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Marketing de Serviços e Operações Núcleo de Educação a Distância www.unigranrio.com.br Rua Prof. José de Souza Herdy, 1.160 25 de Agosto – Duque de Caxias - RJ Reitor Arody Cordeiro Herdy Pró-Reitor de Administração Acadêmica Carlos de Oliveira Varella Pró-Reitor de Pesquisa e Pós-graduação Emilio Antonio Francischetti Pró-Reitora Comunitária Sônia Regina Mendes Direção geral: Jeferson Pandolfo Desenvolvimento do material: Ana Freitas Projeto de Design Instrucional: Grupo Orion Brasil Produção: Fábrica de Soluções Unigranrio Copyright © 2018, Unigranrio Nenhuma parte deste material poderá ser reproduzida, transmitida e gravada, por qualquer meio eletrônico, mecânico, por fotocópia e outros, sem a prévia autorização, por escrito, da Unigranrio. Sumário Marketing de Serviços e Operações Objetivo ........................................................................................... 04 Introdução ........................................................................................ 05 1. O Equilíbrio Entre Demanda e Capacidade ............................... 06 1.1 Previsão de Demanda ........................................................... 09 1.2 Variação de Demanda e Gestão da Capacidade ........................ 12 1.2.1 Limitadores de Capacidade do Processo .................................. 15 1.3 Ajuste da Capacidade ........................................................... 16 1.3.1 Decisões de Curto Prazo ....................................................... 16 1.3.2 Decisões de Médio e Longo Prazo .......................................... 18 1.4 Decisão Sobre Incremento de Capacidade ............................... 20 2. Gestão de Filas de Clientes em Serviços ................................. 22 2.1 Sistema de Reservas ............................................................ 22 2.2 Teoria das Filas ................................................................... 23 2.3 Impacto da Fila e Gestão da Percepção do Cliente .................... 24 2.4 Sistema de Filas e Configurações ........................................... 27 3. Estratégias na Gestão das Demandas em Serviços .................... 28 3.1 Estoque para Atender Demanda em Serviços ........................... 29 3.2 Preços Diferenciados e Promoções .......................................... 30 Síntese ............................................................................................ 33 Referências Bibliográficas ................................................................... 34 Objetivo Ao final desta unidade de aprendizagem, você será capaz de: ▪ Explicar as técnicas utilizadas na gestão da capacidade para atender às variações na demanda e formular estratégias apropriadas para situações distintas. 4 Gestão de Serviços Introdução Nesta unidade, você conhecerá as técnicas para manter o equilíbrio entre demanda e capacidade em serviços e como gerenciar filas quando estas são inevitáveis. Entenderá que algumas decisões podem otimizar a capacidade para reduzir os efeitos causados pelo excesso de demanda e pela ociosidade dos recursos. Compreenderá, também, que a combinação entre as decisões sobre movimentação dos recursos operacionais e ações estratégicas para controle da demanda, como os incentivos de compras com preços diferenciados, pode manter o equilíbrio do sistema e garantir os resultados operacionais. Considerando que incrementos na capacidade envolvem decisões estratégicas e financeiras e que previsões não são totalmente garantidas, é preciso esgotar todas as alternativas de otimização da capacidade atual, para então tomar quaisquer decisões sobre redução ou incremento de capacidade em serviços. 5Gestão de Serviços 1. O Equilíbrio Entre Demanda e Capacidade Você sabia que empresas de serviços bem-sucedidas são dinâmicas, conseguem solucionar as variações de demandas e se manterem no mesmo patamar de competitividade? Embora possa parecer óbvio o significado de “demanda”, quando o termo envolve gestão de demanda em serviços, precisa de atenção, por estar relacionado a necessidades e desejos, capacidade de atendimento e a principal característica do serviço: a intangibilidade, que não pode ser estocada da forma como se estoca um produto para atender a demandas. Podemos entender como demanda em serviços o interesse das pessoas por determinado serviço, com condições para contratá-lo. Como você já sabe, as necessidades estão ligadas às questões básicas de sobrevivência, água, alimentos, vestuário e outros, mas não é só isso, ao mesmo tempo, essas pessoas desejam outros bens e serviços como, viajar, ter um carro novo, fazer um tratamento de beleza, ter roupas e objetos de marcas famosas, entre outros. Mas até que ponto essas necessidades e desejos se transformam em demandas? Veja que precisamos avaliar também outros aspectos, como o poder de compra e a disposição do cliente em adquirir tais serviços. As pessoas que estão inseridas nesse perfil de querer, poder e estar disposto a consumir são consideradas consumidores-alvo ou clientes em potencial (prospect) e justificam todos os esforços de marketing e operação em atrair e atender às suas demandas para satisfazer seus desejos e torná-los clientes seguidores. Agora que entendemos o que é demanda, vamos compreender o que é capacidade, no sentido da operação em serviços. Podemos registar que capacidade, considerando os recursos físicos e humanos, é o potencial máximo de atendimento do processo em determinado tempo. Em serviços, a capacidade é representada pelo sistema como o volume de saídas por unidade de tempo. A capacidade é importante para o atendimento do cliente com qualidade e, ao mesmo tempo, para garantir a eficiência em custos. Veja, a seguir, a ilustração de um sistema de atendimento nos caixas de um banco, envolvendo demanda e capacidade de atendimento. 6 Gestão de Serviços ENTRADA SISTEMA 67 5 4 3 2 1 SAÍDA ATENDENTES (CAPACIDADE) CLIENTES (DEMANDA) Figura 1: Sistema de atendimento em caixas de banco. Fonte: Do autor. Vamos conhecer, agora, dois exemplos de capacidade: Uma fábrica em funcionamento, em determinado tempo, com uma quantidade de máquinas e de funcionários, pode produzir 800 automóveis por mês. Um restaurante fast food, em sua capacidade máxima, considerando, entre outros recursos, o seu espaço físico, equipamentos, insumos, utensílios e mão de obra, pode atender 100 clientes por dia. O que significa que essas quantidades de automóveis e de clientes representam as capacidades da fábrica e do restaurante em condições normais de operação. Mas, como equilibrar demanda e capacidade em serviços? Uma das principais justificativas de necessidade de equilíbrio é que serviços não podem ser estocados como produtos físicos. Manter os níveis ideais de atendimento em serviços é complexo e fundamental para o alcance do objetivo do lucro. A decisão gerencial em relação à capacidade tem como ponto de partida entender que o lucro operacional é o resultado entre volume e custos envolvidos na produção do serviço. Quanto menor for o custo unitário de um serviço, melhor será o resultado operacional. Veja um exemplo simples envolvendo capacidade, custos e preços de um restaurante que vende refeições padronizadas com capacidade instalada para 100 refeições diárias. A capacidade é limitada pelo espaço da cozinha e pelo número de pessoas na preparação dos alimentos (cozinheiros e ajudantes). 7Gestão de Serviços O restaurante, na formação de preço, adota a taxa de 20% sobre os custos e o preço do concorrente. Considerando que: a. Os custos fixos total (com energia elétrica, água, aluguel, salários do gerente e atendentes e outros) é de R$ 1.000,00. Esse valor é dividido por toda produção, atribuindo, assim, o custo fixo unitário de cada produto/serviço. Quanto maior a produção, menor será o custo fixo unitário. b. Custo variável unitárioda refeição (insumos como arroz, carne, ovos etc.) de R$ 5,00. Esse custo é específico para produção do produto, material e mão de obra. O custo variável total aumenta à medida que a produção aumenta. Se produziu mais, é normal que utilize mais matéria-prima e mão de obra na produção, mas o custo unitário não altera de acordo com a produção. c. Preço cobrado pelo concorrente é de R$ 18,90, por refeição. De acordo com essas informações, observe o Gráfico 1, referente ao custo fixo unitário, de acordo com a quantidade de refeições. Quando forem produzidas 100 refeições, o custo fixo unitário corresponderá a R$ 10,00. Quando, por algum motivo, essa produção diminuir, o custo unitário fixo aumentará. Como no exemplo, produzindo 70 refeições, o custo unitário fixo será de R$ 14,29. Observe que, utilizando a capacidade instalada máxima, é possível produzir 100 refeições, com a margem de lucro desejada e o preço abaixo da concorrência. Custo Fixo Unitário 70 R$ 14,29 R$ 12,50 R$ 11,11 R$ 10,00 R$ 9,09 R$ 7,69R$ 8,33 80 90 100 110 120 130 Custo Fixo Unitário Gráfico 1: Custo fixo unitário e capacidade. Fonte: Do autor. 8 Gestão de Serviços O que podemos depreender é que o resultado operacional depende da quantidade produzida: se os custos são menores, os lucros serão maiores. Quanto maior a utilização da capacidade, menor será o custo fixo unitário, que interfere no preço do serviço e na diferença entre o concorrente. Você pode perceber, no Gráfico 2, dado o preço do concorrente de R$ 18,90, que, quando aumenta a produção para 130 unidades, o custo total unitário e o preço diminuirão, o que reflete em possibilidades de aumentar a margem pré-fixada ou a redução do preço para ganhar competitividade. Preço e Capacidade Pr eç o Unidade 70 80 90 100 110 120 130 Preço Preço Concorrente R$ - R$ 10,00 R$ 20,00 R$ 5,00 R$ 15,00 R$ 25,00 R$ 23,14 R$ 21,00 R$ 19,33 R$ 18,00 R$ 16,91 R$ 16,00 R$ 15,23 Gráfico 2: Preço e capacidade. Fonte: Do autor. Dessa forma, entendemos que os custos possuem relação direta com as decisões em relação à capacidade em serviços. Ao reconhecer os custos da operação, as decisões são tomadas com base em entender qual a capacidade ideal, considerando a demanda e as possibilidades de redução e incremento dessa capacidade futuramente. 1.1 Previsão de Demanda Como vimos no desenvolvimento de um projeto de serviços, são consideradas, entre outras questões relevantes, a quantidade de equipamentos, o perfil e a quantidade de pessoas para os serviços, os investimentos em tecnologia, layout e processos. Desde o início do projeto, com base nos 9Gestão de Serviços resultados das pesquisas e análise sobre o mercado, são tomadas decisões de nível estratégico para definição da capacidade e elaborado o blueprint, que irá representar o ciclo operacional e as interações. Na prática, algumas variáveis podem afetar o planejamento desta capacidade, a previsão de demanda e o nível ideal da operação a princípio definido, surgindo, então, a necessidade de adequação de demanda e capacidade, de forma imediata, para solucionar questões de diminuição ou aumento da demanda temporária ou de médio e longo prazos para questões mais efetivas de variação. O que, na prática, tem se demonstrado é que, a princípio, as decisões de curto prazo devem ser priorizadas, pois são alterações do dia a dia da operação e precisam de soluções rápidas. Até que se decida sobre as decisões de médio e longo prazo,s que são consideradas o nível estratégico, envolvendo mais investimentos e mais tempo. Antes de se pensar na gestão das variações de demanda e capacidade, é necessário se discutir o quanto as previsões são fundamentais para entender o nível esperado de atendimento do sistema de serviços. Essas previsões são as bases construídas inicialmente no projeto de sistema de serviços, ou seja, as decisões sobre a capacidade. A projeção de demanda, porém, não deve ser considerada limitadora de produtividade, devendo, sempre, contar com as necessidades de alterações, já que demandas podem variar ao longo do tempo. Na previsão de demanda, deve-se considerar todos os elementos do projeto do sistema de serviços e possíveis variações ao longo do tempo. Antes de investir em recursos, deve-se avaliar o resultado esperado para esse investimento. Algumas questões devem ser levantadas, como: 1. Justifica-se esse investimento em razão do tempo de utilização da capacidade? 2. A demanda é consistente para essa capacidade? 3. Justifica-se deixar de investir em ampliação da capacidade? 4. Justifica-se a abertura de novas unidades? Sabemos que as previsões são estimativas e não representam 100% de acerto. O erro da previsão pode ou não ser relevante, em relação ao 10 Gestão de Serviços investimento, mas, em caso positivo, o gestor deve planejar ações para as incertezas, como: O que fazer caso a demanda duplique? O que fazer se a demanda sofrer reduções drásticas? Essas variações devem estar previstas para evitar danos com ausência de solução ou soluções paliativas e sem avaliação, o que pode colocar em risco a operação. As previsões de demanda não são limitadas à capacidade de ofertar o serviço, mas dependem do que o mercado está disposto a comprar. Dados históricos de demanda são indicadores para previsão, para tratamento destes dados são geralmente utilizadas as técnicas de séries temporais o que consiste na observação dos dados em diferentes momentos. Entendemos que a análise de séries temporais orienta a tomada de decisão, considerando que existe causa mais ou menos constante relacionada ao tempo que influenciou os dados históricos e desta forma pode continuar influenciando no futuro. Conhecidos esses dados e com auxílio da estatística, as previsões são mais próximas da realidade, tendo mais segurança para investir do que simplesmente achar que o mercado apresentará uma demanda e com isso investir em capacidade. O comportamento da demanda é analisado ao longo do tempo, podendo se apresentar de forma constante, tendencial ou sazonal: ▪ Constante: quando a demanda estabelece níveis estáveis durante a maior parte do tempo. ▪ Sazonal: é temporal e está relacionada à demanda que costuma surgir em épocas específicas, geralmente, coincidindo com o calendário anual, mensal ou semanal, como: período de férias escolares, variações climáticas e datas comemorativas. ▪ Tendencial: quando a demanda varia pela evolução normal do ambiente, podendo ser crescente ou decrescente. A tomada de decisão em relação à demanda futura, como vimos, deve iniciar no projeto e ser revista e avaliada em todas as etapas, durante o Importante 11Gestão de Serviços processo de elaboração do projeto e durante o funcionamento, considerando que a análise da rentabilidade do projeto inicia pelo comportamento da demanda e da capacidade, portanto, são os pontos principais do resultado financeiro da organização. Em relação à venda e à capacidade, uma questão importante é o fato de que as empresas devem evitar traçar metas de vendas pela previsão de demanda, pois essas previsões indicam apenas como o mercado se comportará no futuro e, não, que a empresa tenha a capacidade para atender toda a demanda do mercado. A meta deve refletir o esforço de converter previsões em vendas, considerando a capacidade do sistema de serviço e a parte dessa demanda que a empresa pretende atender. 1.2 Variação de Demanda e Gestão da Capacidade Podemos entender que a busca pelo equilíbrio entre capacidade e demanda depende de duas variáveis: previsão de demanda e medida da capacidade operacional. Como vimos, a previsão de demanda parte de estimativa baseada em históricos temporais, sem também deixar de considerar sua margem de erro. A medida da capacidade considera o potencial da operação de todos os seus recursos e processos. Veja, a seguir, na Tabela 1, algumas medidas de capacidade utilizadas pelas empresas para definição da suaprodução: Serviços Capacidade em números Transporte rodoviário (ônibus) Assentos Internação Leitos Sessão de filme no cinema Cadeiras Ensino presencial Cadeiras Academia de ginástica Aparelhos ou equipamentos Tabela 1: Medidas de capacidade. Fonte: Do autor. Embora a empresa defina sua capacidade operacional, não é fácil garantir que atenderá satisfatoriamente à demanda, considerando que o 12 Gestão de Serviços sistema envolve situações inesperadas, como o absenteísmo de funcionários, defeitos em equipamentos, falta de energia e outros. Veja bem, por esse e outros motivos apresentados, podemos considerar que o equilíbrio entre demanda e capacidade em serviços é um desafio para gestores. A proposta de unir a utilização eficiente da capacidade física à demanda pelo serviço e, ao mesmo tempo, manter a qualidade e a satisfação dos envolvidos no processo requer atenção de vários fatores externos e internos. Os principais fatores a serem gerenciados são: 1. Capacidade acima da demanda: representa uma situação não desejada pelas empresas e que preocupa os gestores, indicando ociosidade de recursos. A gravidade pode ser avaliada pelo tempo em que essa situação permanece e uma análise do panorama futuro da demanda deverá ser realizada. Assim como deverá ser pesquisado se o fato corresponde a uma situação pontual de redução de demanda ou de uma forma mais abrangente, como uma constante, o que necessitaria de intervenções estratégicas e, não, somente operacionais. Analisando outro ponto da subutilização da capacidade além da redução dos resultados, a situação tende a se tornar mais crítica quando os clientes percebem a redução de demanda e começam a refletir sobre os motivos, aumentado, assim, os riscos de perdas desses clientes. 2. Demanda acima da capacidade: Muita demanda e capacidade excedida podem configurar uma situação boa, desde que a operação esteja preparada para atender com a mesma qualidade. Quando a demanda excede a capacidade de atendimento sem preparação, geralmente, afeta o sistema. O cliente terá de esperar mais tempo, os funcionários já não atendem tão bem e todos são afetados. A baixa qualidade do serviço pode provocar frustrações e insatisfações, incorrendo em riscos de perdas de clientes pela migração para outros fornecedores. Podemos considerar que a situação ideal seja o equilíbrio entre demanda e capacidade, quando o sistema garante recursos suficientes para atender às demandas normais e se prepara antecipadamente para atendimento da demanda excedente com a mesma qualidade. Observe, a seguir, o Gráfico 3, que representa o comportamento entre demanda e capacidade em determinado período. 13Gestão de Serviços JAN 0 100 200 300 50 150 250 350 FEV MAR ABR MAI JUL AGO SET OUT NOV DEZ Gráfico 3: Relação entre capacidade e demanda. Fonte: Do autor. Em serviços, a capacidade instalada representa o volume de saídas por unidade de tempo e, dessa forma, representa o potencial máximo de atendimento de um processo em determinado tempo, considerando os recursos físicos e humanos disponíveis, como a quantidade de equipamentos e de profissionais para atendimento em uma clínica odontológica. A demanda excedente é representada por uma quantidade de atendimentos acima da capacidade instalada. E, no sentido contrário, a demanda inferior é representada por um número de atendimentos abaixo do que o processo é capaz de entregar em determinada unidade de tempo. Observe, no Gráfico 3, que, a partir da capacidade instalada para 200 pessoas (ponto 1), quando a demanda excede (ponto 2), os riscos de perdas aparecem se a operação não estiver preparada para absorver o excesso, garantindo o mesmo nível de qualidade. Quando a demanda é inferior à capacidade (ponto 3), os recursos são subutilizados; quando o sistema não está preparado para a redução, pode afetar o resultado se não foram adotadas estratégias compensatórias para essa redução de demanda. Quando a capacidade atende à demanda que foi projetada (ponto 4), com controle e planejamento, pode-se atuar em estratégias de crescimento de capacidade, podendo ser com ampliação da capacidade física ou por outros meios. Quanto às variações de demanda (pontos 1 e 3), o sistema precisa de ajustes, de forma a garantir os resultados, independentemente da variação, e aproveitar melhor o aumento da demanda. Esses são os fatores que demonstram a necessidade 14 Gestão de Serviços da gestão de demanda, que pode ser de nível operacional de forma pontual e de nível estratégico. As variações de demanda ou da capacidade devem fazer parte do planejamento da capacidade desde o projeto. Prevendo redução e/ ou aumento de capacidade e as possíveis decisões de acordo com as projeções de demandas e riscos das perdas de resultados por incapacidade de lidar com as reduções e excessos. 1.2.1 Limitadores de Capacidade do Processo Antes de apresentar alternativas para o equilíbrio da capacidade, é necessário identificar onde estão os limitadores da capacidade (gargalos). Nem sempre a capacidade como um todo é responsável pelo gargalo na operação. Assim, apenas um ou alguns setores, sendo identificados, serão as áreas prioritárias para as melhorias. Os limitadores da capacidade em serviços devem ser analisados sob vários aspectos, já que a decisão em aumentar recursos pode não ser a melhor solução a curto prazo, por questões de espaço físico ou inviabilidade econômicas. A questão relevante antes da tomada de decisão é sobre em que proporção o gargalo acontece. Avaliando o tempo de funcionamento e os estágios de utilização, o que pode representar apenas horários ou dias de picos. A decisão para equilibrar demanda e capacidade ficará a cargo da prioridade dos aspectos mais importantes, sempre preservando a proposta da missão dos serviços e, assim, identificar onde a alteração da capacidade otimiza o sistema, evitando a aplicação de recursos e esforços sem que o resultado seja concreto em se tratando de quantidade de atendimentos e qualidade. Muitas vezes, a necessidade de ajuste pode estar no serviço suplementar, mas de impacto significativo no serviço principal e na satisfação do cliente. O que pode tornar a experiência desagradável. Por exemplo, quando o cliente, em seu horário de almoço, não consegue vaga no estacionamento do restaurante e perde tempo aguardando. A gestão da capacidade envolve todos os momentos da verdade do serviço e cada vivência será avaliada pelo cliente; portanto, a capacidade deve ser analisada em cada um dos pontos da operação, para garantir o resultado satisfatório. 15Gestão de Serviços 1.3 Ajuste da Capacidade As decisões de nível operacional buscam equilibrar a demanda e a capacidade de forma pontual, de curto prazo, podendo considerar que algumas decisões não necessitam de grandes investimentos, mas de gestão dos recursos de acordo com a demanda. A adequação dos recursos por meio de medidas simples e pontuais e de efeito imediato para situações como, aumento ou diminuição de demanda em dias e horários específicos, não justifica reduzir ou ampliar a capacidade de forma definitiva, mas ajustar os recursos até que realmente tenha necessidade de revisão de todo sistema. As decisões de nível estratégico são as que envolvem, geralmente, a aplicação de recursos financeiros e precisam de avaliação de riscos. Decisões sobre ampliação da capacidade atual ou abertura de novas unidades, envolvendo a contratação de mais pessoas, trocas ou compras de novos equipamentos e tecnologias e outras que precisam de informações consistentes que justifiquem os investimentos e riscos de ociosidade no futuro. 1.3.1 Decisões de Curto Prazo Note que, geralmente, as decisões de curto prazo e de cunho operacional são relativamente simples e ajustam a operação sem grandes investimentos. As técnicas mais usuais em serviços são: ▪ Gestão da mão de obra: Adotar escalas de trabalho, programação de pessoas por turno e definiçãode dias de folga, favorecendo, assim, os horários e dias de maior demanda nos setores. ▪ Gestão de banco de horas e horas extras: O gestor deve sensibilizar a equipe sobre a utilização de horas extras, esclarecendo a função de atender a demandas inesperadas. Evitar a utilização de banco de horas e realizar horas extras para cumprimento de tarefas, que por algum motivo, não foram realizados em seu tempo. Planejar a utilização do banco de horas de forma que atenda às necessidades de aumento de demanda na operação. ▪ Contratação temporária: Para evitar contratações desnecessárias, sem garantia que o aumento da demanda se manterá, e depois ter que 16 Gestão de Serviços demitir, poderá optar pela contratação de mão de obra temporária. Para evitar variação na entrega do serviço, é fundamental que o treinamento desse pessoal seja previsto. Para evitar contratações emergenciais que acabam resultando em processos falhos de seleção, o ideal é ter um banco de profissionais aprovados para esses períodos. ▪ Gestão de pessoas com base na produtividade: Definir a quantidade de pessoas para atendimento de acordo com a demanda não é tão simples, pois envolve a produtividade da equipe. Nem sempre um número grande pessoas têm a mesma produtividade de um grupo pequeno, mas altamente competente. Sabendo que manter um número menor de pessoas no setor com acúmulo de função também deve ser bem avaliado, o atendimento ao cliente deve ser exclusivo, na maioria dos casos. A habilidade em lidar com pessoas não é comum a todos. O conhecimento técnico pode ser adquirido com treinamento, porém, empatia é uma qualidade natural. Em setor de atendimento, um sorriso forçado ou mal humor são destruidores de relacionamento. O gestor deve conhecer sua equipe, sendo de sua responsabilidade adequar o perfil à função. Nesses casos, o remanejamento pode ser uma boa decisão para o setor e para o funcionário. A produtividade do setor nem sempre é relacionada à quantidade de pessoas para o serviço. Uma avaliação sobre o desempenho pode indicar em que aspectos a capacidade de atendimento tem a melhorar. ▪ Aluguel de equipamentos: a necessidade de equipamentos para um setor pode não justificar a aquisição pela falta de garantia em manter o nível de demanda por longo tempo. Considerando, também, que uma compra envolve tempo para o processo e investimentos financeiros, o aluguel de equipamentos tem sido adotado, enquanto se avalia a compra. Por questões econômicas e/ ou estratégicas o aluguel pode ser definitivo. Importante 17Gestão de Serviços ▪ Revisão dos processos e a utilização do cliente como mão de obra: Independentemente do serviço, muitas empresas estão evoluindo em práticas de utilização da mão de obra do cliente para reduzir a necessidade de ampliação da capacidade. Podemos observar que as lanchonetes e restaurantes self service, cada dia ,utilizam seus clientes como recursos. A utilização de bandejas, que são arrastadas por um suporte adotado no arranjo físico, direciona o cliente que abastece a bandeja com alimentos, bebidas, copos, guardanapos e, no final, ainda conduz a bandeja a um local específico, deixando a mesa pronta para receber o próximo cliente, sem que qualquer funcionário tenha se dirigido à sua mesa. ▪ Realocar os recursos e processos durante horários de pico de demanda: O remanejamento de alguns serviços durante a experiência costuma ser uma prática de restaurantes. Ao oferecer serviços de sobremesas e de cafezinho em um balcão próximo ao setor de pagamento e saída do cliente do processo, as mesas são liberadas para outros clientes se acomodarem e realizarem as refeições. Durante os picos de demanda, as pessoas de outras funções são direcionadas para atuar temporariamente e otimizar o atendimento. Muitos restaurantes alocam seus recursos em horários de pico em diversas funções, como solicitar aos funcionários dos setores de apoio a atuarem no salão, para dobrar os guardanapos, enrolar os talheres e arrumar mesas. Em supermercados, o pessoal de apoio atua provisoriamente nos caixas extras, para reduzir as filas dos outros caixas. 1.3.2 Decisões de Médio e Longo Prazo As decisões de nível estratégico precisam de mais tempo para colocar em prática, pois são decisões relacionadas ao projeto do sistema de serviços. O equilíbrio entre demanda e capacidade, sob o ponto de vista de variações mais constantes ao longo do tempo, requer ações que envolvem investimentos financeiros e, principalmente, decisões estratégicas. Quando é calculada uma previsão de demanda, ainda na fase de projetos, além de reconhecer as possíveis alterações, deve-se considerar quais 18 Gestão de Serviços as mudanças possíveis para essa capacidade, quais os investimentos necessários ou alternativas para recursos ociosos para os casos de redução de demanda. Como já apresentado, previsão é uma estimativa e, não, uma garantia de demanda. Dessa forma, gestores devem considerar as variações de demanda e preparar a operação para não perder negócios e clientes. O planejamento para as variações de demandas auxilia a tomada de decisão, reduzindo o tempo das mudanças no sistema de serviços. Veja, a seguir, algumas tomadas de decisões para o equilíbrio entre demanda e capacidade de curto e longo prazo: ▪ Terceirização: aumentar a capacidade pela contratação de outras empresas para alguns serviços, considerando que os recursos são disponibilizados pela contratada, reduzindo investimentos em recursos próprios, o que facilita nas questões dos riscos causados por redução da demanda e ociosidade de recursos, que poderá ser resolvido por meio da adequação ou extinção do contrato. ▪ Expansão ou redução da unidade atual: No projeto de serviços, o ideal é que já conste a possibilidade de futura ampliação. Alguns estabelecimentos já são qualificados desde o início da operação, com terreno amplo ou condições de ampliação vertical ou pelo menos com pé-direito alto (medida entre o chão e o teto de uma construção) que permite a amplitude com sobreloja. A exemplo dos restaurantes fast food, que iniciam suas atividades com atendimento na loja e que podem considerar uma expansão do serviço para drive thru, podendo atender seus clientes sem que tenham que sair do seu automóvel. Alguns estabelecimentos já iniciam com uma capacidade ajustável, maior do que a demanda atual e já foram criados com capacidade reversível. Alguns estabelecimentos contam com salas divididas por parede móveis, evitando que fiquem vazias em baixas demandas e ampla para atender a oscilação. ▪ Parcerias em capacidade: Muitas empresas de serviços têm compartilhado suas instalações e recursos. Instituições de ensino com capacidade reduzida ou por diminuição na demanda local realizam parcerias com outras instituições de ensino, empresas, shopping, para utilização da capacidade ociosa, favorecendo ambas 19Gestão de Serviços as partes na parceria, ocupando a capacidade ociosa do parceiro e, por sua vez, ampliando externamente a capacidade de atendimento. ▪ Abertura de novas unidades: Investimentos em novas unidades com base na demanda local ou na região é uma decisão que requer, além da garantia de demanda para atender à ampliação nesse nível, manutenção da unidade atual utilizando a sua capacidade máxima. Muitas empresas erram em suas projeções e investem em prédios e recursos que, com o tempo, ficam ociosos. Antes de decidir as novas unidades, deve-se considerar que muitos serviços podem ser ampliados com a utilização da tecnologia e por uma logística eficiente, sem que tenham que aumentar a capacidade física. 1.4 Decisão Sobre Incremento de Capacidade Quando a variação da demanda requer mudanças mais significativas no sistema de serviços, são aplicadas, no médio e longo prazos. Dessa forma, as empresas podem avaliar as melhores alternativas, sabendo que decisões mais abrangentes envolvem investimentos com base em previsões de demandas, o que requermedidas criteriosas, evitando as perdas por erros significativos de previsão e necessidade de reversão. Considerando um sistema de serviços intensivo em mão de obra, o aumento de demanda pode ser atendido com aumento na quantidade de prestadores de serviços, o incremento na capacidade pode ser aplicado gradualmente. Ao contrário de sistemas de serviços que envolvem, além de aumento de mão de obra, investimentos na capacidade física, espaço, equipamentos e tecnologias. A decisão sobre incremento na capacidade requer avaliar se o investimento é a melhor opção na ocasião ou se poderá ser adiado por questões estratégicas ou econômicas. O que pode ser avaliado ao aplicar recursos em uma capacidade antecipando uma demanda ou se a capacidade pode ser ajustada conforme o volume. A respeito de aplicar recursos antecipadamente, seria uma decisão viável, se a utilização da capacidade atingisse níveis satisfatórios, ou contará com ociosidade, o que aumentaria os custos da operação. Quanto ao ajuste da capacidade acompanhando a demanda, apresenta também a sua vulnerabilidade, considerando que os níveis de qualidade podem ser afetados. 20 Gestão de Serviços Caberá a decisão em obter lucros menores no caso de ociosidade, mas com níveis de qualidade que podem refletir em ganhos de imagem e, consequentemente, em questão de tempo, atingir a capacidade ideal de atendimento; ou na segunda opção, manter resultados maiores em termos de lucratividade em curto prazo e riscos de perdas e redução de demanda por insatisfações e comprometimento da imagem. Muitos fatores envolvem a decisão sobre: incremento em capacidade, antecipar a demanda ou seguir a demanda. Podemos imaginar o investimento ao agregar mais uma aeronave na frota de uma companhia aérea, ou investir em mais um hotel na localidade. Corre-se o risco de acompanhar a demanda e perder clientes enquanto a incrementa? Ou corre-se o risco de não conseguir otimizar a capacidade de um grande investimento? Corrêa e Caon (2002 p.288) sugerem que a política de segmento da demanda seria a mais desejável, considerando que, antecipando a demanda, dependerá da garantia de ocupação em 100% da capacidade para obter custos baixos. Veja, a seguir, a Figura 2, com os gráficos que representam os incrementos em relação ao tempo. Volume Capacidade Incrementos de capacidade antecipam-se à demanda Demanda Tempo Volume Capacidade Incrementos de capacidade seguem a demanda Demanda Tempo Volume Capacidade Política mista Demanda Tempo Figura 2: Diferentes políticas em relação ao instante do incremento. Fonte: Corrêa e Caon (2002 p.288). Podemos concluir que, na decisão sobre o momento do incremento de capacidade, deve-se considerar o fato de que, quando a capacidade antecipa a demanda, os gastos também são antecipados e, se não são utilizados em 100%, os custos unitários serão maiores. Quando a capacidade segue a demanda, os gastos serão adiados e, utilizando a mesma capacidade, nos momentos em que a demanda excede, os custos unitários serão menores, mas, em contrapartida, os riscos aumentam. Quando a política é mista, os riscos são moderados e o custo unitário médio. 21Gestão de Serviços 2. Gestão de Filas de Clientes em Serviços Quando nos referimos à fila de clientes, estamos nos referindo ao momento em que o cliente aguarda para ser atendido. A fila ocorre quando a demanda excede a capacidade de atendimento do fornecedor. A variação de demanda pode ocorrer por dois principais motivos: as chegadas dos clientes ocorrem em tempos variados e o tempo de atendimento também é variável. Calcular a quantidade de clientes a ser atendido em determinado tempo, para eliminar a possibilidade de formação de filas e de espera, é tarefa que requer atenção, e, ainda, precisa considerar que a organização não depende somente do fornecedor, já que o cliente participa do processo de produção do serviço. Utilizando cálculos de probabilidade e identificando a quantidade de chegadas de clientes em determinado tempo e o espaço de tempo entre as chegadas é um dos recursos utilizados para evitar filas. Quando, na impossibilidade de evitar a formação de fila, o sistema deverá, pelo menos, estar preparado para minimizar os impactos negativos. A chegada do cliente e sua participação no sistema podem ser entendidas pela distribuição temporal e espacial da demanda pelo serviço, ou seja, a distribuição pelo tempo e o espaço entre as ocorrências. A previsão de chegada pode ser calculada a partir da coleta de dados, observando o tempo real, o espaço entre as chegadas e por meio da distribuição exponencial, calcular a probabilidade de tempo entre as chegadas, utilizando essas informações para a gestão de filas. 2.1 Sistema de Reservas Muitas empresas adotam o sistema de reservas para reduzir filas, permitindo que as senhas sejam retiradas de qualquer lugar, por meio do sistema on-line, assim, o atendimento será organizado de forma a evitar a formação de filas no local. Importante 22 Gestão de Serviços Alguns órgãos, pelo grande volume de demanda, permitem o agendamento pela internet, podendo escolher o local do atendimento, entre vários postos, dia e horário entre as opções apresentadas pelo sistema. Esse sistema de gestão de reserva é utilizado nos atendimentos dos serviços do Detran (Departamento de Trânsito do Estado do Rio de Janeiro), para vistoria de automóveis e outros assuntos; no Instituto Nacional de Previdência Social, para atendimento de assuntos sobre aposentadoria e outros; Receita Federal do Brasil, para tratar assuntos sobre impostos, tributos e outros. 2.2 Teoria das Filas Como dimensionar a quantidade de fornecedores para atender a demandas? Como evitar que os clientes aguardem muito tempo para serem atendidos? Como evitar que os atendentes fiquem ociosos? Algumas medidas pontuais podem ser adotadas para minimizar os efeitos da variação da demanda, mas análises mais detalhadas apontam soluções mais efetivas para a gestão de filas. Veremos, a seguir, como é utilizada a teoria da fila. A teoria da fila tem sua origem na teoria das probabilidades e analisa o fenômeno de formação de fila e suas características. Essa teoria busca o equilíbrio entre o menor tempo de espera para o cliente e o menor custo para o fornecedor. Podemos considerar duas distribuições teóricas para aplicação em teoria da fila: 1. Distribuição exponencial: Distribuição contínua, normalmente, usada para representar tempos de atendimento. 2. Distribuição Poisson: Distribuição discreta, representa a chegada de clientes ao sistema e ao tempo de atendimento. Veja que, com tratamento analítico de dados, é possível obter vários parâmetros para equilibrar o sistema e manter o controle de filas, entre eles, a taxa média de serviço, taxa média de chegada e o número médio de atendentes. A variação da demanda afeta a capacidade do serviço, considerando a incapacidade de gestão efetiva sobre a decisão do cliente de comparecer 23Gestão de Serviços na unidade prestadora do serviço e também, da garantia sobre o tempo do atendimento, que depende de vários fatores: o perfil do cliente, o assunto e outros. O ajuste do sistema, a partir da probabilidade de chegadas de clientes, favorece a otimização dos recursos e a tomada de decisão, podendo minimizar os impactos das filas. 2.3 Impacto da Fila e Gestão da Percepção do Cliente Observe que, depois de todo esforço em prover serviços que satisfaçam necessidades e superem as expectativas dos clientes para encantar e fidelizar, a fila pode colocar tudo a perder. Sabemos que, em se tratando de avaliação de desempenho, o fornecedor identifica e classifica as dimensões da qualidade de acordo com os aspectos que julga mais importante para entregas com qualidade; portanto, os critérios são priorizados, mas independentemente da relevância do critério, os aspectos permeiam por todo processo e a fila pode afetar o desempenho como um todo. Considerandoque a percepção sobre a qualidade do serviço determina a satisfação, a fila interfere nos aspectos que o cliente utiliza para avaliar o desempenho do serviço, conforme exemplos apresentados na Tabela 2, a seguir: Critérios de Desempenho Impacto da Fila Acesso Dificuldade de acesso, praticidade, proximidade. Velocidade Demora no atendimento, tempo perdido. Consistência Variabilidade entre a especificação e entrega do serviço. Competência Incapacidade de prestar o serviço e esforço adicional do cliente. Atendimento Falta de atenção para agilizar o atendimento. Flexibilidade Falta de plano emergencial para reduzir a espera. Custo Preço e custos adicionais com desgaste psicológico. Comunicação Falta de informação sobre o tempo de espera. Tangibilidade Local: refrigeração, banheiros limpos, água para consumo. Tabela 2: Impactos da fila nos critérios de desempenho. Fonte: Do autor. 24 Gestão de Serviços Podemos considerar que o serviço tenha sido projetado para atender às características desejadas pelo cliente, mas sempre sofrerá o impacto da fila na percepção da qualidade. O comportamento do cliente pode ser alterado após passar por espera longa para ser atendido e isso compromete a avaliação do serviço como um todo. Sabemos que alguns serviços são tão bons que o cliente não se importa em aguardar um pouco mais na fila para vivenciar uma excelente e diferenciada experiência. Como exemplo, a espera para saborear um chá da manhã ou da tarde com a família, no dia das mães, na Confeitaria Colombo, no Rio de Janeiro. Mas, de forma geral, as filas não são bem vistas pelos clientes e podem criar a percepção de desorganização e falta de gestão, afetando negativamente a imagem da empresa. Quando a fila é inevitável e reconhecendo o impacto negativo na percepção da qualidade, a gestão deve utilizar recursos na tentativa de diminuir esses efeitos e melhorar a experiência. Veja, a seguir, algumas alternativas: a. Ocupação do tempo de espera: Esperar sempre é uma tarefa cansativa, mas poderá ser pior se o cliente ficar completamente desocupado. A ociosidade provoca a sensação de que o tempo não passa e a espera parece ainda maior. Quando a atenção é direcionada para outro fator que não o tempo de espera, pode reduzir a percepção da demora no atendimento. E o que pode ajudar para reduzir o impacto da espera? Para começar, um ambiente acolhedor é o principal. A posição das mesas e cadeiras favorece a interação entre os clientes para conversa e distração. Disponibilizar no local, água, café, biscoitos, revistas atualizadas, livros interessantes, um programa na tv e música ambiente. b. Iniciar o serviço: Quando o cliente encontra fila, logo imagina que irá esperar por muito tempo e, com a percepção negativa, pode desistir do serviço e buscar um substituto. Mas, quando o fornecedor está atento aos clientes que chegam, procura iniciar o processo. Algumas clínicas médicas adotam formas de iniciar o serviço: entregando um formulário para o cliente preencher com informações que auxiliaram o diagnóstico do profissional da saúde, pedem o cartão do plano de saúde e a identidade para iniciar o cadastro. No restaurante, a entrega 25Gestão de Serviços do cardápio adianta o atendimento e enquanto escolhe o pedido outro cliente é atendido. Nas redes fast food, o serviço é iniciado com a entrega do cardápio e anotação do pedido, podendo ser levado até a cozinha para adiantar a preparação. c. Previsão de espera: Obter do prestador de serviços previsão do tempo de espera favorece a percepção da atenção, do acesso e a comunicação. A previsão de atendimento pode ser oferecida por meio de painel eletrônico, senha ou até mesmo comunicado verbal, que pode neutralizar a sensação negativa da espera. Mas, se o tempo previsto é ultrapassado, o cliente pode crer que foi enganado e o efeito pode ser pior do que se não houvesse previsão de tempo. À medida que perceber que a previsão não será efetiva, é importante comunicar aos clientes, demonstrando sua importância no processo, justificar o atraso e informar que a situação está sendo acompanhada. d. Organizar a fila: Podemos entender que a fila em serviços é a disposição de pessoas por ondem de chegada para receber atendimento, o que sugere a igualdade de tratamento entre os clientes, já que o principal critério é a ordem de chegada. Quem chega primeiro será atendido primeiro, portanto, essa cultura facilita o reconhecimento da organização do processo. Embora o princípio para o atendimento seja por ordem de chegada dos clientes, em alguns casos, essa ordem poderá ser alterada pelos atendimentos prioritários, a exemplo das emergências nos hospitais para os casos graves. A Lei 10.048, de 8 de novembro de 2000, dá prioridade ao atendimento às pessoas com deficiência, idosos com idade igual ou superior a 60 (sessenta) anos, gestantes, lactantes, pessoas com crianças de colo e os obesos. (Lei 13.146, de 2015). De forma geral, a organização mais comum da fila é a separação das pessoas pelo tipo de serviço, dessa forma, haverá uma organização do tempo médio necessário para atendimento, considerando o tipo de assunto. Um exemplo de separação do atendimento é a fila adotada pelos estabelecimentos de varejo, em que os clientes com pequenas quantidades Importante 26 Gestão de Serviços de itens são direcionados a um caixa do tipo expresso, onde poderão ser atendidos mais rapidamente em relação aos caixas com clientes com compras volumosas e, portanto, de atendimento mais demorado. Esse procedimento favorece o cliente e poderá atender mais pessoas em menos tempo. Algumas empresas adotam esse conceito de forma ainda mais ampla e investem em unidades express, oferecendo lojas com uma infraestrutura menor para atendimentos rápidos. Como exemplos, as grandes redes de lojas Americanas Express, Carrefour Express e Walmart Express. Não há como negar que as empresas precisam utilizar, no mínimo, sua capacidade para atender. Os clientes, por sua vez, estão cada vez mais exigentes, e aguardar em filas pode não ser a pior experiência se a empresa conseguir administrar o seu sistema de serviços. Os consumidores estão mudando seus hábitos e o sistema não pode ficar alheio às mudanças necessárias para atender às necessidades dos clientes, e a tecnologia tem sido uma grande aliada. Alguns clientes, além de não desejarem aguardar em filas, não querem comparecer ao estabelecimento para realizar suas compras, o fazendo pela internet; outros, ainda, contratam outras pessoas (shopper) para viver esta experiência por elas. 2.4 Sistema de Filas e Configurações A configuração da fila pode agir diretamente na percepção do cliente quanto ao tempo de espera. Os bancos, as companhias aéreas e outras empresas em busca do melhor arranjo para o atendimento aos clientes experimentam uma ou mais alternativas de configuração de fila, conforme apresentado a seguir: 1. Filas múltiplas: os fornecedores de serviços são organizados em uma linha horizontal e as filas são organizadas de acordo com o número de atendentes, por marcações no chão ou por cordas. Essa Acesse a matéria on-line da Revista Pequenas Empresas e Grandes Negócios e saiba como as pessoas estão fazendo suas compras sem sair de casa. Saiba Mais Assista agora 27Gestão de Serviços https://www.youtube.com/watch?v=Hb_2K2xe9bU configuração permite uma flexibilidade ao cliente, que ao perceber que uma fila menor pode se deslocar com facilidade, escolhendo onde deseja aguardar o seu atendimento. 2. Fila única: geralmente, os fornecedores de serviços são organizados em uma linha horizontal e fila em curvas sinuosas, por meio de marcações no chão ou por cordas delimitando o espaço. A fila única favorece o tempo médio de espera ao comparar com o tempo de atendimento, pois, à medida que um cliente é atendido, o próximo é chamado, assim o ele não depende exclusivamente de um determinado fornecedor. A posição do cliente para atendimentono setor é aleatória. 3. Senhas numeradas: A configuração de fila por senhas numeradas favorece a percepção do cliente, pelo fato de não precisar de posicionamento em configuração formal de fila, podendo escolher onde quer aguardar o atendimento, devendo somente ficar atento ao painel ou ao chamado de sua senha. A Figura 3 representa as três configurações de fila. Filas múltiplas Fila única Senhas numeradas 6 7 5 4 3 2 1 Figura 3: Alternativas de configuração de fila. Fonte: Corrêa e Caon, 2002 p.343. 3. Estratégias na Gestão das Demandas em Serviços Algumas decisões operacionais ou estratégicas são fundamentais para ajustar a capacidade. Vimos algumas soluções práticas operacionais 28 Gestão de Serviços que envolvem, principalmente, a variação de mão de obra e, como medida de controle, a gestão dos turnos e horário de trabalho e remanejamentos. Entendemos que decisões definitivas relacionadas à alteração do sistema de serviços precisam de planejamento, pois são decisões que necessitam de mais tempo para se colocar em prática de forma mais segura. Vimos, também, que ampliar a capacidade de operação é uma decisão que nem sempre é a mais acertada, pois a demanda pode não corresponder aos investimentos, gerando ociosidade pelos erros de previsão e outros fatores, como o preço praticado pelos concorrentes e os custos de produção. Entre várias alternativas, as empresas de serviços estão negociando, em período de baixa demanda, suas instalações para terceiros e se beneficiando também do fluxo de pessoas, de forma a manter a ocupação. Veja, a seguir, algumas estratégias para manter o atendimento, sem a necessidade de alteração da capacidade, diminuindo os impactos causados por período de baixa demanda e/ou melhor distribuição para evitar efeitos na operação por demandas acima da capacidade. 3.1 Estoque para Atender Demanda em Serviços A estratégia de formação de filas de clientes é muito utilizada para ajustar a demanda à capacidade instalada, sendo utilizada de forma pontual para buscar equilíbrio para não deixar de atender os clientes sem agendamento e garantir a qualidade, mesmo com atendimentos acima da capacidade normal. Considerando que as pessoas estão cada vez mais criteriosas em relação à dedicação do seu tempo, longas esperas por falta de controle no atendimento pode ser um ponto negativo até mesmo quando o cliente é fiel. Analisando o histórico do número de clientes que comparecem sem agendamento e de ausências dos que reservaram seus horários, a gestão pode, por meio dessas tendências, estabelecer um número de vagas para os clientes extras, sem, com isso, causar variações significativas à operação. Algumas empresas, ao planejarem seus atendimentos, deixam um intervalo entre os agendamentos para os clientes inesperados e, com isso, mantêm o atendimento bem próximo da capacidade. 29Gestão de Serviços Muitos consultórios e clínicas, de forma a otimizar seus recursos, divulgam um dia específico para agendamento do serviço para o referido mês, geralmente, o primeiro dia útil, permitindo uma visão da demanda antecipadamente e facilitando a gestão. Nos casos emergenciais, os clientes podem comparecer que serão também atendidos. Esse procedimento é conhecido como “encaixe” e requer uma gestão eficiente para evitar insatisfações com longas esperas por variações no atendimento. A prática de disponibilizar mais do que o sistema é capaz de atender, na busca de garantir a utilização da capacidade, é comum entre companhias aéreas, que disponibilizam passagens além da capacidade disponível da aeronave, para garantir que não haverá ociosidade e realizar um voo com acentos desocupados. Essa prática é conhecida como overbooking e deve ser bem avaliada, pois apresenta uma garantia antecipada de ocupação e, , em contrapartida, apresenta riscos caso não seja bem controlada e tenha que alterar uma venda, caracterizando a privação do direito do consumidor de utilizar um serviço como contratado antecipadamente. Outra forma de utilizar o sistema de reserva é a segmentação com base no comportamento do cliente, que permitirá que a gestão estabeleça dias e horários distintos para demandas específicas. Como exemplo, um consultório médico, determinar dias e horários para clientes que realizarão apenas revisões ou procedimentos rápidos. Os atendimentos mais demorados, que são identificados pelo histórico dos clientes, podem ser organizados em horários de menor demanda, favorecendo a otimização dos recursos, preservando a qualidade no atendimento. 3.2 Preços Diferenciados e Promoções A estratégia de preço diferenciado e promoções tem, cada vez mais, ocupado lugar de destaque em serviços para ajuste da demanda. A combinação entre preço, horário e/ou dia da semana é uma prática em vários serviços, como em salões de beleza, cinema, teatro, academias, escolas, parques de diversões e outros. As instituições de ensino presencial, por exemplo, 30 Gestão de Serviços costumam oferecer descontos para o turno com menor demanda, assim como as sessões de cinema em dias e horários com menores demandas, em que são ofertados descontos de meia-entrada. Uma estratégia que tem sido adotada, principalmente, pelas companhias aéreas é a gestão da receita (yield management ou Revenue Management), que corresponde à prática de preços de acordo com a segmentação da demanda. Essa estratégia é bem adotada pelo fato de algumas empresas terem uma grande capacidade instalada, como os estádios de futebol, ambientes de grandes eventos e outros. Veja bem, uma companhia aérea, para manter um voo com um número reduzido de passageiros, é um cenário crítico sob o ponto de vista dos resultados, já que os custos são elevados. A gestão de venda de serviço considera que a empresa se reserva ao direito de recusar a venda de um serviço por determinado preço se esse não satisfaz ao seu objetivo. Dessa forma, as companhias aéreas planejam a venda de passagens, atribuindo preços diferentes para as classes executiva e comum. À medida que pratica um determinado preço para uma classe, ao atingir a receita marginal desejada, deixa de vender passagens para aquela classe, considerando que pode praticar um preço superior com as demais passagens sem prejuízo à operação. Como a previsão de demanda não pode ser considerada exata, a variação é controlada, e, em caso de necessidade, poderá rever a distribuição de passagens entre os segmentos, sempre com o objetivo de garantir a maior receita possível. A gestão de demanda por reservas, principalmente em situações mais complexas como as vendas de passagens pelas companhias aéreas, só é possível com a utilização de sistemas. Além dos sistemas para controle de reservas, a tecnologia tem auxiliado a gestão da capacidade com a redução de fluxo na operação, oferecendo os serviços digitais e diminuindo os investimentos com ampliação de capacidade física. Atualmente, o cliente de um banco que antes, para realizar qualquer operação, tinha que se deslocar até uma agência, hoje conta com inúmeras possibilidades com as agências virtuais. O ensino a distância, no qual cada aluno ocupava uma cadeira em sala de aula e que a otimização dos recursos 31Gestão de Serviços necessitava da utilização desta capacidade, hoje, com a sala de aula virtual, o serviço pode atingir um número significativo de alunos sem depender de capacidade física instalada. A matéria publicada na revista Exame informa quais são os direitos do consumidor em caso de overbooking, a partir de uma situação vivida por um médico que foi retirado à força de voo da United. O médico foi impedido de continuar a viagem por causa de overbooking, quando a companhia aérea vende mais passagens que a capacidade de assentos da aeronave, na expectativa de que alguns passageiros faltem ao voo. Mas, como no caso da United, nem sempre isso acontece, o que obriga a empresa a impedir que algum dos passageiros continue a viagem. SaibaMais Leia mais 32 Gestão de Serviços https://exame.abril.com.br/seu-dinheiro/quais-sao-seus-direitos-em-caso-de-overbooking/ Síntese Nesta unidade, entendemos que a estimativa de demanda em serviços é fundamental para o planejamento da capacidade e que deve ser avaliada durante o funcionamento e acompanhar as variações, buscando o equilíbrio para manter o índice de ocupação. Conhecemos algumas técnicas, como a organização dos turnos de trabalho, a gestão das horas extras, banco de horas, inclusão do cliente como mão de obra no processo de produção entre outras. Como estimular o aumento da demanda oferecendo serviços com preços diferenciados para horários e dias de baixa demanda e ajustes com a utilização de sistema de reservas. Esclarecemos que decisões sobre incremento da capacidade é uma decisão que envolve volume e tempo, podendo antecipar a demanda, seguir ou utilizar o critério misto. Entendemos que as filas podem ser evitadas com a aplicação da teoria das filas e organizadas de acordo com as configurações. Quanto às estratégias na gestão das demandas, vimos como a utilização de estoques e preços diferenciados por tipo de serviços, o overbooking e outros, podem oferecer resultados satisfatórios. 33Gestão de Serviços Referências Bibliográficas Brasil. Lei 10.048, de 8 de novembro de 2000. Dá prioridade de atendimento às pessoas que especifica, e dá outras providências. Disponível em: http:// www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L10048.htm. Acesso em: 20 abr. 2018. CORRÊA, Henrique L.; CAON, Mauro. Gestão de serviços: lucratividade por meio de operações e de satisfação dos clientes. São Paulo: Atlas, 2002. (Reimpressão 2014). EXAME ON-LINE. Quais são os seus direitos em caso de overbooking. Disponível em: https://exame.abril.com.br/seu-dinheiro/quais-sao-seus- direitos-em-caso-de-overbooking/ Acesso em: 20 abr. 2018. FITZSIMMONS, James A.; FITZSIMMONS, Mona J. Administração de serviços: operações, estratégia e tecnologia de informação. Porto Alegre: Bookman, 2005-2014. LOVELOCK, Christopher H.; WIRTZ, Jochen; HEMZO, Miguel Angelo. Marketing de serviços: pessoas, tecnologia e estratégia. 7 ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2011. (Reimpressão 2014). PEQUENAS EMPRESAS E GRANDES NEGÓCIOS ON-LINE. Supermercado Now. Disponível em: https://www.youtube.com/ watch?v=Hb_2K2xe9bU. Acesso em: 20 abr. 2018. 34 Gestão de Serviços http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L10048.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L10048.htm https://exame.abril.com.br/seu-dinheiro/quais-sao-seus-direitos-em-caso-de-overbooking/ https://exame.abril.com.br/seu-dinheiro/quais-sao-seus-direitos-em-caso-de-overbooking/ A Era dos Serviços Objetivos Introdução 1. A Era dos Serviços 1.1 A Importância dos Serviços na Economia Moderna 1.1.1 PIB – Produto Interno Bruto 1.1.2 Identificando a Posição dos Serviços na Economia 1.1.3 Índice de Empregos 1.2 A Evolução no Ambiente de Serviços – Serviços na Era Digital 1.3 Os Serviços Comparados aos Bens Físicos; Abordagem Integrada para a Administração de Serviços 1.3.1 Serviço e Bens Físicos 1.3.2 As Atividades de Serviços como Diferencial Competitivo 1.3.3 A Gestão como Aliada dos Serviços 1.3.4 Afinal, o que o Cliente Quer? 1.3.5 Os Serviços e suas Contribuições 1.3.6 Os Serviços como Provedores de Diferencial Competitivo 1.3.7 Os Serviços Internos 1.3.8 Os Serviços como Fonte de Lucro Síntese Referências Bibliográficas A Era dos Serviços Objetivos Introdução Síntese Referências Bibliográficas Características e Elementos dos Serviços Objetivos Introdução 1. Características e Elementos dos Serviços 1.1 Processos em Serviços 1.1.1 Processos em Serviços: Front Office e Back Office 1.1.2. Pacote de Valor - Proporção entre Produtos Físicos e Serviços 1.1.3 O Cliente como Mão de Obra 2. Tipologia de Serviços 3. Serviços e a Relação com o Cliente 3.1 E o que são Necessidades e Expectativas? 3.2 Uma Análise da Formação das Expectativas Síntese Referências Bibliográficas Excelência em Serviços Objetivos Introdução 1. Excelência em Serviços 1.1 Conceitos sobre Excelência e Qualidade em Serviços 1.1.1 A Avaliação do Serviço por Faixas de Desempenho 1.1.2 Dimensões da Qualidade em Serviços 1.2 Melhores Práticas em Serviços 1.3 Diretrizes para Tratamento de Reclamações nas Organizações 1.3.1 Norma ISO NBR 10002:2014 – Definição dos Termos 1.3.2 Norma ISO NBR 10002: 2014 – Princípios Orientadores Síntese Referências Bibliográficas _GoBack Criação de Valor por meio dos Serviços Objetivo Introdução 1. Gestão da Expectativa do Cliente 1.1 Expectativas com Base em Preço ou em Valor? 1.2 O Encontro com o Serviço 1.3 O Ciclo do Serviço e os Momentos da Verdade 2. Gestão de Riscos e Reclamação 2.1 Definição de risco 2.1.1 Como Evitar Falhas 2.1.1.1 Erros dos Prestadores de Serviços Poka-Yoke 2.1.1.2 Erros dos Clientes Poka-Yoke 2.2 Reclamação 2.2.1 Feedback de Clientes 2.2.2 A Recuperação do Cliente 2.2.3 A Compensação com as Falhas 2.2.4 Garantias de Serviços 3. O Poder na Mão do Cliente na Gestão de Serviços Síntese Referências Bibliográficas Estratégia de Marketing em Serviços Objetivo Introdução 1. Estratégia de Marketing em Serviços 1.1 Posicionamento e Projeto de Serviços 1.1.1 Desempenho Competitivo 1.1.2 Projeto de Serviço 1.1.2.1 O Pacote de Serviços (“P” do Produto) 1.1.2.2 Processo e Organização (“P” do Processo) 1.2 Entregando Serviços 1.2.1 Localização (“P” de Praça) 1.2.2 Instalações (“P” de Phisical Environment) 1.2.3 Perfil dos Fornecedores de Serviços (“P” de Pessoa) 1.3 Precificando Serviços (“P” de Preço) 1.3.1 Estratégias de Preço dos Serviços 1.3.2 Promoção e Preço (“P” de Promoção) Síntese Referências Bibliográficas Marketing de Serviços e Operações Objetivo Introdução 1. O Equilíbrio Entre Demanda e Capacidade 1.1 Previsão de Demanda 1.2 Variação de Demanda e Gestão da Capacidade 1.2.1 Limitadores de Capacidade do Processo 1.3 Ajuste da Capacidade 1.3.1 Decisões de Curto Prazo 1.3.2 Decisões de Médio e Longo Prazo 1.4 Decisão Sobre Incremento de Capacidade 2. Gestão de Filas de Clientes em Serviços 2.1 Sistema de Reservas 2.2 Teoria das Filas 2.3 Impacto da Fila e Gestão da Percepção do Cliente 2.4 Sistema de Filas e Configurações 3. Estratégias na Gestão das Demandas em Serviços 3.1 Estoque para Atender Demanda em Serviços 3.2 Preços Diferenciados e Promoções Síntese Referências Bibliográficas
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