirização de serviços 
 
Grupo econômico entre empresa prestadora e empresa tomadora? Existem duas posições 
sobre o tema conforme explorado pelo Professor Henrique Correia (2021): 
 
1) Formação de grupo econômico: Há posicionamento que defende a existência de grupo 
econômico na terceirização de atividade-fim. Nesse caso, haveria interesse integrado entre 
as empresas, o que preencheria os requisitos do art. 2º, § 3º, da CLT com a formação do 
grupo e responsabilidade solidária pelas obrigações trabalhistas. Por sua vez, a 
responsabilidade subsidiária somente seria aplicada no caso de terceirização de atividades-
meio; 
 
2) Ausência de formação de grupo econômico: A existência de lei específica que regulamenta 
a terceirização impede a formação de grupo econômico diante da dinâmica própria desse 
contrato de prestação de serviços a terceiros. Além disso, a relação entre empresa 
contratante e empresa prestadora de serviços é contratual com data específica para seu 
término. Não há necessária atuação integrada entre as empresas, podendo no 
desenvolvimento de suas atividades buscar interesses diversos e, às vezes, inclusive 
conflitantes, ainda que no desenvolvimento da atividade-fim. 
 
 PRÉ-EDITAL AFT 
DIREITO DO TRABALHO – META 11 
 
20 
3. SUCESSÃO DE EMPRESAS 
 
Impessoalidade na figura do empregador: O contrato de trabalho não está vinculado à figura 
do empregador. Se, por um lado, a pessoalidade é requisito indispensável para configurar o 
empregado, por outro, a impessoalidade é traço marcante para o empregador, pois as mudanças na 
estrutura jurídica da empresa não afetam os contratos de trabalho em curso. 
 
Alteração na estrutura jurídica da empresa: não afetará os direitos adquiridos por seus 
empregados. Além disso, a CLT prevê que a mudança na propriedade ou na estrutura jurídica da 
empresa não afetará oscontratos de trabalho: 
 
 Art. 10 da CLT - Qualquer alteração na estrutura jurídica da empresa não 
afetará os direitos adquiridos por seus empregados. 
Art. 448 da CLT - A mudança na propriedade ou na estrutura jurídica da 
empresa não afetará os contratos de trabalho dos respectivos empregados. 
 
Definição de sucessão trabalhista: Maurício Godinho Delgado define a sucessão de empresas 
como o instituto justrabalhista em virtude do qual se opera, no contexto da transferência de 
titularidade de empresa ou estabelecimento, uma completa transmissão de créditos e assunção de 
dívidas trabalhistas entre alienante e adquirente envolvidos. O instituto decorre do princípio da 
intangibilidade objetiva do contrato empregatício e do princípio da despersonalização da figura do 
empregador. 
 
Para Alice Monteiro de Barros (2016, p. 259), a sucessão no Direito do Trabalho se traduz 
numa substituição de empregadores, com imposição de créditos e débitos. 
 
Alterações e situações típicas de sucessão: alteração na estrutura formal da pessoa jurídica 
que contrata o empregado. São os casos de fusão, incorporação, cisão e, inclusive, a doção de firma 
individual. Outra situação típica ocorre com a substituição do antigo titular passivo por outra pessoa 
física ou jurídica por meio da aquisição de estabelecimentos isolados ou em conjunto ou aquisições 
da própria empresa em sua integralidade (DELGADO, 2019, p. 513). 
 PRÉ-EDITAL AFT 
DIREITO DO TRABALHO – META 11 
 
21 
 
Novas situações de sucessão que vem sendo reconhecidas judicialmente: são os casos de 
separação de bens, obrigações e relações jurídica de um complexo empresarial com a finalidade de 
transferir parte dos ativos saudáveis para outro titular, sendo que o restante de bens, obrigações e 
relações jurídicas permanecem no antigo complexo empobrecido, que afetam negativamente os 
contratos de trabalho e ensejam a sucessão trabalhista (DELGADO, 2019, p. 514). 
 
3.1. Requisitos da sucessão de empresas 
 
Para configurar a sucessão, devem estar presentes os seguintes REQUISITOS: 
 
• Transferência do estabelecimento: Deve haver transferência da parte produtiva 
(unidade econômico-jurídica), possibilitando que o sucessor (que adquiriu o 
estabelecimento) continue explorando a atividade econômica do sucedido. Logo, a 
transferência de apenas partes separadas da empresa, sem continuidade, NÃO enseja 
sucessão. A transferência da unidade produtiva ocorre com a cessão do ponto comercial 
e da clientela, equipamentos, marca, banco de dados etc. Essa transferência poderá ser 
realizada mediante venda, incorporação, arrendamento, cisão, fusão etc. 
 
OBSERVAÇÃO! 
Título Jurídico da Transferência — Ainda no tocante a esse requisito 
(transferência interempresarial), deve-se ressaltar ser, em princípio, 
indiferente à ordem justrabalhista a modalidade de título jurídico utilizada 
para o trespasse efetuado. Qualquer título jurídico hábil a operar transferência 
de universalidades no Direito brasileiro (logo, compra e venda, arrendamento, 
etc.) é compatível com a sucessão de empregadores. 
 
Casos especiais: 
1) Empresas concessionárias de serviços públicos: a nova empresa 
concessionária que assume o acerto ca anterior e manter parte das relações 
jurídicas se submete às regras da sucessão trabalhista. 
 PRÉ-EDITAL AFT 
DIREITO DO TRABALHO – META 11 
 
22 
 
2) Arrendamento de empresas ou estabelecimentos: Haverá sucessão 
trabalhista do arrendatário em relação às obrigações trabalhistas contraídas 
pelo arrendante. 
 
3) Transferência por hasta pública: é exceção que exclui a incidência da 
sucessão trabalhista quando o estabelecimento da empresa falida é adquirido 
em hasta pública. Esse posicionamento foi mantido pela Nova Lei de 
Falências: 
 
Art. 141 da Lei nº 11.101/2005. Na alienação conjunta ou separada de 
ativos, inclusive da empresa ou de suas filiais, promovida sob qualquer das 
modalidades de que trata o art. 142: 
(...) 
II – o objeto da alienação estará livre de qualquer ônus e não haverá sucessão 
do arrematante nas obrigações do devedor, inclusive as de natureza 
tributária, as derivadas da legislação do trabalho e as decorrentes de 
acidentes de trabalho. 
§ 1º O disposto no inciso II do caput deste artigo não se aplica quando o 
arrematante for: 
I – sócio da sociedade falida, ou sociedade controlada pelo falido; 
II – parente, em linha reta ou colateral até o 4º (quarto) grau, consanguíneo ou 
afim, do falido ou de sócio da sociedade falida; ou 
III – identificado como agente do falido com o objetivo de fraudar a sucessão. 
 
 
• Não ocorrência de paralisação da atividade (continuidade na prestação laborativa): 
Após a sucessão, o sucessor deverá dar continuidade ao empreendimento, sem que 
fique paralisado por muito tempo. 
 
 PRÉ-EDITAL AFT 
DIREITO DO TRABALHO – META 11 
 
23 
• De acordo com CORREIA (2021), essa continuidade se refere à manutenção da mesma 
atividade-fim exercida pelo sucedido, não havendo prazo mínimo ou máximo para que 
isso ocorra, o que será aferido pela utilização do critério da razoabilidade. Se aquele que 
adquire o estabelecimento não prosseguir com nenhuma atividade empresarial, ou se 
alterar a atividade-fim, não há sucessão, ainda que os empregados sejam os mesmos 
no mesmo local de trabalho1. 
 
3.2. Responsabilidade do sucessor 
 
Responsabilidade e regulamentação do tema: O tema passou a ser regulamentado pela 
Reforma Trabalhista no art. 448-A da CLT, que consolidou posicionamento que já vinha sendo 
adotado pela doutrina e jurisprudência trabalhista majoritária: 
 
Art. 448-A da CLT (Inserido pela Reforma Trabalhista): Caracterizada a 
sucessão empresarial ou de empregadores prevista nos arts. 10 e 448 desta 
Consolidação, as obrigações trabalhistas, inclusive as contraídas à época em 
que os empregados trabalhavam para a empresa sucedida, são de 
responsabilidade do sucessor. 
Parágrafo único. A empresa sucedida responderá solidariamente com a 
sucessora quando ficar comprovada fraude na transferência. 
 
Responsabilidade do sucessor: o sucessor responder pelas obrigações trabalhistas, inclusive 
referente àquelas que foram contraídas na época da prestação de serviços para a empresa sucedida. 
O sucessor, portanto, assume o bônus (riquezas produzidas pela empresa sucedida) e o ônus 
(débitos trabalhistas) decorrentes da sucessão. 
 
Responsabilidade total e anterior: De acordo com a redação do artigo em análise, as 
obrigações trabalhistas, inclusive aquelas contraídas à época em que os empregados trabalhavam 
para a empresa sucedida são de responsabilidade do sucessor. Portanto, o sucessor terá a 
 
1 CASSAR, Vólia Bomfim. Direito do Trabalho. 8. ed. São Paulo: Método, 2013. p. 472. 
 PRÉ-EDITAL AFT 
DIREITO DO TRABALHO – META 11 
 
24 
responsabilidade sobre todos os débitos trabalhistas, ainda que a verba se refira ao momento de 
prestação dos serviços para o sucedido. 
 
Orientação Jurisprudencial nº 261 da SDI – I do TST. As obrigações 
trabalhistas, inclusive as contraídas à época em que os empregados 
trabalhavam para o banco sucedido, são de responsabilidade do sucessor, 
uma vez que a este foram transferidos os ativos, as agências, os direitos e 
deveres contratuais, caracterizando típica sucessão trabalhista. 
 
Responsabilidade solidária do sucedido: O parágrafo único do artigo 448-A da CLT 
estabelece uma única exceção para que haja responsabilidade tanto do sucessor como do sucedido. 
Ambos responderão solidariamente quando ficar constatada a fraude na transferência das empresas. 
 
O Contrato de exclusão de responsabilidade tem validade prática no âmbito trabalhista? 
“Ocorre, na prática, a celebração de contrato, chamado de contrato de exclusão de responsabilidade, 
prevendo que o comprador do estabelecimento não será responsável pelo passivo trabalhista, fiscal 
e previdenciário. O acordo entre sucessor e sucedido para exclusãode responsabilidades trabalhistas 
do novo empregador (sucessor) não tem efeito na Justiça do Trabalho, pois há expressa previsão em 
lei sobre a sucessão. Os artigos 10, 448 e agora 448-A, da CLT são imperativos, não cabendo 
transação entre as partes. É importante ressaltar que será possível o ajuizamento de ação de regresso 
por uma empresa em relação à outra. Essa ação deverá ser proposta perante a Justiça Comum.” 
(CORREIA, 2021) 
 
3.3. Casos especiais de sucessão trabalhista 
 
Nesse tópico, trabalharemos as principais restrições e casos especiais de sucessão trabalhista: 
a) sucessão nas relações de emprego doméstico; b) sucessão entre entes de direito público e em 
razão da privatização; c) sucessão em grupos econômicos; d) sucessão para o empregador 
constituído em empresa individual que falece; e) sucessão em cartórios extrajudiciais; e f) sucessão 
na terceirização de serviços. 
 
 PRÉ-EDITAL AFT 
DIREITO DO TRABALHO – META 11 
 
25 
3.3.1. Empregado doméstico 
 
Ausência de sucessão trabalhista: A relação de emprego doméstico não é submetida às 
normas da sucessão de empresas. De acordo com Maurício Godinho Delgado, há três fundamentos 
centrais para se excepcionar a aplicação dessas normas: 
 
a) Exclusão da CLT: o art. 7º, “a”, da CLT havia excluído a aplicação das normas da CLT aos 
empregados domésticos. No entanto, a Lei Complementar nº 150/2015 modificou esse cenário ao 
prever a aplicação subsidiária da CLT naquilo que for compatível. 
 
b) Incompatibilidade da figura sucessória com a relação de trabalho doméstico: a CLT se 
vale do conceito de empresa para o instituto da sucessão na ideia de enfatizar a integração do 
trabalhador na realidade empresarial, independentemente do titular do empreendimento. Essa noção 
não existe na realidade do empregador doméstico. 
 
c) Ausência de impessoalidade: A doutrina entende que o princípio da despersonalização da 
figura do empregador desparece ou é atenuada de forma drástica na relação de trabalho doméstico. 
Assim, não podem ser empregadores domésticos pessoas jurídicas ou entes despersonalizados. 
Apenas a pessoa física ou a família podem ser tomadores do trabalho doméstico. 
 
Em suma: Para o autor, não se permite a extensão do instituto da sucessão a essa categoria 
específica de empregados. A alteração da figura do empregador configuraria o rompimento da 
relação de emprego anterior e nova contratação. “Em princípio, cada contrato de trabalho manter-
se-ia diferenciado e desconectado relativamente ao contrato anterior (desde que não reproduzido, é 
claro, na mesma exata família).” (DELGADO, 2019, p. 522). 
 
3.3.2. Sucessão entre entes de Direito Público 
 
Desmembramento de municípios: não haverá sucessão trabalhista entre entes de Direito 
Público. Exemplo: no desmembramento de municípios, o novo município não assumirá os débitos 
 PRÉ-EDITAL AFT 
DIREITO DO TRABALHO – META 11 
 
26 
trabalhistas decorrentes do desmembramento. Dessa forma, o antigo município é o responsável 
pelos direitos trabalhistas dos empregados que lhe prestavam serviços antes do desmembramento. 
 
 
Orientação Jurisprudencial nº 92 da SDI-I do TST: Em caso de criação de 
novo município, por desmembramento, cada uma das novas entidades 
responsabiliza-se pelos direitos trabalhistas do empregado no período em 
que figurarem como real empregador. 
 
3.3.3. Sucessão em razão da privatização 
 
O que é privatização? ocorre quando uma empresa pública é adquirida pelo setor privado. Esse 
fenômeno também é conhecido por desestatização. O art. 2º, § 1º, Lei nº 9.491/1997, que 
regulamenta o Programa Nacional de Desestatização, estabelece o conceito para a privatização no 
âmbito federal: 
 
Art. 2º, § 1º, Lei nº 9.491/1997: Considera-se desestatização: 
a) a alienação, pela União, de direitos que lhe assegurem, diretamente ou 
através de outras controladas, preponderância nas deliberações sociais e o 
poder de eleger a maioria dos administradores da sociedade; 
b) a transferência, para a iniciativa privada, da execução de serviços públicos 
explorados pela União, diretamente ou através de entidades controladas, 
bem como daqueles de sua responsabilidade. 
c) a transferência ou outorga de direitos sobre bens móveis e imóveis da 
União, nos termos desta Lei. 
 
Sucessão na privatização: ocorrerá sucessão quando ocorrer a privatização de empresa 
pública da Administração Indireta. Na hipótese de privatização, as antigas contratações sem o prévio 
concurso serão convalidadas, pois não se exige, na iniciativa privada, o requisito do concurso. Assim 
sendo, o servidor que antes estava trabalhando de forma irregular, por ausência do prévio concurso 
público, após a privatização, terá todos os direitos trabalhistas garantidos (CORREIA, 2021). 
 PRÉ-EDITAL AFT 
DIREITO DO TRABALHO – META 11 
 
27 
 
Consequências: O novo adquirente (sucessor) assumirá todos os débitos trabalhistas do antigo 
proprietário (Estado). Deverá pagar os contratos de trabalho, inclusive dos empregados admitidos 
sem concurso público. Segue a nova Súmula do TST: 
 
Súmula nº 430 do TST. Convalidam-se os efeitos do contrato de trabalho 
que, considerado nulo por ausência de concurso público, quando celebrado 
originalmente com ente da Administração Pública Indireta, continua a existir 
após a sua privatização. 
 
Perda do Direito à estabilidade em razão da privatização do ente estatal: 
 
Recurso de revista. 1. Preliminar de nulidade por negativa de prestação 
jurisdicional. A consignação de todos os elementos aptos à solução da 
controvérsia no acórdão do Regional impede o reconhecimento da aludida 
nulidade por negativa de prestação jurisdicional. Não conhecido. 2. 
Sociedade de economia mista privatizada. Empregado admitido mediante 
concurso público antes da privatização. Reintegração. Orientação 
Jurisprudencial nº 247 da SDI-1 desta corte. Inaplicabilidade. Extensão dos 
efeitos de norma regulamentar sobre procedimento de apuração da justa 
causa à rescisão imotivada. Impossibilidade. Sendo o quadro fático cristalino 
no sentido da ausência de previsão em norma interna de procedimento 
investigatório prévio para fins de dispensa imotivada, a decisão do Regional, 
naquilo em que declarou a nulidade da dispensa e a reintegração ao emprego 
por ausência de tal procedimento, ofendeu o direito potestativo do 
empregador de rescindir o contrato de trabalho sem justa causa, pagando as 
verbas correlatas, razão pela qual restou configurada a ofensa ao art. 7º, I, da 
Constituição Federal. O só fato de se tratar o empregador de sociedade de 
economia mista privatizada e de ter o empregado ingressado em seus 
quadros por meio de concurso público anterior à privatização não torna a 
motivação da dispensa indispensável, pelo que não há pertinência na 
 PRÉ-EDITAL AFT 
DIREITO DO TRABALHO – META 11 
 
28 
invocação do princípio da impessoalidade para fins de atribuir ao empregado 
uma estabilidade que sequer lhe era inerente quando do ingresso no serviço 
público, quiçá após a transição da empresa para a iniciativa privada. Não 
havendo para o servidor público direito à manutenção de regime jurídico, 
segundo jurisprudência firme do STF, não há, também, direito a que se 
mantenha a sua condição de servidor público concursado após a privatização 
da estatal, sobretudo se nem mesmo sob a égide das normas aderidas ao 
contrato de trabalho havia previsão de estabilidade no emprego. Pertinência 
analógica da Súmula nº 345 do TST. Conhecido e provido. (TST – RR: 
2201500-17.2002.5.09.0009, Relator: Emmanoel Pereira, Data de 
Julgamento: 22/10/2014). 
 
3.3.4. Sucessão em grupo econômico 
 
Formação de grupo econômico e responsabilidade das empresas não adquiridas: gera 
responsabilidade solidária entre as pessoas jurídicas que compõem o grupo. Desse modo, há 
discussão em torno da responsabilidade solidária entre o sucessor (novo empregador) que adquiriuapenas uma das empresas pertencentes ao grupo e o grupo econômico, por débitos de empresas 
não adquiridas. 
 
Posicionamento do TST: não há responsabilidade solidária do novo empregador com o grupo 
econômico, exceto se comprovada má-fé ou fraude na sucessão, conforme descrito a seguir: 
 
Orientação Jurisprudencial nº 411 da SDI-I do TST. O sucessor não 
responde solidariamente por débitos trabalhistas de empresa não adquirida, 
integrante do mesmo grupo econômico da empresa sucedida, quando, à 
época, a empresa devedora direta era solvente ou idônea economicamente, 
ressalvada a hipótese de má-fé ou fraude na sucessão. 
 
Acordo entre sucessor e sucedido: Ocorre, na prática, a celebração de contrato prevendo que 
o comprador do estabelecimento não será responsável pelo passivo trabalhista, fiscal e 
 PRÉ-EDITAL AFT 
DIREITO DO TRABALHO – META 11 
 
29 
previdenciário. O acordo entre sucessor e sucedido para exclusão de responsabilidades trabalhistas 
do novo proprietário não tem efeito na Justiça do Trabalho, pois a lei prevê a sucessão (CORREIA, 
2021). 
 
Recurso de Revista Repetitivo: O TST firmou a seguinte tese acerca da responsabilidade da 
TAP pelos débitos da VARIG: 
 
Tese nº 7 do Recurso de Revista Repetitivo do TST: Nos termos dos artigos 
60, parágrafo único, e 141, II, da Lei nº 11.101/2005, a TAP MANUTENÇÃO 
E ENGENHARIA BRASIL S.A. não poderá ser responsabilizada por 
obrigações de natureza trabalhista da VARIG S.A. pelo fato de haver 
adquirido a VEM S.A., empresa que compunha grupo econômico com a 
segunda”. 
 
3.3.5. Empregador empresa individual 
 
Ausência de sucessão de empresas: Não há sucessão de empresas na hipótese de morte do 
empregador constituído em empresa individual caso o empregado opte pelo término do contrato de 
trabalho. 
 
Conforme ensinamentos de Maurício Godinho Delgado (2019, p. 522): “A ordem jurídica faculta 
ao empregado dar por terminado o contrato de trabalho, mesmo que o empreendimento continue 
por meio dos sucessores (art. 483, § 2º, CLT). Ou seja, neste caso a alteração subjetiva do 
empregador deixa de ser imperativa, sob o ponto de vista do obreiro. Naturalmente, se o empregado 
continuar laborando no empreendimento, a sucessão se opera.” 
 
3.3.6. Sucessão em cartórios extrajudiciais 
 
Cartórios extrajudiciais: são responsáveis pelo desenvolvimento de serviços notariais e de 
registro. Há expressa previsão constitucional que determina o exercício desses serviços por meio de 
 PRÉ-EDITAL AFT 
DIREITO DO TRABALHO – META 11 
 
30 
delegação do Poder Público, somente podendo ingressar por meio de concurso público de provas e 
títulos: 
 
Art. 236, CF/88: Os serviços notariais e de registro são exercidos em caráter 
privado, por delegação do Poder Público. 
§ 1º. Lei regulará as atividades, disciplinará a responsabilidade civil e criminal 
dos notários, dos oficiais de registro e de seus prepostos, e definirá a 
fiscalização de seus atos pelo Poder Judiciário. 
§ 2º. Lei federal estabelecerá normas gerais para fixação de emolumentos 
relativos aos atos praticados pelos serviços notariais e de registro. 
§ 3º. O ingresso na atividade notarial e de registro depende de concurso 
público de provas e títulos, não se permitindo que qualquer serventia fique 
vaga, sem abertura de concurso de provimento ou de remoção, por mais de 
seis meses. 
Lei nº 8.935/1994 
Art. 1º. Serviços notariais e de registro são os de organização técnica e 
administrativa destinados a garantir a publicidade, autenticidade, segurança 
e eficácia dos atos jurídicos. (…) 
Art. 3º. Notário, ou tabelião, e oficial de registro, ou registrador, são 
profissionais do Direito, dotados de fé pública, a quem é delegado o exercício 
da atividade notarial e de registro. 
 
Os titulares de cartórios extrajudiciais podem contratar empregados? Os serviços notariais 
e de registro são exercidos por particular mediante delegação do Poder Público, desenvolvem serviço 
público em “caráter privado”. Assim, são autorizados a contratar auxiliares que serão regidos pela 
CLT: 
Art. 20, caput, Lei nº 8.935/1994: Os notários e os oficiais de registro 
poderão, para o desempenho de suas funções, contratar escreventes, dentre 
eles escolhendo os substitutos, e auxiliares como empregados, com 
remuneração livremente ajustada e sob o regime da legislação do trabalho. 
 
 PRÉ-EDITAL AFT 
DIREITO DO TRABALHO – META 11 
 
31 
Há sucessão de empresas na alteração de titularidade em cartórios extrajudiciais? De acordo 
com Vólia Bomfim Cassar (2013, p. 435), parte da jurisprudência entende que a transferência de 
titularidade de um cartório extrajudicial impede a sucessão trabalhista, uma vez que o notário foi 
aprovado em concurso público e, assim, ausentes ato negocial entre o antecessor e o novo titular e a 
transferência do patrimônio. 
 
Por outro lado, a corrente que vem prevalecendo no âmbito do TST sustenta que a transferência 
de titularidade do cartório extrajudicial ocasiona também a transferência de todos os elementos do 
estabelecimento. Nesse sentido, haverá sucessão trabalhista, e o sucessor responderá por todos os 
débitos trabalhistas do sucedido no termo dos arts. 10, 448 e, agora com a Reforma Trabalhista, 
448-A da CLT. Nesse sentido: 
 
Cartório. Sucessão trabalhista. Continuidade da prestação dos serviços. 
Responsabilidade do novo titular ainda que de forma precária. In casu, é 
incontroversa a ocorrência de novação subjetiva em relação à titularidade do 
serviço notarial, ainda que de forma precária, com a correspondente 
transferência da unidade econômico-jurídica que integra o estabelecimento. 
Outrossim, não houve resilição do vínculo empregatício no caso em tela. A 
jurisprudência desta Corte é no sentido de que, em se tratando de cartório, a 
sucessão de empregadores pressupõe não só a transferência da unidade 
econômica de um titular para outro, mas que a prestação de serviço pelo 
empregado do primeiro prossiga com o segundo. Portanto, quando o 
sucessor no cartório aproveitar os empregados do titular sucedido, hipótese 
que se verifica nos autos, poderá ser reconhecida a sucessão (precedentes). 
Recurso de revista conhecido e provido. (RR – 289-38.2013.5.03.0043, 
Relator Ministro: José Roberto Freire Pimenta, Data de Julgamento: 
28/06/2017, 2ª Turma, Data de Publicação: DEJT 30/06/2017) 
Agravo de instrumento. Recurso de revista. Preliminar de nulidade por 
negativa de prestação jurisdicional. Não se caracteriza a nulidade 
pretendida quando o e. Tribunal regional recorrido expõe 
 PRÉ-EDITAL AFT 
DIREITO DO TRABALHO – META 11 
 
32 
fundamentadamente as razões de decidir. Vínculo de emprego. Cartório. 
Sucessão. 
Não é a forma de investidura do titular do cartório extrajudicial (concurso 
público) que determina a sucessão, mas os elementos caracterizadores desta, 
consistentes, in casu, na alteração da titularidade do serviço notarial, com a 
correspondente transferência da unidade econômico-jurídica que integra o 
estabelecimento, somada à continuidade na prestação dos serviços. 
Processa-se a sucessão, portanto, nos mesmos moldes da sucessão 
empresarial, de forma que o titular do cartório, sucessor, é o responsável 
pelos débitos trabalhistas. Horas extras. Controle de jornada. O Tribunal 
Regional não olvidou da alegação do reclamado, objeto da contestação, 
consistente na impossibilidade de apresentação dos controles de freqüência. 
Ocorre que tal justificativa, no sentido de que, (…) nos arquivos da serventia 
não se encontravam todos os documentos indispensáveis à elaboração da 
peça defensiva (decisum, fl. 97), que levou o novo titular do cartório a não 
receber a documentação do tabelião anterior, conforme explicita o reclamado 
em sua preliminar de nulidade, desserve ao fim pretendido, porquanto 
reconhecida a sucessão, e aqui confirmada, não socorre o sucessor a incúria 
do sucedido. Agravo de instrumento a que senega provimento (TST – AIRR: 
142440-21.2003.5.01.0241, Relator: Horácio Raymundo de Senna Pires, 
Data de Julgamento: 31/10/2007 – grifos acrescidos). 
 
Ausência de continuidade na prestação de serviços: de acordo com o Informativo nº 169 do 
TST, se não houver continuidade na prestação dos serviços, o TST entende que não ocorrerá 
sucessão trabalhista, pois ausente o cumprimento de um dos requisitos necessários à configuração 
desse instituto trabalhista: 
 
Ação rescisória. Embargos de terceiro. Violação dos arts. 10 e 448 da CLT. 
Não configuração. Mudança de titularidade de cartório. Sucessão 
trabalhista. Continuidade na prestação dos serviços. Ausência. Ofensa à 
 PRÉ-EDITAL AFT 
DIREITO DO TRABALHO – META 11 
 
33 
coisa julgada. Não ocorrência. Sentença que estabeleceu condenação e 
obrigação futura para quem não participou da relação processual. 
Não viola os arts. 10 e 448 da CLT o acórdão proferido nos autos de 
embargos de terceiro que afastou a sucessão de empregadores e determinou 
a exclusão da responsabilidade do novo titular do cartório pelas dívidas 
contraídas pelo primeiro titular, pois, nos termos da jurisprudência do TST 
vigente à época, a alteração da titularidade do serviço notarial, com a 
correspondente transferência da unidade econômico-jurídica que integra o 
estabelecimento, somente caracteriza a sucessão de empregadores quando 
há continuidade na prestação dos serviços, o que não ocorreu no caso. De 
outra sorte, o acórdão rescindendo não ofendeu a coisa julgada que se formou 
na ação trabalhista principal, porquanto o art. 472 do CPC de 1973, ao 
estabelecer a eficácia da coisa julgada inter partes, deixa claro que a 
imutabilidade da coisa julgada somente pode atingir quem efetivamente 
participou do processo. Na hipótese, a sentença que entendeu que os 
eventuais sucessores do cartório responderiam pelos débitos trabalhistas 
discutidos na ação principal projetou os efeitos da coisa julgada que ainda iria 
se formar para além das partes litigantes e para além do tempo, pois 
estabeleceu condenação e obrigação futura para quem não participou da 
relação processual e sequer detinha a titularidade do cartório demandado, na 
medida em que a titularidade conferida ao terceiro embargante, por meio de 
concurso público, ocorreu poucos meses antes do trânsito em julgado. Sob 
esse entendimento, a SBDI-II, à unanimidade, conheceu do recurso ordinário 
e, no mérito, negou-lhe provimento. TST-RO-11518-13.2015.5.01.0000, 
SBDI-II, rel. Min. Luiz Philippe Vieira de Mello Filho, 21.11.2017. 
 
3.3.7. Sucessão de empresas terceirizadas na Administração Pública 
 
Sucessão na substituição de empresas terceirizadas na Administração Pública e 
manutenção dos mesmos trabalhadores na nova empresa contratada: “o trabalhador é contratado 
pela empresa prestadora como empregado, mas presta seus serviços no órgão público. Ocorre que, 
 PRÉ-EDITAL AFT 
DIREITO DO TRABALHO – META 11 
 
34 
após o término do prazo estabelecido para o contrato civil realizado entre prestadora e órgão público, 
ou ainda diante do inadimplemento contratual da empresa prestadora, é realizado novo processo 
licitatório para contratação de nova empresa prestadora, como é o caso do setor de limpeza e 
vigilância. 
 
Muitas vezes, a nova empresa vencedora do certame mantém os mesmos empregados e a 
mesma estrutura da empresa prestadora anterior. Assim, em que pese a mudança nas empresas que 
contratam com a Administração Pública, continuam os mesmos empregados terceirizados prestando 
os mesmos serviços para o Poder Público durante anos. Contudo, é comum que, na mudança de uma 
empresa para outra, haja redução do salário ou a retirada de outro benefício dos empregados.” 
(CORREIA, 2021). 
 
Jurisprudência do TST: defende que, diante da ausência de transferência unidade produtiva 
de uma empresa para outra e pela manutenção dos postos de emprego dos terceirizados, não se 
configura sucessão trabalhista: 
 
Recurso de revista. Empresas prestadoras de serviços. Licitação. Sucessão 
trabalhista. Unicidade contratual. Os elementos de fato consignados pelo 
TRT de origem corroboram a conclusão daquela Corte de que, no caso dos 
autos, não houve alteração na propriedade ou na estrutura jurídica da 
primeira empregadora que configurasse a sucessão trabalhista entre as 
empresas prestadoras de serviços. Apenas ocorreu o fim do contrato 
firmado pela primeira empregadora com o tomador dos serviços, por ter 
sido perdedora na licitação, com posterior contratação dos trabalhadores 
pela empresa vencedora. Essa situação, além de não encontrar óbice na 
legislação trabalhista, é vantajosa para os trabalhadores, que mantêm os 
seus postos de trabalho, não havendo como se reconhecer a ocorrência de 
fraude. Intactos os arts. 9º, 10 e 448 da CLT. Recurso de revista de que não 
se conhece. Terceirização de serviços lícita. Isonomia salarial com os 
empregados do tomador dos serviços. Não cabimento. Esta Corte entende 
ser cabível a aplicação analógica do art. 12, a, da Lei nº 6.019, de 3.1.1974, 
 PRÉ-EDITAL AFT 
DIREITO DO TRABALHO – META 11 
 
35 
em caso de contratação irregular de trabalhador por empresa interposta pela 
Administração Pública, desde que haja a igualdade de funções, conforme a 
Orientação Jurisprudencial 383 da SBDI-1 do TST. No caso dos autos, 
entretanto, o TRT afirma que não foi alegada a irregularidade na contratação 
por empresa interposta, e não foi reconhecida a igualdade de funções entre a 
reclamante (recepcionista) e os empregados do tomador dos serviços (aliás, 
a própria reclamante, em seu recurso de revista, admite a licitude da 
terceirização dos serviços, e que não desenvolvia atividades típicas dos 
bancários). Recurso de revista de que não se conhece. Multa do FGTS. 
Redução por norma coletiva. Os arts. 1º, IV, e 170 da Constituição Federal e 
18, § 1º, da Lei nº 8.036/90 nada dispõem sobre a questão suscitada pela 
recorrente (impossibilidade de redução da multa do FGTS por norma 
coletiva). Violação da lei e da Constituição Federal não configurada. Recurso 
de revista de que não se conhece. Embargos de declaração. Multa. A alegação 
formulada pela reclamante quando da oposição de embargos de declaração 
(nulidade da cláusula que previu a redução da multa do FGTS para 20% por 
falta do “acordo tripartite” nela prevista) constituiu inovação. Desse modo, a 
conclusão do TRT acerca do caráter protelatório dos embargos de declaração 
não afrontou o art. 538 do CPC. Recurso de revista de que não se conhece 
(TST-RR-65200-65.2007.5.03.0012 – 5ª Turma – Ministra Relatora: Kátia 
Magalhães Arruda – Data de Julgamento: 23/11/2011 – grifos acrescidos). 
Agravo de instrumento em recurso de revista. 
Acórdão publicado antes da vigência da lei nº 13.015/2014. Sucessão de 
empregadores. Em razão de provável caracterização de ofensa ao art. 448 
da CLT, dá-se provimento ao agravo de instrumento para determinar o 
prosseguimento do recurso de revista. Agravo de instrumento provido. 
Recurso de revista. Intervalo do art. 384 da CLT. A jurisprudência do TST já 
firmou o entendimento no sentido de que o art. 384 da CLT não fere o 
disposto no art. 5º, I, da Constituição Federal, assentando, também, que os 
intervalos sonegados não se restringem a meras infrações administrativas, 
resultando no pagamento, como extra, do período correspondente. Tal 
 PRÉ-EDITAL AFT 
DIREITO DO TRABALHO – META 11 
 
36 
entendimento foi recentemente confirmado pelo STF (Recurso Extraordinário 
nº 658312). Recurso de revista não conhecido, no aspecto. SUCESSÃO DE 
EMPREGADORES. A absorção dos trabalhadores da PROBANK pela 
BRASANITAS, com a finalidade de preservar a continuidade do serviço, 
por si só, não caracteriza a verdadeira sucessão de empregadores. Ainda 
mais em casos de terceirização com integrante da Administração Pública, 
é comum a substituição das empresas prestadoras de serviços,cujos 
contratos têm validade previamente fixada, não havendo presunção de 
ilegalidade na contratação, pela empresa vencedora da licitação, dos 
trabalhadores dispensados pela empresa anterior, os quais já são detentores 
de experiência na execução das tarefas contratadas. Não consta do acórdão 
regional qualquer informação de que a reclamada BRASANITAS tenha 
adquirido a unidade econômica pertencente à PROBANK, tendo 
mencionado que são empresas distintas e até mesmo concorrentes. Ofensa 
ao art. 448 da CLT. Recurso de revista conhecido e provido (Processo nº TST-
RR-2836-08.2012.5.02.0013 – 8ª turma – Desembargador Convocado 
Relator: Breno Medeiros – grifos acrescidos). 
 
Recurso de revista. Diferenças salariais. Ausência de sucessão entre 
empresas. Assunção de contrato de prestação de serviços em processo 
licitatório. Ilegitimidade ativa. Empresas prestadoras de serviços para 
órgãos públicos. A preocupação do legislador, na proteção dos direitos 
trabalhistas, legitima a determinação de que, no processo de sucessão de 
empregadores, na terceirização, as cláusulas contratuais não sejam 
modificadas em prejuízo do empregado. Surge daí a necessidade de verificar 
a fragilidade do empregado no processo de terceirização. Tem sido comum a 
transação de direitos irrenunciáveis, como o FGTS, irredutibilidade salarial, 
com o fim de se manter o emprego. O Direito do Trabalho não pode 
compactuar com a conduta ditada pelo mercado sem deixar de eliminar o 
risco de recair sobre o empregado a perda do emprego. A busca da 
continuidade do contrato de trabalho é o que motiva o empregado, na 
 PRÉ-EDITAL AFT 
DIREITO DO TRABALHO – META 11 
 
37 
absorção de seu contrato por outro empregador, a se manter inerte, porque a 
sua impotência é manifesta, a inibir qualquer iniciativa de buscar a 
manutenção da estrutura original de seu contrato. Recurso de revista 
conhecido e não provido. Vale-transporte. Renúncia. Vício de vontade. A eg. 
Corte de origem reconheceu a existência de vício de manifestação na 
renúncia à percepção do vale-transporte realizada no momento da 
contratação da empregada, considerando a distância entre o local de trabalho 
e a residência, bem como por não haver demonstração de que a autora se 
valia de outros meios a este deslocamento, mantendo, assim, a condenação 
ao pagamento do benefício correspondente ao seu não fornecimento. Não foi 
demonstrada violação a dispositivo de leis e nem dissenso jurisprudencial, 
bem como inviável o apelo por contrariedade à OJ nº 215 da SBDI-1 do TST, 
em face do seu cancelamento. Recurso de revista não conhecido (Processo 
nº TST-RR-138900-22.2009.5.12.0055 – 6ª Turma – Ministro Relator: 
Aloysio Corrêa da Veiga – Data de Julgamento: 26/10/2011). 
 
Posição minoritária: há jurisprudência minoritária do TST que defende o fenômeno da nova 
sucessão, uma vez que haverá reconhecimento da sucessão trabalhista ainda que as duas empresas 
prestadoras de serviço não tenham nenhum vínculo jurídico contratual. Nesse sentido: 
 
Recurso de revista. Diferenças salariais. Ausência de sucessão entre 
empresas. Assunção de contrato de prestação de serviços em processo 
licitatório. Ilegitimidade ativa. Empresas prestadoras de serviços para 
órgãos públicos. A preocupação do legislador, na proteção dos direitos 
trabalhistas, legitima a determinação de que, no processo de sucessão de 
empregadores, na terceirização, as cláusulas contratuais não sejam 
modificadas em prejuízo do empregado. Surge daí a necessidade de 
verificar a fragilidade do empregado no processo de terceirização. Tem 
sido comum a transação de direitos irrenunciáveis, como o FGTS, 
irredutibilidade salarial, com o fim de se manter o emprego. O Direito do 
Trabalho não pode compactuar com a conduta ditada pelo mercado sem 
 PRÉ-EDITAL AFT 
DIREITO DO TRABALHO – META 11 
 
38 
deixar de eliminar o risco de recair sobre o empregado a perda do emprego. 
A busca da continuidade do contrato de trabalho é o que motiva o 
empregado, na absorção de seu contrato por outro empregador, a se manter 
inerte, porque a sua impotência é manifesta, a inibir qualquer iniciativa de 
buscar a manutenção da estrutura original de seu contrato. Recurso de revista 
conhecido e não provido. VALE-TRANSPORTE. RENÚNCIA. VÍCIO DE 
VONTADE. A eg. Corte de origem reconheceu a existência de vício de 
manifestação na renúncia à percepção do vale-transporte realizada no 
momento da contratação da empregada, considerando a distância entre o 
local de trabalho e a residência, bem como por não haver demonstração de 
que a autora se valia de outros meios a este deslocamento, mantendo, assim, 
a condenação ao pagamento do benefício correspondente ao seu não 
fornecimento. Não foi demonstrada violação a dispositivo de leis e nem 
dissenso jurisprudencial, bem como inviável o apelo por contrariedade à OJ nº 
215 da SBDI-1 do TST, em face do seu cancelamento. Recurso de revista não 
conhecido. 
 
POSIÇÃO DA DOUTRINA: “Se reconhecida a possibilidade de sucessão da atual empresa em 
relação aos empregados terceirizados da empresa prestadora anterior, é necessário que sejam 
mantidas as mesmas condições de trabalho a que o empregado terceirizado estava submetido 
com a empregadora anterior, uma vez que a sucessora vai se beneficiar da contratação de 
empregado experiente e familiarizado com a rotina de trabalho na tomadora de serviços. Essa nova 
forma de sucessão está pautada no respeito aos princípios da dignidade da pessoa humana e da 
proteção do trabalhador, que não pode ser constantemente prejudicado pelas alterações em seu 
contrato de trabalho nas mudanças das empresas prestadora de serviços.” (CORREIA, 2021) 
 
 
No concurso do MPT (2022), o tema foi cobrado da seguinte forma: 
 Analise as assertivas abaixo: 
 
I - Para a configuração do grupo econômico, são necessárias a demonstração do interesse 
integrado, a efetiva comunhão de interesses e a atuação conjunta das empresas 
integrantes, não sendo suficiente a mera identidade de sócios. 
 PRÉ-EDITAL AFT 
DIREITO DO TRABALHO – META 11 
 
39 
II - O sucessor não responde solidariamente por débitos trabalhistas de empresa não 
adquirida, integrante do mesmo grupo econômico da empresa sucedida, quando, à época, 
a empresa devedora direta era solvente ou idônea economicamente, ressalvada a hipótese 
de má-fé ou fraude na sucessão. 
III - O reconhecimento do grupo econômico confere personalidade jurídica própria para que 
este responda diretamente pelas obrigações trabalhistas. 
IV - O sucessor é responsável por todas as obrigações trabalhistas, inclusive as contraídas 
à época em que os empregados trabalhavam para o sucedido, exceto no caso de 
comprovada fraude na transferência, hipótese em que a empresa sucedida responderá 
solidariamente com a sucessora. 
 
Assinale a alternativa CORRETA: 
 
(A) Apenas as assertivas I e II estão corretas. 
(B) Apenas as assertivas III e IV estão corretas. 
(C) Apenas as assertivas I, II e IV estão corretas. 
(D) Todas as assertivas estão corretas. 
(E) Não respondida. 
 
A alternativa considerada correta foi a letra C. 
 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
BARROS, Alice Monteiro de. Curso de Direito do Trabalho. 10. ed. São Paulo: LTr, 2016. 
CASSAR, Vólia Bomfim. Direito do Trabalho. 8. ed. São Paulo: Método, 2013. 
CORREIA, Henrique. Curso de Direito do Trabalho. 6. ed. Salvador: Juspodivm, 2021 
CORREIA, Henrique; MIESSA, Élisson. Súmulas, OJs do TST e Recursos Repetitivos. 9. ed. Salvador: 
Juspodivm, 2021. 
DELGADO, Maurício Godinho. Curso de Direito do Trabalho. 16. ed. São Paulo: LTr, 2019. 
 
QUESTÕES PROPOSTAS 
 
01 - FCC - 2018 - TRT - 15ª Região (SP) - Analista Judiciário - Área Judiciária - Oficial de Justiça 
Avaliador Federal 
A empresa Marco Inicial Engenharia Ltda. foi vendida em agosto de 2017. Por ocasião da venda, a 
empresa estava em situação financeira difícil e, há mais de um ano, não recolhia o FGTS dos 
empregados,estando também atrasado o pagamento do 13o salário de 2016. Havia, ainda, muitas 
horas extras sem pagamento e sem a devida compensação. Os novos proprietários que assumiram 
a direção da empresa não quitaram os direitos anteriores dos trabalhadores e, pior, passaram a 
atrasar o pagamento dos salários, sendo que desde janeiro de 2018 deixaram de quitar os salários. 
 PRÉ-EDITAL AFT 
DIREITO DO TRABALHO – META 11 
 
40 
Alguns trabalhadores resolveram ingressar em juízo pleiteando a rescisão indireta dos contratos de 
trabalho, cobrando os direitos não quitados e, buscando informações sobre os novos proprietários e 
sobre a venda da empresa, verificaram que estes não têm qualquer patrimônio pessoal, o que os 
levou a suspeitar de fraude na transferência da empresa. A responsabilidade pelos direitos 
trabalhistas, nesse caso, é dos 
 
A) antigos proprietários, que, na condição de empregadores originais, poderão cobrar dos novos 
proprietários as obrigações contraídas após a sucessão da empresa. 
B) novos proprietários, mas de forma parcial, pois, na condição de sucessores, respondem pelas 
obrigações trabalhistas contraídas após a aquisição da empresa, sendo que os direitos anteriores à 
venda são de responsabilidade dos sucedidos. 
C) antigos proprietários, pois, havendo fraude na transferência da empresa, não há que se falar 
em sucessão. 
D) novos proprietários, na condição de sucessores, sendo que os antigos proprietários, 
sucedidos, têm responsabilidade solidária com os sucessores se ficar comprovada fraude na 
transferência. 
E) novos proprietários, na condição de sucessores, sendo que os antigos proprietários, 
sucedidos, têm responsabilidade subsidiária com os sucessores se ficar comprovada fraude na 
transferência. 
 
COMENTÁRIOS 
CLT, art. 448-A. Caracterizada a sucessão empresarial ou de empregadores prevista nos arts. 10 
e 448 desta Consolidação, as obrigações trabalhistas, inclusive as contraídas à época em que os 
empregados trabalhavam para a empresa sucedida, são de responsabilidade do sucessor. 
 
CLT, art. 448-A, parágrafo único. A empresa sucedida responderá solidariamente com a 
sucessora quando ficar comprovada fraude na transferência. 
 
LETRA D 
 
02 - FCC - 2018 - TRT - 15ª Região (SP) - Analista Judiciário - Área Administrativa 
Sobre grupo econômico e implicações no contrato de trabalho, considere: 
I. As empresas que integram um grupo econômico respondem solidariamente pelas obrigações 
decorrentes da relação de emprego, quando, mesmo guardando cada uma delas personalidade 
jurídica própria, estiverem sob a direção, controle ou administração de outra, exceto se possuírem 
cada uma sua autonomia. II. Para a configuração do grupo econômico, é necessário que haja 
identidade de sócios, independentemente da demonstração de interesse integrado, comunhão de 
interesses e a atuação conjunta das empresas dele integrantes. III. O sócio retirante responde 
subsidiariamente pelas obrigações trabalhistas da sociedade relativas ao período em que figurou 
como sócio, somente em ações ajuizadas até dois anos depois de averbada a modificação do 
contrato, observada a ordem de preferência. IV. O sócio retirante responderá subsidiariamente com 
os demais quando ficar comprovada fraude na alteração societária decorrente da modificação do 
contrato. 
Está correto o que consta de 
 
A) II, apenas. 
 PRÉ-EDITAL AFT 
DIREITO DO TRABALHO – META 11 
 
41 
B) I e III, apenas. 
C) I e IV, apenas. 
D) III, apenas. 
E) I, II, III e IV. 
 
COMENTÁRIOS 
Item I. ERRADO. CLT, Art. 2º, § 2º - Sempre que uma ou mais empresas, tendo, embora, cada uma 
delas, personalidade jurídica própria, estiverem sob a direção, controle ou administração de outra, 
ou ainda quando, mesmo guardando cada uma sua autonomia, integrem grupo econômico, serão 
responsáveis solidariamente pelas obrigações decorrentes da relação de emprego. 
 
Item II. ERRADO. CLT, Art. 2º, § 3º - Não caracteriza grupo econômico a mera identidade de sócios, 
sendo necessárias, para a configuração do grupo, a demonstração do interesse integrado, a efetiva 
comunhão de interesses e a atuação conjunta das empresas dele integrantes. 
 
Item III. CERTO. Art. 10-A. O sócio retirante responde subsidiariamente pelas obrigações 
trabalhistas da sociedade relativas ao período em que figurou como sócio, somente em ações 
ajuizadas até dois anos depois de averbada a modificação do contrato, observada a seguinte 
ordem de preferência. 
 
Item IV. ERRADO. CLT, art. 10-A Parágrafo único. O sócio retirante 
responderá solidariamente com os demais quando ficar comprovada fraude na alteração societária 
decorrente da modificação do contrato. 
 
LETRA D 
 
 
03 - - 2018 - TRT - 2ª REGIÃO (SP) - Analista Judiciário - Oficial de Justiça Avaliador Federal 
Luiz, empregado da empresa Alfa, ingressou com reclamação trabalhista contra a mesma e também 
contra as empresas Beta e Gama, que não estão sob a direção, controle ou administração de outra, 
ao argumento de que integram grupo econômico, pois possuem identidade de sócios. Na mesma 
reclamação trabalhista, Luiz pede o reconhecimento de sucessão por parte da empresa Delta. Neste 
caso, nos termos da lei vigente, 
 
A) caracterizada a sucessão empresarial ou de empregadores, as obrigações trabalhistas, salvo 
as contraídas à época em que os empregados trabalhavam para a empresa sucedida, são de 
responsabilidade do sucessor. A empresa sucedida responderá solidariamente com a sucessora 
quando ficar comprovada fraude na transferência. 
B) a mera identidade de sócios, por si só, caracteriza grupo econômico, independentemente da 
demonstração do interesse integrado, efetiva comunhão de interesses e atuação conjunta das 
empresas dele integrantes. 
C) não é possível o reconhecimento de existência de grupo econômico se as empresas não 
estiverem sob a direção, controle ou administração de outra. 
D) as empresas integrantes do mesmo grupo econômico sempre serão responsáveis 
subsidiariamente pelas obrigações decorrentes da relação de emprego. 
 PRÉ-EDITAL AFT 
DIREITO DO TRABALHO – META 11 
 
42 
E) sempre que uma ou mais empresas, tendo, embora, cada uma delas, personalidade jurídica 
própria, estiverem sob a direção, controle ou administração de outra, ou ainda quando, mesmo 
guardando cada uma sua autonomia, integrem grupo econômico, serão responsáveis solidariamente 
pelas obrigações decorrentes da relação de emprego. 
 
COMENTÁRIOS 
Item I. ERRADO. CLT, Art. 2º, § 2º - Sempre que uma ou mais empresas, tendo, embora, cada uma 
delas, personalidade jurídica própria, estiverem sob a direção, controle ou administração de outra, 
ou ainda quando, mesmo guardando cada uma sua autonomia, integrem grupo econômico, serão 
responsáveis solidariamente pelas obrigações decorrentes da relação de emprego. 
 
Item II. ERRADO. CLT, Art. 2º, § 3º - Não caracteriza grupo econômico a mera identidade de sócios, 
sendo necessárias, para a configuração do grupo, a demonstração do interesse integrado, a efetiva 
comunhão de interesses e a atuação conjunta das empresas dele integrantes. 
 
Item III. CERTO. Art. 10-A. O sócio retirante responde subsidiariamente pelas obrigações 
trabalhistas da sociedade relativas ao período em que figurou como sócio, somente em ações 
ajuizadas até dois anos depois de averbada a modificação do contrato, observada a seguinte 
ordem de preferência. 
 
Item IV. ERRADO. CLT, art. 10-A Parágrafo único. O sócio retirante 
responderá solidariamente com os demais quando ficar comprovada fraude na alteração societária 
decorrente da modificação do contrato. 
 
LETRA D 
 
 
04 - FCC - 2018 - TRT - 6ª Região (PE) - Analista Judiciário - Área Administrativa 
Lucas vendeu sua parte na sociedade Posto de Gasolina Boa Viagem Ltda. em 17/02/2017, data em 
que foi feita a averbação da modificação do contrato. Tendo em vista a responsabilidade do sócio 
retirante e esgotados os meios de execução da pessoa jurídica e dos sócios atuais, responde 
 
A) subsidiariamente