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REMUNERAÇÃO, EQUIPARAÇÃO SALARIAL

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Aulas 2 e 3 – UNIDADE 2 
Legislação Social e Trabalhista 
REMUNERAÇÃO E 
EQUIPARAÇÃO SALARIAL 
TEMPO, LOCAL, FORMAS E 
GARANTIA. 
REMUNERAÇÃO 
 
 
 
 
 
 
 
O salário-utilidade é o pagamento in natura 
feito ao empregado de forma habitual pelo 
empregador, com intenção recompensatória 
pelo trabalho prestado. Se caracteriza como 
benefício e proporciona uma economia em 
seus recursos financeiros. 
 
 
 
 
 
 
EXEMPLOS DE SALÁRIO-UTILIDADE 
Habitação. O valor máximo do desconto do 
benefício não poderá exceder a 25% do salário 
contratual do empregado. Para cada unidade 
habitacional corresponda uma única família de 
empregado. 
Alimentação. Deve ser pago com habitualidade e 
na forma “in natura”, (o vale é uma forma), como 
benefício, resultando economia dos recursos 
financeiros do empregado. O valor do benefício não 
poderá ultrapassar 20% (vinte por cento) do salário 
contratual do empregado. 
 
 
 
 
 
 
 
UTILIDADES (SEM NATUREZA SALARIAL) 
EDUCAÇÃO: em estabelecimento próprio ou de 
terceiros, referentes à matrícula, mensalidades, 
livros e material didático. 
TRANSPORTE: casa-trabalho e vice-e-versa, 
servido ou não por transporte público 
ASSISTÊNCIA MÉDICA, hospitalar e odontológica, 
prestada diretamente ou mediante seguro saúde. 
PLANOS DE SEGURO de vida, acidentes pessoais 
e de previdência privada. 
 
 
 
O vale transporte é previsto na lei 7.418/85 e obriga 
o empregador a garantir o transporte municipal, 
intermunicipal e interestadual do empregado, de sua 
residência até o local de trabalho e vice-versa. A lei 
permite o desconto de até 6% sobre o salário base 
do empregado, arcando o empregador com as 
despesas que ultrapassarem este valor. 
 
Art. 2º - O Vale-Transporte, concedido nas condições e limites 
definidos, nesta Lei, no que se refere à contribuição do 
empregador: a) não tem natureza salarial, nem se incorpora à 
remuneração para quaisquer efeitos; b) não constitui base de 
incidência de contribuição previdenciária ou de Fundo de 
Garantia por Tempo de Serviço; c) não se configura como 
rendimento tributável do trabalhador. 
 
Se o empregador concede ao empregado um 
veículo próprio da empresa, deve conceder 
juntamente o combustível, a manutenção e os 
impostos. 
Se o combustível for pago na forma de pecúnia, 
poderá assumir natureza salarial. 
A Lei nº 10.243/01 regula a matéria e classifica a 
utilidade como não salarial. 
SALÁRIO-FAMÍLIA 
É um benefício da Previdência Social pago ao 
trabalhador que possuir filhos de até 14 anos e com 
salário não superior a R$789,30. 
O valor do salário-família é de R$ 27,24 por filho de 
até 14 anos incompletos, para quem recebe salário 
de até R$ 531,12. Caso o empregado receba salário 
entre R$531,13 e R$ 798,30, o valor do salário-
família passa a ser de R$ 19,19. 
Possuem direito a esse benefício o empregado que 
se enquadrar nos requisitos legais e que entregar ao 
empregador cópia da certidão de nascimento dos 
filhos e da Carteira de Vacinação. 
Decreto-Lei nº 368/68. Constitui-se em mora contumaz o 
empregador que atrasar mais de três meses o pagamento 
do salário. 
Dá ensejo ao empregado o direito de aplicar a justa causa ao 
empregador. As verbas rescisórias, neste caso, deverão ser 
pagas até a audiência, sob pena de aplicação de multa de 
50% sobre seu valor. 
 
É proibida a cessão, doação ou qualquer outro ato de 
alienação sobre o salário. 
 
Vedação à truck system – vales e/ou tickets cuja aceitação 
não é ampla no comércio, no mercado ou por terceiros. 
QUESTÃO DE FIXAÇÃO: 
Ulisses trabalha na empresa “X-Alimentos” e recebe 
vale alimentação e vale refeição do empregador, 
como todos os funcionários. Porém, quando da sua 
contratação, os funcionários almoçavam na sede da 
empresa. Após uma alteração contratual, todos os 
funcionários passaram a receber vales que somente 
são aceitos nos restaurantes e mercados do próprio 
grupo comercial, que não possui uma rede de fácil 
acessibilidade a todos os funcionários. Ulisses 
suspeita de prática de truck system e requer a 
anulação do contrato de trabalho e ressarcimento por 
perdas e danos. Quais direitos assistem a Ulisses a 
esse respeito? 
Proteção ao salário: a 
equiparação salarial 
EQUIPARAÇÃO SALARIAL 
A quantidade de trabalho empenhado numa 
determinada mercadoria não corresponde à 
quantidade de salário devido. Por quê? Porque o 
trabalho possui uma dimensão social. 
 
Com o Tratado de Versailles se passou a aplicar o 
princípio da equiparação salarial, que propugnava 
um “salário igual, sem distinção de sexo, para 
trabalhos de igual valor” e, a partir de então, 
expandiu-se aos demais países, inclusive o Brasil. 
LEGISLAÇÃO BRASILEIRA 
 
CF/88, art. 7º, XXX - proibição de diferença de 
salários, de exercício de funções e de critério de 
admissão por motivo de sexo, idade, cor ou estado 
civil. 
CLT, art. 5º - A todo trabalho de igual valor 
corresponderá salário igual, sem distinção de sexo. 
 
CLT Art. 461 – Sendo idêntica a função, a 
todo trabalho de igual valor, prestado ao mesmo 
empregador, na mesma localidade, corresponderá 
igual salário, sem distinção de sexo, nacionalidade 
ou idade. 
 
Se a empresa possuir quadro de carreira organizado, 
há que se observar os critérios de antiguidade e 
merecimento para efeitos de promoção, que deverão 
ser aplicados alternativamente. 
 
Caso se trate de trabalhador readaptado em nova 
função por motivo de deficiência física ou mental 
atestada pelo órgão competente da Previdência 
Social, neste caso, o empregador estará dispensado 
de aplicar a equiparação. 
 
 
NACIONALIZAÇÃO DO TRABALHO 
Regulamenta a proporcionalidade e equiparação 
entre trabalhadores brasileiros e trabalhadores 
estrangeiros. 
A regra se aplica as empresas individuais ou 
coletivas que exploram serviços públicos dados em 
concessão ou que exerçam atividades industriais ou 
comerciais. 
Ex. Empresa com mais de três empregados, deverá 
manter uma proporção de 2/3 de empregados 
brasileiros. 
IMPORTANTE 
O empregado chamado a ocupar, cargo em 
comissão, interinamente, ou em substituição 
eventual ou temporária, tem a garantia de contagem 
do tempo naquele serviço, bem como o retorno ao 
cargo anterior quando do término da substituição ou 
do retorno do empregado transferido ao cargo original 
que ele ocupava. 
 
SIMULTANEIDADE NA PRESTAÇÃO DO SERVIÇO 
é uma exigência imposta ao empregador que tiver 
empregados que lhe prestem serviços 
simultaneamente, onde pelo menos um deles possa 
servir de modelo ou referência para os demais. 
CONCLUSÃO 
Funções análogas na empresa ensejam salários 
equiparados, motivo pelo qual a descrição de 
função é essencial na contratação. 
Art. 460 CLT- não havendo estipulação do 
salário ou prova sobre o valor ajustado, o 
empregado terá direito a receber salário igual ao 
daquela que, na mesma empresa, fizer serviço 
equivalente, ou do que for habitualmente pago 
para serviço semelhante ou análogo. 
 
TRT – SP 
SUMULA 6 
II - Para efeito de equiparação de salários em caso 
de trabalho igual, conta-se o tempo de serviço na 
função e não no emprego. 
III - A equiparação salarial só é possível se o 
empregado e o paradigma exercerem a mesma 
função, desempenhando as mesmas tarefas, não 
importando se os cargos têm, ou não, a mesma 
denominação. (ex-OJ da SBDI-1 nº 328 - DJ 
09.12.2003). 
 
QUESTÃO DE FIXAÇÃO 2 
Marco Túlio foi contratado mediante terceirização de 
mão de obra, como trabalhador temporário, nos 
termos da lei nº 6.019/74. 
Como sua relação de vínculo trabalhista é com a 
empresa prestadora do serviço e não com a 
tomadora, ele nunca requereu equiparação de 
salário com os demais empregados da tomadora. No 
entanto, à luz do art. 5º, da Constituição Federal de 
1988, foi orientado a requerer, o que ele acabou 
fazendo. 
O que vocêdiria nesse caso? Posicione-se.

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