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Episódio - Jornalismo de Massa no século XX


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INTRODUÇÃO AO 
JORNALISMO 
Guaracy Carlos
 
Jornalismo de massa 
no século XX
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
 � Definir sociedade de massa. 
 � Apontar o surgimento e narrar sobre o desenvolvimento do jornalismo 
empresarial.
 � Sintetizar a história do jornalismo de massa no Brasil.
Introdução
Com a estruturação do jornalismo como negócio e o crescimento da 
imprensa, há o aumento de sua participação como espaço de discussão. 
E também na formação da opinião pública. Dessa forma, estabelece-se 
o cenário para o surgimento do jornalismo de massa.
Neste capítulo, vamos ver como se dá a relação entre o jornalismo e 
a sociedade de massa, e como acontece o vertiginoso crescimento do 
jornalismo de massa nos Estados Unidos, percebido nas figuras de William 
Randolph Hearst e Joseph Pulitzer. Também iremos compreender como 
se deu o surgimento do New Journalism na década de 1950, e os reflexos 
de tudo isso no Brasil. 
Sociedade de massa
Com a imprensa estabelecida no final século XVIII, e o espaço público con-
quistado, configuram-se os elementos que nos permitem falar da constituição 
de uma sociedade de massa. É a partir do século XIX, com a industrialização 
que surge a civilização industrial, mais tarde classificada pelos estudiosos 
como sociedade de massa.
A industrialização trouxe transformações para todas as áreas da socie-
dade. De acordo com Caldas (1986, p. 11), as conquistas oriundas dessa 
revolução ocorreram no plano econômico, “na mecanização da indústria e 
da agricultura; uso da força motriz para o aumento da produção industrial; 
desenvolvimento do sistema fabril; aperfeiçoamento do transporte e das 
comunicações”. A população sentiu-se atraída pelo conforto proporcionado 
por este “fenômeno”. Houve uma grande migração para os centros urbanos. 
Esse aglomerado de pessoas, em sua maioria vivendo em condições de 
vida subumanas, gerou uma enorme massa de indivíduos sem ordenação 
e heterogênea. 
É ainda no século XIX que se estabelece a comunicação de massa, originária 
das tecnologias de comunicação, do processo de industrialização, da produção 
e da distribuição de mensagens culturais para o público formador da massa 
social. Tudo isso com o objetivo de informar, educar, entreter ou persuadir, 
viabilizando a inclusão individual e coletiva na realização do bem-estar da 
comunidade.
A expansão do jornalismo de massa
No cenário da história da comunicação, o jornalismo ganhou destaque com a 
imprensa já consolidada no século XIX – embora só no século XX tenha se 
articulado, com o surgimento de novos e modernos meios de comunicação, 
como o rádio e a televisão. No século XIX teve início a comercialização 
do jornalismo como conhecemos hoje – informação no formato de notícia 
e produto
Embora as transformações no campo do jornalismo tenham ocorrido con-
tinuamente ao longo dos tempos, as características e os valores da atividade 
jornalística não mudaram. Desde o início, suas marcas mantêm-se as mesmas: 
a notícia, a busca pela verdade, a independência, a objetividade e a prestação 
de serviço. A ideia de que o jornalismo promove informação e não propaganda 
transformou a notícia em um produto baseado em fatos e não em opiniões. 
Desde então a informação passou a ser tratada como mercadoria e ganhou 
grande visibilidade no final do século XIXm nos Estados Unidos, com o 
jornalismo sensacionalista, chamado de yellow press ou imprensa marrom, 
no Brasil. 
Jornalismo de massa no século XX2
Jornalismo amarelo ou jornalismo sensacionalista é o nome dado a abordagens exa-
geradas e chocantes com o objetivo de chamar a atenção e aumentar a audiência ou a 
circulação da notícia. Geralmente envolvem pouca pesquisa, podendo conter distorções 
ou até mesmo ser inventadas. Neste tipo de jornalismo são comuns aproximações 
insensíveis, com grande apelo emotivo, polêmicas, manchetes atraentes e, por vezes, 
imagens enganosas. O jornalismo sensacionalista é construído de forma a obter forte 
apelo popular e não está preocupado com ética. O termo imprensa marrom teve 
origem na expressão yellow press (jornalismo amarelo), decorrente da disputa por 
leitores) entre os jornais New York World e New York Morning Journal. Estes entraram em 
“guerra” para ter em suas páginas a primeira tira de história em quadrinhos, chamada 
The Yellow Kid. O amarelo do tão cobiçado personagem acabou virando sinônimo do 
jornalismo sensacionalista.
No Brasil, a expressão teve sua cor alterada para “marrom” pelo chefe de reportagem 
do jornal carioca Diário da Noite, Calazans Fernandes. Ao tomar conhecimento da 
manchete da revista Escândalo que dizia “Imprensa amarela leva cineasta ao suicídio”, 
achou o amarelo uma cor amena demais para o caráter trágico da notícia e sugeriu 
trocá-la pelo marrom.
Fonte: Outcault (1897). 
3Jornalismo de massa no século XX
Com sua expansão vertiginosa, o jornalismo transformou-se em negócio 
lucrativo e rentável, conquistando independência econômica em relação aos 
subsídios políticos que dominavam a imprensa em seus primórdios. Segundo 
Traquina (2005), no final do século XIX o jornalismo era cada vez mais 
essencial como veículo para a publicidade. Não há dúvidas de que o impacto 
tecnológico ocorrido no século XIX marcou toda a história do jornalismo ao 
longo dos séculos que se seguiram. 
Seria principalmente nas últimas décadas do século XIX, surpreendida pela 
turbulência das transformações sociais, que a cultura letrada e a imprensa 
começariam decididamente a avançar para além das elites tradicionais. Nessa 
época, em ritmo acelerado, no compasso de um modo de vida que exporta 
capital e invadem rapidamente inúmeros espaços do planeta, a história da 
formação das metrópoles brasileiras multiplica o tempo e a experiência social 
(CRUZ, 2000, p. 42).
Não podemos deixar de ressaltar que a expansão da imprensa, no final 
do século XIX e início do XX, foram alavancados pela liberdade por meio 
da conquista dos direitos fundamentais e da democracia como nova forma 
de governo. Foi nesse período que o jornalismo de massa ganhou destaque, 
pois, como destaca Sodré (1999), os jornais passam a ser reconhecidos como 
um meio de denunciar as mazelas e as injustiças sociais. Assim, o jornalismo 
passou a ser um adepto da democracia e, a partir de então, foi classificado 
como o Quarto Poder. 
A base do jornalismo de massa parte do pressuposto que é plausível transmitir uma 
mesma notícia para uma grande massa de pessoas, heterogênea e dispersiva, sempre 
mediada pelos jornalistas. Por sua vez, estes definem quais acontecimentos serão 
noticiados e por quais meios os fatos merecem ser levados à notoriedade. Neste tipo 
de jornalismo, as notícias, como o próprio nome sugere, possuem uma função massiva.
Com a evolução do jornalismo, os meios de comunicação passaram a buscar 
notícias em proporções cada vez maiores. As empresas jornalísticas cresceram 
abruptamente e passaram a ofertar mais oportunidades de emprego. A atividade 
Jornalismo de massa no século XX4
jornalística ganhou destaque, o profissional assumiu maior responsabilidade 
e prestígio. O jornalismo tornou-se uma profissão em ascensão.
O século XX foi, sem dúvida, o mais intenso que a humanidade viveu. 
Embora tenha sido um período historiograficamente curto – pois as grandes 
transformações ocorreram entre 1914 e 1989 (espaço de tempo em que ocor-
reram as guerras mundiais e a queda do Muro de Berlim) –, também foi um 
momento muitas mudanças para a humanidade atravessou.
O New Journalism: a evolução do jornalismo 
nos EUA
No final do século XIX, os Estados Unidos figuravam entre os países com 
alto índice de industrialização e economia próspera. A imprensa americana 
chegou ao grande público e, para isso, contribuíram algumas invenções, 
como o telégrafo, que substituiu o uso dos pombos-correios e dinamizou a 
circulação das notícias, e a máquina de linotipo, responsável por eliminar o 
processo de composição manual, além depossibilitar tiragens mais rápidas 
e numerosas. A concorrência entre os jornais tornou-se intensa e a disputa 
por leitores, acirrada. 
Em 1835, o escocês James Gordon Bennett fundou o New York Herald e 
adaptou-o ao apressado ritmo de vida do leitor americano, que tinha pou-
co tempo para ler e sentia-se atraído pelo aspecto sensacional das notícias. 
Priorizou a rapidez da informação, montando colunas de notícias telegráficas 
(LIMA, 1989, p. 64).
O imigrante húngaro Joseph Pulitzer deu grande impulso ao jornalismo nos 
Estados Unidos. Em 1883, comprou o New Work World e procurou chamar a 
atenção dos leitores com grandes manchetes, artigos sensacionalistas e com 
numerosas ilustrações. Dessa maneira, definiu o padrão do jornal moderno 
Na época, Joseph Pulitzer era reconhecido como um poderoso jornalista. Seu 
concorrente era William Randolph Hearst, importante empresário americano 
que comprou o New York Morning. A disputa entre Joseph Pulitzer e William 
Randolph levou à popularização da imprensa e a novidades, como as publica-
ções de comics nos jornais. “Os exemplares de domingo, com seus suplementos 
especiais, tornaram-se o principal campo de batalha e apresentavam uma 
variedade tão grande de assuntos que se tornava quase impossível ao leitor 
não encontrar algo de seu interesse” (LIMA, 1989, p. 65).
5Jornalismo de massa no século XX
William Randolph Hearst construiu um dos primeiros impérios da história do jornalismo 
americano fazendo balançar o influente Joseph Pulitzer. William Randolph usou seu 
império em benefício próprio e, no final do século XIX e início do XX, fez nascer o 
“jornalismo amarelo”, dirigido às classes trabalhadoras e apostando no sensacionalismo. 
Com sua forte influência e com a máquina de propaganda própria, William Randolph 
foi eleito por um importante partido político dos EUA, o Democrata, e acabou por 
assumir alguns cargos políticos. Também foi responsável por empurrar o país para 
uma guerra com a Espanha, o que foi um importante estímulo para o expansionismo 
americano.
Quando comprou o New York World, em 1883, Joseph Pulitzer era visto como um 
editor agressivo e inteligente. Ele tornou o jornal divertido e acrescentou concursos e 
jogos em suas publicações. A busca por uma nova forma de se fazer jornalismo teve 
início com Joseph Pulitzer, ao produzir reportagens investigativas, em que combatia 
a corrupção política e também se aproximava da população de baixa renda, operários 
e imigrantes. Foi o primeiro a recorrer à publicidade para conquistar independência 
financeira e não depender mais dos partidos políticos. Em apenas dois anos tornou-
-se o jornal de maior circulação dos Estados Unidos. Apesar de sua popularidade, foi 
criticado por praticar o jornalismo amarelo e por apresentar conteúdo considerado 
sensacionalista.
Nos Estados Unidos, o New Journalism consolidou-se na década de 1960. 
A nova forma de fazer jornalismo dividiu as redações americanas ao meio 
para mostrar, particularmente, o contraste dos aspectos socioculturais do país. 
De um lado ficavam os jornalistas que produziam matérias factuais, do dia 
a dia. No outro extremo apareciam os jornalistas do chamado “feature” – as 
matérias de interesse humano –, e que eram habitualmente conhecidas como 
“matérias frias”. Neste cenário, enquanto os jornalistas que se dedicavam às 
matérias factuais competiam entre si pelo ineditismo, à busca pelo furo de 
reportagem, os jornalistas de feature desfrutavam de certa liberdade para 
experimentações de natureza literária. Entre os profissionais e veículos da 
época não havia unanimidade em torno do movimento do New Journalism. 
Truman Capote (1924–1984) tornou o New Journalism reconhecido. Em seu 
livro A Sangue Frio, o ficcionista relata o brutal assassinato de uma família na 
cidade de Holcomb, no Estado do Kansas, nos Estados Unidos. A construção 
cena a cena e o diálogo tornaram-se os recursos narrativos mais utilizados nas 
redações. Romancistas e redatores apropriaram-se dessas receitas. Os diálogos 
realistas passaram a envolver o leitor muito mais do que outros meios. Por outro 
lado, as pessoas tinham dificuldade em acreditar que os diálogos reproduzidos 
Jornalismo de massa no século XX6
não eram reais, devido à precisão dos fatos e acontecimentos, pois achavam 
que tal exatidão só poderia ser obtida com recursos ficcionais. Isso fez com 
que os novos jornalistas fossem acusados de compor cenas e personagens.
Na história do jornalismo nos Estados Unidos dedica-se a Truman Capote 
o título de fundador da “nova forma de analisar o cotidiano”. Seu jornalismo 
mostrou ser possível humanizar a realidade, pela contextualização dos fatos. 
Tratando-se do novo jornalismo americano, outro nome tem destaque – Tom 
Wolfe, escritor que respira o frenesi do recente gênero. Em sua obra Radical 
Chique, Wolfe mistura jornalismo e literatura, ao entrar em uma cobertura 
duplex da alta sociedade nova-iorquina de maneira satírica e envolvente, 
permitindo que o leitor também participe da reunião. A narrativa mostra 
as tensões entre os socialites e o Partido dos Panteras Negras. Assim como 
Truman Capote, Tom Wolfe mistura elementos da ficção com realidade. Nesse 
livro, o repórter atua não apenas como observador do fato, mas também age 
como uma espécie de coparticipante.
A consolidação do New Journalism ganhou destaque com as obras de Truman Capote 
e Tom Wolfe, Gay Talese, Norman Mailer, Lillian Ross, Jimmy Breslin e John Sack. Esse 
gênero esgotou-se no final da década de 1970, mas deixou raízes profundas para a 
construção do chamado “jornalismo literário”. 
O jornalismo de massa no Brasil 
No Brasil, a urbanização e a industrialização demoraram em chegar. A grande 
imprensa despontou às vésperas do século XX e caminhou a passos lentos, 
acompanhando o ritmo do desenvolvimento socioeconômico do país. Com 
a República já estabelecida a imprensa aproximou mais sua organização 
à de uma grande empresa, modernizou-se, comprando novas máquinas, e 
abandonou as oficinas gráficas dos armazéns. “Os centros urbanos maiores 
como São Paulo, Rio de Janeiro, Recife, Porto Alegre, apresentavam já jornais 
com características empresariais; alguns haviam sido fundados na época do 
Império” (LIMA, 1989, p. 65).
7Jornalismo de massa no século XX
Entre os jornais modernos da época estavam o Jornal do Commercio (1827), 
a Gazeta de Notícias (1875) e o Jornal do Brasil (1891), no Rio de Janeiro; 
o Correio Paulistano (1854), e O Estado de S. Paulo (1875), em São Paulo; 
o Diário de Pernambuco (1825), no Recife; e o Correio do Povo (1895) e A 
Federação (1884), no Rio Grande do Sul. Esses jornais quebravam as colunas 
de textos com manchetes, ilustrações e caricaturas. Não existia preocupação 
com a estética, e a padronização era incomum. Sem acompanhar os “novos 
tempos” do jornalismo, os jornais regionais ainda sobreviviam nas cidades 
menores de forma artesanal e ingênua. Já os jornais panfletários, anarquistas 
e socialistas resistiam nos centros maiores. Segundo Lima (1989), apesar das 
tímidas transformações no campo do jornalismo, os grandes jornais não se 
afastaram da antiga tradição política da imprensa brasileira. Além dos peri-
ódicos, faziam sucesso entre o público as revistas, em destaque a Revista da 
Semana (1900) e O Malho (1902), uma das mais críticas da época. 
As grandes questões da Primeira República, como a sucessão presidencial, 
revoltas e golpes, chegaram ao público por intermédio da ótica dos jornais. O 
acesso ao público dava à imprensa mais peso no rumo dos acontecimentos. 
“Em certos momentos na Primeira República, a mobilização da imprensa 
em torno de questões políticas era maior, principalmente, nos períodos que 
antecediam às sucessões presidenciais” (LIMA, 1989, p. 66).
No governo de Getúlio Vargas o jornalismo passou por grande transfor-
mação. Nesse período, a imprensa sofreu forte repressão, principalmente os 
veículos opositores ao presidente. De acordo com Lima (1989), a situação da 
imprensa brasileiraagravou-se após 1935, quando o governo votou o Estado 
de Sítio e a censura à imprensa. Em 1937, o legislativo foi fechado e foi 
instaurada a ditadura.
A imprensa brasileira e os meios de comunicação em geral viveram dias 
negros. Foi criado o Departamento de Imprensa e Propaganda, auxiliado nos 
estados pelos Departamentos Estaduais de Imprensa. Controlavam tudo que 
era levado a público, através da imprensa, rádio, artes (LIMA, 1989, p. 69).
O término da guerra trouxe o fim do Estado Novo. O País democratizou-se 
e, em 1946, foi votada a nova Constituição. Novos tempos, nova imprensa. 
As publicações isoladas não conseguiam mais sobreviver. A tendência era a 
formação de grandes empresas, com muito capital, que englobavam vários 
jornais e revistas. Às vezes incorporavam até outros meios de comunicação 
Jornalismo de massa no século XX8
como o rádio e a televisão. A partir do século XX, a imprensa brasileira 
encontra-se plenamente industrializada, conquistou acesso ao grande público, 
mas perdeu autonomia.
Assim como nos Estados Unidos, o Brasil fez uso das imagens para conquis-
tar leitores. A imprensa brasileira observou a nova tendência, e as ilustrações 
ganharam espaço. Não só na publicidade, mas no próprio jornal, em que os 
comics também se destacaram no Brasil.
Em se tratando do New Journalism no Brasil, o maior representante deste 
gênero foi a revista Realidade, publicação lançada em 1966. Seguindo a prin-
cipal característica do Novo Jornalismo, a revista traçava uma espécie de 
mapa da realidade contemporânea. O sucesso da revista foi tão grande que 
sua tiragem dobrou de cerca de 250 mil exemplares para 505 mil em um ano. 
O mundo, e principalmente o Brasil, eram desvendados de forma multiface-
tada. Sua principal preocupação era com o contexto e a situação em torno do 
acontecimento.
Por ser uma publicação mensal, o tempo de apuração tirava o cará-
ter imediatista e livrava os profissionais da revista do círculo vicioso e 
imediatista dos jornais. O jornalista mergulhava no assunto e, por vezes, 
confundia-se com o novo universo de abordagem. Uma das principais ca-
racterísticas da revista Realidade era que as matérias não focavam apenas 
os intelectuais, nem primavam só pela razão, mas também pelo emocional. 
Ou seja, tinham um pouco da essência iniciada com o New Journalism. 
Além disso, o texto era solto, o que fugia das fórmulas tradicionais do 
jornalismo diário da época. Dessa maneira, os textos eram customizados 
e permitiam o uso diversificado de técnicas literárias, de acordo com o 
efeito desejado. 
Entre os expoentes do New Journalism no Brasil estão José Hamilton Ribeiro, Rubem 
Braga, Zuenir Ventura, Domingos Meirelles, Ricardo Kotscho, Roberto Freire, Marcos 
Faerman, Audálio Dantas, Plínio Marcos e Luiz Fernando Mercadante.
9Jornalismo de massa no século XX
1. Conforme apresentado 
nesta unidade, qual dos 
itens abaixo melhor define 
a sociedade de massa?
a) Sociedade em que se 
articulam os meios produtivos 
voltados para grandes 
massas consumidoras.
b) Sociedade em que todos têm 
acessos iguais a produtos 
produzidos em massa.
c) Sociedade em que a população 
participa do meio político e 
da vida cultural por meio da 
comunicação de massa.
d) Sociedade em que cultura e 
política são geradas pelos meios 
de comunicação de massa.
e) Sociedade em que política 
e cultura são produzidas 
pelas massas.
2. Os termos yellow press (EUA) e 
imprensa marrom (Brasil) são 
usados para descrever um tipo de 
jornalismo caracterizado por:
a) narrativa que captura a atenção.
b) abordagens exageradas 
e chocantes.
c) formato seriado.
d) figuração do repórter 
na narrativa.
e) relato isento dos fatos.
3. Empresário americano do ramo 
de editoras que criou uma 
enorme rede de jornais, comprou 
o The New York Journal e é 
considerado o “pai” da imprensa 
marrom. Estamos falando de:
a) Joseph Pulitzer.
b) Truman Capote.
c) Tom Wolfe.
d) William Randolph Hearst.
e) Gay Talese.
4. Publicação considerada como maior 
representante do New Journalism no 
Brasil. Estamos falando de: 
a) Jornal do Brasil.
b) Revista Realidade.
c) O Malho.
d) Gazeta de Notícias.
e) Revista da Semana.
5. Considerada como um marco do 
New Journalism, a obra A Sangue 
Frio, escrita por Truman Capote 
em 1966, destacou-se por:
a) articulação dos fatos com 
a opinião pública.
b) abordagem exagerada 
e chocante.
c) pesada crítica a 
sociedade de massa.
d) defesa da liberdade de expressão.
e) fatos reais narrados com 
técnicas de romance.
Jornalismo de massa no século XX10
CALDAS, W. Cultura de massa e política de comunicações. São Paulo: Global, 1986.
CRUZ, H. F. São Paulo em Papel e Tinta: periodismo e vida urbana –1890-1915. São 
Paulo: Arquivo do Estado de São Paulo, 2000.
LIMA, S. L. L. História & Comunicação. São Paulo: Eart, 1989.
OUTCAULT, R. F. The Yellow Kid. Wikimedia Commons, San Francisco, 1897. Disponí-
vel em: <https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/a/a8/YellowKid.jpeg>. 
Acesso em: 06 dez. 2017.
SODRÉ, N. W. História da Imprensa no Brasil. 4. ed. Rio de Janeiro: Mauad, 1999.
TRAQUINA, N. Teorias do Jornalismo: porque as notícias são como são. 2. ed. Floria-
nópolis: Insular. 2005. v. 1.
Leituras recomendadas
ANGRIMANI, D. Espreme que sai sangue: um estudo do sensacionalismo na imprensa. 
São Paulo: Summus, 1995.
BELTRÃO, L.; QUIRINO, N. O. Subsídios para uma teoria de comunicação de massa. São 
Paulo: Summus, 1986.
RIBEIRO, B. Jornal do Brasil: história e memória. São Paulo: Record, 2015.
RIBEIRO, J. H. O Repórter do Século. São Paulo: Geração Editorial. 2006.
SILVA, C. E. L. O Adiantado da Hora: a influência americana sobre o jornalismo brasileiro. 
São Paulo: Summus, 1991. 
WEISE, A. F. Jornalismo Literário: análise de reportagens de José Hamilton Ribeiro na 
revista Realidade. Revista Anagrama, São Paulo, v. 6, n. 3, mar./maio 2013. Disponível em: 
<https://www.revistas.usp.br/anagrama/article/view/52396>. Acesso em: 06 dez. 2017. 
11Jornalismo de massa no século XX
https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/a/a8/YellowKid.jpeg
https://www.revistas.usp.br/anagrama/article/view/52396
Encerra aqui o trecho do livro disponibilizado para 
esta Unidade de Aprendizagem. Na Biblioteca Virtual 
da Instituição, você encontra a obra na íntegra.
 
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