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Educação Nutricional para Diabéticos

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Educação Nutricional Para Diabéticos: da Profilaxia ao Tratamento 
 
 
 
Nutritional Education for Diabetic: from Prophylaxis to Treatment 
 
 
 
Educação nutricional para diabéticos 
 
 
Natália Carnavale1, Sandra Regina Bicudo da Silva1 
 
1Curso de Nutrição da Universidade Paulista, Sorocaba-SP, Brasil. 
 
 
 
Autora correspondente: 
Sandra Regina Bicudo da Silva Universidade Paulista – UNIP, campus Sorocaba, SP. 
Avenida Independência, 210. Éden, Sorocaba, SP. Cep: 18087-101. Fone (15) 98134-
4808. E-mail: sandra.silva1@docente.unip.br 
 
Este estudo não apresenta conflitos de interesses. 
Área específica: Nutrição em Saúde Pública 
2 
 
Resumo 
Diabetes Mellitus é uma doença crônica que se caracteriza pela elevação dos níveis 
de glicose no sangue, cuja origem é a deficiência e/ou restrição na produção do 
hormônio insulina. Objetivos – Realizar uma revisão da literatura atual que destaque 
a importância da educação nutricional para a população diabética. Métodos - A 
presente pesquisa dar-se-á pela revisão de literatura, que constitui pesquisa nos 
principais bancos de dados eletrônicos científicos, Scielo, Lilacs, Google Acadêmico, 
utilizando artigos científicos datados dos últimos dez anos. Discussão: O DM é um 
grave problema de saúde pública no país. Está, junto com a Hipertensão Arterial 
Sistêmica na primeira posição como causas de mortalidade e de hospitalizações no 
SUS. Conclusão: O nutricionista inserido na atenção primária de saúde, juntamente 
com uma equipe multidisciplinar, poderá promover estratégias de educação nutricional 
para diabético que minimizarão os impactos desta patologia. 
 
Descritores: Educação Nutricional. Estratégias Nutricionais. Promoção de Educação 
Nutricional para Diabéticos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Abstract 
Diabetes Mellitus is a chronic disease characterized by elevated blood glucose levels, 
whose origin is a deficiency and/or restriction in the production of the hormone insulin. 
Objective – To carry out a systematic review of the current literature that promotes 
nutritional education for the diabetic population. Methodology - This research will be 
done through the literature review, which constitutes research in the main scientific 
electronic databases, Scielo, Lilacs, Academic Google, using scientific articles dated 
from the last ten years. Discussion: DM is a serious public health problem in the 
country. It is, together with Systemic Arterial Hypertension, in the first position as 
causes of mortality and hospitalizations in the SUS. Conclusions: The nutritionist 
inserted in primary health care, together with a multidisciplinary team, will be able to 
promote nutritional education strategies for diabetics that will minimize the impacts of 
this pathology. 
 
Descriptors: Nutritional Education. Nutritional Strategies. Promotion of Nutrition 
Education for Diabetics. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
4 
 
1. Introdução 
 
O Diabetes Mellitus (DM) é uma doença crônica que se caracteriza pela 
elevação dos níveis de glicose no sangue, que se origina a partir da deficiência e/ou 
restrição na produção do hormônio insulina. Um tratamento efetivo necessita que o 
paciente tenha consciência da sua atual condição de saúde e a partir disso possa 
refletir afim de modificar hábitos considerados inadequados para manutenção da 
glicemia, aderindo às práticas preventivas e protetoras da saúde1. 
O tratamento do DM tipo 2 (DM2) inclui mudanças no estilo de vida, com a 
prática de exercícios físicos regularmente e o estabelecimento de uma dieta 
adequada. Para isso, a intervenção educativa deverá ser pautada em técnicas 
esclarecedoras, interativas e dinâmicas que busquem a interação com o público alvo 
e permita que estes ressignifiquem o seu estilo de vida. Essa modalidade de educação 
é de suma importância no controle dos níveis glicêmicos e autonomia do indivíduo, 
especialmente quando estruturada em uma perspectiva e crítica2. 
Para tanto, a educação em saúde exige abordagens claras. A intervenção mais 
almejada pelas políticas públicas que visa a educação em saúde é a sociocultural, em 
que o ser humano é compreendido em seu contexto e se desenvolve por meio de um 
processo saudável de ação-reflexão-ação. Essa educação deve ser pautada no 
diálogo claro, numa relação horizontal, como peça fundamental para a transformação 
em um processo que estimula a prática da ação-reflexão3. 
Para desenvolver a autonomia dos indivíduos portadores de doenças crônicas 
nas decisões do tratamento nutricional, novas abordagens se fazem necessárias. 
Promover educação nutricional é uma estratégia para disseminar informações e 
alcançar o máximo possível de indivíduos, promovendo melhora do estilo de vida, 
reduzindo significativamente índices de mortalidade e intervenções à nível de atenção 
secundária e terciária, que gera, além de tudo, redução de custos na rede de saúde 
pública4. 
O presente trabalho tem como objetivo realizar uma revisão da literatura atual 
que promova educação nutricional para a população diabética. Desta maneira, 
procura destacar a importância da alimentação adequada para prevenção de 
complicações clínicas relacionadas à diabetes e enfatizar o quanto uma intervenção 
nutricional adequada pode contribuir para promoção de um bom prognóstico para o 
diabético. 
5 
 
2. Métodos 
 
Para o presente trabalho foi realizada uma extensa pesquisa bibliográfica nos 
tradicionais bancos de dados eletrônicos, como Scielo, Lilacs, Pubmed, Google 
Acadêmico e banco de dados online da UNIP, por meio dos descritores: educação 
nutricional; estratégias nutricionais, promoção de educação nutricional para 
diabéticos. Em sequência, foram selecionados artigos correlacionados ao tema, em 
cuja a seleção serão selecionados artigos dentro do período proposto de dez anos, 
nos idiomas português, inglês e espanhol. Foram excluídos artigos fora do período 
previsto, bem como os que não estão de acordo com o tema proposto. 
 
6 
 
3. Revisão da Literatura 
 
Conceitos e Definições 
Diabetes mellitus é o nome dado a um grupo de distúrbios metabólicos que 
resultam em níveis elevados de glicose no sangue. Conhecido popularmente com 
açúcar alto no sangue, existem vários tipos e várias causas de diabetes. Todos os 
tipos, porém, costumam apresentar complicações semelhantes, como maior risco de 
lesão dos rins, dos olhos e dos vasos sanguíneos4. 
A diabetes é uma das doenças mais comuns no mundo e sua incidência tem 
aumentado ao longo dos anos, devido principalmente à má alimentação e à 
obesidade. A Diabetes Mellitus (DM) é considerada importante problema de saúde 
pública, podendo associar-se, quando mal controlada, a complicações que 
comprometem a produtividade, qualidade de vida e sobrevida dos indivíduos, com 
consequente elevação nas taxas de mortalidade. Consiste em um distúrbio metabólico 
caracterizado por hiperglicemia persistente, decorrente de deficiência na produção de 
insulina ou na sua ação, ou em ambos os mecanismos, ocasionando complicações 
em longo prazo5. 
O DM é uma condição crônica de saúde, ou seja, não existe cura. Portanto, são 
necessários cuidados para que haja uma boa qualidade de vida. O tratamento tem 
como base as medidas preventivas e paliativas, que visam à diminuição e retardo dos 
agravos, por meio de tratamento farmacológico (comprimidos ou insulina) e 
modificações no estilo de vida, como a prática de exercícios físicos, con trole da 
glicemia, mantendo o nível de glicose normal, realização de testes sanguíneos 
regularmente, como o dextro, e a promoção alimentação saudável6. 
A adoção de uma alimentação saudável é um dos principais pilares do 
tratamento e gerenciamento do DM. As recomendações para o consumo de alimentos 
naturais, inclusão de fibras, dando preferência para alimentos naturais, incluindo frutas 
e verdurasregularmente na dieta, contribuem para a manutenção do controle 
metabólico e a prevenção das complicações decorrentes da doença7. 
O diagnóstico do diabetes baseia-se, fundamentalmente, nos valores da 
glicemia plasmática de jejum (8 horas) ou após uma ingestão acentuada de glicose 
por via oral, ou ainda pelo nível de hemoglobina glicada, este ainda muito eficaz e 
solicitado pelos médicos no acompanhamento dos pacientes já diagnosticados com a 
doença8. 
7 
 
 
Complicações clínicas em casos de diabetes descompensada 
No DM2, o principal fenômeno fisiopatológico é a resistência à ação da insulina, 
diminuindo a captação de glicose em tecidos insulina dependentes. No início da 
doença, em resposta a esta resistência, ocorre hiperinsulinemia compensatória, 
continuando por meses ou anos. Com o avanço do DM2, por causa da disfunção e 
redução das células β pancreáticas, a síntese e a secreção de insulina poderão ficar 
comprometidas e, em alguns casos, a insulinoterapia será essencial9. 
O DM gestacional (DMG) é determinado pela diminuição da tolerância à 
glicose. O início ou o reconhecimento acontece pela primeira vez durante a gestação, 
podendo ou não persistir após o parto. No período pós-gestacional há redução da 
concentração plasmática de hormônios contra insulínicos, diminuindo as 
necessidades maternas de insulina e a glicemia voltando à normalidade. No entanto, 
as gestantes que apresentam DMG possuem alto risco de desenvolverem DM2 
posteriormente9. 
A hiperglicemia crônica é o fator primário desencadeador das complicações do 
DM. É comum o desenvolvimento das microangiopatias, que comprometem as 
artérias coronarianas, dos membros inferiores e as cerebrais. Outras complicações 
também são conhecidas no DM e englobam as microangiopatias, afetando, 
especificamente, a retina, o glomérulo renal e os nervos periféricos. Uma complicação 
metabólica aguda do DM, caracterizada por hiperglicemia, cetose e acidose, é a 
cetoacidose diabética (CAD)10. 
O não-reconhecimento desta condição causa progressiva deterioração 
metabólica, podendo originar graves sequelas. A CAD ocorre quando há defeitos na 
secreção de insulina, total ou parcial, estimulando a liberação de hormônios 
contrainsulínicos como glucagon, cortisol, catecolaminas e hormônio do 
crescimento10. 
O quadro hiperglicêmico provoca o aumento dos AGEs circulantes e 
consequente dificuldade de degradação e eliminação. Há comprometimento dos 
grandes vasos sanguíneos como as artérias coronarianas, dos membros inferiores e 
as cerebrais, resultando na doença arterial coronariana (DAC), DVP e no AVE9. 
Na síndrome coronariana aguda (SCA) ocorre a oclusão do vaso sanguíneo, 
determinando um quadro clínico que se apresenta entre a angina instável, o infarto 
agudo do miocárdio (IAM) e a morte súbita. Acontece um enfraquecimento focal da 
8 
 
placa de ateroma, que sofre ruptura e subsequente trombose. As placas instáveis, tipo 
mais frequente em indivíduos diabéticos, sofrem ruptura devido à menor espessura 
da capa fibrosa e maior quantidade de lipídeos20. 
A CAD, na condição de deficiência na secreção de insulina, total ou parcial, 
estimula a secreção de hormônios contrainsulínicos como glucagon, cortisol, 
catecolaminas e hormônio do crescimento. Esta resposta hormonal faz os tecidos 
dependentes de insulina metabolizarem os lipídeos ao invés dos carboidratos. Iniciam-
se alguns processos catabólicos (lipólise, proteólise), e outros substratos (glicerol, 
alanina, lactato) são utilizados na síntese hepática de glicose (gliconeogênese), o que 
promove aumento do glicogênio hepático com posterior utilização (glicogenólise), 
logo, ocorre secreção de glicose pela célula hepática, agravando o quadro 
hiperglicêmico11. 
 
Educação Nutricional para Diabéticos 
O atendimento em saúde deve incluir atividades de cunho educativo e também 
de suporte para apoiar a população no enfrentamento dos desafios inerentes ao 
tratamento do DM. Assim, habilidades avançadas de comunicação, técnicas de 
mudança de comportamento, educação do paciente e habilidades de aconselhamento 
são necessárias para auxiliar os pacientes com problemas crônicos12. 
O trabalho nos grupos operativos pode ser enriquecido com o uso de jogos 
educativos. São instrumentos de comunicação, expressão e aprendizado, que 
favorecem o conhecimento e, com isso, intensificam as diversas trocas de saberes e 
constituem a base do aprendizado13. 
O processo de educação na construção de conhecimento em saúde é definido 
por diferentes conceitos, tanto na área da educação, quanto da saúde, os quais, um 
deles aborda sobre as práticas que contribuem para autonomia dos indivíduos ao 
autocuidado, que se dá por meio de debates com os profissionais e os gestores a fim 
de alcançar uma atenção em saúde de acordo com suas necessidades. Desse modo, 
o intuito principal da educação em saúde é contribuir para que as pessoas descubram 
os princípios e padrões que melhor se adaptam a elas, visando a qualidade de vida19. 
Para ilustrar a importância das práticas educativas, destaca-se uma tríade 
importante no controle do Diabetes Mellitus: a família, rede de apoio e comunidade 
são indispensáveis. A intervenção ocorrida num estudo no Ambulatório Borges da 
Costa- MG, onde foi realizado um Programa Educativo através de Jogos com pessoas 
9 
 
diabéticas, mostra como um jogo incentivava a presença de um acompanhante, seja 
da família ou alguém da vizinhança. Percebe-se que, com o passar dos anos, as 
intervenções multiprofissionais no controle das doenças crônicas foram sofrendo 
alterações14. 
Inicialmente eram realizadas por médicos e enfermeiros e depois foi 
aprimorada, com um novo sistema de referência entre profissionais e usuários dos 
serviços de saúde, dentre eles o nutricionista, o fisioterapeuta e o assistente social, 
com a formação de equipes básicas direcionadas à objetivos específicos, observadas 
nas práticas recentes. É importante aproximar o usuário do sistema, mas acima do 
trabalho em grupo, deve existir a especificidade de cada profissional, o que se trata 
de uma visão moderna. O saber técnico-científico desses profissionais são 
fundamentais para que os mesmos possam intervir no processo saúde-doença. O 
indivíduo diabético pode ter várias complicações, e cada profissional contribui para 
evitá-las14. 
 
10 
 
4. Discussão 
 
O Diabetes Mellitus destaca-se como importante causa de morbidade e 
mortalidade. Estimativas globais indicam que 382 milhões de pessoas vivem com DM 
(8,3%), e esse número poderá chegar a 592 milhões em 203515. 
Em 14 de Novembro de 2019, dia Mundial do Diabetes, a International Diabetes 
Federation divulgou novos números que destacam o crescimento alarmante na 
prevalência de diabetes. Os dados da 9ª edição do Atlas de Diabetes da IDF mostram 
que existem 463 milhões de adultos com diabetes em todo o mundo. A prevalência 
global de diabetes atingiu 9,3%, com mais da metade (50,1%) dos adultos não 
diagnosticados com o diabetes tipo 2, sendo responsável por cerca de 90% de todas 
as pessoas com diabetes. As evidências sugerem que o diabetes tipo 2, muitas vezes, 
pode ser prevenido, enquanto o diagnóstico precoce e o acesso a cuidados 
adequados para todos os tipos de diabetes podem evitar ou retardar complicações em 
pessoas que vivem com a doença16. 
Outras descobertas importantes do Atlas de Diabetes da IDF 9ª Edição, 
incluem16: 
• O diabetes foi responsável por cerca de US $ 760 bilhões em gastos com 
saúde em 2019. 
• O diabetes está entre as 10 principais causas de morte, com quase metade 
ocorrendo em pessoas com menos de 60 anos. 
• Um em cada seis nascidos vivos é afetado por hiperglicemia na gravidez. 
Entre 2006 e 2016 o número de brasileiros com diabetes aumentou 1,6%. A 
doença atualmente atinge 8,1% da população brasileira, sendo mais importante entre 
mulheres atingindo 9,9% da população feminina e 7,1% dos homens.Os dados são 
da pesquisa de vigilância de fatores de risco e proteção para doenças crônicas 
realizadas por inquérito telefônico do Ministério da Saúde do Brasil. Esta tendência é 
mundial, seu aumento é influenciado por fatores como o envelhecimento da 
população, mudanças de hábitos alimentares e sedentarismo. Estima-se que, no 
Brasil, poderão existir cerca de 11 milhões de portadores de DM em 202517. 
Considerando-se que a orientação nutricional é importante para auxiliar o 
indivíduo a melhorar seus hábitos alimentares e obter um controle metabólico da 
doença, essa deve ser realizada logo ao se fazer o diagnóstico de DM. Tendo isso em 
vista, Kasper et al.,23 destaca que é importante que a orientação dietética seja feita 
11 
 
por profissional tecnicamente habilitado para desenvolver programas e ações de 
educação nutricional no seu último estudo. Em relação ao estado nutricional, a maioria 
dos participantes (75,8%) apresentou excesso de peso. 
A alta frequência de sobrepeso e obesidade é um importante fator de risco para 
o diabetes. Estudo transversal18 realizado em Ribeirão Preto também encontrou alta 
prevalência (91%) de sobrepeso e obesidade entre os usuários com DM2. Estima-se 
que 80% dos pacientes diabéticos apresentem obesidade ou excesso de peso. 
A seguir, a Tabela 1 relaciona os achados sobre as ações de educação 
nutricional em diabéticos e os resultados obtidos em cada estratégia: 
 
Tabela 1 – Resultados dos artigos sobre educação nutricional 
Autor(es)/ Ano Objetivo Resultado 
Moura, P.C et al., 201818. 
Avaliar um programa de 
educação nutricional 
diferenciado para 
Estratégias de Saúde da 
Família e identificar fatores 
que dificultam o 
seguimento do plano 
alimentar. 
Educação nutricional 
focada em diferentes 
realidades, é possível de 
ser realizada na Atenção 
Primária com bons 
resultados, abrindo a 
perspectiva para 
diferenciação do programa 
de educação em grupos, 
com otimização do tempo 
dos profissionais nesta 
realidade. 
Bedeschi, L.B, et al., 
201820. 
Analisar grupos operativos 
como estratégia na 
aprendizagem sobre 
Diabetes mellitus e sua 
relação com a alimentação 
em Serviço de Promoção 
da Saúde. 
A realização dos encontros 
foi capaz de proporcionar 
aquisição de 
conhecimentos, além de 
contribuir para mudanças 
de hábitos alimentares 
Moreschi, C. et al., 201821. 
identificar as ações 
desenvolvidas pelas 
Os resultados 
evidenciaram que as 
12 
 
Estratégias Saúde da 
Família para melhorar a 
qualidade de vida das 
pessoas com diabetes 
equipes da Estratégia 
Saúde da Família 
promovem diversas ações 
interativas para melhorar a 
qualidade de vida das 
pessoas com diabetes. 
Bezerra, R.K.C., et al., 
2022.22 
Avaliar a percepção de 
participantes de um grupo 
de hipertensos e 
diabéticos (Hiperdia) sobre 
as ações educacionais de 
alimentação e nutrição 
desenvolvidas em uma 
Estratégia Saúde da 
Família em um município 
cearense. 
Efeitos positivos na 
qualidade de vida dos 
usuários foram 
observados após as 
atividades envolvendo 
educação alimentar e 
nutricional no grupo de 
Hiperdia. 
 
Os autores citados corroboram que ações voltadas para educação nutricional 
tem impacto positivo na adesão ao tratamento de Diabetes Melitus, afinal, são 
momentos em que os indivíduos podem esclarecer dúvidas e trocar experiências 
sobre o assunto. 
13 
 
5. Conclusões 
 
Diversas são as vertentes em que o DM está inserido, bem como as suas 
complicações. O aumento da incidência das doenças crônicas representa grave 
problema de saúde pública, constituindo-se uma das principais causas de mortalidade 
na população adulta. 
Promover educação nutricional ao diabético é uma estratégia de promoção de 
saúde, que visa os cuidados primários da prevenção, incluindo a adoção de um estilo 
de vida saudável, com a prática regular de atividades físicas e o consumo de uma 
alimentação saudável. Como resultado desta prática temos redução da incidência dos 
casos e consequentemente, dos custos. 
O nutricionista inserido na atenção primária da saúde, juntamente com a atuação 
de uma equipe multidisciplinar, é o profissional capaz de promover ações de educação 
nutricional para este público, como uma estratégia de melhora no estilo de vida da 
população e nos resultados que esta melhora trará consequentemente. 
 
14 
 
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17 
 
Anexos 
Anexo 1. Relatório CopySpider

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