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A3 mobilidade urbana

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A partir da análise no tocante a mobilidade urbana na zona norte de Natal, área, a 
qual cresce mais do que as demais zonas da cidade, hoje com cerca de 350.000 habitantes, 
é possível notar, nitidamente, vários pontos a serem melhorados. As Avenida Dr. João 
Medeiros, Tomás landim, Fronteiras, e Moema Tinoco, principais avenidas da zona norte de 
Natal e que dá acesso a outros municípios que fazem parte da região metropolitana da 
cidade, vem, ao longo dos últimos anos, se tornando um problema, cada vez maior, à medida 
que o número de veículos que precisam trafegar por essas vias aumenta, principalmente 
para os moradores dessas áreas da cidade, os quais sofrem pela falta de cuidados e 
investimentos nesse setor. Problemas como: obras inacabadas, pavimentação de péssima 
qualidade (conforme figura 01), ausência de passarelas, sistema de transporte público 
ineficiente, a falta de uma terceira ponte, ligando às outras zonas das cidades, o que 
reduziria, significativamente, os grandes congestionamentos, (conforme figura 02 e 03) 
provenientes dos gargalos formados nas pontes, entre outros, vem gerando grandes 
transtornos para a população. 
 
 
 Figura 02- buracos na avenida das fronteiras. Fonte: Blog do BG 
 
 
 
 
 
Figura 02-Congestionamento matinal na Avenida Tomaz Landim, acesso a ponte velha. 
Fonte: redação Tribuna do norte. 
 
 
Figura 03 – Congestionamento na ponte Newlton Navarro. 
Fonte: Frankie Marcone/Novo 
 
Tendo isso em vista, se faz urgente um processo de transformação nesta área da cidade, 
uma vez que o fluxo nessa área é crescente e sua infraestrutura não vem acompanhando a 
contento a dinâmica de mobilidade nesta área da cidade, fato que tem trazido 
consequências negativas à população ali residente e/ou que a utiliza em seu cotidiano. 
 
A população da zona norte é esquecida, estes engarrafamentos e essas dificuldades com relação aos 
coletivos não são de hoje, são de muito tempo, faz 28 anos que moro na zona norte e me parece que nós não somos 
Natal ou nem existimos, só em época de eleição, todos os dias temos que encarar os velhos problemas pra 
sair da zona norte para as nossas ocupações [...] (LIMA, p. 129, 2011). 
 
Diante desta afirmação, constatamos a indignação da sociedade com os problemas 
relacionados à mobilidade urbana e a questão da acessibilidade são o retrato da omissão do 
poder público com relação às resoluções de problemas estruturais em áreas de menor poder 
aquisitivo, o acúmulo de problemas e o quanto eles perduram no espaço provoca na 
população um sentimento de indignação e de descrença nas melhorias quando o assunto é 
mobilidade urbana, visto que as necessidades básicas ligadas à sobrevivência e a 
reprodução da vida nas cidades se interligam a questão da mobilidade urbana. 
Nesse contexto, no que diz respeito à Zona Norte de Natal o acesso amplamente 
democrático do espaço urbano se torna um desafio justamente pela ineficácia de políticas 
públicas voltadas para a mobilidade urbana, que contrariamente à política nacional segrega mais 
ainda a cidade. A ineficácia de políticas públicas relativas à mobilidade urbana sustentável é 
sentida pela ausência de quatro práticas essenciais: o planejamento integrado de transporte 
e uso do solo urbano, a atualização e gestão do transporte coletivo urbano a promoção 
da circulação não motorizada e o uso racional do automóvel (Ministério das Cidades, 2004, p. 
22). 
https://www2.ifrn.edu.br/ojs/index.php/geoconexoes/article/view/4716/1484 
 
 
 
https://www2.ifrn.edu.br/ojs/index.php/geoconexoes/article/view/4716/1484
 
 Já nas zonas leste e sul da cidade, áreas com um gigantesco fluxo de pessoas e veículos 
circulando diariamente, problemas como: falta de aparatos tecnológicos, falta de infraestrutura 
nas principais vias e uma predominância no formato estrutural da cidade por consequência de 
um plano diretor defasado, o qual passou 10 anos para ser revisado (2007 à 2017), 
permanecendo em meio a discursões até 2021, e, finalmente, sancionado em 7 de Março de 
2022, fez com que a cidade permanecesse no seu molde horizontal, o que, consequentemente, 
eleva as distâncias entre as pessoas e seus locais de destinos cotidianos, como: local de 
trabalho, escolas, centros comerciais, bancos, órgãos públicos e etc. Isso faz com que as 
pessoas, uma vez que, precisam se deslocar mais vezes e por distâncias maiores, utilizem 
veículos motorizados para essa finalidade, o que, consequentemente, eleva o número de 
veículos nas ruas, uma vez que há uma grande deficiência no sistema de transporte público e 
um baixo incentivo atrelado a baixa estrutura voltada para as ciclovias, 
 
A frota que circula na cidade é predominantemente composta por veículos particulares, a qual 
vem historicamente crescendo, junto com as motocicletas , num ritmo superior a outras 
categorias de veículos. Segundo dados do departamento de trânsito do Rio Grande no Norte 
(DETRAN/RN, 2013), até dezembro de 2013, Natal possuía 199.284 carros particulares, o que 
equivale a 59% do total de 337.882 veículos registrados na cidade. Em segundo lugar estão as 
motocicletas e seus similares, com total de 81.220, representando 24% da frota de veículos de 
Natal. 
Dados atualizados em tempo real disponíveis no site do DETRAN/RN. Fonte: Departamento 
Estadual de Trânsito do RN. Distribuição da Frota do Rio Grande do Norte, segundo o tipo 
de veículo em 12 de dez. 2013. Disponível em: 
<http://www.detran.rn.gov.br/estatistica/est_Tipo.asp>. Acesso em: 12 dez. 2013. 
 
Mesmo com uma evasão da população do município de Natal, hoje com 751,300 habitantes, 
uma redução significativa nos últimos 12 anos, o número de veículos só aumentou, segundo o 
último censo realizado em 2022 pelo IBGE. O número de veículos particulares nesse último 
censo aponta para um número de 237.806 para carros particulares dentre um total de 443.018 
veículos registrados na cidade. 
https://cidades.ibge.gov.br/brasil/rn/natal/pesquisa/22/28120?ano=2022 
 
 
Com base nos diversos problemas apresentados acima acerca da mobilidade urbana na 
cidade de Natal-RN, é possível encontrar soluções de cunho prático que possa levar, a todos, 
que, pela cidade, precisam transitar, uma melhor comodidade e praticidade, elevando o 
sentimento de bem-estar social, diminuindo, também, prejuízos oriundos ao tempo 
desperdiçado preso no trânsito. Entre estas soluções, podemos citar pontualmente algumas: 
- Agora com a revisão e implementação do novo plano diretor, a cidade poderá contar com 
a possibilidade de repensar e reformular suas edificações. Os blocos habitacionais, 
empreendimentos onde seria possível agrupar residências e unidades de diversos tipos de 
serviços essenciais para o dia a dia das pessoas, certamente, ajudará a diminuir de forma 
significativa os longos e frequentes deslocamentos pela cidade. 
- Investimento em ciclovias seguras e um forte trabalho de incentivos à população a aderir 
esse hábito. 
http://www.detran.rn.gov.br/estatistica/est_Tipo.asp
https://cidades.ibge.gov.br/brasil/rn/natal/pesquisa/22/28120?ano=2022
- Implementação de diversas tecnologias com intuito de dar mais fluidez ao trânsito, como 
por exemplo, os semáforos inteligentes. O tempo em que o semáforo fica verde ou 
vermelho depende da quantidade de veículos na via naquele 
momento. Automaticamente, ele se regula ao longo do dia para melhor gerenciar o fluxo 
de trânsito. 
- Investimento pesado na melhoria da infraestrutura da cidade implementando 
passarelas em diversos locais estratégicos pela cidade; construção de tuneis, viadutos 
e trincheiras em vários pontos críticos, como o projeto abandonado da avenida roberto 
freire (conforme figura 04) e o, ainda, cogitada trincheira da avenida Salgado Filho com 
a Alexandrino de Alencar(conforme figura 05), os quais, trariam enormes benefícios, 
uma vez que se trata de duas das avenidas mais movimentadas de Natal, que liga a 
zona leste à zona sul da cidade. 
 
Figura 04 - Maquete virtual mostra um dos projetos para a Avenida Engenheiro Roberto Freire - 
Foto: Reprodução 
 
 
Figura 05 - Trincheira no cruzamento das avenidas Alexandrino de Alencar com Salgado Filho vai eliminar o 
semáforo atual, de três tempos, garantindo fluidez ao trânsito - Foto: divulgação 
 
- Investimento na extensão da linha férrea em toda zona metropolitana de Natal, que 
hoje conta com 15 municípios, onde, com certeza, iria trazer enormes benefícios para a 
mobilidade da cidade atrelado ao baixo custo para a população. 
- Investimento na melhoria da qualidade do sistema transporte público da cidade, que 
sempre foi alvo de muitas críticas pela esmagadora maioria dos seus usuários. 
- Investimento na construção de uma terceira ponte sobre o rio Potengi, ligando a zona 
norte ao resto da cidade sem grandes transtornos, principalmente nos horários de pico, 
problema que assola a população de Natal a anos. 
 
Assim, através de diversos investimentos que passam pela infraestrutura, 
implementação de sistemas tecnológicos e conscientização da população, teremos uma 
cidade muito mais fluida e, que, com certeza, trará inúmeros benefícios para aqueles 
que mais sofrem com a falta de estrutura de mobilidade urbana desta cidade.

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