Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Cálculo Diferencial e IntegralCálculo Diferencial e Integral AUTORIA Pedro Henrique Martinez Introdução Olá, aluno! Para mim, a matemática é uma das coisas mais belas que o homem já conseguiu racionalizar, e essa beleza se dá pela capacidade de descrever os mais diversos problemas que existem ao nosso redor, além de nos proporcionar dados para tirarmos conclusões sobre os mais variados assuntos. Conseguimos de maneira muito fácil dar exemplo da aplicação da matemática em várias áreas do conhecimento. Na área biológica, podemos equacionar as probabilidades de uma pessoa nascer com uma característica ou outra, entender e quanti�car substâncias produzidas em nosso corpo por meio de um remédio, além de outros inúmeros exemplos. Na área de humanidades, podemos quanti�car as ações humanas de uma determinada nação e suas consequências e estudar a efetividade de determinado modelo de ensino, inclusive fazer previsões a respeito do comportamento humano a partir de dados numéricos coletados. Poderíamos facilmente gastar mais de mil páginas com aplicações nos tipos de problemas e nas mais diversas áreas do conhecimento humano. Por meio das aulas deste livro, espero poder ampliar sua capacidade de analisar problemas. Começaremos, é claro, com teorias mais simples para que as mais complexas comecem a fazer sentido. E em termos de ensino e aprendizado, esta é a disciplina mais fácil que você cursará, não só porque sou um excelente professor (contém ironia) e você é um excelente aluno (sem ironia!), mas, sim, porque Cálculo é simples. Parece bobo, mas pense comigo: dois mais dois é igual a quatro. Por que você entendeu o que eu disse? Porque para você faz sentido lógico que esta operação seja igual a quatro, porque você consegue gerar em sua cabeça inúmeros casos em que dois mais dois é igual a quatro. Extremamente simples, assim como o que vou falar a seguir: a derivada da primeira de uma função quando igualada a zero nos permite encontrar os máximos e mínimos de uma função dadas algumas propriedades desta função. Sabe por que você não compreendeu o que disse? Não é porque o que eu disse é difícil, é simplesmente porque o que eu disse ainda não faz sentido para você. Assim que começar a estudar esta disciplina, você entenderá a sentença acima, da mesma forma que entende hoje que dois mais dois é igual a quatro. Antes de começar, uma dica importante: um livro de Cálculo não deve ser lido de forma rápida. Deve-se ler uma quantidade pequena de parágrafos e depois parar um pouco para re�etir sobre o que foi dito. Feito isso e entendido, continue. Vamos começar a entender? Bons estudos! Conjuntos Numéricos AUTORIA Pedro Henrique Martinez Antes de começarmos o texto em si vamos falar um pouco sobre as fontes. Como você já deve imaginar eu sou muito novo para ter inventado tudo o que está aqui. Assim como você, eu tive que aprender por meio de apostilas e, principalmente, livros. Referências e Pesquisa Tudo o que está aqui foi baseado nos meus estudos com os livros que indicarei a vocês neste item. Alguns exemplos, exercícios e didáticas foram adaptados por mim, pois é claro que dei meu toque na maneira de ensinar. Independentemente do livro de Cálculo que você preferir para complementar seu estudo, estará em boas mãos, pois no �m todos chegarão às mesmas conclusões. Aqui está a lista que usei como referência para desenvolver esta apostila, �quem à vontade para estudar um ou mais deles. Também existem outros livros além desta lista, o importante é aprender! O Cálculo com geometria analítica – vol. 1 – Louis Leithold. Cálculo A: funções, limite, derivação, integração – Diva Marília Flemming e Mirian Buss Gonçalves. Um Curso de Cálculo – vol. 1 – Hamilton Luiz Guidorizzi. Cálculo – vol. 1 – James Stweart. A referência bibliográ�ca está no �nal deste livro. Ponto de Partida O primeiro passo é compreender a ideia de conjunto. Podemos entender conjunto de forma bem simples como uma reunião de elementos que possuam características determinadas. Qual o conjunto das cores primárias? Resposta: amarelo, azul e o vermelho. Bem simples, não é mesmo? Ou podemos escrever de forma mais adequada para a matemática. Poderíamos pensar em diversos exemplos. Qual o conjunto das estações do ano? Cores primárias = {Amarelo, Azul, V ermelho} Estações = {Primavera, V erão, Outono, Inverno} Dessa forma, temos um padrão de como escrever um conjunto. Primeiro, o nome do conjunto, depois, o sinal de igual e, por �m, cada elemento entre chaves separado por vírgula. Agora, já podemos estender nosso raciocínio para conjuntos numéricos. Portanto, conjunto numérico nada mais é que o conjunto de números separados por determinadas características. Vamos olhar quais são os conjuntos numéricos básicos. Conjunto dos números naturais - Os elementos deste conjunto são formados por números inteiros positivos mais o número zero. São chamados de naturais, pois se baseiam em uma unidade. Neste conjunto, você pode ter um pão, dois pães ou um milhão de pães, mas não pode ter pedaços de pão ou negativo de pães. Conjunto dos números inteiros - Os elementos deste conjunto são todos os elementos do conjunto dos números naturais mais todos os inteiros negativos. O número negativo pode representar, em problemas cotidianos, uma dívida, uma perda, uma referência, entre outros. Conjunto dos números racionais - Os elementos deste conjunto são basicamente todos os números que podemos escrever em forma de fração com os elementos do conjunto dos números inteiros. Neste conjunto, temos o acréscimo de partes de algo. Portanto, são todos os elementos do conjunto dos números inteiros mais todas as frações que são possíveis escrever usando-os. Vejam que agora não �ca didático escrever este conjunto da mesma forma que �z com os conjuntos acima. Assim sendo, temos que usar algumas notações. Farei primeiro a escrita formal e depois explicarei o que signi�ca cada símbolo. Vamos explicar a leitura. É muito simples. As vírgulas separam as informações. Portanto, temos quatro informações a respeito deste conjunto. A primeira informação contém alguns símbolos. O primeiro é o x que sempre representará “qualquer número”. O segundo símbolo é uma barra que sempre representará “tal que”. O terceiro símbolo na verdade é uma expressão matemática x é igual a “a” dividido por “b”. A primeira informação escrita por extenso é: “qualquer número tal que x é igual a ‘a’ dividido por ‘b’ ”. A segunda informação, a terceira e a quarta são as explicações a respeito de “a” e “b”. N = {0, 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 10, 11, 12, . . .} Z = {. . . , −5, −4, −3, −2, −1, 0, 1, 2, 3, 4, 5, . . .} Q = {x/x = , a ∈ Z, b ∈ Z, b ≠ 0}a b Vamos começar pela última informação. Ela signi�ca que b não pode ser zero. Claro, tente fazer na sua calculadora, 3 dividido por zero. Vai dar erro, pois não existe nada dividido por zero. Só nos resta saber o que é e . Eles signi�cam que “a pertence ao conjunto dos números inteiros” e “b pertence ao conjunto dos números inteiros”. Portanto, a frase �nal é: “Os números racionais são iguais a qualquer número tal que este número seja igual a uma divisão de a sobre b, onde a pertence ao conjunto dos números inteiros, b pertence ao conjunto dos números inteiros, sendo que b não pode ser igual a zero”. Escrevemos em menos de uma linha essas condições usando símbolos. Vimos como escrever um conjunto com mais formalismo. Agora vamos trabalhar apenas com o raciocínio. Conjunto dos números irracionais - São aqueles que não conseguimos escrever em forma de fração usando os números inteiros. Por exemplo, o número pi. Tente formar o número pi = 3,141592… usando uma divisão formada por números inteiros. Você não vai conseguir. A mesma coisa acontece com outros números como a raiz quadrada de dois e de três. O símbolo utilizado para os números irracionais é I. Conjunto dos números reais - Este é conjunto dos números mais abrangentes que utilizaremos aqui. Sim, existemmais. Um número real pode ser um número negativo, positivo ou zero, e qualquer número real pode ser classi�cado como racional ou irracional. O símbolo utilizado para o conjunto dos números reais é . Para �nalizar esta parte, podemos representar o que foi dito com a Figura 1 abaixo. Na Figura 1, podemos ver que o conjunto dos números reais englobam todos os conjuntos citados até aqui. Outro dado interessante é que os números irracionais não estão relacionados aos naturais, inteiros e racionais. a ∈ Z b ∈ Z R Figura 1 - Representação dos conjuntos Fonte: o autor. Trabalharemos aqui em cálculo com o conjunto dos números reais. Portanto, todos os itens abaixo serão relacionados ao conjunto dos números reais. É claro que existem livros e mais livros a respeito de conjuntos numéricos, mas se entendermos pelo menos o básico, entenderemos o que importa para esta disciplina. Operações Básicas com Conjuntos Nada melhor para entender as operações com conjuntos do que exercícios. Primeiro, vamos criar alguns conjuntos. Sim, podemos criar conjuntos! Vamos criar o Conjunto A, B e C. A = {2, 3, 4, 5, 6, 7} B = {10, 11, 12, 13} C = {6, 7, 8, 9} Temos, portanto, 3 conjuntos. Vamos às operações: a primeira operação que vamos aprender é a união. A leitura da parte à esquerda do igual é “A união com B” e “A união com C”. Veja que a operação de união apenas adiciona elementos novos ao conjunto. No caso de “A união com C” o elemento “6” e o “7” aparecem apenas uma vez, mesmo que no conjunto “A” e “C” tenham os mesmos elementos. Agora, vamos trabalhar com outra operação, a de intersecção. A leitura da parte à esquerda do igual é “A intersecção com C” e depois “A intersecção com B”. Na intersecção, o que queremos são os elementos que se repetem. Os elementos que se repetem tanto em A quanto em C são o “6” e o “7”. Quando não há elementos que se repetem, então usamos o símbolo da resposta de A intersecção com B, que signi�ca conjunto vazio. A ∪ B = {2, 3, 4, 5, 6, 7, 10, 11, 12, 13} A ∪ C = {2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9} A ∩ C = {6, 7} A ∩ B = ∅ Ordenação para Elementos do Conjunto É possível estabelecer uma relação de ordem entre os elementos do conjunto dos números reais com os símbolos abaixo: No primeiro caso, lê-se “5 é menor que 6” e, no segundo caso, lê-se “sete é maior que 2”. Bem simples. Isso é possível porque conseguimos estabelecer, na nossa cabeça, uma relação de ordem que �ca mais explícita se utilizarmos uma reta com números crescentes da esquerda para a direita, de forma quase idêntica a uma régua convencional. A Figura 2 é um exemplo desta reta. Aqui, temos um conceito fundamental para você entender as aulas mais avançadas deste livro. Existem in�nitos números entre os números destacados na Figura 2. Como, por exemplo, o número 1,99999999998 e o número 2,000000000001. 5 < 6 7 > 2 Figura 2: Exemplo de reta real Fonte: o autor. Podemos agora prosseguir com algumas conclusões lógicas a respeito dos números reais. Vejam que interessante. Dado acima que “a” e “b” pertencem ao conjunto dos números reais, temos: se e somente se se e somente se Tente substituir alguns números em a e b e teste. Por exemplo: pois , e 2 é positivo pois , é positivo A consequência lógica funciona, portanto. Vamos para outra muito importante. O ponto será utilizado como vezes. Se a < b então a + c < b + c Se a < b e c > 0 então a.c < b.c Se a < b e c < 0 então a.c > b.c Portanto, se x<y, segue do raciocínio que x+4 < y+4. Pense em qualquer número desde que x seja menor que y, vai funcionar. Por exemplo, 4 < 5, portanto, 4+4<5+4 já que 8<9. Outro exemplo, 4 < 5, portanto, 4-10<5-10 já que -6 < -5. Mais um exemplo: 4<5 portanto, 4.2<5.2 já que 8<10. Por �m, 4<5, portanto, 4.(-10) > 5.(-10) já que (-40)>(-50). Tente com outros números e veri�que mais casos. É importante �xar isto. a, b ∈ R a < b b − a > 0 a > b a − b > 0 3 < 5 5 − 3 = 2 −10 < −4 −4 − (−10) = 6 a, b, c ∈ R Intervalos Numéricos Vamos pensar agora na seguinte questão a<x<b. Dada a expressão à esquerda, sabemos que x compreende todos os números que são maiores que a e menores que b com exceção de a e de b. Isto é chamado de intervalo aberto e é representado da seguinte forma . Por extenso, temos “o intervalo aberto entre a e b é igual a todo x tal que x é maior que a e menor que b”. Portanto, se a=2 e b=3, x pode ser qualquer valor entre 2 e 3 com exceção do número 2 e do número 3. Já apresentado o que é um intervalo aberto, vamos de�nir agora o que é um intervalo fechado. Vamos pensar agora sobre a seguinte expressão. Agora x compreende todos os valores de a até b incluindo a e b. Representaremos isto com a seguinte formatação . Ou seja, para intervalo aberto, utilizam-se parênteses, e para intervalo fechado, utilizam-se colchetes. Podemos misturar as nomenclaturas usando intervalo aberto a partir de a e intervalo fechado chegando em b �cando da seguinte forma . Podemos também utilizar a seguinte nomenclatura: , que signi�ca que temos qualquer número acima de a com exceção do a neste intervalo. Escrevendo de outra forma, x>a. Lembrando que o intervalo não pode ser fechado quando usamos o símbolo do in�nito que é . (a, b) (a, b) = {x|a < x < b} [a, b] 0 [a, b] = {x|a ≤ x ≤ b} a < x ≤ b (a, +∞) ∞ Exercícios Ache o conjunto solução das desigualdades abaixo: a) 2+3x < 5x+8 b) 4 < 3x-2 ≤ 10 Resolução de a: 2+3x < 5x+8 2+3x-2 < 5x+8-2 3x < 5x + 6 3x -5x<5x-5x+6 -2x<6 multiplicando por menos 1 dos dois lados 2x>-6 dividindo por 2 dos dois lados x>-3 O intervalo da solução é (-3,+∞), ou seja, todos os números reais do -3 até o in�nito menos o número -3. Resolução de b: 4<3x-2≤10 4+2<3x-2+2≤10+2 6<3x≤12 dividindo todas as partes por 3 temos 2<x≤4 O intervalo da solução é (2,4], ou seja, todos os números reais do 2 até o quatro menos o número 4. CONECTE-SE Aqui, no primeiro link, colocarei o canal que abri no YouTube, em que desenvolvo as questões de cálculo de um jeito descontraído e sem formalidades excessivas: https://go.eadstock.com.br/bl3 NA PRÁTICA A importância prática dos conjuntos numéricos está relacionada às regras de operações. Se você conhece qual é o conjunto a que determinados números pertencem, você saberá quais as regras para operar com eles. No caso dos números reais, são as regras convencionais de soma, multiplicação, divisão, etc. SAIBA MAIS O foco que você deve dar aqui é nas soluções dos problemas voltados a encontrar os conjuntos. Saber trabalhar com as desigualdades é de extrema importância para o entendimento futuro de cálculo. Funções I AUTORIA Pedro Henrique Martinez É comum em nossa vida um determinado resultado depender de outros valores. Por exemplo: a sua nota pode depender da quantidade de horas que se dedica, a produção de uma fábrica pode depender da quantidade de máquinas ligadas em oito horas de serviço, a força aplicada depende da massa do objeto e da aceleração do mesmo, o tempo de uma viagem de carro depende da velocidade média deste carro, o nível de um rio depende da quantidade de chuva, a resistência de um material depende de uma série de propriedades deste material e, assim, poderíamos continuar aqui a descrever in�nitas situações que dependem de outras variáveis. Já que aprendemos na aula anterior sobre os conjuntos numéricos, vamos usá-los! Uma função pode ser de�nida como um conjunto de números reais X que se relaciona com um conjunto de números reais Y, onde um elemento de Y é único para um determinado elemento do conjunto X. Vamos a um exemplo. Analisando a Tabela 1, podemos perceber que existem dois conjuntos. O conjunto formado por todos os números possíveis de serem substituídos no lugar de x. Neste caso, não existe nenhuma restrição imposta para x. Como eu sei? Simplesmente por duas razões básicas: a função y não dá erro independentemente do valor de x que eu coloco, e também porque não colocamos nenhuma condição sobre a função y. O segundo conjunto éformado por todas as respostas da multiplicação entre o número 2 e o número x. Neste caso especí�co, o conjunto X e o conjunto Y são formados por todos os elementos do conjunto dos números reais. Ou seja, sempre existirá o dobro e a metade de um número dentro do conjunto dos números reais. Vamos agora a mais um exemplo. Tabela 1 – Exemplo de função número 1 x y = 2x -3 -6 -2 -4 -1 -2 0 0 1 2 2 4 Fonte: o autor. Na Tabela 2, temos a função y = x². Esta função é basicamente a função dos números reais x elevado ao quadrado. O número x pode ser qualquer número real, pois também não colocamos nenhuma condição e porque a função não dá erro para nenhum número x real substituído. Teste o número -3,1273827 em sua calculadora e você vai perceber que não dá erro. Vimos aqui, portanto, o que é uma função e uma simples análise de suas características. Tabela 2 – Exemplo de função número 2 x y = x -3 9 -2 4 -1 1 0 0 1 1 2 4 Fonte: o autor. 2 @freepik Nesta função, diferentemente da apresentada na Tabela 1, acontece algo interessante. O conjunto Y formado pelas respostas da substituição dos elementos do conjunto X não possuem número negativo. Ou seja, não importa o número x que você substitua, a resposta vai ser sempre positiva. O conjunto X é formado pelos números reais e o conjunto Y é formado pelos números reais positivos . Domínio e Imagem de uma Função Agora que já de�nimos uma função e percebemos que o funcionamento de cada uma delas pode variar de acordo com suas características, vamos formalizar um pouco mais o nosso estudo. Começaremos com o seguinte exemplo: A primeira coisa que mudou foi a nomenclatura à esquerda do igual. A partir de agora usaremos f(x), f(g), f(h), e assim por diante. Isto signi�ca simplesmente uma função que varia com os valores de x, g e h, respectivamente. A nossa primeira de�nição formal será a de domínio da função. Domínio da função é basicamente o conjunto X com todos os elementos x que podem ser substituídos em uma determinada função. Vamos descobrir agora qual é o domínio da função acima. Podemos perceber, analisando a Tabela 3, que valores menores que 3 são impossíveis de serem substituídos na função apresentada. Portanto, o domínio da função acima é formado pelo conjunto dos números reais maiores ou igual ao número três. f (x) = √x − 3 Tabela 3 – Exemplo de função número 3 x -1 Não existe 0 Não existe 1 Não existe 2 Não existe 3 0 4 1 Fonte: o autor. f (x) = √x − 3 É claro que chegamos à conclusão acima substituindo os valores e construindo uma tabela. Este caminho é um caminho árduo para algumas funções. Portanto, vamos chegar à mesma resposta de uma maneira mais simples. Sabemos que não existem raízes negativas de um número, desse modo, vamos colocar esta informação da seguinte maneira. Chegamos aqui à mesma resposta. O domínio de x é formado pelo conjunto de todos os números reais maiores ou iguais a 3. É claro que é importante escrever esta resposta da maneira que aprendemos na aula 1. Intervalo fechado em três simbolizando que ele está dentro do domínio e intervalo aberto em in�nito visto que in�nito não é um número especí�co. Por extenso, temos à direita do igual “x tal que x maior ou igual a três sendo x pertencente ao conjunto dos números reais”. Já entendemos o que é um domínio de uma função. Agora, passaremos à de�nição de imagem e usaremos a mesma função como exemplo. Imagem é o conjunto formado por todas as soluções que são possíveis de serem obtidas com a substituição de cada um dos elementos do domínio. Basicamente, a imagem é o conjunto F(x) formado por todas as respostas da função. Vamos olhar agora quais são as respostas da função apresentada acima. Se olharmos a Tabela 3, perceberemos que as possíveis respostas começam no número zero e vão até o in�nito. Não existem respostas negativas, portanto, a imagem da função é formada por todos os números reais maiores que zero. O intervalo fechado em zero simboliza que ele está dentro da imagem, e intervalo aberto em in�nito visto que in�nito não é um número especí�co. Por extenso, temos à direita do igual “x tal que x maior ou igual a zero, sendo x pertencente ao conjunto dos números reais”. A forma de ler é igual, a diferença é que estamos falando agora a respeito da imagem da função e antes estávamos falando do domínio da função. x − 3 ≥ 0 x − 3 + 3 ≥ 0 + 3 x ≥ 3 [3, +∞] = {x|x ≥ 3, x ∈ R} [0, +∞] = {x|x ≥ 0, x ∈ R} Valor Absoluto de um Número Antes de continuar com exercícios e aplicações das funções, vamos introduzir o conceito de valor absoluto de um número. O valor absoluto de um número real qualquer x é expresso como e é de�nido da seguinte maneira: O que isto signi�ca? É bem simples. O valor absoluto de x será o próprio x se x for maior que zero. Ou o valor de x será ele próprio multiplicado por menos um se ele for menor que zero. Vamos aos exemplos. Temos dois exemplos acima. O primeiro, lê-se “o valor absoluto de três é igual a três” e o segundo, “o valor absoluto de menos três é igual a três”. Os exemplos acima servem para quaisquer números reais. Dito isso, podemos pensar agora sobre os possíveis intervalos com números absolutos e depois funções com números absolutos. Primeiro vamos com intervalos. Isto signi�ca que o número x deve ser menor que “a” e maior que “-a”. Como assim? Usaremos o exemplo abaixo para tirar esta dúvida. A sentença acima signi�ca que queremos todos os números absolutos menores que 3. Façamos alguns testes então. |x| |x| = {x, x ≥ 0 ou − x, x < 0} |3| = 3 |−3| = 3 |x| < a |x| < 3 Vejam que a solução para são todos os valores de x entre -3 e 3, ou -3<x<3. Portanto, o seguinte intervalo (-3,3), todos os números entre -3 e 3 com exceção do -3 e do 3. Tabela 4 – Exemplo para números absolutos x | x | -4 4 -3 3 -2 2 -1 1 0 0 1 1 2 2 3 3 4 4 Fonte: o autor. |x| < 3 Exercícios Resolva as equações: , Na primeira, temos duas condições, já que estamos falando de número absoluto. Dica: ler item "Valor Absoluto de um Número" antes de fazer. 3x + 2 = 5 ou -(3x+2) = 5 Na primeira condição 3x + 2 – 2 = 5 – 2 3x = 3 dividindo por 3 dos dois lados |3x + 2| = 5 |x − 2| < 4 x = 1 Na segunda condição -3x – 2 = 5 -3x – 2 + 2 = 5 + 2 -3x = 7 3x = -7 multiplicando por menos 1 dos dois lados x = -7/3 x= - 2,333333333333… Na segunda equação, temos: -4 < x – 2 < 4 -4 + 2 < x – 2 +2 < 4 + 2 -2 < x < 6 (-2,6) intervalo aberto em -2 e intervalo aberto em 6. Ou seja, x pode variar de -2 até 6 com exceção do -2 e do 6. CONECTE-SE No link abaixo, você encontrará mais explicações sobre valor absoluto ou módulo. https://go.eadstock.com.br/bl4 NA PRÁTICA A abordagem prática relacionada ao domínio de uma função é útil para conhecer a validade de um determinado número em um problema físico. Se temos um problema cuja função matemática está dividida por x, sabemos que x não pode ser zero. A consequência é que na prática saberemos que zero não representará nada �sicamente para aquele problema. SAIBA MAIS O foco aqui é saber diferenciar domínio de imagem de uma função. Além de saber lidar com os valores absolutos. Funções II AUTORIA Pedro Henrique Martinez Olá a todos! Neste momento, para você conseguir continuar sem problemas com seu aprendizado, é importante que tenha entendido a aula 1 e a aula 2. Além disso, é importante que tenha procurado por exercícios além dos mostrados aqui. Onde procurar? Em qualquer livro de cálculo que possua capítulos relacionados a conjuntos numéricos e funções. Aqui explicarei os conceitos. Claro! Mas �ca sob a sua responsabilidade treinar. Para começar a aula, veja a seguinte imagem: Trata-se de uma conta errada, certo? Mas vamos a mais um exemplo antes de prosseguirmos com outras questões a respeito das funções. Vamos pensar a respeito da fórmula abaixo. Vamos achar o domínio e a imagem da função acima. A primeira coisa que devemos pensar agora que já entendemos o funcionamentodo domínio e da imagem é que dentro da raiz acima não pode �car nenhum valor negativo. Portanto, se usarmos o raciocínio, perceberemos que: Aqui vamos ter duas respostas possíveis: Isto ocorre porque, elevando ao quadrado qualquer número real menor que -3, chegaremos a uma resposta maior que nove, já que o quadrado de um número é sempre positivo. Portanto, o domínio da função apresentada é (-∞,-3] U [3,+∞). Por extenso, “o domínio é formado pela união de dois conjuntos, sendo o primeiro do in�nito negativo até o três negativo e do três positivo até o in�nito positivo”. A imagem da função vai ser do zero até o in�nito positivo visto que só não conseguimos obter números negativos com a função dada. Teste alguns valores na sua calculadora! f (x) = √x2 − 9 x2 − 9 ≥ 0 x2 ≥ 9 x2 ≥ 9 x ≥ 3 x ≤ −3 Grá�cos Para conseguir compreender como funcionam os grá�cos, precisamos entender o conceito de par ordenado. Os pares ordenados nada mais são que o valor de um elemento do domínio com sua respectiva imagem. Vamos a um exemplo. Uma das soluções da função acima vale 9 quando x vale 3. O problema é �car escrevendo por extenso toda vez que nos referimos a uma determinada solução de uma função. Portanto, representaremos o par ordenado acima da seguinte forma: (3,9). Não confundiremos com intervalos pelo próprio contexto da aplicação. A função acima possui in�nitos pares ordenados. A partir do conceito de pares ordenados, podemos formular e entender o funcionamento dos grá�cos. O grá�co nada mais é que uma forma de representação dos pares ordenados de uma função por meio de algum tipo de referência. No nosso caso, utilizaremos o plano cartesiano, formado pelo eixo x e o eixo y, sendo os dois perpendiculares entre si. Para compreender melhor, vamos olhar um grá�co. f (x) = x2 Figura 3: Grá�co da função x² Fonte: o autor. Acima, temos o grá�co da função exemplo. O par ordenado (0,0) é a origem e é formado pelo encontro do eixo x e y. O eixo x é chamado de eixo das abscissas, e o eixo y é chamado de eixo das ordenadas. A linha amarela da Figura 3 representa todos os pares ordenados da função. Na Figura 4, temos em vermelho os pares ordenados (1,1) e (2,4). A importância dos grá�cos se dá pela facilidade de extrairmos as informações de forma visual. Olhando este grá�co, percebemos rapidamente que seu domínio vai do in�nito negativo até o in�nito positivo, ou seja, todos os elementos do conjunto dos números reais. Além disso, percebemos que sua imagem vai do valor 0 até o in�nito positivo, ou seja, em y não há valores negativos. Para um exemplo �nal, vamos utilizar a função representada pela Figura 5. Veja mais uma vez que é fácil entender por meio do grá�co que o domínio da função é dado por (-∞,-3] U [3,+∞) e a imagem [0,+∞). Figura 4: Pares ordenados (1,1) e (2,4) Fonte: o autor. NA PRÁTICA Para fazer grá�cos da mesma forma que �z na Figura 3, faça o download do software chamado OpenBoard. f (x) = √x2 − 9 https://go.eadstock.com.br/bl5 Figura 5: Grá�co da função Fonte: o autor. Portanto, uma função é um conjunto de pares ordenados de números (x,f(x)), sendo que dados dois pares ordenados distintos, nenhum deles terá o mesmo primeiro número. O conjunto de todos os valores admissíveis é chamado de domínio da função e o conjunto de todos os valores resultantes de f(x) é chamado de imagem da função. f (x) = √x2 − 9 Exercícios Faça em seu caderno o desenho do grá�co da respectiva função. f (x) = −5x + 3 Figura 6: Resposta do exercício Fonte: o autor. Vamos utilizar para os exercícios abaixo a seguinte função: Ache f(0), f(2), f(h) e sendo h diferente de 0. f(0) = 0²+3.0-4 f(0) = -4 f(2) = 2² + 3.2 – 4 f (x) = x2 + 3x − 4 f(x+h)−f(x) h f(2) = 6 f(h) = h² +3h – 4 Só isso mesmo. Resposta �nal = Se você teve di�culdades com algum passo acima procure pela explicação de (a+b)² = a²+2ab+b². = f (x + h) − f (x) h (x + h)2 + 3 (x + h) − 4 − (x2 + 3x − 4) h x2 + 2xh + h2 + 3x + 3h − 4 − (x2 + 3x − 4) h 2xh + h2 + 3h h 2x + 3 + h CONECTE-SE No link abaixo, você vai encontrar mais explicações a respeito da construção de grá�cos. https://go.eadstock.com.br/bl6 NA PRÁTICA Qualquer problema físico é mais fácil de ser compreendido por meio de uma imagem que relaciona o que acontece com os pares ordenados à medida que a função tem valores de x aumentados ou diminuídos. Quantas vezes não assistimos a algum jornal que nos apresenta um determinado grá�co? A partir do grá�co de uma função, conseguimos entender qualquer fenômeno de forma mais simples e intuitiva. SAIBA MAIS O foco aqui é saber construir um grá�co com o auxílio de tabelas com os valores de x e de f(x). Limites AUTORIA Pedro Henrique Martinez As aulas anteriores talvez tenham sido bem básicas para você. Se este for o caso, ótimo, agora entraremos no nível superior. Se você sentiu muita di�culdade, ótimo, gaste umas horinhas com questões relativas à matemática básica e depois prossiga para entrarmos no nível superior, de fato. Independentemente do caso, acredito que conseguiremos avançar. A partir de agora, começaremos a entender as duas operações fundamentais em cálculo, a derivada e a integral. Com elas, você conseguirá pensar a respeito de problemas mais complexos independentemente de sua área de atuação. Mas primeiro vamos começar do básico, vamos começar pelo conceito de limite e depois evoluir para o conceito de derivadas e integrais. Introdução ao Limite Nada melhor do que começar usando um exemplo. Portanto, vamos usar a seguinte função para descobrirmos o que é um limite. Olhando para essa função, a primeira coisa que percebemos é que x não pode ser igual a 1, pois qualquer coisa dividida por zero não existe. Apesar de não existir a resposta da função para x igual 1, podemos estudar o que acontece tão próximo de 1 quanto quisermos. Vamos fazer isso por meio de duas tabelas e utilizando uma das ferramentas mais simples da matemática, a substituição. f (x) = x2 + 3x − 4 x − 1 Se você substituir em sua calculadora os valores de x acima chegará às mesmas respostas da coluna à direita da Tabela 5. Com uma olhada básica nos valores, percebemos que quanto mais próximos de 1 chegarmos, mais próximos da resposta 5 �caremos. Lembrando aqui que nunca poderemos substituir 1 na função acima, pois não existirá uma resposta para este valor. Só estudar a função acima com os valores menores ainda não é su�ciente, então vamos agora nos aproximar do valor 1 por números maiores que 1 por meio da Tabela 6. Na Tabela 6, podemos fazer a mesma análise feita para a Tabela 5. Quanto mais próximos de 1 chegarmos, mais perto da resposta 5 �caremos. Lembrando mais uma vez que a função nunca poderá ser 5, pois nunca conseguiremos substituir na calculadora o número 1 para x. Tabela 5 – Substituindo valores próximos de 1 menores que 1 x 0 4 0,25 4,25 0,5 4,5 0,75 4,75 0,9 4,9 0,99 4,99 0,999 4,999 0,9999 4,9999 0,99999 4,99999 Fonte: o autor. f (x) = x2+3x−4 x−1 O próximo passo nosso é analisarmos o que está acontecendo usando intervalos. Para isso, vamos raciocinar! Quando x=0,9, f(x) = 4,9, isto é, quando x for 0,1 inferior a 1, f(x) será 0,1 inferior a 5. Podemos chegar mais próximo ainda do número 1. Quando x = 0,9999, f(x) = 4,9999, isto é, quando x for 0,0001 menor que 1, f(x) será 0,0001 menor que 5. O mesmo raciocínio vale para quando �zermos essa aproximação usando os valores da Tabela 6. Utilizaremos agora os conceitos das aulas anteriores. Vamos falar em termos de valor absoluto. Podemos tornar tão pequeno quanto quisermos. Basta, para isso, de�nirmos o quão pequeno será a relação . Se �zermos, Podemos aqui dar um nome para este valor de 0,0001. Vamos chamá-lo de ẟ(delta). Tabela 6 – Substituindo valores próximo de 1 maiores que 1 x 2 6 1,75 5,75 1,5 5,5 1,25 5,25 1,1 5,1 1,01 5,01 1,001 5,001 1,0001 5,0001 1,00001 5,00001 Fonte: o autor. f (x) = x2+3x−4 x−1 |f (x) − 5| |x − 1| |x − 1|< 0, 0001 −0, 0001 < x − 1 < 0, 0001 −0, 0001 + 1 < x − 1 + 1 < 0, 0001 + 1 0, 9999 < x < 1, 0001 Sempre lembrando que x não poderá ser igual a 1, o intervalo �cará tão próximo de 1 quanto quisermos. Para a função apresentada quando a relação acima ocorrer será 0,0001 próximo de 5. Tem-se: Podemos aqui também dar outro nome para o valor acima de 0,0001. Vamos chamá-lo de ε(épsilon). A conclusão aqui é que poderemos chegar tão próximo do 5 o quanto quisermos estabelecendo alguns parâmetros de proximidades. Toda vez que nos referirmos a um limite temos que fazer todas essas tabelas e trabalhar com esses valores absolutos por extenso? A resposta é não. Para todo o raciocínio acima descrito poderemos utilizar símbolos. Em resumo, tudo o que foi dito será representado da seguinte forma. Se lermos por extenso a expressão acima, �cará da seguinte forma: “o limite da função quando x se aproximar de 1 tanto por números maiores que 1 quanto por números menores que 1, nunca sendo 1, terá como resposta o número 5”. É claro que para simpli�car em nossa cabeça podemos adotar a sentença “o limite da função dada vale 5 quando x tende a 1”. Neste caso em especí�co, x não poderá assumir o valor de um, porém, nada impede que em outras funções x possa assumir o valor do ponto em questão. |f (x) − 5| |f (x) − 5| < 0, 0001 −0, 0001 < f (x) − 5 < 0, 0001 −0, 0001 + 5 < f (x) − 5 + 5 < 0, 0001 + 5 4, 9999 < f (x) < 5, 0001 lim x→1 f (x) = 5 x2+3x−4 x−1 Exercícios a) Seja a função e supondo que e que ε>0,01. Determine um ẟ>0 tal que: f (x) = 4x − 5 lim x→3 f (x) = 7 |f (x) − 7| < 0, 01 e |x − 3| < δ Para resolver o problema acima, precisamos primeiramente analisar o que está acontecendo. Basicamente, o problema quer saber o quão perto devemos chegar de 3 para que a diferença da resposta seja de 0,01. Sabendo disto, basta resolvermos a equação somando esta diferença ao valor 7 e depois resolvermos a mesma equação subtraindo a mesma diferença do valor sete. Teremos então, 4x1 – 5 = 7,01 4x1 = 7,01+5 4x1 = 12,01 x1 = 12,01/4 x1 = 3,0025 Fazendo a outra: 4x2 – 5 = 6,99 4x2 = 6,99+5 4x2 = 11,99 x2 = 11,99/4 x2 = 2,9975 Como 3 – 2,9975 = 0,0025 3,0025 – 3 = 0,0025 Escolhemos, portanto, um ẟ = 0,0025 e provamos que se Respondida a questão. b) Resolva por meio do raciocínio lógico quanto vale os seguintes limites: |x − 3| < 0, 0025 então |f (x) − 7| < 0, 01 lim x→3 8 Para este primeiro limite a resposta vale 8, visto não importar para que número x tenda, já que todos os valores de f(x) são iguais a 8. Para este limite a resposta vale 21, visto que se substituirmos 9,999999 e depois 10,000001 na função tenderemos ao valor 21. Para esta função, podemos substituir valores próximos a 3 como, por exemplo, 2,9999 e 3,0001. A resposta será uma tendência ao valor 6. lim x→10 2x + 1 lim x→3 (x2 − 9)/ (x − 3) CONECTE-SE No link abaixo, você encontrará mais explicações a respeito do limite de funções. NA PRÁTICA O limite aplicado a um problema físico qualquer nos permite entender o que acontece com aquele problema em intervalos de tempo muito pequenos. A velocidade média de um automóvel é a variação do espaço pelo tempo, porém, se estudarmos o mesmo problema com a variação do tempo tendendo a zero teremos a velocidade instantânea. https://go.eadstock.com.br/bl7 SAIBA MAIS Nesta aula, você tem a origem dos limites de forma racional em pequenos intervalos. Por mais que existam regras práticas que veremos nas aulas posteriores é importante sabermos como funciona o raciocínio lógico a respeito dos limites. Teoremas sobre Limites de Funções AUTORIA Pedro Henrique Martinez Na aula anterior, vimos os conceitos básicos de limite. Agora sabemos que o limite serve para estudar regiões bem pequenas de uma função matemática que pode ou não representar um fenômeno da vida real. À medida que o curso for andando, você começará a perceber a utilidade deste tipo de estudo. Por enquanto, vamos focar no aprendizado da ferramenta antes de sair por aí a utilizando indiscriminadamente. Nesta aula, estudaremos os teoremas dos limites. Vou fazer uma comparação aqui para entendermos do que se trata. Da mesma forma que as operações básicas (adição, subtração, multiplicação e divisão) possuem algumas regras de manipulação, os limites também possuem. Nesta aula, apresentaremos as regras a respeito dos limites. Não iremos aqui fazer uma formalização extensa a respeito de cada teorema, mas sim, algumas veri�cações básicas. As provas dos teoremas são utilizar o conceito de delta e épsilon( ẟ, ε) apresentado na aula passada. Para quem quiser se aprofundar nas demonstrações basta ir às referências e olhar os livros indicados. Teoremas Vamos começar com aqueles que já utilizamos sem ao menos saber de sua existência. Sempre trabalharemos aqui com o conjunto dos números reais. Se m e b forem constantes quaisquer. Este teorema diz que pode fazer a substituição de “a” na equação para acharmos o limite. Nós o utilizamos na expressão abaixo. A resposta dá 21 porque quando x se aproxima de 10, o valor do limite tende ao número 21 pela simples substituição, Se c for uma constante, então para qualquer número a, o limite de c tendendo a “a” será igual a “c”: lim x→a mx + b = ma + b lim x→10 2x + 1 = 21 lim x→10 23 = 23 A função, neste caso, não depende de x, portanto, é uma reta horizontal sem variações. Assim, a resposta para qualquer aproximação sempre será igual ao valor da constante. Se e o limite da soma também será verdadeiro. Vamos utilizar os exemplos acima. Se , , …, o limite da soma também será válido para in�nitos limites com x tendendo a “a”. Crie mais um ou dois limites no mesmo padrão e some aos anteriores. Você vai ver que tanto faz realizar a soma das respostas ou a soma das funções. Se e então, o produto de L vezes M será igual ao produto de f(x) vezes g(x). A mesma coisa serve para a multiplicação de vários limites. Se e n for um número inteiro positivo qualquer, então lim x→a f (x) = L lim x→a g (x) = M lim x→a [f (x) + g (x)] = L ± M lim x→10 23 = 23 + lim x→10 2x + 1 = 21 = 44 lim x→10 2x + 1 + 23 = 44 lim x→a f1 (x) = L1 lim x→a f2 (x) = L2 lim x→a fn (x) = Ln lim x→a [f1 (x) ± f2 (x) ± f3 (x) . . . ±fn (x)] = L1 ± L2 ± L3±. . . ±Ln lim x→a f (x) = L lim x→a g (x) = M lim x→10 23 = 23x lim x→10 2x + 1 = 21 = 483 lim x→10 (2x + 1)23 = 483 lim x→a [f1 (x) f2 (x) f3 (x) . . . fn (x)] = L1L2L3. . . Ln lim x→a f (x) = L lim x→a [f (x)]n = Ln lim x→10 23 = 23 232 = 529 lim x→10 232 = 529 Se e a divisão entre os resultados é igual ao limite da divisão. Lembrando que o denominador não pode ser zero. Neste caso acima, M pode ser qualquer número menos zero. Se n for um número inteiro positivo e poderemos aplicar a raiz tanto na função como na resposta. Com a restrição de que se “n” for par, L>0. Fazendo n = 3 Se se e somente se Vamos testar este teorema. Portanto, o teorema se aplicou ao nosso exemplo. lim x→a f (x) = L lim x→a g (x) = M lim x→a [ ] = f (x) g (x) L M lim x→10 [ ] =2x + 1 23 21 23 lim x→a f (x) = L lim x→10 n√2x + 1 = n√21 lim x→10 3√2x + 1 = 3√21 = 2, 758924 lim x→a f (x) = L lim x→a f (x) − L = 0 lim x→10 2x + 1 = 21 lim x→10 2x + 1 − 21 = 0 Exercícios Usar os teoremas acima para calcular os limites abaixo. a) Para este limite, basta substituir o valor da tendência na função 3.5 – 8 = 7 Portanto, lim x→5 3x − 8 lim x→5 3x − 8 = 7 b) Usando os teoremas acima, devemos dividir este limite em outros. c) Para este limite separaremos a função do numerador e do denominador. lim x→2 x2 + x − 1 lim x→2 x2 + lim x x→2 + lim x→2 (−1) [lim x x→2 × lim x→2 x] + 2 + (−1) 2 × 2 + 2 + (−1) = 5 lim x→3 [ ]4x−5 5x−1 = = 0, 5 lim x→3 4x − 5 lim x→3 5x − 1 7 14 CONECTE-SE No link abaixo, você encontrará mais explicações a respeito dos teoremas. https://go.eadstock.com.br/bl8 NA PRÁTICASaber operar com limites é tão importante quanto saber as operações básicas com os números reais. Quando em física estudar o comportamento de qualquer problema utilizando o cálculo diferencial, será necessário saber quais as regras a serem utilizadas. Limites Laterais AUTORIA Pedro Henrique Martinez Neste ponto do curso, já trabalhamos com diversas teorias que se complementam para conseguir estudar regiões especí�cas de uma função. Na aula anterior, estudamos algumas propriedades que podemos aplicar sobre os limites para achar seus valores de maneira mais fácil. Temos que lembrar que os limites que estudamos até agora são equivalentes à aproximação de um determinado ponto da função tanto por valores acima do ponto como por valores abaixo do ponto. Na Figura 7, temos um grá�co representativo da função sen(x). A linha vertical do grá�co é um determinado ponto escolhido onde desejamos conhecer o limite. As linhas verdes representam o quão próximo podemos chegar a partir de um ẟ escolhido, tanto à direita quanto à esquerda da função. Vamos ver nesta aula que em algumas funções não é possível estudar o limite da maneira que viemos fazendo até agora. Em algumas funções, só dá para se aproximar de um ponto a partir de um dos lados do ponto, ou à esquerda ou à direita do ponto, sendo à esquerda valores menores e os valores à direita maiores. Figura 7: Exemplo de aproximação em um determinado ponto Fonte: o autor. De�nição Seja f(x) uma função que está de�nida em todos os números de um intervalo aberto (a,c). Isto quer dizer que o domínio da função vai de “a” até “c” com exceção de “a” e de “c”. Portanto, o limite de f(x) quando x tende a “a” pela direita é L. Seja f(x) uma função que está de�nida em todos os números de um intervalo aberto (d,c). Isto quer dizer que o domínio da função vai de “a” até “c” com exceção de “d” e de “c”. Portanto, o limite de f(x) quando x tende a “a” pela esquerda é L. Para esclarecer melhor, vamos utilizar a função sinal. Ela é de�nida da seguinte forma: Repare que esta função possui um valor constante quando é menor que 0. Um ponto quando é igual a zero e outro valor constante quando é maior que zero. Vamos calcular para esta função os seguintes limites: O primeiro signi�ca que iremos nos aproximar de zero pelo lado maior que 0. Portanto, o = 1 visto que a função vale 1 se x>0. Para o = -1 visto que a função vale -1 se x<0. Uma dica interessante aqui é esboçar o grá�co da função. Vou deixar este serviço com você. Este grá�co é formado basicamente por uma reta horizontal que começa no in�nito negativo e chegando próximo de 0 com o valor (-1). A mesma coisa temos à direita do zero. Uma reta horizontal na altura do valor 1 e indo à direita in�nitamente. Podemos agora chegar a uma conclusão a respeito dos limites em geral. O existe e será igual a L se e somente se e . Esta sentença signi�ca que só poderemos ter um limite da forma convencional se e somente se os limites à direita e à esquerda do ponto “a” forem iguais. lim x→apositivo f (x) lim x→cnegativo f (x) sgnx = {−1sex ⟨0, 0sex = 0, 1sex⟩ 0} lim x→0positivo sgn (x) lim x→0negativo sgn (x) lim x→0positivo sgn (x) lim x→0negativo sgn (x) lim x→a f (x) lim x→apositivo f (x) lim x→anegativo f (x) Exercícios a) Imagine a seguinte situação: um lojista vende o quilo da soja por 3 reais para uma compra até 10 quilos. Acima de 10 quilos o valor passa a ser 2,5 reais o quilo. Faça o grá�co da função e estude os limites laterais próximos a 10 quilos. O esboço do grá�co pode ser visto na Figura 8. Em verde, estão representados os pares ordenados. Em azul é a função 3x (pois o preço é três reais por quilo) que vai até 10, e em vermelho é a função 2,5x (pois o preço passa a ser 2,5 reais por quilo) que vai até o in�nito positivo. Em resumo, temos f(x) = 3x para o intervalo (0,10] e f(x) = 2,5x para o intervalo (10,+∞). Vamos estudar o que acontece ao redor do número 10, que representa 10 quilos. Quando nos aproximamos de 10 por valores à esquerda de 10, devemos utilizar a função 3x, já que ela é a única válida no intervalo (0,10]. Quando nos aproximarmos de 10 por valores à direita de 10, devemos utilizar a função 2,5x, já que ela é a única válida no intervalo (10,+∞). Figura 8: Esboço do grá�co Fonte: o autor. Desta forma, temos os dois limites possíveis em torno de 10. Começaremos com o positivo e logo abaixo o negativo. lim x→10positivo 2, 5x = 25 Podemos concluir que para o cliente é vantajoso comprar o mais próximo de 10 quilos possível, desde que seja um valor acima de 10 quilos. Para o vendedor, é mais vantajoso compras próximas de 10 quilos, mas não maiores que 10. Lembrando que as conclusões aqui são referentes apenas para vendas próximas de 10 quilos. b) Seja a função g(x) de�nida por se e 2 se x = 0. Estude a função próximo de zero usando todos os conceitos apresentados até aqui. Primeiro vamos relembrar o que signi�ca o valor absoluto. Se adotarmos valores de x maiores que zero começando do 1, 2, 3… e assim por diante, obteremos para g(x) os mesmos valores. Substituindo os valores em x negativos -1, -2, -3, e assim por diante, obteremos para g(x) as seguintes respostas: 1, 2, 3, e assim por diante. Colocando todas essas informações no grá�co, chegaremos ao desenho da Figura 9. Em vermelho temos todos os pontos que pertencem a g(x). O ponto em amarelo signi�ca que o par ordenado (0,0) não pertence a g(x). Em verde são alguns pares ordenados (-2,2), (-1,1), (1,1), (2,2) e o par ordenado do centro é (0,2). Figura 9: Grá�co de g(x) Fonte: o autor. Vamos agora avaliar o domínio desta função. O conjunto de todos os valores possíveis de x é dado por (-∞,+∞), ou seja, todos os elementos do conjunto dos números reais. A imagem de g(x) é dada por todos os números maiores que zero com exceção do 0, ou seja, (0,+∞). O zero não entra por causa da condição estabelecida para g(x) sendo g(x) = 2 quando x = 0. Dito tudo isso, podemos agora ver como aplicaremos os limites em torno do x=0. lim x→10negativo 3x = 30 |x| x ≠ 0 Primeiro devemos lembrar que só existirá se – e somente se – os limites laterais em torno de 0 forem iguais, ou seja, . Só de olhar o grá�co já percebemos que se aproximarmos a função de zero tanto pela esquerda quanto pela direita, os dois limites laterais darão o valor 0. Portanto, existe. Ou se escrevermos em forma de limite, teremos a expressão abaixo. lim x→0 g (x) lim x→0positivo g (x) = lim x→0negativo g (x) lim x→0 g (x) lim x→0positivo x = lim x→0negativo (−x) 0 = 0 CONECTE-SE Leia um pouco mais sobre limites laterais. SAIBA MAIS Para gabaritar, você deve saber distinguir bem o que é um limite se aproximando pela esquerda ou pela direita. https://go.eadstock.com.br/bl9 Limites In�nitos AUTORIA Pedro Henrique Martinez Agora que já dominamos uma série de propriedades e conseguimos estudar alguns tipos de funções mais a fundo, iremos para o próximo passo. Neste caso, o próximo passo é estudar funções que possuem um comportamento curioso: elas tendem ao in�nito quanto mais próximos de um ponto chegarmos. Para este exemplo, vamos usar a seguinte função: Vamos construir nossa tabela clássica e ver o que acontece nas proximidades do número 2, visto que 2 não existe solução, pois �caríamos com 0 no denominador. Nas Tabelas 7 e 8 vemos que quanto mais próximos chegarmos de 2, independentemente se pela esquerda ou pela direita, o número tende a aumentar in�nitamente, já que podemos nos aproximar in�nitamente. f (x) = 3 (x − 2) 2 Tabela 7 – Função f(x) para valores maiores que 2 x 3 3 2,5 12 2,25 48 2,1 300 2,01 30000 2,0001 300000000 Fonte: o autor. f (x) = 3 (x−2) 2 Figura 10: Grá�co de f(x) Fonte: o autor. A Figura 10 é a representação grá�ca desta função. Percebam que a vertical no ponto dois não existe, porém, sabemos pelas Tabelas 7 e 8 que quanto mais próximos chegarmos de dois, mais o valor cresce in�nitamente. Usando as propriedades delimites que vimos até aqui, teremos as expressões abaixo: Tabela 8 – Função f(x) para valores menores que 2 x 1 3 1,5 12 1,75 48 1,9 300 1,99 30000 1,9999 300000000 Fonte: o autor. f (x) = 3 (x−2) 2 Tanto a aproximação pela esquerda quanto pela direita dão uma tendência a valores no in�nito. Já que os dois limites existem e são iguais o também existe. Provamos aqui a existência deste tipo de limite. O mesmo poderá ocorrer para uma função que decresça in�nitamente. O único detalhe que muda é o símbolo do in�nito no �nal, sendo representado da seguinte forma lim x→2positivo [ ] = +∞ 3 (x − 2) 2 lim x→2negativo [ ] = +∞3 (x − 2)2 lim x→2 [ ] = +∞3 (x−2) 2 : lim x→a g (x) = −∞ Teoremas Se r for um número inteiro positivo qualquer, então teremos as seguintes expressões. Sendo que na segunda expressão temos alguns condicionantes. Será menos in�nito se r for ímpar e mais in�nito se r for par. Vamos fazer um teste para ver como o teorema acima funciona, dados e . Na Figura 11, temos o Grá�co das duas funções, sendo f(x) em verde e g(x) em laranja. lim x→0positivo [ ] = +∞ 1 xr lim x→0negativo [ ] = ±∞ 1 xr f (x) = 1 x2 g (x) = 1 x3 Figura 11: F(x) em verde e G(x) em laranja Fonte: o autor. Percebam que para os dois casos apresentados, sempre que nos aproximamos de 0 pela direita a função tende ao in�nito. A mudança ocorre quando nos aproximamos de 0 pela esquerda, quando r é um número par, a função tende a +∞ e quando r é ímpar a função tende a -∞. O próximo teorema é aplicado quando temos uma divisão de duas funções. Se a for um número real qualquer e se e onde c é uma constante diferente de zero, teremos a expressão abaixo: É fácil de entender este teorema: basta fazer uma divisão de um número qualquer por um número tão próximo de zero quanto quisermos. A resposta tenderá a +∞ ou a -∞ dependendo dos sinais envolvidos nas funções f(x) e g(x). Outro teorema importante diz que se temos um limite tendendo ao in�nito positivo ou negativo e se somarmos a uma função cujo limite é uma constante o resultado da soma dos limites ainda será in�nito positivo ou negativo dependendo da primeira função. lim x→a f (x) = 0 lim x→a g (x) = c lim x→a [ ] = ±∞ g (x) f (x) lim x→a f (x) = +∞ lim x→a g (x) = c Se o primeiro limite acima der -∞, o limite da soma das duas funções dará -∞. O próximo teorema é análogo ao anterior e diz respeito à multiplicação de duas funções. Vamos olhar as expressões abaixo. Dependendo dos sinais da constante e do primeiro limite, a multiplicação de f(x) vezes g(x) poderá ser menos ou mais in�nito. Basta você testar em sua calculadora um número qualquer vezes um número tão grande quanto quisermos, a resposta vai continuar sendo um número grande e o sinal vai depender do sinal dos números que colocou. Lembrando sempre que este número qualquer c não pode ser zero. A última de�nição que nos falta aqui é a de assíntota vertical. Podemos traçar uma reta vertical nos grá�cos acima onde o limite tende ao in�nito. Vamos usar um dos grá�cos já desenhados aqui. Na Figura 12, temos a assíntota vertical no ponto x=2 que é onde a função tende ao in�nito. Podemos desenhar uma assíntota vertical sempre que um limite inferior ou superior de uma função f(x) tender ao in�nito positivo ou negativo em um ponto determinado no eixo x. lim x→a [f (x) + g (x)] = +∞ lim x→a f (x) = ±∞ lim x→a g (x) = c lim x→a [f (x) g (x)] = ±∞ Figura 12: Assíntota vertical em vermelho Fonte: o autor. Exercícios a) Calcule os limites das funções Resposta: Como neste caso a aproximação do número 2 acontece por valores maiores que 2, como, por exemplo, 2,00000001 a resposta tende a dar +∞. lim x→2positivo [ ]1 x + 2 lim x→2positivo [ ]1 x − 2 lim x→2positivo [ ] = 1/4 = 0, 251 x + 2 lim x→2positivo [ ] = +∞1 x − 2 b) Calcule a soma e a multiplicação dos dois limites calculados em a. Resposta: Se um limite já tende a mais in�nito, a soma dos dois tenderá também a mais in�nito, visto que ¼ mais um número muito grande é um número muito grande. A mesma coisa acontece quando multiplicamos dois limites e um deles já tende ao in�nito. Basta seguir as regras de sinais da multiplicação. lim x→2positivo [ + ] = +∞ 1 x + 2 1 x − 2 lim x→2positivo [ ] = +∞1 x + 2 1 x − 2 CONECTE-SE No link abaixo encontrará mais explicações a respeito dos limites in�nitos. https://go.eadstock.com.br/bma Continuidade AUTORIA Pedro Henrique Martinez Olá! Já aprendemos a trabalhar com vários tipos de limites e suas propriedades. Agora, começaremos a aplicar os limites para investigar determinados pontos de uma função e nas próximas aulas desenvolver operadores novos. O primeiro detalhe que investigaremos em uma função é se ela é contínua ou não. Saber se uma função é contínua vai ser útil nas aulas posteriores. Vamos começar analisando um problema que foi resolvido em aulas anteriores. Dado f(x) onde 3x será válido no intervalo 0≤x≤10 e 2,5x será válido para x>10. O esboço da função f(x) está representado na Figura 15. Quando estudamos esta função anteriormente, vimos que próximo ao valor 10 existem dois limites diferentes, o limite superior é igual a 25 e o limite inferior no ponto 10 vale 30. Podemos a�rmar, então, que f(x) é descontínua no ponto 10. No ponto 10, não existe limite para f(x) quando x tende a 10 já que seus limites laterais não são iguais. Basta olhar a Figura 15 que percebemos que a linha vermelha não continua após o ponto 10, ao invés disso, surge uma nova linha em outros pares ordenados. Temos aqui um pedaço da de�nição de descontinuidade. Figura 15: F(x) descontínua no ponto x=10 Fonte: o autor. Para aprendermos o outro pedaço da de�nição de continuidade, vamos olhar outra função. Simplesmente, olhando para a função acima, percebemos que x nunca poderá valer 1 visto que não existe divisão por zero. Se dermos uma olhada no grá�co desta função, con�rmaremos essa inexistência do ponto. Vamos agora à de�nição formal de continuidade. f (x) = x + 5 x − 1 Uma função qualquer só será contínua em um ponto “a” se – e somente se – cumprir as três exigências abaixo: Deve existir Deve existir A igualdade deve existir Portanto, se uma ou mais de uma das a�rmações acima não for veri�cada, a função é descontínua no ponto “a”. Figura 16: Grá�co de f(x) onde não há a existência de x=1 Fonte: o autor. f (a) lim x→a f (x) lim x→a f (x) = f (a) Teoremas Alguns teoremas decorrem da de�nição de continuidade. Se f(x) e g(x) forem contínuas em um ponto a, então os itens abaixo se veri�cam. f(x)+g(x) será contínua em a f(x)-g(x) será contínua em a f(x)g(x) será contínua em a f(x)/g(x) será contínua em a, desde que a seja diferente de zero. Uma função polinomial é contínua em qualquer número. Funções do tipo axn+bxn-1+cxn-2+...+dx0 Uma função racional é contínua em todos os números de seu domínio. Aquela que pode ser escrita como uma fração de polinômios. Se n for um inteiro positivo, e dada a função abaixo: Se n for ímpar, f(x) será contínua em qualquer número. Se n for par, f(x) será contínua em todo número positivo. f (x) = n√x Exercícios a) Veri�que as condições de continuidade para a função abaixo nos pontos indicados. se x diferente de 1 se x = 1 Veri�car no ponto x=1 Resposta: Para fazer esta questão basta aplicar uma a uma a de�nição de continuidade desenvolvida nesta aula. A primeira diz que f(a) deve existir. f (x) = 2x + 4 f (x) = 25 Vamos veri�car então se f(1) existe. f(1) = 25, portanto, existe. A segunda diz que deve existir. Olhando a função devemos pensar a respeito das proximidades de 1 com exceção do próprio 1. Para fazer os limites laterais da função acima, veri�camos que os dois existem e são iguais. Portanto, A segunda condição também está satisfeita. Vamos veri�car a última condição: Portanto, a terceira condição não está satisfeita. Logo, a função f(x) não é contínua quando x =1. b) Veri�que em quais pontos da função abaixonão há continuidade. Resposta: O domínio da função acima são todos os números reais exceto aqueles para os quais x²-16=0, ou seja, os números 4 e -4. Dado que f(x) é uma função racional ela será contínua em todos os outros valores. Portanto, os dois pontos são 4 e -4. lim x→a f (x) lim x→1positivo [2x + 4] = 6 lim x→1negativo [2x + 4] = 6 lim x→1 2x + 4 = 6 lim x→a f (x) = f (a) lim x→1 2x + 4 = 6 ≠ f (1) = 25 f (x) = x4 + 1 x2 − 16 CONECTE-SE No link abaixo, você encontrará mais explicações a respeito da continuidade de funções. NA PRÁTICA Muitos problemas físicos não apresentam continuidade em suas funções, como, por exemplo, o acionamento elétrico de algum dispositivo. Só há basicamente duas condições: ligado e desligado. Quando o sistema passa de desligado para ligado a função do sinal sofre um salto. Saber que existem essas possíveis descontinuidades é interessante para aplicar ou não conceitos das aulas futuras. https://go.eadstock.com.br/bmc Continuidade II AUTORIA Pedro Henrique Martinez Nesta aula, vamos abrir o assunto sobre alguns detalhes a respeito de continuidade, que ainda não mencionamos e, feito isso, estaremos preparados para entrar em um dos assuntos mais importantes de cálculo. Esta aula será dividida em basicamente dois tópicos: o primeiro será continuidade de funções compostas, e o segundo continuidade de funções trigonométricas. Continuidade de Funções Compostas Primeiramente, vamos de�nir aqui uma função composta. Dada uma função f(x) e outra g(x), poderemos incorporar g(x) em f(x) usando a simbologia abaixo. Temos acima uma função composta. Simples assim. Vale comentar aqui sobre seu domínio. O domínio de (f o g) é o conjunto de todos os números x no domínio de g(x) tal que g(x) esteja no domínio de f(x). Vamos utilizar as seguintes funções para ilustrar o que foi dito. O domínio de g(x) é dado pelo intervalo (-∞,+∞) que está dentro do domínio de f(x) que possui um intervalo [0,+∞). Portanto, podemos fazer (fog) que possui o seguinte intervalo [-3,3] de domínio, visto que . Apresentada aqui a função composta, vamos a seus teoremas. Se e se a função f(x) for contínua em b, poderemos escrever a seguinte sentença. Vamos testar com as funções dadas acima. Primeiro, calcula-se = . Portanto, b=5, calculando f(b) temos que equivale à mesma coisa que . Con�rmado o teorema. (fog) (x) = f (g (x)) f (x) = √x g (x) = 9 − x2 (fog) (x) = f (g (x)) = √9 − x2 9 − x2 ≥ 0 lim x→a g (x) = b lim x→a (fog) (x) = f (b) = lim x→a f (g (x)) = f (lim x→a g (x)) lim x→a g (x) = b lim x→2 9 − x2 = 5 √5 lim x→2 √9 − x2 = √5 Se a função g(x) for contínua em “a” e a função f(x) for contínua em g(a), então a função composta (fog) será contínua em a. Vamos agora para algumas de�nições. Uma função é contínua em um intervalo aberto se e somente se ela for contínua em todos os números do intervalo aberto. A função f(x) será contínua à direita em um número “a” se – e somente se – forem satisfeitas todas as condições seguintes. Deve existir Deve existir A mesma coisa vale para veri�car se f(x) é contínua à esquerda de um número “a”. Ou seja, as três condições acima com o ajuste para limite inferior devem ser válidas. Uma função cujo domínio inclui o intervalo fechado [a,b] será contínua em [a, b] se e somente se ela for contínua no intervalo (a,b), contínua à direita em “a” e contínua à esquerda em “b”. Uma função cujo domínio inclui o intervalo semiaberto [a,b) será contínua em [a,b) se e somente se ela for contínua no intervalo aberto (a,b) e contínua à direita em “a”. Vale o mesmo para (a, b] com as mudanças de referências cabíveis. E, por �m, o teorema do valor intermediário. Se a função f(x) for contínua no intervalo fechado [a,b], e se , então, para todo número k entre f(a) e f(b) existirá um número c entre “a” e “b” tal que f(c) = k. f (a) lim x→apositivo f (x) lim x→apositivo f (x) = f (a) f (a) ≠ f (b) Continuidade das Funções Trigonométricas Agora, falaremos um pouco das funções trigonométricas. Só para fazer uma breve introdução a respeito, vamos lembrar um pouco sobre algumas nomenclaturas. Aqui falaremos de medidas de ângulos em radianos. Só para deixar claro, o perímetro de uma circunferência é dado por 2πR. Em que R é o raio da circunferência. Se dividirmos 2πR por R, �caremos com o que conhecemos como 2π radianos, que signi�ca basicamente uma volta completa em uma circunferência. Com isso chegamos à conclusão de que 360º equivalem a 2π radianos, 180º equivalem a π radianos, 90º equivalem a π/2 radianos e 0º a 0 radiano. Relembrado este conceito vamos ao que interessa em cálculo. Aqui será utilizada e muito a seguinte operação. Primeiro, vamos demonstrar a resposta usando a nossa famosa tabela. Lembrando que “t” está em radianos. Use, portanto, sua calculadora em radianos e não em graus. lim t→0 [ ] sent t Tabela 11 – Valores de x tendendo a 0 x 0,5 0,95885 0,4 0,97355 0,3 0,98507 0,2 0,99335 0,1 0,99833 0,01 0,99998 0,001 0,999999833 0,0001 0,999999998 Fonte: o autor. f (x) = sent t Portanto, chegamos à resposta pelo simples teste na calculadora. O limite acima quando “t” tende a 0 vale 1, mesmo que o ponto t=0 não exista. Vamos agora aos teoremas. Suponha que as funções f(x), g(x), e h(x) estejam de�nidas em algum intervalo aberto I contendo “a”, exceto, possivelmente, no próprio ponto a e que f(x)≤g(x)≤h(x) para todo x em I, tal que x seja diferente de “a”. Suponha também que e ambos existam e tenham o mesmo valor L. Então, existe e é igual a L. Este teorema é chamado popularmente como teorema do “sanduíche”. A função seno é contínua em 0. A função cosseno é contínua em 0. As funções seno e cosseno são contínuas em todos os números reais. A tangente, cotangente, secante e cossecante são funções contínuas em seus domínios. Tabela 12 – Valores de x tendendo a 0 x -0,5 0,95885 -0,4 0,97355 -0,3 0,98507 -0,2 0,99335 -0,1 0,99833 -0,01 0,99998 -0,001 0,999999833 -0,0001 0,999999998 Fonte: o autor. f (x) = sent t lim x→a f (x) lim x→a h (x) lim x→a g (x) lim t→o [ ] = 0 1 − cos (t) t Exercícios a) Determine os valores em que f(x) é contínua. Resposta: Para fazer este exercício, primeiro devemos enxergar a função acima como a junção de duas outras funções. Feito isso, podemos dizer que f(x) = h(g(x)), assim como foi explicado nesta aula. Agora analisaremos as funções separadamente. A função g(x) é contínua em todo o seu domínio, pois ela é polinomial e toda função polinomial é contínua. A função h(x) é contínua para todo número real positivo. Portanto, f(x) será contínua para todo g(x)>0. Como resposta, temos que o intervalo onde a função f(x) é contínua é (-4,4). b) Ache o limite se existir. Resposta: Para funções trigonométricas, devemos modi�cá-las de tal forma que apareçam limites conhecidos. Para isso devemos manipular a fração apresentada. Só temos opção de multiplicarmos em cima por 3/3 e embaixo por 5/5. Aí teremos: f (x) = √16 − x2 h (x) = √x g (x) = 16 − x2 16 − x2 > 0 x2 < 16 |x| < 4 −4 < x < 4 lim x→0 [ ] sen (3x) sen (5x) Agora, para aparecer o x embaixo de cada uma delas sem alterar a sentença acima faremos a seguinte multiplicação: Arrumando, teremos a expressão abaixo: Aplicando o limite de x tendendo a zero tanto para a fração de cima como para a fração de baixo chegaremos à seguinte expressão: Portanto, o limite será dado da seguinte forma: ∗ sen (3x)33 ∗ sen (5x)5 5 [ ∗ sen (3x)] ∗ [ ]3 3 1 x [ ∗ sen (5x)] ∗ [ ]5 5 1 x 3 ∗ sen(3x) 3x 5 ∗ sen(5x) 5x 3 ∗ 1 5 ∗ 1 lim x→0 [ ] = sen (3x) sen (5x) 3 5 CONECTE-SE No link abaixo, você encontrará mais explicações a respeito da continuidade de funções trigonométricas. https://go.eadstock.com.br/bmd NA PRÁTICA Muitos problemas físicos ocorrem em formato de funções trigonométricas. Em Cálculo II, estudaremos algumas delas. Um exemplo de fenômeno que acontece sobre funções trigonométricassão os fenômenos de vibração mecânica. A vibração nada mais é que um movimento que se repete ao longo de um tempo. Esses movimentos repetitivos �cam muito bem modelados a partir dos grá�cos de seno e cosseno. Entender o comportamento dessas funções é fundamental para modelar os problemas mencionados. Derivada e Reta Tangente AUTORIA Pedro Henrique Martinez Finalmente chegamos a uma das partes mais importantes do cálculo. Nesta aula, basicamente, aplicaremos o que conhecemos de limite para extrair informações das funções que não conseguiríamos sem a noção de limite. Para entendermos como a derivada funciona usaremos um grá�co de uma função f(x). O grá�co da função f(x) está representado na Figura 17. O primeiro passo agora é traçar uma reta secante onde quisermos. Lembrando que uma reta secante basicamente é uma reta que vai cruzar dois pontos quaisquer de nosso grá�co. Para �car mais fácil de entender o raciocínio traçaremos a reta secante como indica a Figura 18. Vale lembrar que poderíamos escolher outros dois pontos quaisquer. O que queremos aqui é estudar o que acontece à medida que aproximamos o segundo ponto que está no par ordenado (1,1) do primeiro ponto, que está no par ordenado (0,0). Para exempli�car o que acontece, a Figura 19 apresenta retas secantes com o segundo par ordenado se aproximando do primeiro. Figura 17: Grá�co de f(x) = x² Fonte: o autor. f (x) = x2 Figura 18: Grá�co de f(x) com reta secante nos pares ordenados (0,0) e (1,1) Fonte: o autor. Figura 19: Retas secantes com os pares ordenados se aproximando, sendo a verde a mais próxima Fonte: o autor. Na Figura 19, temos a aproximação dos pares ordenados. Percebam que existe uma tendência a cada vez que aproximamos os pares ordenados. Que tal agora aproximarmos o máximo que der mantendo os pares ordenados diferentes. Chegaremos ao desenho da Figura 20. Na Figura 20, percebemos que os pontos estão tão próximos, tão próximos, que praticamente estamos em cima de um ponto só (0,0). Quando isso acontece, a reta que era secante agora é uma reta tangente ao ponto (0,0). Agora, partiremos para a formulação do que foi dito. Primeiro, estabeleceremos dois pares ordenados. O primeiro em um ponto (x,f(x)), ou seja, dada uma função f(x) qualquer existirá uma resposta para cada x escolhido. O segundo ponto vamos escrever em função do primeiro ponto. Portanto, �caremos com o segundo ponto escrito da seguinte forma: (x+Δx,f(x+ Δx)). Na Figura 21, temos uma representação genérica destes dois pontos. Dado que a fórmula da tangente é a divisão do cateto oposto pelo cateto adjacente, �camos com a seguinte fórmula: Figura 20: Grá�co de f(x) com reta tangente no par ordenado (0,0) Fonte: o autor. tangente = f (x + Δx) − f (x) Δx Figura 21: Pares ordenados (x, f(x)) e (x + Δx, f(x + Δx)) Fonte: o autor. Na Figura 22, temos a representação da fórmula apresentada. Agora já temos a fórmula da tangente escrita em função dos pares ordenados e já temos a representação grá�ca do problema. Figura 22: Representação do triângulo formado pelos pares ordenados e seus respectivos valores em verde Fonte: o autor. Só nos falta um detalhe: queremos que os dois pontos se aproximem o máximo possível sem se coincidirem. Para isso aplicaremos o seguinte limite: Portanto, a famosa derivada é dada pela fórmula acima que podemos representar da seguinte maneira: Lemos a expressão acima da seguinte maneira: “a derivada da função f(x) é dado pelo limite da função [f(x+ Δx) -f(x)]/Δx quando Δx tende a zero”. Existe outra forma de escrevermos a mesma coisa. Neste caso, Δy = f(x+ Δx)-f(x). No �nal, temos a mesma coisa escrita de forma diferente. Veremos mais para frente durante o curso, que a segunda maneira de escrever a derivada será muito útil em inúmeros casos. lim Δx→0 [ ] f (x + Δx) − f (x) Δx f ′ (x) = lim Δx→0 [ ] f (x + Δx) − f (x) Δx = lim Δx→0 [ ]dy dx Δy Δx Exercícios a) Ache a derivada das seguintes funções Resposta: Para fazer, basta aplicar o conceito de limite. Vamos primeiro trabalhar com as substituições necessárias. f (x) = x2 − 3 f (x) = x2 + x − 3 f ′ (x) = lim Δx→0 [ ] f (x + Δx) − f (x) Δx Resposta da segunda derivada: Para fazer, basta aplicar o conceito de limite. Vamos usar a outra forma: Vamos primeiro trabalhar com as substituições necessárias. [(x + Δx)2 − 3] − (x2 − 3) Δx x2 + 2xΔx + Δx2 − 3 − x2 + 3 Δx 2xΔx + Δx2 Δx 2xΔx + Δx2 Δx f ′ (x) = lim Δx→0 [2x + Δx] f ′ (x) = 2x = lim Δx→0 [ ] dy dx f (x + Δx) − f (x) Δx [(x + Δx)2 + (x + Δx) − 3] − (x2 + x − 3) Δx x2 + 2xΔx + Δx2 + x + Δx − 3 − x2 − x + 3 Δx 2xΔx + Δx2 + Δx Δx 2x + Δx + 1 = lim Δx→0 [2x + Δx + 1] dy dx = 2x + 1 dy dx CONECTE-SE No link abaixo, você encontrará mais explicações a respeito da derivada. NA PRÁTICA Na aula 16, será apresentado um problema utilizando as derivadas. Logo chegaremos lá. https://go.eadstock.com.br/bme Derivação Implícita AUTORIA Pedro Henrique Martinez Estamos agora na última parte teórica a respeito de derivadas proposta pelo curso. Entendendo esta aula, poderemos falar na próxima a respeito de aplicações. A primeira coisa que devemos entender nesta aula é a respeito do termo utilizado. Se existem derivadas implícitas, é claro que existem as explícitas. As explícitas nós já trabalhamos em todas as aulas anteriores. Vamos a um exemplo qualquer: A função apresentada é explícita, pois conseguimos achar y dado um x que pertence ao domínio da equação. Neste caso, o domínio são todos os números reais, mas o domínio pode variar dependendo da equação. Em resumo, dizemos que para cada valor de x encontramos uma resposta em y. A derivada da função acima será explícita também. Assim como mostrado abaixo: A derivada mostrada também é explícita, pois a derivada de y em função de x também depende exclusivamente de x. Professor, existem casos em que não são assim? Sim, vou mostrar para vocês, abaixo, uma equação que não funciona da maneira com a qual estamos acostumados. No caso acima, não poderemos resolver y em função de x apenas. Vamos fazer um teste simples: substituir x = 2. Viu? A resposta não foi encontrada ainda. Quando isso acontecer, podemos dizer que y está de�nido implicitamente. Só lembrando que podemos escrever a equação acima da seguinte forma: Agora que já sabemos o que é uma função explícita e uma função implícita vamos trabalhar com as derivadas. Mas, primeiro, vamos chamar de f(x) a função abaixo. Claro que não podemos esquecer da outra. Portanto, �camos com a seguinte função g(y): y = x4 + 3x3 + 2x2 − 4x + 5 = 4x3 + 9x2 + 4x − 4 dy dx x6 − 2x = 3y6 + y5 − y2 26 − 2 ∗ 2 = 3y6 + y5 − y2 60 = 3y6 + y5 − y2 60 = 3f(x)6 + f(x)5 − f(x)2 f (x) = x6 − 2x Perceba que �camos com uma de�nida em x e outra de�nida em y. Outra questão importante que sabemos é que g(y) dependerá de f(x), portanto, podemos escrever g(f(x)). Basicamente temos uma função composta. Agora aplicaremos a derivada. Primeiro na função à esquerda e depois na função à direita. À esquerda �cará com a seguinte função e sua respectiva derivada: À direita �cará com a seguinte função e sua derivada. Aqui só devemos tomar um cuidado, pois a função está escrita em termos de y. Temos que saber que y depende de x. A conclusão é que temos aqui uma função composta. Ficaremos então com as relações abaixo. A derivada �cou com o formato acima, porque y é uma função composta que depende de x e pela regra da cadeia devemos usar a seguinte relação: Isto quer dizer que primeiro derivamos. E depois derivamos y em função de x �cando com a parcela a seguir: Repetindo o raciocínio e juntando tudo o que temos até agora �caremos com a seguinte função: O próximo passo agora é isolar o que eu quero. Professor, o que queremos? g (y) = 3y6 + y5 − y2 f (x) = x6 − 2x f ′ (x) = 6x5 − 2 g (y) = 3y6 + y5 − y2 g′ (y) = 18y5 + 5y4 − 2y dy dx dy dx dy dx (gof) (x) = g′ (f (x)) f ′ (x) 3y618y5 dy dx 6x5 − 2 = 18y5 + 5y4 − 2y dy dx dy dx dy dx Queremos a derivada, portanto, isolaremos ela. E, �nalmente, �caremos com a seguinte função: Para concluir o raciocínio, precisamos entender que saímos da função abaixo: E chegamos à derivada dada por: Em resumo, �zemos a derivada de uma função de forma implícita. 6x5 − 2 = (18y5 + 5y4 − 2y) dy dx = dy dx 6x5 − 2 (18y5 + 5y4 − 2y) x6 − 2x = 3y6 + y5 − y2 = dy dx 6x5 − 2 (18y5 + 5y4 − 2y) Exercícios a) Ache uma equação da reta tangente à curva dada pela seguinte equação no ponto (1,2). Resposta: Como o exercício pede a derivada, derivaremos e chegaremos à seguinte função: A derivada em x é bem simples, segue as regras apresentadas nas aulas anteriores. Para a derivada em y, temos que usar a regra da cadeia. Isolando o que é necessário, chegaremos à seguinte equação. Vamos substituir o ponto (1,2) agora para descobrir o valor. x3 + y3 = 27 3x2 + 3y2 = 0 dy dx = − [ ] dy dx x2 y2 Para acharmos a equação da reta tangente no ponto em questão, basta aplicarmos a resposta na equação genérica da reta. Substituindo os valores de x=1, y=2 e a=(-1/4), acharemos b. Como temos b, agora basta substituir tudo. ou b) Dada a função abaixo, encontre . Respostas: Para derivarmos, basta aplicar a regra da multiplicação para cada uma das parcelas. Assim, �caremos com a seguinte função: Isolando as parcelas necessárias, chegaremos à seguinte função: Finalmente, chegaremos à seguinte resposta: = − [ ] dy dx 1 4 y = ax + b b = 9 4 y = − x + 1 4 9 4 x + 4y − 9 = 0 dy dx xcos (y) + ycos (x) = 1 1 ∗ cos (y) + x (−sen (y)) + cos (x) + y (−sen (x)) = 0 dy dx dy dx (cos (x) − xsen (y)) = ysen (x) − cos (y) dy dx = dy dx ysen (x) − cos (y) cos (x) − xsen (y) CONECTE-SE Mais derivadas de forma implícita. SAIBA MAIS Treine bem a aplicação das regras e busque mais exercícios! https://go.eadstock.com.br/bmi Derivada II AUTORIA Pedro Henrique Martinez Olá a todos! A primeira conclusão a que chegaremos aqui a respeito da derivada é que ela é uma operação, ou seja, assim como as outras operações, poderemos aplicá-la. A segunda conclusão é que a de�nição de derivada passa por todas as regras de limites que trabalhamos até agora, portanto, só existirá a derivada se o limite da derivada existir. A terceira é consequência da segunda. Se uma função qualquer é derivável em um ponto, ela é contínua naquele ponto. A partir dessas conclusões mais simples, serão apresentadas nesta aula algumas regras de derivação para que a derivada não tenha que ser feita toda hora a partir dos limites. Teoremas sobre Derivação de Funções Algébricas Para as primeiras regras apresentadas aqui, usaremos como exemplo a função do �nal da Aula 11, que já derivamos. Acima, temos a função f(x) e sua respectiva derivada. À medida que formos estudando as regras olharemos para f(x) para veri�car. O primeiro teorema diz que qualquer constante quando derivada é igual a zero. Vamos olhar na função que já conhecemos e ver se o primeiro teorema se aplicou. A única constante da função era o número (-3). Vejam que na resposta o número (-3) sumiu, portanto, virou zero. Veri�camos este teorema por meio do exemplo. O segundo teorema é baseado na operação de potência. f (x) = x2 + x − 3 f ′ (x) = 2x + 1 f (x) = c f ′ (x) = 0 f (x) = xn f ′ (x) = nx(n−1) Vamos conferir na nossa função exemplo. Tínhamos a parcela x² e a parcela x¹. A parcela x² se transformou em 2x. Escrevendo abaixo para �car mais fácil teremos as seguintes fórmulas: A mesma coisa ocorre com a seguinte parcela: Portanto, o teorema se aplicou. O terceiro teorema diz que quando temos uma constante multiplicando uma função a constante permanece inalterada. Para exempli�car, usaremos a seguinte função: , aplicando o limite teremos como resposta o valor 3. Portanto, também veri�camos o terceiro teorema por meio de um exemplo. O quarto teorema é basicamente uma consequência dos anteriores e pode ser escrito da seguinte forma: x2 2x2−1 2x x1 1x(1−1) 1 f (x) = nf (x) f ′ (x) = nf ′ (x) f (x) = 3x f ′ (x) = lim Δx→0 [ ] f (x + Δx) − f (x) Δx [3 (x + Δx)] − (3x) Δx 3Δx Δx f ′ (x) = 3 = 3f ′ (x) f (x) = cxn f ′ (x) = cnx(n−1) Vejam que a constante permanece inalterada, e a derivada mantém a mesma regra do segundo teorema. Teoremas de Derivação Quando Temos Operações com Funções Assim como temos regras para aplicar a derivada de uma função, vamos ter também regras para derivar a soma, multiplicação e divisão de diferentes funções. Vamos com a mais simples delas. Dadas duas funções, f(x) e g(x) podemos fazer as seguintes operações: Este teorema simplesmente a�rma que quando temos duas funções a derivada da soma das duas dá o mesmo valor que derivar cada uma delas separadamente e depois somar. Vamos usar as nossas funções de sempre. Somando f(x) com g(x) teremos h(x) = 2x²+x-6. Agora, vamos veri�car o teorema. Portanto, vimos a aplicação do teorema. O segundo teorema é o da multiplicação de duas funções. h (x) = f (x) + g (x) h′ (x) = f ′ (x) + g′ (x) f (x) = x2 + x − 3 f ′ (x) = 2x + 1 g (x) = x2 − 3 g′ (x) = 2x h′ (x) = f ′ (x) + g′ (x) 4x + 1 = 2x + 1 + 2x h (x) = f (x) g (x) h′ (x) = f (x) g′ (x) + f ′ (x) g (x) Para este teorema não tem jeito, é preciso fazer umas contas a mais. Mas se pensarmos bem, ainda sim, é um bom corte de caminho. O próximo teorema também vai exigir algumas contas. É o da divisão de duas funções. A única condição para o teorema mostrado anteriormente é que g(x) deve ser diferente de zero. h (x) = f (x) g (x) h′ (x) = g (x) f ′ (x) − f (x) g′ (x) [g (x)] 2 Exercícios a) Derive as funções a seguir utilizando os teoremas. Resposta: Para resolver o problema acima de forma direta, basta aplicar os teoremas apresentados a cada parcela da função. Podemos representar da seguinte maneira: O que está escrito acima é que a derivada de f(x) será igual à derivada de cada uma das parcelas. Aplicando os teoremas individualmente, teremos a seguinte resposta. Resposta: Utilizando o mesmo raciocínio, chegaremos à resposta abaixo. f (x) = x8 + x4 − 3x2 + 2 f ′ (x) = [x8] + [x4] − [3x2] + [2] d dx d dx d dx d dx f ′ (x) = 8x7 + 4x3 − 6x1 + 0 f ′ (x) = 8x7 + 4x3 − 6x g (x) = 3x2 g′ (x) = 6x b) Derive a divisão de f(x) por g(x). Resposta: Para esta questão basta aplicarmos o teorema da divisão. Basta simpli�car agora. h′ (x) = 3x2 (8x7 + 4x3 − 6x) − (x8 + x4 − 3x2 + 2) 6x 36x2 CONECTE-SE Leia mais sobre regras de derivação. SAIBA MAIS Treine bem a aplicação das regras e busque mais exercícios! https://go.eadstock.com.br/bmf Derivada de Funções Trigonométricas AUTORIA Pedro Henrique Martinez Agora, falaremos a respeito de derivadas voltadas a funções trigonométricas. Elas são muito importantes devido a um número grande de fenômenos físicos que são modelados a partir de funções trigonométricas. A primeira coisa que você deve lembrar é que a derivada ainda terá as mesmas de�nições e teoremas vistos até aqui. Portanto, a derivada ainda estará relacionada à reta tangente em um determinado ponto. Para as derivadas mais básicas faremos algumas demonstrações. Derivada de sen(x) e cos(x) Começaremos pela derivada de sen(x), mas antes de começarmos é importante lembrá-los das relações trigonométricas abaixo. Aplicando a de�nição de limite, teremos a seguinte expressão: Aqui, substituímos a função sen(x), �cando com a expressão abaixo: Agora, aplicamos a relação trigonométrica equivalente. Agora, agrupamos de forma estratégica e dividimos em parcelas os limites. Nesta etapa, colocamos sen(x) em evidência. Aqui, deixamos (-1) em evidência para trocar a ordem e �camos com 1-cos(x). sen (a + b) = sen (a) cos (b) + cos (a) sen (b) cos (a + b) = cos (a) cos (b) − sen (a) sen (b) lim Δx→0 f (x + Δx) − f (x) Δx lim Δx→0 sen (x + Δx) − sen (x) Δx lim Δx→0 sen (x) cos (Δx) + cos (x) sen (Δx) − sen (x) Δx lim Δx→0 + lim Δx→0 sen (x) cos
Compartilhar