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L A Y A N E S I L V A Sedação A sedação ocorre quando é utilizada alguma medicação para poder alterar a consciência do paciente, sendo que a consciência consiste em compreender a sua influência no meio e a influência do meio em si - além disso, também há interferência no grau de orientação e na atenção. Assim, é um estado de depressão do nível de consciência induzido por drogas, em diferentes níveis de intensidade, cujo resultado varia de leve tranqüilidade até a inconsciência de acordo com doses administradas e respostas individuais. ALTERAÇÕES FISIOLÓGICAS DA CONSCIÊNCIA (1) o sonho é uma fase do sono que, diferentemente da fase REM, não está associado ao descanso, mas é um estado de alteração da consciência fisiológico e de extrema importância; (2) a hipnose consiste na indução do sono, na qual há perda transitória e fisiológica da capacidade de julgamento, pode ser uma fase curta ou longa - em graduações maiores pode haver um impacto na qualidade de vida, sendo considerada uma patologia; (3) o cansaço, principalmente quando relacionado à hipnose, também causa alteração do nível de consciência - quando atrapalha a qualidade de vida do paciente, compreende um transtorno, como burnout ou estafo mental. ALTERAÇÕES NÃO FISIOLÓGICAS DA CONSCIÊNCIA Inclui distúrbios que têm uma dificuldade específica quanto à orientação, atenção e nível de consciência. São eles: estreitamento (confusão da percepção; epilepsia e histeria), entorpecimento (diminuição ou perda da lucidez ou vigília; febre, AVC, TCE) e obnubilação (diminuição da lucidez associado ao conteúdo anormal da consciência; delirium). Por exemplo, na histeria, o paciente pode ouvir algum som e firmemente acreditar em uma interpretação exagerada daquele som (p. ex.: ouvir fogos de artifício e acreditar que se trata de uma guerra) - isto compreende um distúrbio na qualificação da interação com o ambiente. S E Q U Ê N C I A R Á P I D A D E I N T U B A Ç Ã O Na sequência rápida de intubação, a escolha do sedativo irá depender diretamente dos efeitos colaterais que a medicação irá causar no paciente - seguindo a ordem de analgesia, sedação e bloqueador neuromuscular (sempre que possível). Até 2017 preconizava-se que o uso do bloqueador neuromuscular era apenas necessário, mas isto foi alterado para sempre que possível, visto que o BNM deve ser usado em diversas situações. Quanto à analgesia, o analgésico de escolha na IOT é o Fentanil, que é o analgésico mais potente pois a manipulação traqueal é a dor mais forte que o indivíduo pode sentir. Assim, de forma geral, sempre que o paciente for sedado existe um objetivo, entre eles os principais são: Inadaptação à ventilação mecânica Tratamento da hipertensão intracraniana Agitação psicomotora grave Tranquilidade e conforto Regularidade de sono Em alguns casos, o paciente está agitado e desconfortável e, ao receber Dipirona, ele melhora a respiração e a agitação, pois, apesar de não ser um sedativo, a Dipirona tem como efeito colateral a sedação. Do mesmo modo que a sedação pode ser feita ao oferecer uma medicação apenas para permitir que ele durma bem para regularizar o sono. Assim, diversas drogas, além dos sedativos, podem promover a sedação tais como: Dipirona/Paracetamol, AINES, opióides, Precedex/Atensina e relaxantes musculares. Situação 1: paciente sofreu um TCE, Glasgow 6, TA 78 x 44, portador de ICC; Nesse caso, o paciente está hipotenso e tem uma disfunção de ventrículo por um problema cardíaco, além de ter sofrido um TCE e estar com rebaixamento do nível de consciência - portanto, ele tem indicação clara de intubação, visto que o trauma não é uma causa imediatamente reversível. Situação 2: paciente com insuficiência respiratória aguda, SO2 81%, MNR (máscara não reinalante) 15 L/min, cursando com broncoespasmo; Situação 3: paciente com EAP refratário, TA 224x138; Situação 4: paciente encaminhado para cirurgia eletiva sob anestesia geral. Situação 5: paciente em TV (taquicardia ventricular), FC 280, instável, acordado; Situação 6: paciente em VM em programa de desmame, cursando com TAG e agitação. I N D I C A Ç Ã O E O B J E T I V O S Quanto à sedação, existem algumas opções de drogas sedativas mas não necessariamente será administrado uma droga sedativa para o paciente. Portanto, a sedação farmacológica depende do objetivo, que pode ser anestesiar, analgesiar para reduzir a agitação, interromper um surto psicótico, retirar a ansiedade ou até mesmo controlar a fase REM do sono. A N T E S D E S E D A R Antes de sedar deve-se avaliar o paciente principalmente através da monitoração para identificar motivos reversíveis, tais como: Hipoxemia, hipoglicemia, hipotensão, dor, abstinência de álcool ou drogas; Imobilização, privação de sono, desconforto ventilatório, hipercarbia, uremia, distúrbios eletrolíticos, acidose ou infecção; Manifestação da disfunção orgânica neurológica associada à sepse. Se por exemplo o paciente chega à emergência com Glasgow de 7 em coma alcoólico não é necessário sedar e intubar, basta fornecer soro glicosado e soro de hidratação. Portanto, é necessário identificar causas básicas, principalmente se forem imediatamente reversíveis, que podem ter causado o rebaixamento do nível de consciência - por isso, sempre monitorizar o paciente antes. C L A S S I F I C A Ç Ã O Primeiro estado de sedação consiste em retirar a ansiedade do paciente, permitindo um estado de tranqüilidade e calma induzido por drogas, durante a qual, o paciente A N S I Ó L I S E L A Y A N E S I L V A responde normalmente aos comandos verbais. Esse estado não necessariamente precisa ser induzido por um sedativo, objetivo de retirar a ansiedade pode ser atingido por meio do uso de um relaxante muscular ou até mesmo por meio de uma conversa com o médico - portanto, a sedação não está diretamente relacionada com a droga utilizada, mas sim com efeito desejado. Nesse estado, as funções cognitivas e de coordenação podem estar comprometidas, mas as funções cardiovascular e ventilatória estão preservadas. Atenção! Lembrando que não existe o termo sedação leve - o primeiro estado de sedação é a ansiólise! Depressão na qual o paciente desperta intencionalmente a um comando verbal/leve estímulo tátil - ou seja, consiste em um estado de sonolência maior, geralmente induzido em pacientes com agitação psicomotora. Nesse estado há via aérea permeável e ventilação adequada, bem como a função cardiovascular está preservada. Os reflexos de retirada aos estímulos dolorosos não são válidos como resposta esperada. S E D A Ç Ã O M O D E R A D A Depressão na qual o paciente não acorda facilmente, porém responde aos estímulos dolorosos repetidos - nesse caso, o paciente interage por pouquíssimo tempo e volta a um estado de sonolência. Nesse estado, a função VE pode estar comprometida, já a função cardiovascular freqüentemente fica preservada. Os reflexos de retirada aos estímulos dolorosos não são válidos como resposta esperada. S E D A Ç Ã O P R O F U N D A Depressão no qual o paciente não é despertado, mesmo por estímulos dolorosos, é o estado mais alto de sedação, usado em pacientes que serão submetidos a cirurgia e consequentemente serão intubados. Nesse estado, a ventilação fica comprometida, exigindo ventilação manual por pressão positiva, e a função cardiovascular pode estar comprometida. A N E S T E S I A G E R A L Importante! Sempre que for utilizada qualquer droga que atua no sistema nervoso central, inicialmente é necessário analisar alguns fatores como: (1) comprometimento da função cognitiva e de coordenação, e (2) comprometimento da função cardiovascular e ventilatória. Sempre que uma droga atinge a função cardiovascular significa que ela pode aumentar ou reduzir a frequência cardíaca e a pressão arterial, assim como a função ventilatória, cuja alteração por algumas drogas mesmo em dose baixa pode exigir IOT. Portanto, os níveis de sedação são: ansiólise, sedação moderada, sedação profunda e anestesia geral - que podem ser mensuradas através de algumas escalas, como:ESCALA DE AGITAÇÃO-SEDAÇÃO DE RICHMOND (RASS) ESCALA DE RAMSAY ESCALA DE COMA DE GLASGOW P R I N C I P A I S S E D A T I V O S Também conhecido como Midazolam, é benzodiazepínico que tem atuação no receptor GABA, com excelente efeito anticonvulsivante, relaxante muscular e sedativo/hipnótico (ansiólise, promove sedação prolongada). No entanto, tem como efeito colateral a amnésia retrógrada, ou seja, o paciente esquece os eventos que aconteceram 30 minutos antes da administração da medicação. É uma droga que pode ou não ser usada na SRI a depender do profissional, mas não é a ideal, pois tem início de ação após 1 minuto e pico de ação após 4 minutos (efeito máximo) e duração de 1-4 horas. Portanto, para conseguir intubar o paciente sem lesionar a via aérea é necessário aguardar 4 minutos para o pico de ação da droga, caso contrário podem haver lesões (afonia, laringoespasmo, lesão do nervo laríngeo recorrente), que podem levar o paciente a necessitar de uma traqueostomia. A principal indicação de uso é cirurgia eletiva e, apesar de não ser a melhor droga, pode ser usada se crises convulsivas D O R M O N I D L A Y A N E S I L V A refratárias ao tratamento. Quanto à posologia para IOT deve ser usado 1-15 mg em bolus, diluído, e para manutenção utilizar a solução padrão. Portanto, é uma medicação hipercalórica, visto que na manutenção são utilizadas cerca de 03 ampolas/dia, totalizando 2100 kcal/dia - assim, seu uso deve estar associado a monitoração de TGO, TGP, bilirrubina e USG de fígado a cada 05 dias para monitorização do perfil lipídico - investigar função hepática e renal e afastar trombose hepática e esteatohepatite gordurosa. Síndrome da Infusão Rápida do Propofol EFEITOS ADVERSOS Em geral, quando o médico tenta intubar algumas vezes e são feitas doses repetidas de Dormonid pela perda do pico de ação, existem efeitos colaterais importantes como: Hipotensão A hipotensão causada pelo Dormonid/Midazolam é grave e pode evoluir para uma PCR, na qual o paciente não volta à circulação espontânea. Depressão respiratória, sobretudo se associado a opióides Em função disso, deve-se garantir a intubação do paciente o quanto antes para evitar queda na saturação - sendo contraindicado o uso em casos de insuficiência respiratória. Metabolismo prejudicado em insuficiência hepática ou renal Trata-se de uma droga com metabolismo hepático e renal que pode sofrer prejuízo na ação em caso de pacientes com insuficiência hepática ou renal. Abstinência Assim como todos os benzodiazepínicos, o Dormonid também pode causar abstinência, também está muito associado com demência e diversos problemas cerebrais - e seu tempo limite de uso é de 09 meses. Portanto, se por exemplo o paciente chega com choque ou hipotensão na emergência não deve-se usar Dormonid pois ele piora o quadro desse paciente - bem como não é adequado para casos de insuficiência respiratória. Anestésico de ultra-curta duração, pois tem início de ação em menos de 40 segundos com duração de até 10 minutos - ideal para a SRI - garantindo excelente efeito hipnótico, além de aumentar a fase REM do sono, mas tem poder amnésico fraco e analgesia fraca. Além disso, ela tem uma ação anticonvulsivante muito boa, sendo utilizado para intubar pacientes em crise convulsiva pela sua ação rápida - sendo preferível nas crises convulsivas reentrantes. Quanto à posologia para IOT deve ser usado 1-3 mg/kg (2-10 mL) na apresentação 1% ou 2% em bolus - e para a manutenção utilizar a solução pronta. P R O P O F O L EFEITOS COLATERAIS Instabilidade cardiocirculatória por vasodilatação e depressão miocárdica O Propofol tende a causar hipotensão em especial em pacientes com insuficiência ventricular do ventrículo esquerdo - assim, no caso de pacientes em choque séptico, hipotensão ou má perfusão, ele não deve ser indicado, mas pode ser indicado em pacientes com crise hipertensiva. Depressão respiratória Se o paciente não for intubado para garantir a ventilação de forma adequada há um risco de parada respiratória. Urina verde Dor no local da injeção Alterações no perfil lipídico É uma droga cuja apresentação é de 1% na ampola, ou seja, de 100 mL apenas 1 mL corresponde ao Propofol e o restante é composto por triglicérides de cadeia longa (gordura), que corresponde a cerca de 700 kcal. O Etomidato é um sedativo com poucas contraindicações que pode ser usado na maioria dos pacientes, mesmo que não seja a melhor droga para o caso. É um anestésico hipnótico de curta duração com efeito amnésico fraco e não analgésico de metabolismo hepático, com início de ação em 30 segundos, pico de ação em 1 minuto e duração de 5 minutos - ideal para a SRI. É uma droga segura do ponto de vista cardiovascular, ou seja, não aumenta e nem reduz frequência cardíaca ou PA, e não induz depressão respiratória pois tem efeito apenas no cérebro, onde reduz a PIC. Por isso, é indicado em caso de redução de fraturas ou luxação e cardioversão (procedimento que precisa de sedação profunda, não necessariamente associada a IOT, com retorno rápido do nível de consciência). Além disso, pode ser usado para efeito sedativo sem interferir em outras comorbidades no caso de insuficiência respiratória ou hipertensão. Quanto à posologia para IOT deve ser usado 0,3–0,4 mg/kg em bolus lento (20 mg) e não existe dose de manutenção. E T O M I D A T O EFEITOS COLATERAIS Injeção dolorosa Mioclonia Supressão adrenal importante (uso crônico) A partir da segunda dose ele pode causar insuficiência supra-renal (adrenal), cuja principal manifestação é hipotensão refratária. Assim, no caso do paciente com hipotensão o tratamento inicia com volume, seguido de drogas vasoativas (noradrenalina) e, se não houver melhora, utiliza-se o corticoide. No entanto, assim, como no caso de insuficiência adrenal por uso crônico de corticoide, existe um risco importante de sepse, por isso, o Etomidato é contra-indicado no choque séptico. A Cetamina é um anestésico hipnótico, que mantém o paciente com Glasgow de 3, mas o cérebro fica atuando rapidamente pois é uma droga dissociativa que inibe a criatividade, bem como inibe a capacidade de mentir. Além disso, tem outros efeitos tais como: (1) efeito analgésico, principalmente quando usado em dose baixa; (2) broncodilatador (efeito beta-2-adrenérgico), pois entrega mais oxigênio para os alvéolos; (3) hipertensor, pois aumenta o débito cardíaco (taquicardia; efeito beta-1- adrenérgico) e aumenta a pressão arterial (efeito alfa- adrenérgico); e (4) dissociativo, ou seja, há dissociação entre o estado físico e mental do paciente. C E T A M I N A Atenção! Quanto aos efeitos das medicações, o efeito alfa- adrenérgico está associado ao aumento da pressão arterial, e os efeitos beta-adrenérgicos são divididos em beta-1 associados a taquicardia e beta-2 associados a broncodilatação. L A Y A N E S I L V A É uma droga com início de ação de até 40 segundos com pico de ação em 30-60 segundos - ideal para a SRI - indicada para insuficiência respiratória (não induz depressão respiratória), choque/hipotensão e bradicardia - por outro lado, não é indicado para pacientes hipertensos. Na década de 1980, um anestesista queria intubar um paciente para operar um tumor de Wilms, que é um tumor produtor de mineralocorticóide que aumentou significativamente a pressão sistólica do paciente. Nesse momento o médico usou Atensina para reduzir a pressão, no entanto, essa droga reduziu tanto o nível de consciência que foi possível intubar o paciente sem usar outro sedativo. Ou seja, a Atensina (Clonidina) afeta o sono por ser ansiolítico (causa sonolência), e tem como efeito colateral uma analgesia leve. Ela atua no bloqueio do receptor alfa, este tem vários subreceptores, e a partir do subreceptor responsável pela analgesia foi desenvolvida a Dexmedetomidina, também conhecido como Precedex, que é uma “Atensina superseletiva”. É um agonista alfa-2 adrenérgico com efeito sedativo e hipnótico fraco, efeito analgésico moderado, mas efeito ansiolítico forte que atua aumentando a faseREM do sono, assim como o Propofol - e não produz depressão respiratória.No entanto, é uma medicação que não pode ser usada na IOT pois não pode ser feita em bolus, apenas na bomba de infusão contínua. Portanto, é uma droga usada na extubação do paciente, principalmente se agitação psicomotora, ou para controle de sono - com a vantagem de que após desligar a bomba de infusão, o paciente retoma o nível de consciência em 15 minutos. Ela tem início de ação em menos de 6 minutos, com meia-vida de 2 horas, utilizar até no máximo 0,7 μg/Kg/h - e para a manutenção utilizar a solução padrão. D R O G A S P A R A A I O T D E A C O R D O C O M A S C O M O R B I D A D E S Hipotensão: (1) Cetamina; (2) Etomidato Hipertensão: (1) Propofol; (2) Etomidato; (3) Midazolam Choque: (1) Cetamina; (2) Etomidato (exceto se choque séptico) IAM: (1) Etomidato - não usar Propofol! Convulsão: (1) Propofol; (2) Midazolam; (3) Cetamina; (4) Tiopental Cardioversão: (1) Etomidato Broncoespasmo: (1) Cetamina; (2) Etomidato Curiosidade! Por vezes, é possível fazer a associação de drogas sedativas para contrabalancear os efeitos colaterais, utilizando uma dose menor e garantindo o efeito benéfico de ambas as drogas associadas. Quanto à posologia para IOT deve ser usado 50 a 150 mg, administrado EV, IM, via retal e VO - e para a manutenção utilizar a solução padrão. EFEITOS ADVERSOS Aumento da PIC Por ser uma droga que aumenta a frequência cardíaca e a pressão arterial também causa aumento da pressão cerebral (PIC), portanto, deve ser usado com cautela principalmente em eventos hemorrágicos cerebrais. Ansiedade O aumento da FC e da PA também deve ser observado com cautela em pacientes com ansiedade. Delírio Psicose esquizofrênica aguda Trata-se de uma droga dissociativa cujo efeito rebote pode precipitar uma psicose esquizofrênica aguda no paciente. No centro cirúrgico, geralmente existe um “mini eletroencefalograma” chamado de BIS que é colocado na região frontal do paciente sempre que for utilizado o bloqueador neuromuscular para identificar se o paciente está acordado e se está em crise convulsiva. O valor normal é de 55-70, sendo que acima de 70 indica um alto risco de crise convulsiva, pacientes em uso de Dormonid, Propofol ou Etomidato ficam por volta de 30, e pacientes em uso de Tiopental tem 0 (zero). Assim, o Tiopental é uma droga que nem quando bem indicada, ela é segura, pois ela simula uma morte encefálica e o corpo entra em um processo de reduzir o fluxo sanguíneo cerebral. Portanto, o uso de Tiopental torna-se uma “corrida contra o tempo” e só existe uma única indicação que ocorre quando o paciente chega com crise convulsiva reentrante (estado de mal epiléptico), necessita de intubação e as crises convulsivas não cessaram com uso das drogas principais. Ou seja, caso esse paciente necessite de IOT, a primeira droga de escolha é Propofol, a segunda é Midazolam e a terceira é Cetamina (atua em receptor diferente) - se ele mantiver crise convulsiva com essas 3 drogas em dose alta (refratária), a única droga para “desligar o cérebro” é o Tiopental. É uma droga extremamente tóxica (estreita margem terapêutica) de metabolismo hepático, com início de ação em menos de 30 segundos e duração de 5-8 minutos. Quando usado para IOT a posologia será de 3-4 mg/kg em bolus e a manutenção com a solução padrão. T I O P E N T A L EFEITOS ADVERSOS Depressor cardíaco importante Depressor respiratório importante D E X M E D E T O M I D I N A EFEITOS ADVERSOS Bradicardia Hipotensão Se feita em bolus, ele satura todos os subreceptores do corpo humano e passa a saturar os receptores da Atensina causando hipotensão. O Haldol é uma droga muito utilizada no contexto psiquiátrico para surtos psicóticos, ansiólise (excelente ansiolítico), agitação psicomotora e estados maníacos. É um neuroléptico com efeito sedativo e hipotensor fraco, mas com intenso depósito e, consequentemente, muitos efeitos extra-piramidais por deposição da droga (como por exemplo movimentos rígidos). H A L O P E R I D O L Atenção! Os efeitos extrapiramidais podem ser reduzidos caso o Haldol seja administrado juntamente com Fenergan. EFEITOS COLATERAIS L A Y A N E S I L V A Prolongamento do intervalo QT que causa arritmia Atentar para associação do Haldol com medicamentos que também aumentam o intervalo QT, como Hidroxicloroquina, Amiodarona e Plasil. Bem como atentar para pacientes com insuficiência renal (ureia e creatinina altas) que podem ter alto risco de parada cardíaca. O U T R A S O P Ç Õ E S A depender do objetivo da sedação existem outras medicações que podem ser usadas, como: Fentanil, Morfina, Quetiapina/Risperidona (sedativos orais que induzem o sono - neuroléptico e antipsicótico), Zolpidem (aumenta a fase REM do sono), benzodiazepínicos - Diazepam, Lorazepam, alprazolam, clonazepam (rivotril), bromazepam (lexotan) - éter enólico, clorofórmio, álcool, Hidrato de cloral, óxido nitroso, Fenobarbital, Clorpromazina, Fenergan (Prometazina - antihistamínico, antialérgico, antiemético, hipnótico) e Clonidina.
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