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AULA-08-PRÁTICAS-ESPORTIVAS-E-TREINAMENTO-FÍSICO

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PRÁTICAS ESPORTIVAS E 
TREINAMENTOS FÍSICOS 
 
 
Olá! 
Em suas práticas, é muito comum que os profissionais de educação 
física se utilizem de métodos quantitativos para avaliar a composição corporal, 
as capacidades físicas e os padrões de movimento. Isso pode ocorrer por 
inúmeros motivos: seja apenas para coletar dados para um estudo 
epidemiológico, seja para direcionar treinamentos ou traçar diagnósticos 
sobre os sujeitos que se avalia. Este conjunto de técnicas que buscam obter 
dados quantitativos e qualitativos sobre as condições físicas de alguém 
denominamos avaliação física. 
Existem muitas formas de avaliar a condição física dos sujeitos e, por 
isso, é importante que o profissional de educação física, antes de aprender os 
aspectos procedimentais da avaliação, consiga compreender os principais 
conceitos e princípios que orientam essa prática. Nessa unidade, você 
compreenderá a relevância da avaliação física para a sua prática, as 
diferenças entre medida, teste e avaliação e, ainda, os princípios que regem 
a avaliação física. 
Bons estudos! 
AULA 8 - INTRODUÇÃO À 
AVALIAÇÃO FÍSICA 
8 AVALIAÇÃO FÍSICA 
A avaliação é o ato de determinar, estabelecer, examinar ou julgar o valor de 
algo ou alguma coisa (FUNDAÇÃO VALE, 2013). Recorrentemente, a avaliação é 
utilizada como forma de classificar os indivíduos entre bons ou aceitáveis e ruins ou 
inaceitáveis. Essa perspectiva reducionista da avaliação vem sendo deixada de lado 
para que seja assumida uma compreensão mais ampla. No âmbito da educação física, 
a avaliação exerce uma função primordial e é o principal meio para compreender o 
estado físico dos sujeitos e traçar ou readequar os caminhos para que sua condição 
de saúde ou desempenho seja aperfeiçoada. 
A avaliação física envolve o uso de procedimentos precisos e confiáveis para 
determinar com exatidão as condições de determinada pessoa. Cada tipo de medida 
possui uma forma procedimental específica e que envolve diferentes níveis de 
complexidade, colocando aquele que avalia diante de inúmeros problemas, que vão 
desde a forma como medir até a interpretação dos resultados obtidos. 
Em geral, quando identificamos o resultado, fazemos a comparação com uma 
escala de valores populacionais para que possamos emitir um juízo e um parecer 
sobre o resultado. Por vezes, a avaliação física resulta apenas na emissão de 
julgamentos. No entanto, ao se tratar do movimento humano, ela é muito mais que 
isso, sendo, também, a síntese dos elementos quantitativos, subjetivos e das outras 
evidências que podem oferecer os dados e informações para diferentes propósitos. 
8.1 Objetivos das medidas e avaliações em educação física 
A avaliação física pode ser utilizada para muitas possibilidades. Atualmente, é 
comum observarmos o uso de testes e medidas em diversas ocasiões. Você já deve 
ter participado de algum deles em algum momento de sua vida, como, por exemplo, 
em academias, com equipes profissionais, escolares ou até mesmo em concursos 
públicos. Ainda que nessas ocasiões mencionadas o uso dos testes possa ter ocorrido 
da mesma forma, é provável que em cada uma delas o objetivo da avaliação tenha 
sido específico e se diferenciado dos demais. Charro et al. (2010) apontam os 
principais objetivos da avaliação física, que você confere a seguir. 
 Determinar o nível de aptidão física geral: determinada a condição física do 
indivíduo em cada uma das qualidades testadas, a avaliação física proporciona ao 
profissional de educação física subsídios para melhor prescrever os programas de 
treinamento e preparação, observada a condição da aptidão física do aluno. 
 Determinar o progresso: quando utilizada como forma de reavaliação, é 
possível comparar índices e níveis obtidos entre avaliações realizadas em períodos 
diferentes, o que possibilita a identificação de melhoras ou informações para 
readequar os programas de treinamento. 
 Determinar o estado de saúde: geralmente efetuadas junto ao momento de 
anamneses, as avaliações físicas permitem identificar a presença de sinais, sintomas, 
características ou comportamentos habituais dos indivíduos que possam apresentar-
se como riscos de problemas de saúde. 
 Classificar os indivíduos: quando existe a necessidade de dividir os avaliados 
em grupos, a avaliação permite que sejam identificadas características em comum 
entre os participantes. 
 Motivar: o avaliado pode ser motivado a melhorar sua condição física com 
base nas informações obtidas sobre o seu estado atual. O mesmo vale para a adesão 
aos programas de atividades físicas, em que os resultados identificados podem 
produzir a motivação no avaliado para continuar o programa. 
 Diretriz para pesquisa: os dados obtidos para a pesquisa devem ser avaliados 
pela sua significância e, com isso, levar os conhecimentos sobre determinado caso 
ou situação para outras pessoas, disseminando as informações obtidas. 
8.2 Tipos de avaliação 
Conforme o objetivo determinado pelo avaliador, as avaliações podem ser 
classificadas em três diferentes tipos: a avaliação diagnóstica, a avaliação formativa 
e as avaliações somativas (CHARRO et al., 2010). 
A avaliação diagnóstica auxilia o avaliador ou o profissional que irá realizar a 
prescrição do exercício físico. Auxilia, também, na elaboração da programação de 
treinamentos e na seleção de grupos, que podem ser homogêneos ou heterogêneos. 
Por exemplo, em treinamentos voltados ao emagrecimento, a medida de dobras 
cutâneas para determinar o percentual de gordura corporal serve para identificar o 
estado geral do avaliado antes do início do referido programa. 
A avaliação formativa determina o progresso dos avaliados na realização de 
um programa de treinamento, fornecendo informações tanto para o avaliador quanto 
para o avaliado que sejam possíveis de identificar se os resultados traçados em certo 
período condizem com o esperado. Serve, também, como forma de identificar os 
pontos fortes e fracos de determinado tipo de treinamento, fornecendo possibilidades 
de reformulações para que o objetivo proposto seja alcançado. Utilizando o exemplo 
anterior, as medidas de dobras cutâneas em um programa voltado ao emagrecimento 
podem ser realizadas semanalmente, quinzenalmente ou mensalmente, identificando 
o progresso do avaliado. 
A avaliação somativa representa o resultado de todas as avaliações realizadas, 
identificando as evoluções do avaliado. Essas avaliações representam os ganhos 
gerais de um indivíduo e/ou nas unidades de treinamento (MARINS; GIANNICHI, 
2007). Ainda no exemplo acerca das dobras cutâneas em um programa voltado ao 
emagrecimento, o somatório de todas as avaliações torna possível avaliar o progresso 
geral do avaliado e identificar em quais momentos e por quais motivos algumas 
semanas, quinzenas ou meses de treinamento não foram tão efetivos. 
Para compreender melhor as diferenças entre os diferentes tipos de avaliação, 
observe a Tabela 1, que apresenta alguns exemplos quanto aos objetivos e momentos 
de avaliação. 
Tabela 1 – Tipos de Avaliação 
Tipo de avaliação Diagnóstica Formativa Somativa 
Propósito 
Fornecer informações sobre 
o avaliado e determinar o 
melhor programa de 
treinamento com base em 
suas características. 
Fornecer um feedback 
para o avaliado e para o 
avaliador. 
Certificar o avanço e a eficácia do 
programa de treinamentos, 
identificando pontos fortes e fracos na 
sua realização. 
Período 
Anterior ao programa de 
treinamento. 
Durante o programa de 
treinamento. 
Ao final do programa de treinamento. 
Fonte: Charro, 2010. 
Como você deve ter compreendido até aqui, a avaliação física é o principal 
meio pelo qual o profissional que lida com o movimento humano identifica, organiza e 
avalia a sua prática, fornecendo informações que fazem a mediação entre os 
programas de treinamento tanto para o avaliador quanto para o avaliado. As 
avaliações ocorrem, muitas vezes,por meio de protocolos específicos que buscam 
atender a um objetivo. A forma como tais dados são obtidos envolve as medidas, os 
testes e as avaliações, conceitos que você conhecerá no próximo tópico. 
8.3 Medida, avaliação e teste 
Embora sejam recorrentemente utilizados como sinônimos, os termos medida, 
teste e avaliação não se referem ao mesmo processo quando os utilizamos dentro do 
campo da educação física. Por mais que seja comum a utilização desses termos como 
sinônimos, devemos estar atentos quanto à sua utilização, já que se referem a modos 
de interpretação distintos. Por exemplo, ao medirmos a estatura de um indivíduo e 
constatarmos que o mesmo tem 180 cm, a utilização apenas da medida desse número 
não nos diz muito. É preciso conseguir analisar e interpretar o que tal medida 
representa dentro de um contexto específico, passando, então, por um processo de 
avaliação. Assim, os conceitos de medida, teste e avaliação devem ser utilizados para 
representar o processo pelo qual as informações obtidas do avaliado foram 
analisadas. Você conhecerá um pouco mais das peculiaridades desses termos a 
seguir. 
 
8.3.1 Teste 
Os testes compreendem um processo de obtenção de dados. Guedes e 
Guedes (2006, p. 2) indicam que testar “[...] consiste em verificar o desempenho de 
alguém mediante situações previamente organizadas e padronizadas, denominadas 
testes”. Os testes são uma das principais formas de obter dados dentro do campo da 
educação física, visto que são práticos em sua aplicação e objetivos em suas 
informações. Embora geralmente utilizem protocolos específicos, os testes podem ser 
de campo ou de laboratório. 
Os testes de campo em geral são baratos, muito fáceis de serem administrados 
e geralmente estão relacionados às capacidades físicas dos avaliados, como no caso 
do futebol, em que os atletas são submetidos a testes no gramado, com o uso da 
vestimenta do uniforme de sua modalidade esportiva. Alguns exemplos muito 
conhecidos são o teste de Cooper, o teste de flexões de braço, de impulsão horizontal, 
entre outros (MARINS; GIANNICHI, 2007). 
Os testes de referência, ao contrário, são protocolos que geralmente possuem 
um investimento financeiro maior, pois são realizados em maquinários específicos e 
em ambiente controlado, o que os torna mais confiáveis e reprodutíveis. Também 
podem ser utilizados para aferir a capacidade física dos avaliados, assim como 
também podem aferir a composição corporal. Alguns dos testes comuns são a 
ergoespirometria, os dinamômetros isocinéticos e as plataformas de força. 
 
8.3.2 Medida 
O termo medir significa a obtenção dos dados quantitativos, procedimento 
basilar da avaliação física. Para Guedes e Guedes (2006, p. 1), “[...] medir significa 
determinar a quantidade, a extensão ou o grau de determinado atributo com baste em 
um sistema convencional de unidades”. O resultado da medida é sempre numérico e 
refere-se ao quantitativo do atributo a ser descrito. Exemplos de medida são a estatura 
e o peso, cujos sistemas convencionais são, respectivamente, o metro e o quilograma. 
A medida se encontra em todos os processos de avaliação física, sejam eles voltados 
para a compreensão de qualquer capacidade ou habilidade física. As medidas podem 
ser obtidas de forma direta ou indireta (MARINS; GIANNICHI, 2007). 
As medidas diretas são aquelas que, como o nome sugere, são obtidas 
diretamente do avaliado. Por exemplo, para medir o consumo de oxigênio de um 
indivíduo de forma direta, o teste de ergoespirometria é recorrentemente utilizado. As 
medidas indiretas são aquelas que são obtidas por modo distinto ao que se pretende 
avaliar, mas, com a relação dos resultados, é possível estabelecer algumas 
estimativas. Utilizando o exemplo anterior, para indiretamente estimar o consumo de 
oxigênio de um indivíduo, o teste de Cooper é recorrentemente utilizado. Com os 
resultados da distância percorrida em determinado período pelo avaliado, é possível 
estimar o seu consumo de oxigênio. 
8.3.3 Avaliação 
A avaliação se refere às compreensões que são possíveis por determinado 
teste e medida. De acordo com Guedes e Guedes (2006, p. 1), a avaliação é definida 
como “[...] um processo interpretativo, pois consiste em julgar com base em 
referenciais selecionados especificamente para essa finalidade”. Por demandar o 
processo interpretativo, a avaliação é o meio mais abrangente, pois, enquanto as 
medidas e os testes se detêm à utilização de dados e instrumentos quantitativos, a 
avaliação também solicita a utilização de dados e instrumentos qualitativos. 
O papel do profissional de educação física em uma avaliação é considerar 
todas as variáveis envolvidas em um teste pelo qual se obtém uma medida. Ou seja, 
a avaliação consiste em conseguir identificar o que, por quê e quem está sendo 
avaliado. Isso significa que apenas a medida obtida em um teste não representa um 
padrão universal a todos os sujeitos. Imagine um mesmo teste aplicado em homens 
de meia idade, em mulheres, em crianças ou idosos: é possível que as medidas 
obtidas por determinado protocolo signifiquem a mesma coisa? Certamente não, pois, 
para cada uma dessas individualidades, são produzidos padrões diferentes. Não é 
possível exigir que populações idosas possuam a mesma resistência 
cardiorrespiratória que jovens de vinte anos de idade, já que o primeiro grupo 
apresenta sinais e sintomas do processo de envelhecimento e, em decorrência disso, 
sua exigência é menor. O mesmo também podemos afirmar em populações 
fisicamente ativas, sedentárias, atletas, com quadros patológicos e também inúmeras 
outras variáveis. O papel do profissional de educação física, então, é considerar todas 
as variáveis presentes em relação ao avaliado e determinar quais medidas a esse 
sujeito ou grupo são consideradas dentro do esperado. 
Ou seja, a avaliação consiste em um processo que visa dar significado aos 
resultados colhidos em um teste ou medida, fazendo com que os números expressos 
passem a apontar informações consistentes que possam mediar a prática do avaliado 
e do avaliador. Em síntese, a Figura 1, a seguir, apresenta as diferenças entre os três 
conceitos. 
Figura 1 - Diferenças entre testar, medir e avaliar 
 
Fonte: Adaptada de Guedes e Guedes (2006). 
 
Em grande parte das vezes, a medida e os testes se encontram dentro de 
protocolos específicos e que são avaliados a partir de percentis populacionais. Em 
muitos casos, o uso de softwares auxilia a compreensão de variações apresentadas 
pelo avaliado na realização de um teste. Seja qual for a dimensão avaliada, o objetivo 
pelo qual se propõe avaliar o avaliador deve seguir alguns critérios essenciais, os 
quais você vai conhecer na próxima seção. 
8.4 Princípios da avaliação física 
Embora no que se refere ao corpo humano e ao movimento muitos aspectos 
possam ser avaliados e diversos testes se proponham a isso, isso não significa que 
qualquer teste pode ser utilizado para qualquer medida. É preciso, para tanto, que o 
profissional consiga utilizar o método que melhor corresponda a seus objetivos 
avaliativos, estabelecendo, para isso, alguns critérios. Nesta seção, você vai conhecer 
os princípios da avaliação física. 
8.4.1 Critério de seleção de testes 
Ao se determinar o que será testado e por qual objetivo a avaliação será feita, 
o profissional deve procurar na literatura o melhor teste para a situação envolvida. A 
escolha desses testes deve ser feita com base em três princípios: a validade, a 
fidedignidade ou confiabilidade e a objetividade ou reprodutibilidade. 
A validade de um teste consiste em ele conseguir medir o que se propõe a 
medir (CHARRO et al., 2010). Para determinar que um teste realmente mede o que 
se propõe a medir, existem quatro formas principais: a validade de conteúdo, a 
validade de critério, a validade de predição e a validade de construção. 
A validade de conteúdo representa que um testeé adequado com base na 
lógica quando os números obtidos representam a variável morfológica ou fisiológica 
analisada sendo baseada pelo testemunho de um especialista ou em sua larga 
utilização (GUEDES; GUEDES, 2006). Por exemplo, ao avaliar a capacidade 
cardiorrespiratória, o teste de Cooper é um protocolo amplamente utilizado em 
importantes pesquisas; podemos dizer, então, que este teste possui validade de 
conteúdo. 
A validade de critério consiste na relação por meios estatísticos quando se 
compara o resultado de um teste em questão com outros testes já validados. Um 
exemplo de validade de critério é quando comparamos, por exemplo, os resultados 
de um teste de consumo máximo de oxigênio a partir de dois protocolos diferentes, 
como o teste de Cooper e a ergoespirometria. Para ter a validade de critério, espera-
se que ambos os testes apresentem medidas semelhantes. 
A validade de predição se relaciona com a capacidade de antever, em linhas 
gerais, o resultado obtido considerando o avaliado. Usando como exemplo o teste de 
Cooper, a validade de predição consiste em confirmar que o resultado do teste, 
quando realizado por homens, por exemplo, apresenta-se de maneira diferente 
quando desenvolvido por mulheres de mesma idade. 
A validade de construção representa a consistência teórica que embasa o teste, 
também limitando se ele é capaz de aferir o que se pretende. Ou seja, para avaliar o 
consumo máximo de oxigênio, o teste a ser escolhido deve contemplar a capacidade 
cardiorrespiratória e sustentar o que a literatura afirma. No teste de Cooper, pode-se 
dizer que a validade de construção ocorre à medida que a variável, o consumo máximo 
de oxigênio, é maior quando a intensidade da corrida do avaliado também for maior. 
Fidedignidade ou confiabilidade dizem respeito aos resultados encontrados sob 
condições idênticas. Ou seja, se o teste foi aplicado uma vez e depois novamente sob 
as mesmas condições do avaliado e os mesmos resultados forem encontrados, então 
podemos afirmar que o teste é confiável. Como exemplo, ao subimos em uma balança, 
identificamos o nosso peso corporal. Se descemos e subimos novamente na mesma 
balança, espera-se que o peso seja o mesmo ou que apresente pequenas variações 
não significativas. Caso isso ocorra, então o teste é considerado fidedigno ou 
confiável. 
Objetividade ou reprodutibilidade diz respeito à consistência dos resultados 
independendo da atuação do avaliador. Quando o teste é aplicado nos mesmos 
indivíduos, por avaliadores diferentes, e, ainda assim, apresenta os mesmos 
resultados, diz-se que possui objetividade. Como exemplo, suponhamos que você 
tenha aferido as medidas de dobras cutâneas de alguém, pouco tempo na sequência, 
um colega realiza o mesmo procedimento. Se ambos chegarem aos mesmos 
resultados, o que se espera nesse teste, afirmamos que o teste é objetivo ou 
reprodutível. 
Além desses fatores, também deve ser levada em consideração a 
padronização de instruções para o teste. Essas informações devem seguir protocolos 
específicos e detalhados, que orientam as condições de realização dos testes, os 
locais em que ele pode ser aplicado, as vestes dos avaliados, os meios para 
motivação, os cuidados a serem tomados e os erros comuns que devem ser evitados 
(GUEDES; GUEDES, 2006). 
 
8.4.2 Organização e administração dos testes 
Uma boa avaliação requer que o avaliador esteja atento às especificidades e 
particularidades de alguns fatores que podem vir a interferir na realização de um teste 
ou na avaliação dos seus resultados. A seguir, Charro e colaboradores (2010) 
apontam alguns desses fatores. 
 Procedimento do avaliador: o avaliador deve possuir conhecimento sobre os 
propósitos dos testes e de seus detalhes técnicos para aplicação, assumindo 
as padronizações. Além de conhecer o teste em questão, é necessário que 
possua conhecimentos sobre o que será avaliado, como, por exemplo, no caso 
da avaliação antropométrica, os conhecimentos de anatomia. 
 Informação do avaliado: o sujeito avaliado deve conhecer previamente o 
processo de medida e apresentar motivação e disposição para realizá-lo, sendo 
possível obter os melhores resultados. O avaliado deve ser informado sobre o 
intervalo entre a última refeição e o teste, o uso das vestimentas adequadas 
para realizá-lo, além de ficar ao menos 72 horas sem realizar esforço físico 
quando submetido a avaliações de esforço máximo ou submáximo. 
 Local: o local deve possuir condições adequadas de espaços, luz, som, 
temperatura, vento, condições de solo, segurança e trânsito de pessoal. Alguns 
protocolos exigem, além desses fatores, paredes sem cores, que ofereçam 
estímulos que retirem a concentração dos avaliados durante a realização do 
teste. 
 Horário: o teste e o re-teste devem ser realizados no mesmo período do dia e, 
preferencialmente, no mesmo horário, para que sejam evitadas as 
interferências por alterações posturais ou de cansaço e ocorridas pela ação de 
hormônios. É preciso considerar os ritmos de secreção circadiano (relativo ao 
ritmo biológico no período de 24 horas e que está relacionado a fatores como 
luz solar e temperatura) e ultradiano (relativo a mudanças repetitivas que 
ocorrem em período de até 20 horas, com a mudança na frequência de 
batimentos cardíacos). 
 Vestimenta: a vestimenta deve ser condizente com o teste a ser realizado. O 
ideal é o uso de calção, camiseta, meias e tênis com solado adequado, além 
de biquínis e sungas, quando for o caso. 
 Instrumental: os instrumentos de medida que serão utilizados no teste devem 
ser escolhidos cuidadosamente, optando-se por aquele que apresenta melhor 
precisão. Eles devem ser utilizados com cuidado e armazenados nos locais 
adequados. O mau uso pode afetar a precisão ou comprometer a sua utilização 
por tempo prolongado (MARINS; GIANNICHI, 2007). 
 Calibração: ainda que todo cuidado seja considerado, é comum que, com o 
passar do tempo, os equipamentos percam a sua calibração. Por isso, é 
aconselhável que sua aferição seja realizada periodicamente ou, no caso de 
ser impossível este procedimento, deve ser efetuada a troca do equipamento. 
Geralmente, os próprios fabricantes indicam o período de aferição ou troca, o 
que deve ocorrer entre 6 meses e um ano. 
 Mecanismos de aplicação: existem muitos fatores que influenciam a 
aplicação do teste, como, por exemplo, o número de avaliados, o número 
necessário de avaliadores, a demonstração, a ordem dos testes, a duração da 
avaliação e a coleta de dados. Quanto a essas variáveis, o avaliador deve se 
precaver para que o procedimento não seja interrompido durante a sua 
realização. 
 
8.4.3 Precisão de medidas 
A precisão das medidas é de fundamental importância para uma avaliação ou 
teste. Uma medida imprecisa pode comprometer os resultados e, por consequência, 
os objetivos que o teste propõe. Primeiramente, a precisão depende da exatidão de 
instrumentos e, em seguida, da aplicação por parte dos avaliadores. Os erros podem 
ser classificados em erros de medida ou erros sistemáticos (MARINS; GIANNICHI, 
2007). 
Os erros de medida dizem respeito ao equipamento, ao medidor ou à 
administração do teste. A seguir, alguns tipos de erros: 
 Erro de equipamento: quando a utilização do equipamento não é adequada 
ao que se propõe aferir ou o equipamento não está calibrado corretamente. 
 Erro do medidor: quando o avaliador erra ou não consegue efetuar uma 
leitura. 
 Erro de administração: quando o procedimento para a aplicação e realização 
do teste está equivocado. 
Os erros sistemáticos são aqueles relacionados às diferenças biológicas e 
ambientais, como aquelas relacionadas à estatura, à força, à flexibilidade ou à postura 
— variáveis essas que se modificam conforme o horário do dia. A tabela 2, a seguir, 
apresenta algumas das variáveis e as implicações que podem ser provocadas em 
relação à dimensão testada.Tabela 2 - Variáveis de desempenho que podem provocar erros sistemáticos 
Variável Implicação 
Psíquica 
Ansiedade; Motivação; Inteligência; 
Personalidade. 
Metabólica 
Sistema aeróbico; Sistema 
anaeróbico. 
Neuromuscular 
Força; Resistência; Velocidade; 
Flexibilidade; Coordenação. 
Cineantropométrica 
Composição corporal; Somatótipo; 
Proporcionalidade; Crescimento e 
desenvolvimento. 
Fonte: Adaptado de Guedes e Guedes (2006). 
 
 Como você pode identificar, os erros sistemáticos estão relacionados a fatores 
referentes ao avaliado e ao ambiente em que o teste será realizado. Por exemplo, é 
possível que um trabalhador que executa atividades exaustivas durante a sua jornada 
de trabalho obtenha resultados superiores pela manhã, quando ainda não começou a 
sua jornada laboral, do que pela noite, após o período exaustivo. O mesmo ocorre 
com sujeitos que possuem variação de humor, que utilizam medicamentos que 
alterem os sistemas ou pelos fatos ocorridos em sua vida particular. Por esse motivo, 
a preparação do avaliado pelo avaliador deve sempre ocorrer em conjunto, de modo 
que seja possível identificar o melhor momento para a realização do teste e reduzir, 
assim, a possibilidade de erros sistemáticos. 
Dessa forma, é possível compreender que a avaliação física é um processo 
complexo, que exige do profissional de educação física saberes técnicos que vão 
desde a compreensão de conceitos até os aspectos procedimentais que envolvem a 
aplicação de um teste. Seja qual for o ambiente em que desenvolve o seu trabalho, o 
profissional de educação física deve estar pronto para realizar a avaliação física, 
apontando caminhos para que os sujeitos com quem trabalha alcancem seus 
objetivos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
CHARRO, M. A. et al. Manual de avaliação física. São Paulo: Phorte, 2010. 
FUNDAÇÃO VALE. Caderno de referência do esporte: avaliação física. Brasília: 
Fundação Vale, 2013. (Cadernos de referência de esporte, v. 11). 
GUEDES, D. P.; GUEDES; J. E. R. P. Manual prático para avaliação física. Barueri: 
Manole, 2006. 
MARINS, J. C. B.; GIANNICHI, R. S. Avaliação e prescrição da atividade física: 
guia prático. 3. ed. Rio de Janeiro: Shape, 2007. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
	8 AVALIAÇÃO FÍSICA
	8.1 Objetivos das medidas e avaliações em educação física
	8.2 Tipos de avaliação
	8.3 Medida, avaliação e teste
	8.3.1 Teste
	8.3.2 Medida
	8.3.3 Avaliação
	8.4 Princípios da avaliação física
	8.4.1 Critério de seleção de testes
	8.4.2 Organização e administração dos testes
	8.4.3 Precisão de medidas

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