Buscar

14 TCC Lar

Prévia do material em texto

12
Dietas restritivas e estratégias de mudança no comportamento alimentar
Restrictive diets and change strategies in eating behavior
Dietas restritivas e comportamento alimentar 	Comment by Sandra: Resumo do tituloPaginar o artigo iniciando pela capa 
Atividades Práticas Supervisionadas 	Comment by Sandra: Manter para APS 
Ana Paula de Moraes Góes¹, Larissa Rebeca Francisco Ferreira Stanghini¹, Jackeline Venâncio Carlos Rodrigues¹, Sandra Regina Bicudo da Silva¹
¹ Curso de Nutrição da Universidade Paulista, Campus Sorocaba, Brasil.
Autora correspondente:  
Profa. Ms Sandra Regina Bicudo da Silva Universidade Paulista – UNIP, campus Sorocaba, SP. Avenida Independência, 210. Éden, Sorocaba, SP. Cep: 18087-101. Fone (15) 98134-4808. E-mail: sandra.silva1@docente.unip.br 
Este estudo não apresenta conflitos de interesses. 
 
Área específica:  Nutrição Saúde Coletiva 
Resumo
Trata-se de uma revisão de literatura que pretende abordar sobre o comer emocional e as estratégias para mudança no comportamento. Após uma longa pesquisa nas bases de dados da Scielo, PubMed e Google Acadêmico foram escolhidos artigos que abordaram a temática, publicados nos últimos 11 anos. A nutrição comportamental utiliza estratégias e ferramentas para reconexão do indivíduo com seu corpo, levando em consideração aspectos fisiológicos, culturais, sociais e emocionais. Entende-se que o porquê e como comer é tão importante quanto e o que se come, leva em consideração crenças, pensamentos, sentimentos e comportamentos, podendo ser aliada a qualquer tipo de público. O presente trabalho teve como objetivo trazer uma revisão estruturada sobre alimentação consciente baseada em nutrição comportamental, resumindo evidencias atuais.
Descritores: Nutrição comportamental; Dietas Restritivas; Comer Intuitivo; Mindfulness; Mindful Eating; 
Abstract
This is a literature review about emotional eating and strategies for behavior change. After a long search in the databases of Scielo, PubMed and Google Scholar, articles that addressed the theme, published in the last 11 years, were chosen. Behavioral nutrition, use strategies and tools for reconnecting the individual with their body, taking into account physiological, cultural, social and emotional aspects. It understands that why and how to eat is as important as and what comes, takes into account beliefs, thoughts, thoughts and behavior, and can be allied to any type of public. This study aimed to provide a structured review of conscious eating in behavioral nutrition, summarizing current evidence.
Descriptors: Behavioral nutrition; Restrictive Diets; Eating Intuitive; Mindfulness, Mindful Eating;
1. Introdução
O comportamento alimentar é compreendido como alteração de padrões alimentares visando à substituição de hábitos, começando por etapas simples, sem restrições, e com o objetivo de dar autonomia ao indivíduo em relação a sua alimentação, fome e saciedade¹.
Na maioria dos casos, as dietas restritas são decorrentes da prática das chamadas “dietas da moda”, que é caracterizada por hábitos inadequados na alimentação que podem prejudicar a saúde ou desenvolver transtornos alimentares².
As dietas restritivas não funcionam em longo prazo, esses tipos de dietas não alcançam necessidades nutricionais e nem possuem controle de macro e micronutrientes, sendo assim, não promovem hábitos saudáveis e podem trazer consequências, causando sintomas comuns na falta de nutrientes, como anemia, queda de cabelo, fadiga, constipação, diarreia, pele seca, entre outros³.
A abordagem de comer intuitivo promove maior atenção aos sinais fisiológicos e desconsidera dietas restritivas, visto que este método não traz bons resultados ao paciente em longo prazo, assim como a atividade física, que nos princípios da nutrição comportamental é abordada como uma fonte de prazer e não apenas como uma forma de perder calorias4.
Como prática no Zen Budismo, o Mindfulness tornou-se popular como um recurso e um método de acalmar e de mudança do comportamento alimentar, sendo introduzido aos programas de mudança de comportamento5.
A alimentação consciente permite ter um maior controle sobre a alimentação, diminuindo o consumo nas refeições e permitindo que a pessoa se sinta saciada com uma quantidade menor de comida. Para desenvolver essa consciência, a nutrição comportamental trabalha nas emoções, pensamentos e sensações do indivíduo, a abordagem interrompe influências externas automáticas e inconscientes que levam o comer em excesso, resultando em uma capacidade de auto monitoramento6.
O presente artigo teve como objetivo trazer uma revisão estruturada sobre alimentação consciente baseada em nutrição comportamental, resumindo evidencias atuais.
2. Métodos 
Após uma longa pesquisa nas bases de dados da Scielo, PubMed e Google Acadêmico foram escolhidos 15 artigos que abordaram a temática, publicados nos últimos 11 anos (2010 a 2021), e foram excluídas aquelas que não atenderam ao tema.	Comment by Sandra: Foi solicitado no mínimo 15 artigos Faltou mencionar descritores utilizados 
3. Revisão da literatura
O mindfulness relacionado à alimentação
Dentro do mindfulness, em relação ao que se diz respeito ao comer e a comida, inserem-se o “comer com atenção plena”, do inglês mindful eating (ME)7 e o comer intuitivo(CI)8.
O mindfulness é um processo que se baseia na experiência do sujeito com o momento. O mesmo concentra-se em apreciar a experiência da comida e não se atenta com a ingestão5.
O ME (mindful eating), sugere que o indivíduo faça suas escolhas alimentares de maneira consciente e ligada aos sinais de fome e saciedade, além de se atentar aos efeitos do alimento nos sentidos e nas sensações físicas e emocionais por ele sentidas, isentando-se de qualquer julgamento. As abordagens centradas em comer intuitivo e mindfulness não possuem o objetivo de emagrecimento, perda de peso ou perda ponderal, apesar de, alguns estudos apresentarem o esse intuito. A mudança de comportamento alimentar pode, por consequência, causar uma diminuição de peso, mas, não é o objetivo desta abordagem. Sobretudo, os estudos que observaram perda de peso nas intervenções mindfulness não devem ser interpretados como negativos8.
“O propósito da alimentação consciente não é perder peso, embora seja muito provável que aqueles que adotam esse estilo de alimentação o percam5. Segundo Nelson5, a intenção é ajudar o sujeito a apreciar o momento e o alimento, de forma associar sua presença à experiência alimentar5. 
A abordagem mais adotada por nutricionistas como estratégia de perda de peso é a prescrição de dietas, com restrições calóricas, entretanto, vários estudos já demonstraram que esta pratica é ineficaz a médio e longo prazo. O comportamento alimentar dos indivíduos que fazem essas dietas é controlado cognitivamente, por regras impostas pelas dietas, fazendo com que essas pessoas se tornem mais frágeis a influencias emocionais, ambientais e psicossociais ao se alimentar, e isso pode gerar vários episódios de comer excessivo e compulsão alimentar8.
A alimentação consciente permite ter maior controle sobre a alimentação, diminuindo o consumo nas refeições e permitindo que a pessoa se sinta saciada com uma quantidade menor de comida6.
Esse tipo de abordagem de atenção plena e nutrição comportamental trabalha nas emoções, pensamentos e sensações, aumenta a consciência do indivíduo em relação a provocação de alimentação emocional, onde possui uma falsa sensação de fome, com essa técnica de abordagem, a tolerância ao estresse é aumentada e a automaticidade diminuída, portanto, diminui a alimentação estimulada a resposta de estímulos não físicos6.
Já o CI (comer intuitivo), acompanha a mesma linha do ME, e os dois são geralmente utilizados de forma mútua, pois ambos pregam o comer guiado pela sensação de fome e saciedade. O autor afirma que o CI possui dez princípios, entre eles a rejeição às dietas; a permissão incondicional para comer; o comer por razões físicas; e a confiança no corpo e na sensação de fome e saciedade, o que determinao quando e o quanto comer8.
Barbosa et al.8 abordaram em sua revisão de literatura o crescente número de pesquisas que estudaram o papel das ações baseadas em mindfulness, mindful eating (ME) e comer intuitivo (CI) na perspectiva do sobrepeso, obesidade e dos transtornos alimentares (TA)8.
 O autor observou que, estas ações ecoaram de maneira positiva no comportamento alimentar e nos aspectos emocionais e psicológicos dos indivíduos, além dos aspectos físicos, no que se refere a perda de peso e a melhora do metabolismo8.
Assim como, Bezerra et al.7 avaliaram a eficácia do mindful eating no tratamento de pessoas com excesso de peso, avaliando os benefícios do mesmo no comportamento alimentar. A revisão de literatura realizada pelos autores, demonstrou mudanças significativas no comportamento alimentar, na atenção plena e na diminuição da compulsão alimentar, além da promoção à saúde, apontando melhorias na redução do peso7.
Notou-se também, a melhoria na alta aceitação corporal e a diminuição de episódios compulsivos, o que demonstrou ser um bom método para se utilizar em vários contextos, entre eles as políticas públicas de saúde, que têm em vista o enfrentamento à obesidade7.
Entretanto, recomenda-se que, embora o mindful eating promova tantas melhorias, é imprescindível o investimento em estudos clínicos adequados, para que se possa validar sua utilização como um método de melhoria da qualidade de vida do indivíduo com excesso de peso, em várias circunstâncias distintas7.
Relação entre dietas restritivas e excesso de peso
Um dos problemas mais desafiadores da saúde pública é o excesso de peso corporal que, pois, se trata de um tratamento de difícil adesão, apesar do grande conhecimento atual sobre o tema8.
Segundo Barbosa et al.8 este assunto vem sendo fortemente questionado, por se apoiarem em dietas com restrição da ingestão de alimentos. Supõe-se que, os resultados insatisfatórios deste comportamento estejam associados à não adoção de mudanças em comportamentos alimentares disfuncionais8.
Stachuka e Santos9 afirmam que, a obesidade vem ocasionando problemas no mundo todo e aumentando os riscos de doenças graves. Segundo os autores, a maioria dos pacientes que buscam mudar suas vidas através de tratamentos, geralmente apresenta algum tipo de transtorno, como ansiedade, depressão ou transtornos alimentares9.
A restrição alimentar é utilizada para controlar o peso corporal. Essa restrição se relaciona com excesso de peso e pouca ingestão energética9.
“As mulheres são maioria entre as vítimas da mídia, restringindo sua alimentação em busca de um padrão de beleza inalcançável, um corpo perfeito. ” Conforme afirmado por eles, tendo em conta essa realidade, é imprescindível informar a população sobre como dietas restritivas podem gerar transtornos alimentares mulheres adolescentes e jovens adultas9.
Considera-se transtorno quando comer e excesso se tornam um hábito e sai do controle e o indivíduo passa a ser dependente da comida, geralmente esse indivíduo come escondido, com a tentativa de fugir de julgamentos10.
Embora não possuam sobrepeso, muitas pessoas adotam dietas restritivas, o que se refere a um comportamento geralmente associado a padrões impostos pela mídia, a imagem corporal e a pressão da sociedade, que levam o indivíduo a querer ser magro. Esses padrões influenciam nos hábitos alimentares dos indivíduos, resultando em frustrações e a um ciclo de restrição, compulsão e culpa11.
A alimentação intuitiva deve atuar promovendo uma atitude saudável que se torna natural e involuntária em relação à comida e a autoimagem, separando a fome física (reposição de nutrientes) da fome emocional (Alimentação impulsionada por fatores externos, necessidades emocionais como tristeza, solidão e tédio). Estudos realizados com essa abordagem também apresentaram que essa pratica diminui a propensão de indivíduos apresentarem comportamentos de transtornos alimentares, se sentem mais animados, felizes e produtivos, além disso, apresentaram boas taxas de permanência, ou seja, as pessoas ficam mais propensas a continuar praticando as mudanças comportamentais, trazendo maiores benefícios a saúde nutricional em longo prazo4.
Segundo Filippi10, levando em consideração que toda a atividade do organismo do ser humano depende da disponibilidade energética, adquirida por meio dos alimentos, deve ser prestada uma atenção especial em relação à ingestão energética, para que se alcance o equilíbrio essencial à saúde humana10.
Chaves et al.12, afirmam que, reduzir subitamente as calorias, fazer várias horas de jejum ou abdicar de certos grupos alimentares, são processos que podem desencadear efeitos psicológicos negativos, entre estes as “perturbações no afeto, na autoestima, na cognição e no comportamento alimentar”12.
Em sua pesquisa, Filippi10 estudou a relação entre dietas restritivas e compulsões alimentares. Em seu estudo, participaram 35 pessoas, sendo 25 do sexo feminino e 10 do sexo masculino, e as idades variam entre 18 a 44 anos. 
Os dados obtidos pelo autor foram10:
· Em relação à adoção de dietas restritivas, 7 participantes relataram que fazem e 28 que não fazem;
· Em relação à ingestão de comida maior do que a maioria das pessoas consome, em curto período, 23 participantes relatam que ingerem e 12 que não;
· Quanto à sensação de perda de controle na ingestão de alimentos, 19 participantes relataram que perdem o controle, e 16 que não. 
Filippi10 concluiu que, “a autoimposição das pessoas que fazem dieta, parecem resultar em compulsão alimentar e em manifestações psicológicas”, entre estas a preocupação em comer, as mudanças de humor e a responsabilidade emocional, e, as consequências disso não abrangem tanto a abstenção de alimento, mas sim a abstenção psicológica provocada por evitar determinados alimentos e por limitar o consumo energético10.
Comer demais pode ser considerado um transtorno a partir do momento em que se torna um hábito e sai do controle. De acordo com o autor, é considerado compulsão alimentar quando os indivíduos e torna dependente da comida, se alimentando com maior frequência, mesmo que isento de fome10.
As emoções e os distúrbios alimentares
Os distúrbios alimentares vêm, geralmente, acompanhados de outros transtornos como a ansiedade, a síndrome do pânico, o transtorno obsessivo-compulsivo (TOC) e o abuso de álcool e outras substâncias10.
Dietas com restrições alimentares podem resultar em compulsão e descontrole devido à resposta do corpo submetido à privação, considerando que os sinais de fome e saciedade são perdidos nesta prática13.
Normalmente, pessoas que adotam dietas restritivas e se privam de determinados alimentos no decorrer da vida, manifestam um consumo maior de alimento em certos momentos de estresse, se comparado às pessoas que não adotam este hábito14.
Assim como, Pereira et al.15 afirma que, o sujeito passa selecionar os alimentos proibidos e os permitidos, o que causa no corpo um estresse, gerando uma compulsão por qualquer situação que o cause a sensação de perda de controle15.
Comer pouco, pular refeições, proibir ou restringir alimentos com o propósito de perda de peso se tornou para muitas pessoas um hábito comum. Muitas vezes, essas tentativas são eficazes em curto prazo, todavia, em um período maior, esse peso é recuperado16.
As restrições alimentares podem levar o indivíduo a uma prática repetitiva de autoprivação, gerando o “efeito sanfona” e piora na alta aceitação, causando insatisfação corporal, pressão para magreza e patologias associadas16.
Schaefer e Magnuson17 constataram que, as intervenções não prescritivas foram eficazes e alcançaram resultados e positivos em relação aos comportamentos alimentares e psicológicos.
Belotti14, trata em seu estudo o “comer emocional”, como a necessidade de comer que algumas pessoas sentem ao se perceberem desconfortáveis. A autora define o termo como a vontade de comer em momentos indesejados, angustiantes ou entediantes, e que, no geral, são alimentos considerados “proibidos”, como fast food, comidas gordurosas ou doces14.O comer emocional é uma estratégia errada utilizada pelos indivíduos para acalmar, aliviar sentimentos ruins, geralmente buscam alimentos com alto teor de açucares e gorduras, que trazem uma sensação de bem-estar e diminuem o estresse14.
Pereira et al.15 realizaram uma revisão bibliográfica sobre “dietas da moda versus distúrbios alimentares”, onde 119 pessoas participaram e os resultados obtidos foram:
· Quarenta e nove (49) pessoas afirmaram ter feito alguma dieta da moda e quarenta e uma (41) limitaram sua alimentação durante o período;
· Trinta e seis (36) participantes não mantiveram seu peso após o término da dieta;
· Trinta e quatro (34) não conseguem comer sem sentir culpa;
· Oitenta e oito (88) participantes acreditam que as mídias sociais influenciam a querer o corpo perfeito;
· E oitenta e nove (89) já sofreram com distúrbios alimentares ou conhecem alguém que sofreu ou sofre do mesmo.
Abordagem não prescritiva
Restrição alimentar é uma estratégia comportamental e cognitiva, que as pessoas usam para controlar o peso corporal18.Para a inserção da abordagem não prescritiva, é necessário realizar técnicas de educação nutricional a longo prazo com abordagens inovadoras e conscientizadas, visando desenraizar a pratica de dietas da moda e suas consequências na saúde física e mental dos seus adeptos19.
A nutrição comportamental é uma estratégia nova na área de nutrição, que considera fatores sociais, fisiológicos e emocionais que visa considerar os sinais de fome e saciedade, trazendo maior conexão com o corpo e desconsiderando dietas emagrecedoras focadas na perda de peso, visto que este tipo de abordagem pode promover maior ganho de peso em longo prazo20.
É sabido que a obesidade está relacionada a vários agravantes como diabetes mellitus, hipertensão arterial, colesterol alto. Por este fato, a perda de peso é recomendada como melhora da saúde, abordagens tradicionais tendem a se concentrar no peso. A abordagem não prescritiva, intuitiva, foca no bem-estar geral, centrando na saúde física e mental, podendo ou não ocorrer a perda de peso21.
	Para utilizar esta estratégia o nutricionista deve desenvolver competências e habilidades voltadas a terapêuticas para uma abordagem mais humanizada em relação a alimentação e aos pacientes4.
	Almeida e Furtado4 citam os 10 princípios do comer intuitivo:
· Desprezar os pensamentos de dieta; se desfazendo de conteúdos que ofereçam perda de peso fácil.
· Prezar os sinais de fome; manter o corpo alimentado com quantidades suficientes de energia;
· Se conciliar com a comida; não acreditar que existem alimentos “proibidos”.
· Desafiar pensamentos que julgam as escolhas alimentares; não considerar errado comer um alimento mais calórico uma vez ou outra.
· Prezar os sinais de saciedade; prestar atenção ao se alimentar, percebendo quando se está satisfeito.
· Descobrir o fator de satisfação; 
· Saber lidar com o emocional sem relacionar com a comida; procurar resolver os problemas sem utilizar a comida.
· Respeitar sua forma corporal; cada indivíduo tem um tamanho de corpo e deve ser respeitado. Expectativas excessivas podem atrapalhar a relação com a comida.
· Praticar exercícios físicos; mudar o foco, movimentando-se diariamente e procurando distração gastando calorias.
· Prezar a saúde, física e mental; focar em uma alimentação gentil, lembrando que não é necessário seguir uma dieta para ser saudável.
4. Discussão
Mudanças no padrão alimentar da população brasileira vêm gerando um gradativo aumento das condições crônicas, o que ocorre devido ao cenário atual onde as pessoas estão sujeitas a funções que exigem rapidez, pouco esforço físico e menor demanda de atividades físicas, o que faz com que não pratiquem exercícios físicos e procurem alimentações mais rápidas22.
Todavia, existem os transtornos alimentares (TA), sendo estes descritos principalmente pela desordem persistente na alimentação, resultando na ingestão excessiva ou na recusa estrita de alimentos, o que pode gerar graus significativos de morbidade e mortalidade, além de danos pessoais e psicossociais23.
Segundo Barbosa et al.8, a análise dos TA e do excesso de peso é algo complexo, por atuar em condições que percorrem relações disfuncionais com a comida, o comer, e o funcionamento psicossocial do indivíduo. Neste contexto, vêm sendo descobertas estratégias inovadoras na abordagem de comportamentos alimentares disfuncionais, entre estas o mindfulness8.
A abordagem não prescritiva desconsidera a prática de dietas que visa o emagrecimento, possibilitando ao paciente um emagrecimento de forma saudável, a partir do momento em que ele souber identificar a fome fisiológica e respeita-la, realizando escolhas alimentares de acordo com os seus sinais de fome e não de acordo com suas emoções, sentindo prazer ao comer e não culpa22.
Segundo Pereira et al.16, algumas das pessoas que tentam aderir às dietas restritivas da moda e se frustram, passam a apresentar sintomas como baixa autoestima, compulsões, distúrbios alimentares e sensação de fracasso, assim sofrendo as consequências que estes tipos de dietas trazem a elas16.
Estudos afirmam que, a adoção destes tipos de dietas pode deixar as pessoas mais vulneráveis a adquirir certos distúrbios, entre eles a compulsão alimentar e a anorexia nervosa16.
É fundamental avaliar os aspectos em torno das dietas restritivas e suas consequências na saúde dos indivíduos, pois, apesar do aumento crescente na prevalência de dietas atualmente, há em contrapartida um crescimento contínuo nos índices de obesidade11.
5. Conclusões
Apesar de se tratar de um assunto recente, as pesquisas demonstram que a nutrição comportamental trabalhada com abordagens não prescritivas tem trazido um resultado significativo para melhoria da saúde psicológica, e do perfil nutricional, enquanto a pratica de dietas restritas impossibilita e inviabiliza uma qualidade de vida satisfatória, podendo resultar em transtornos alimentares ou reganho de peso a longo prazo.
Referências	Comment by Sandra: Todas as referências devem estar contempladas no corpo do artigo
1.Rodrigues, F R. Atenção Plena Aplicada a Nutrição. Universidade Federal de Santa Catarina, Núcleo tele saúde Santa Catarina. Florianópolis. 2019 Acesso em: 08 de abril de 2021.
2.Fortes, L S, Vieira L F, Paes S T, Almeida S S, Ferreira M E C. Comportamentos de risco para os transtornos alimentares e traços perfeccionistas em atletas de atletismo. Rev. Bras.edu. fís.esporte [online]. 2016; 30 (03):815-822. Acesso em 18 de abril de 2021
3.Alvares, DA, Aline, A. Correlação entre dietas restritivas e surgimento ou agravamento de transtornos alimentares. Rev.Pub Saúde. 2020. Acesso em 05 de Abril de 2021.
4. Almeida,C B,Furtado,C C. Comer intuitivo. Rev. Unilus Ensino e Pesquisa.2017; 14 (37). Acesso em: 12 de abril de 2021.
5. Nelson, J B. Alimentação Consciente: a arte da presença enquanto você come. American Diabetes Association.2017;30(3):171-174. Acesso em 10 de abril de 2021.
6. Warren, JM, Nicola, S,Ahweel, M.Uma revisão estruturada da literatura sobre o papel da atenção plena, alimentação consciente e alimentação intuitiva na mudança de comportamentos alimentares: Eficácia e mecanismos potenciais associados.2017. Acesso em: 09 de abril de 2021.
7. Bezerra, MB G S, Orange, LG, Calaça, PRA; Menezes, G M M, Lima, C R. O mindful eating modifica o comportamento alimentar em indivíduos com excesso de peso?Sociedade de pesquisa e desenvolvimento.2021;10(3). Acesso em 10 de abril de 2021.
8. Barbosa, RM,Penaforte, F R O, SILVA AFS.Mindfulness, mindful eating e comerintuitivo na abordagem da obesidade e transtornos alimentares. Revista Eletrônica Saúde Mental Álcool Drog.2020. Acesso em 19 de maio de 2021.
9. Stachuka, AP, Santos AG. Relação entre as dietas restritivas e transtornos decompulsão alimentar periódica.2020. Acesso em:09 de abril de 2021.
10. Filippi, C R. Dietas restritivas e compulsões alimentares. Biblioteca Setorial de Biociências, Universidade de Taubaté.2019. Acesso em 20 de abril de 2021
11. Araújo,A S,Maynard, D C, Comportamento alimentar em dietas restritivas como fator de risco para obesidade. Centro Universitário de Brasília-UNICEUB. 2019.Acesso em 03 de abril de 2021
12. Chaves, L, Navarro, A. Compulsão alimentar, obesidade e emagrecimento. Revista Brasileira de Obesidade, Nutrição e Emagrecimento. 2011; 5 (27). Acesso em: 23 de Abril de 2021.
13. Vaz, D S S,Bennemann, R M. Comportamento alimentar e hábito alimentar: Uma revisão. Revista Uningá Review.2014; 20 (1):108-112.Acesso em 08 de abril de 2021.
14.Belotti, P. E-book comer emocional em tempos de quarentena, Nutrir Educacional.2020. Acesso em:01 de abril de 2021.
15. Clifford, D, Ozier, A, Bundros, J; Moore, J, Kreiser, A, Morris, M N. Impacto das abordagens não dietéticas nas atitudes, comportamentos e Resultados de saúde: uma revisão sistemática.Journal of Nutrition Education and Behavior.2015;47(2). Acesso em: 02 de abril de 2021.
16. Pereira, FB, Tretto, M B, Lain, N. Dietas da moda versus distúrbios alimentares, Centro Universitario da Serra Gaucha- FSG.2017. Acesso em 13 de abril de 2021.
17. Schaefer, J T,Magnuson, A B. Uma revisão das intervenções que promovem a alimentação por pistas internas. Academy of Nutrition e dietética. 2014. Acesso em 15 de abril de 2021.
18. Bernardi, F, Cichelero, C, Vitolo, M, R. Comportamento de restrição alimentar e obesidade. Revista Campinas.2005;18(1):85-93. Acesso em: 01 de abril de 2021.
19. Farias, C T S, Rosa, R H. A educação alimentar e nutricional como estratégia no tratamento dos transtornos alimentares. Braz. J. Hea. Rev. Curitiba.2020; 3 (4):10611-10620. Acesso em: 12 e abril de 2021.
20. Leite, R P P, Diniz, T M, Aoyama, E A. O papel da nutrição comportamental no tratamento dos transtornos alimentares e na distorção da imagem.ReBIS [Internet].2020;2(4):65-9. Acesso em 10 de abril de 2021.
21.Alvarenga, M, Figueiredo, M, Timerman, F, Antonaccio, C. Nutrição Comportamental. Manole. 2019.Acesso em 14 de abril de 2021.
22.Nicolao, A C, Ferrara, A Piornedo, G M. Culto ao corpo,dietas restritivas e odesenvolvimento de transtornos alimentares.Mostra Interna de Trabalhos de Iniciação Cientifica.2018. Acesso em:15 de abril de 2021.
23.Soihet, J,Silva, A D. Efeitos psicológicos e metabólicos da restrição alimentar no transtorno de compulsão alimentar. Revista Nutrição Brasil.2019;18 (1). Acesso em: 14 de abril de 2021.
Anexos
Anexo 1. Relatório Coopyspider

Continue navegando