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Doenças das Hortaliças

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS 
FACULDADE DE AGRONOMIA “ELISEU MACIEL” 
DEPARTAMENTO DE FITOSSANIDADE 
DISCIPLINA DE CONTROLE DE DOENÇAS 
 
 
DOENÇAS DA CEBOLA 
 
 1 
 Ronei de Almeida Douglas 
 
MANCHA PÚRPURA OU QUEIMA DAS FOLHAS 
 
 
GENERALIDADES: Esta doença ocorre em todas as regiões onde se cultiva a 
cebola, sendo mais severa em áreas com clima quente e úmido. Causa danos à 
produção, de até 70%, reduzindo a conservação de bulbos e a produção de sementes. 
 
SINTOMATOLOGIA: Os sintomas se manifestam caracteristicamente nas folhas e nas 
hastes florais, inicialmente na forma de pequenas manchas brancas, circulares ou 
irregulares, que, sob condições favoráveis, aumentam gradativamente de tamanho, adquirindo a 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Fig. 1 Fig. 2 
 
 
a coloração tipicamente púrpura, com zonas concêntricas mais escuras correspondendo 
às frutificações do fungo agente causal (fig. 1, 2, 3 e 4). 
 Folhas severamente afetadas murcham e se enrugam a partir do 
ápice. O ataque às hastes florais e inflorescências impede a formação de sementes, ou, 
quando estas são produzidas, apresentam-se chochas e enrugadas. Muitas vezes este tipo 
de infecção provoca uma quebra da haste na região da mancha, devido ao peso da 
inflorescência. 
 
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1 
 Professor Adjunto do DFS, FAEM-UFPel. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Fig. 3 Fig. 4 
 
 
 Sintomas nos bulbos, que podem eventualmente ser atacados por 
ocasião da colheita, ocorrem sob a forma de uma podridão aquosa e enrugamento das 
escamas frescas do bulbo. Inicialmente, os tecidos afetados têm uma coloração 
amarelada, em função de um pigmento liberado pelo fungo que se difunde pelas 
escamas, tornando-se avermelhados com o passar do tempo. Com o desenvolvimento do 
micélio do fungo sobre os bulbos afetados, estes adquirem uma coloração marrom 
escura a preta. Frequentemente, apenas algumas escamas mais externas são afetadas 
pelo patógeno, mas, algumas vezes, o ataque abrange o bulbo inteiro. 
 
ETIOLOGIA: A doença é causada pelo fungo Alternaria porri (Ellis) Cif. (fig. 5 e 
6), fungo mitospórico, que forma conidióforos individuais, que carregam conídios com 
formato de clava. Não se conhece a forma perfeita. O fungo sobrevive de uma estação 
de cultivo para outra sob a forma de micélio ou esporos, em restos de cultura. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Fig. 5 Fig. 6 
 
 
 Disseminados por respingos de chuva, água de irrigação e 
principalmente pelo vento, os conídios atingem facilmente as folhas de plantas em 
desenvolvimento no campo. A penetração ocorre através de ferimentos, estômatos ou 
diretamente pela cutícula da folha. Folhas mais velhas são mais suscetíveis ao ataque do 
que folhas novas, assim como folhas afetadas por insetos, como Thrips tabaci. O fator 
ambiente mais importante para o desenvolvimento da doença é a alta umidade relativa, 
visto que o ótimo de temperatura para o desenvolvimento da doença compreende uma 
faixa bastante ampla, entre 21 e 30°C. 
 
 
 
 
CONTROLE: A utilização de cultivares resistentes é uma das medidas de controle 
indicadas para esta doença. Rotações de cultura; eliminação dos restos de culturas 
contaminados e aração profunda auxiliam na redução da quantidade de inoculo. Práticas 
que reduzem a duração do período de molhamento foliar, como boa drenagem do solo, 
menor densidade de plantas e evitar irrigações freqüentes, são recomendadas para o 
controle da doença. Aplicações preventivas de fungicidas à base de mancozeb, 
clorotalonil e propineb são efetivas no controle da doença, devendo-se tomar cuidado 
com o surgimento de resistência na população do patógeno, não baseando o controle em 
um único fungicida. Vale lembrar que o controle químico do tripes contribui para o 
controle da mancha púrpura, visto que esse inseto abre portas de entrada para A. porri 
nas folhas. 
 
 
MÍLDIO 
 
GENERALIDADES: Esta doença é de ocorrência generalizada, principalmente 
quando se tem condições de frio e alta umidade durante a época de cultivo. No Brasil, 
tem maior importância nas áreas produtoras de cebola do sul do país, principalmente nas 
regiões serranas. 
 
SINTOMATOLOGIA: Nas folhas, a doença se caracteriza por lesões elípticas, 
grandes, alongadas no sentido do comprimento do órgão afetado, geralmente 
apresentando zonas concêntricas de tecido clorótico e de várias tonalidades de verde, 
com centro necrótico, muitas vezes recobertas por eflorescências de cor violeta, do 
agente causal (fig. 7, 8 e 9). Com muita freqüência há invasão dos tecidos afetados, por 
Alternaria e outros fungos, os quais esporulam abundantemente sobre a lesão, 
mascarando os sintomas do míldio e dificultando sua diagnose. Nas hastes florais, as 
lesões são muito semelhantes às das folhas, frequentemente afetando apenas um lado da 
haste floral, que não sustenta o peso da inflorescência, com conseqüências muito 
semelhantes às descritas para a mancha púrpura. O agente causal do míldio pode afetar 
as flores, sendo carregado pelas sementes. Pode ocorrer infecção sistêmica, em plantas 
provenientes de bulbos infectados, que mostram-se, então, subdesenvolvidas e exibem 
nas folhas, além de coloração menos intensa, numerosas manchas brancas, pequenas, 
que podem ser confundidas com aquelas causadas por Botrytis ou tripes. Algumas 
vezes, bulbos com infecção sistêmica podem, depois de certo tempo de 
armazenamento, desenvolver uma podridão aquosa. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Fig. 7 Fig.8 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Fig. 9 
 
ETIOLOGIA: A doença é causada pelo fungo Peronospora destructor (Berk.) Casp. 
(fig. 10 e 11). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Fig. 10 Fig. 11 
 
 
 
 Classe Oomycetes, ordem Peronosporales que produz 
zoosporangióforos com terminações dicotômicas. Produz ainda oósporos, que são 
frequentemente muito numerosos. 
 O patógeno sobrevive em plantas voluntárias, no forma de 
oósporos, ou como micélio em bulbos e sementes infectados, embora estas últimas não 
pareçam ter grande importância epidemiológica. O plantio de bulbos infectados origina 
o ciclo primário da doença em um campo e a disseminação planta a planta é através de 
zoosporângios carregados por correntes de ar ou de água. Temperaturas relativamente 
baixas (inferiores a 22°C) e alta umidade relativa (acima de 95%) favorecem o 
desenvolvimento e reprodução do patógeno. 
 
CONTROLE: Medidas de controle envolvem a escolha de local adequado para o 
plantio, evitando áreas de solo mal drenado e sujeitas à alta umidade relativa do ar; 
plantio de bulbos sadios; evitar espaçamento adensado; a irrigação deve ser feita por 
sulco em vez de aspersão; pulverizações com fungicidas à base de cobre, metalaxyl e 
ditiocarbamatos, embora as características da doença e da planta, como a presença de 
cera nas folhas e emergência contínua de folhas, geralmente tornem os resultados das 
pulverizações pouco satisfatórios. 
 
 
 
 
 
UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS 
FACULDADE DE AGRONOMIA “ELISEU MACIEL” 
DEPARTAMENTO DE FITOSSANIDADE 
DISCIPLINA DE CONTROLE DE DOENÇAS 
 
 
DOENÇAS DA ALFACE1 
 Ronei de Almeida Douglas 
 
MILDIO 
 
 
GENERALIDADES: Constatado no Brasil na década de 90, desde então, vem 
causando graves prejuízos. Provávelmente o patógeno foi introduzido, na país, através 
da importação de alface americana proveniente do Chile, Argentina e California, paises 
nos quais, a doença, também acarreta muitos problemas. A doença é importante em 
condições ambientais de alta umidade e temperatura amena a baixa. 
 
SINTOMATOLOGIA: Todas as fases de desenvolvimento da alface podem ser 
afetadas, desde as mudas até as plantas adultas. Os sintomas manifestam-se, inicialmente, nas 
folhas mais velhas como áreas cloróticas, de tamanho variável, que mais tarde tornam-se 
necróticas, de cor parda (fig. 12 e 13). Na face inferior das áreas afetadas, formam-se 
frutificações do fungo de aspecto branco, constituídas de zoosporangióforos e zoosporângios 
(fig.14). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Fig. 12 Fig. 13 Fig. 14 
 
ETIOLOGIA: Bremia lactucae Regel. Fungo da classe dos Oomycetes, ordem 
Peronosporales, família Peronosporaceae, que tem como característica 
zoosporangióforos com terminações em forma de taça com quatro pontas salientes. 
 
 
 
 
 
 
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1 
 Professor Adjunto do DFS, FAEM-UFPel. 
 
 
 O fungo (fig. 15 e 16) é um parasita biotrófico, ou seja, necessita 
de tecido vivo para infectar e colonizar a planta, porem pode sobreviver em restos de 
cultura. É disseminado a longas distâncias, principalmente pelo vento e a curtas, por 
respingos de chuva ou água de irrigação. O homem pode exercer importante papel na 
disseminação do patógeno através do transporte de material vegetal infectado, mudas 
contaminadas ou, ainda, carregando propágulos do fungo aderidos às roupas, veículos 
ou instrumentos de cultivo. Sua penetração é via abertura estomatal. Os ataques são 
favorecidos por tempo chuvoso, úmido e frio. A temperatura ótima situa-se entre 10 e 
15°C. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Fig. 15 Fig. 16 
 
 
CONTROLE: Baseia-se em: obter mudas sadias; plantio em solo bem drenado; 
evitar áreas de baixada mal ventiladas e úmidas; rotação de cultura com plantas de 
outras famílias; pulverizações das plantas doentes com fungicidas sistêmicos específicos 
como metalaxyl, ou, preventivamente com mancozeb ou clorotalonil; eliminação de 
restos de cultura e preparo do solo com boa antecedência. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS 
FACULDADE DE AGRONOMIA “ELISEU MACIEL” 
DEPARTAMENTO DE FITOSSANIDADE 
DISCIPLINA DE CONTROLE DE DOENÇAS 
 
 
DOENÇAS DO MORANGUEIRO 
 
 1 
 Ronei de Almeida Douglas 
 
MANCHA DE MICOSFERELA 
 
 
GENERALIDADES: Esta é a doença foliar de ocorrência mais generalizada, 
encontrada em quase todas as regiões onde se cultiva o morango. A redução da área 
fotossintetizante provocada pelas manchas pode ser responsável por perdas da ordem de 
10 a 100%, dependendo da suscetibilidade da cultivar e das condições ambientais. 
 
SINTOMATOLOGIA: Os sintomas podem aparecer no limbo foliar, pecíolos, 
pedúnculos, cálices, estolhos e frutos. Nas folhas, as lesões iniciam-se por pequenas 
manchas circulares, de cor purpúrea. Quando totalmente desenvolvidas atingem 3 a 5 
mm de diâmetro, tendo os bordos vermelho púrpura, com o centro levemente 
deprimido, necrosado, de cor acinzentada. Em alguns casos, as manchas mostram-se 
atípicas, limitadas a pequenas pontuações purpúreas, sem o centro claro característico 
(fig. 17, 18 e 19). 
 Nos frutos podem ocorrer lesões marrom avermelhadas com 
formato arredondado. Nos demais órgãos da planta, o patógeno forma lesões alongadas 
com centro quase sempre deprimido e cor avermelhada ou violácea (fig. 20). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Fig. 17 Fig. 18 
 
 
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1 
 Professor Adjunto do DFS, FAEM-UFPel. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Fig. 19 Fig. 20 
 
 
ETIOLOGIA: A doença é causada pelo fungo Mycosphaerella fragariae (Tul.) Lind 
(fig. 21)., um acomiceto cuja forma assexual corresponde ao fungo Ramularia tulasnei 
Sacc (fig. 22). O fungo penetra na planta através dos estômatos, sobrevivendo na forma 
de conídios, escleródios e ascósporos em restos de cultura. Sua disseminação é feita 
através dos respingos da água da chuva. Lesões das folhas velhas servem como fonte de 
inoculo para as mais novas. Temperaturas entre 20 e 25°C são consideradas ótimas para 
infecção e desenvolvimento de sintomas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Fig. 21 Fig. 22 
 
 
CONTROLE: Recomenda-se utilizar mudas isentas da doença; evitar locais 
seguidamente cultivados com morango; enterrar os restos de cultura; arar em 
profundidade e remover restos de plásticos e outras coberturas; utilizar irrigação e 
adubação adequada. Pois ambos em excesso favorecem a doença por formar microclima 
úmido e folhagem excelente; pulverizações com oxicloreto de cobre, mancozeb ou 
hidróxido de cobre. Os sistêmicos benomyl e tiofanato metílico podem ser utilizados em 
locais onde o fungo ainda não desenvolveu linhagens resistentes. 
 
 
 
MOFO CINZENTO 
 
 
GENERALIDADES: Doença de ocorrência generalizada, sendo comum em todos 
os locais onde se cultiva o morangueiro. Frutos em qualquer estádio de 
desenvolvimento podem ser afetados. Ocasiona graves prejuízos, pela redução do 
produto comerciável. 
 
 
 
SINTOMATOLOGIA: A doença ataca frutos, pecíolos, folhas, botões florais, 
pétalas e pedúnculos. Nos frutos, no inicio, a podridão se apresenta como mancha de 
tamanho variável, de cor marrom claro, com uma consistência mole mas não aquosa, 
que envolui rapidamente por todo o fruto apodrecendo-o completamente. Este, 
finalmente, se apresenta seco e firme, recoberto por um bolor cinzento, constituído por 
conidióforos e conídios do fungo (fig. 23, 24 e 25). Demais órgãos as lesões tem 
características semelhantes às do fruto. O fungo tem uma fase de infecção latente nos 
frutos, o que faz com que, os mesmos, aparentemente sadios na colheita desenvolver a 
podridão durante o período de pós colheita. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Fig. 23 Fig. 24 Fig. 25 
 
 
 
ETIOLOGIA: O agente causal causal é Botrytis cinerea Pers. & Fr. (fig. 26 e 27), 
parasita facultativo, que, comumente, forma escleródios e micélio dormente que lhe 
permite sobreviver às condições desfavoráveis. Pode viver, também, saprofíticamente 
na matéria orgânica na ausência do hospedeiro. Os conídios do fungo, formados na 
superfície dos frutos, são fácilmente disseminados dentro da cultura através do vento e 
água. A penetração se dá através de ferimentos e a infecção pode-se dar nas flores, 
permanecendo dormente até o amadurecimento dos frutos. As melhores condições para 
o aparecimento da doença, são de alta umidade e temperatura ao redor de 20°C. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Fig. 26 Fig. 27 
 
 
 
 
 
CONTROLE: As medidas de controle baseiam-se no uso de cultivares mais 
resistentes (Algumas variedades são menos suscetíveis, mas nenhuma é completamente 
resistente); plantio de mudas sadias em locais ensolarados, bem drenados, evitando-se 
áreas sujeitasao acúmulo de umidade e circulação inadequada de ar; evitar espaçamento 
adensado, de forma a promover a circulação de ar entre as plantas; evitar irrigações 
excessivas, irrigação por aspersão, bem como, não se recomenda irrigar em horários 
próximos a ocorrência de orvalho e neblina; evitar excesso de nitrogênio, pois este pode 
produzir tecidos mais tenros e portanto mais suscetíveis a infecção; níveis adequados de 
potássio podem diminuir a severidade da doença em alguns casos; eliminar e destruir 
frutos afetados e restos culturais; evitar o contato dos frutos com o solo; desinfestação 
das caixas de colheita, manuseio correto dos frutos durante a colheita e embalagem, 
com objetivo de evitar ferimentos; evitar a colheita quando as plantas e frutos estiverem 
molhados; logo após a colheita recomenda-se o resfriamento imediato dos frutos a 
aproximadamente 10ºC. O controle químico constitui prática eficiente no controle do 
mofo cinzento. Inicialmente recomenda-se a aplicação preventiva de fungicidas 
protetores como captan logo na primeira florada. A ocorrência de condições favoráveis 
à doença pode obrigar a utilização de fungicidas específicos tais como tiofanato metílico 
ou oxicloreto de cobre, que devem ser aplicados a intervalos de 7 a 10 dias, 
especialmente durante períodos de alta umidade. Para maior eficiência dos produtos, 
deve-se assegurar que durante a aplicação, estes atinjam as flores e frutos. Para evitar a 
ocorrência de resistência, de B. cinerea a fungicidas específicos, recomenda-se que estes 
tenham número limitado de aplicações por ciclo da cultura, bem como, sejam aplicados 
em mistura ou alternados com fungicidas protetores. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS 
FACULDADE DE AGRONOMIA “ELISEU MACIEL” 
DEPARTAMENTO DE FITOSSANIDADE 
DISCIPLINA DE CONTROLE DE DOENÇAS 
 
 
DOENÇAS DAS CRUCÍFERAS 
 
 1 
 Ronei de Almeida Douglas 
 
PODRIDÃO NEGRA 
 
 
GENERALIDADES: Principal doença bacteriana das crucíferas. É de ocorrência 
generalizada. É mais importante em repolho e em couve, pois as folhas, que são a parte 
comercial, são também as partes mais afetadas pela doença. 
 
 
SINTOMATOLOGIA: Os sintomas podem ser observados em qualquer estádio de 
desenvolvimento da planta. A doença se manifesta como lesões amarelas em forma de 
V, com o vértice voltado para o centro da folha (devido a penetração da bactéria pelos 
hidatódios, por meio da água de gutação formada na borda das folhas), acompanhando 
as nervuras que se mostram coloridas de pardo a negro (fig. 28 e 29). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Fig. 28 Fig. 29 
 
 
 
 
 
 
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1 
 Professor Adjunto do DFS, FAEM-UFPel. 
 
 
 
ETIOLOGIA: Xanthomonas campestris pv. campestris (Pan) Dowson)., bastonetes 
Gram negativos e uniflagelados. Temperatura entre 28 e 30°C e presença de água de 
irrigação, de chuva ou de condensação são favoráveis para a penetração da bactéria, que 
ocorre através de aberturas naturais (estômatos ou hidatódios) ou por ferimentos na 
superfície da parte aérea. Sobrevive em sementes na sua superfície e/ou no seu interior, 
em restos de cultura de plantas doentes, em plantas daninhas e em plantas doentes 
remanescentes no campo. A disseminação, a longas distâncias, e realizada através de 
sementes ou de mudas contaminadas e, a curtas distâncias por respingos de água da 
chuva ou de irrigação. Também pode ser disseminada durante os tratos culturais. 
 
CONTROLE: Rotação de cultura por 1 a 2 anos é suficiente para eliminar a bactéria 
do solo; plantio de cultivares ou híbridos com maiores níveis de resistência é 
recomendável; tratamento de sementes com antibióticos (aureomicina ou terramicina) 
na proporção de 1 a 3 gramas do produto por litro de água durante 30 minutos. O 
excesso de antibiótico é neutralizado mergulhando-se as sementes por 30 minutos em 
salmoura (15 gramas de sal de cozinha por litro de água); eliminação total por meio de 
aração profunda, de restos de cultura infectado. 
 
 
 
HÉRNIA 
 
 
GENERALIDADES: Esta doença inutiliza quase definitivamente o solo para a 
cultura das brássicas. Culturas em solo afetado tem produção quase nula e dificilmente 
haverá produção satisfatória sem o emprego de medidas drásticas de controle. 
 
 
SINTOMATOLOGIA: A planta pode ser afetada desde o canteiro de semeadura, 
porem, inicialmente, não apresenta sintomas na parte aérea, com o progresso da doença, 
passa a exibir enfezamento e sintomas de murchas nas horas mais quentes do dia. As 
raízes de plantas afetadas apresentam galhas típicas (fig. 30, 31 e 32), devido á 
hipertrofia de células e tecidos. As galhas no inicio podem ser confundidas com as 
produzidas por Meloidogyne sp., das quais se diferenciam por serem muito maiores e 
não apresentarem fêmeas do nematóide. As galhas variam em diâmetro, de alguns 
milímitros a 10 ou mais centímetros. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Fig. 30 Fig. 31 Fig. 32 
 
ETIOLOGIA: A doença é causada por Plasmodiophora brassicae Wor. Com o 
apodrecimento das galhas, os esporos são liberados no solo. Estimulados por exsudatos 
radiculares de plantas suscetíveis, os esporos germinam e penetram nos pelos 
absorventes das raízes. A disseminação ocorre através da água de irrigação no sulco de 
plantio e do solo infectado aderido a implementos agrícolas. Mudas doentes também são 
agentes de disseminação. A doença é favorecida por solo ácidos e úmidos, com 
temperaturas entre 20 e 25°C. 
 
CONTROLE: Rotação de cultura com espécies não hospedeiras em áreas afetadas; 
erradicação de plantas voluntárias e plantas daninhas hospedeiras; correção do pH do 
solo para 7.2; uso de mudas sadias; desinfestação do solo para sementeiras; 
desinfestação das covas para o transplante de mudas; uso de cultivares resistentes; 
aração profunda dos solos contaminados; evitar o uso de esterco de animais que tenham 
sido alimentados com plantas doentes; solarização do solo. 
 
 
MANCHA DE ALTERNARIA 
 
 
GENERALIDADES: Várias espécies de Alternaria infectam as crucíferas, 
causando danos consideráveis, desde a fase de sementeira até a fase reprodutiva da 
planta. 
 
 
SINTOMATOLOGIA: Em condições de sementeira, ocorre necrose dos 
cotilédones e hipocótilo, além de damping-off. Plântulas nessas condições 
frequentemente morrem, caso sobrevivam, apresentam-se enfezadas. Inicialmente as 
lesões são pequenas e necróticas. Com seu desenvolvimento, tornam-se circulares, 
concêntricas e com halo clorótico (fig. 33). Sementes em fase de formação, quando 
colonizadas pelos fungos, podem ser destruídas ou ficam chochas. Sementes maduras, 
se colonizadas, transportam o micélio do fungo externa e/ou internamente. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Fig. 33 
 
ETIOLOGIA: Alternaria brassicae (Berk.) Sacc., e Alternaria brassicicola (Schw.) 
Wilt, são capazes de infectar repolho, couve, couve chinesa, couve-flor, couve de 
Bruxelas, brócolis e outras crucíferas. Alternaria raphani Groves & Skolko infecta 
apenas nabo e rabanete. A disseminação é feita através de sementes infectadas, mudas 
 
doentes e pelo vento, sobrevivem em restos de cultura infectados, em plantas daninhas, 
hospedeiros espontâneos e em sementes. A doença é favorecida por temperaturas 
moderadas e alta umidade relativa (gravura do fungo ver mancha púrpura em cebola). 
 
 
CONTROLE: Eliminação de restos de cultura infectados logo após a colheita; 
rotação de culturas durante 2 a 3 anos com plantas não hospedeirasdos patógenos; uso 
de sementes sadias e/ou tratamento de sementes; pulverizações na parte aérea com 
clorotalonil ou mancozeb são eficientes. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS 
FACULDADE DE AGRONOMIA “ELISEU MACIEL” 
DEPARTAMENTO DE FITOSSANIDADE 
DISCIPLINA DE CONTROLE DE DOENÇAS 
 
 
DOENÇAS DAS CUCURBITÁCEAS 
 
 1 
 Ronei de Almeida Douglas 
 
ANTRACNOSE 
 
 
GENERALIDADES: Doença muito importante não só pela freqüência com que 
ocorre como também pelos danos que causa às culturas de pepino, chuchu, melão e 
melancia. A incidência é relatada também em outras cucurbitáceas, mas raramente 
constatam-se danos em abóbora. Os prejuízos que causa são de dois tipos: afeta as 
folhas, causando desfolhações precoce, com perda de vitalidade, ou mesmo, morte das 
plantas,com reflexos diretos na produção, bem como afeta frutos em trânsito, após a 
colheita, inutilizando-os para consumo. 
 
 
SINTOMATOLOGIA: A doença se manifesta em todos os órgãos aéreos da 
planta, e em todos os estádios de desenvolvimento. Nas plantas já desenvolvidas, os 
sintomas se iniciam, no geral, pelas folhas mais velhas. O quadro sintomatológico da 
doença varia com a espécie de cucurbitácea afetada. Nas folhas, de um modo geral, as 
lesões são, mais ou menos, circulares de diâmetro variável de coloração parda podendo 
ou não apresentar halo amarelado (fig. 34). Nas hastes e pecíolos, as lesões são elípticas, 
deprimidas de coloração variável de cinza a parda e, sob elevada umidade, podem 
apresentar-se recobertas de massa rosada, constituída de esporos do fungo. Nos frutos 
os sintomas são elípticos a circulares, deprimidos e, num estádio avançado, recoberto de 
massa rosada (fig. 35). Estes sintomas podem aparecer após a colheita. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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1 
 Professor Adjunto do DFS, FAEM-UFPel. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Fig. 34 
 Fig. 35 
 
 
ETIOLOGIA: Colletotrichum gloeosporioides f. sp. cucurbitae (Berk & Mont) 
Menten & Kimati (fig. 36). A fase perfeita raramente ocorre na natureza e corresponde 
ao ascomiceto Glomeralla cingulata (Ston.) Spauld & Schrenk. 
 O fungo persiste de uma estação de cultivo para outra nos restos 
de cultura, nas cucurbitáceas selvagens e nas sementes. Sementes contaminadas, externa 
e/ou internamente, constituem a mais importante fonte de inoculo para locais onde 
nunca tenha ocorrido a doença. A disseminação de planta a planta se dá principalmente 
através dos respingos de chuva pois os conídios estão aglutinados por uma substância 
gelatinosa hidrossolúvel e não são fácilmente carregados pelo vento. A penetração 
ocorre diretamente pela cutícula da planta. A doença é favorecida por condições de alta 
umidade relativa e temperatura de 21 a 27°C. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Fig. 36 
 
 
CONTROLE: Rotação de cultura por 2 a 3 anos; destruição de cucurbitáceas 
selvagens e de restos de cultura; utilização de sementes sadias; emprego de cultivares 
resistentes; pulverizações com fungicidas protetores como mancozeb, clorotalonil e 
cúpricos ou sistêmicos como benomyl e tiofanato metílico. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
OÍDIO 
 
 
GENERALIDADES: O oídio também conhecido como cinza, é uma doença 
cosmopolita, ocorrendo com grande frequência nas culturas de cucurbitáceas. Sua 
severidade, contudo está condicionada à prevalência de temperaturas relativamente 
elevadas e à alta umidade relativa (orvalho), sem chuvas, motivo pelo qual sua 
importância é muito variável, de acordo com a época e a região. 
 
 
SINTOMATOLOGIA : O fungo pode atacar toda a parte aérea das plantas, mas as 
folhas são as mais afetadas. Os sintomas iniciam-se com um crescimento branco 
pulverulento (fig. 37), formado por micélio, conidióforos e conídios do fungo, ocupando 
pequenas áreas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Fig. 37 
 
 
ETIOLOGIA: No Brasil ocorre apenas à forma imperfeita – Oidium sp. deste fungo (fig. 
38). Os conídios são fácilmente disseminados pelo vento e, mesmo em condições de baixa 
umidade, podem germinar. Chuvas pesadas são prejudiciais ao fungo, porque além de lavarem 
os conídios, danificam conidióforos e micélio. As hifas são formadas superficialmente e 
emitem haustórios que retiram os nutrientes da célula da epiderme. É portanto 
ectoparasita. Todas as espécies de cucurbitáceas cultivadas selvagens são hospedeiros 
do fungo, além de muitas outras plantas que funcionam continuamente como fonte de 
inoculo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Fig. 38 
 
CONTROLE: O controle químico é o método mais empregado. Fungicidas de 
contato, principalmente a base de enxofre. As pulverizações devem ser espaçadas de 7 a 
15 dias, dependendo das condições ambientais, e a página inferior das folhas devem ser 
visadas. Um cuidado a ser tomado é quanto ao grau de fitotoxidez do fungicida, que é 
maior em pepino e melão. Os sistêmicos (fenarimol, benzimidazois e pyrazophos) são 
os mais eficientes e recomendados. O tratamento deve ser iniciado ao se constatar os 
primeiros sintomas que, em geral, ocorrem na face inferior das folhas ou nos ramos 
verdes. Nestas condições são necessários apenas 1 a 2 pulverizações. 
 O controle alternativo do oídio em abobrinha e em pepino pode 
ser feito através do leite cru de vaca na concentração de 5%, isto é, 5 litros de leite para 
95 litros de água, uma vez por semana, e quando a infestação está muito alta, 
recomenda-se aumentar a concentração para 10%. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS 
FACULDADE DE AGRONOMIA “ELISEU MACIEL” 
DEPARTAMENTO DE FITOSSANIDADE 
DISCIPLINA DE CONTROLE DE DOENÇAS 
 
 
DOENÇAS DA BATATEIRA E TOMATEIRO 
 
 1 
 Ronei de Almeida Douglas 
 
MURCHA BACTERIANA 
 
 
GENERALIDADES: É uma das principais doenças da cultura da batateira e do 
tomateiro. É conhecida também como murchadeira, água quente e dormideira. 
Dependendo das condições ambientais seus prejuízos podem ser totais, causando a 
morte das plantas em questão de dias, sendo mais acentuados quando se repete a cultura 
em solos infestados. É porém na produção de batata semente que o problema é mais 
grave, uma vez que a ocorrência de uma planta doente em um campo é suficiente para 
condenar a certificação. 
 
SINTOMATOLOGIA: O sintoma mais típico é o murchamento dos folíolos, que, 
no início de desenvolvimento da doença, ainda recuperam a turgescência nas horas mais 
frescas do dia (fig. 39 e 40). Sintomas podem aparecer em qualquer estádio de 
desenvolvimento das culturas, inicialmente nas folhas superiores da planta. Plantas 
atacadas morrem rápidamente. Todo o sistema vascular apresenta os vasos lenhosos 
com cor parda (fig. 41); os órgãos de plantas, quando cortados transversalmente, 
exsudam um pús bacteriano de cor cinza ou branco sujo e de consistência pegajosa. 
Cortando-se um tubérculo de batata doente ao meio, é possível observar o 
escurecimento do anel vascular e a exsudação (fig. 42). Esta também pode ocorrer 
através dos olhos do tubérculo, provocando a aderência de terra. Tubérculos 
doentes,quando colhidos apodrecem rápidamente durante o armazenamento.Fig. 39 Fig. 40 
___________________________________________ 
1 
 Professor Adjunto do DFS, FAEM-UFPel. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Fig. 41 Fig. 42 
 
 
ETIOLOGIA: A doença é causada por Ralstonia solanacearum que é uma bactéria 
baciliforme, Gram negativa, móvel por meio de um tufo de flagelos (fig. 43). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Fig. 45 
 Fig. 43 
 
A sobrevivência da bactéria é favorecida pela umidade e os maiores índices da doença 
ocorrem em solos pesados, úmidos e com temperaturas do solo entre 24 e 35°C. A 
disseminação da-se através de água, solo, tratos culturais, implementos agrícolas, 
homem, insetos, mudas e estercos contaminados. A infecção ocorre principalmente pelo 
sistema radicular, através de aberturas naturais ou ferimentos causados por tratos 
culturais, pragas e nematóides. Existe uma grande variabilidade fisiológica e patogênica 
nas estirpes da bactéria, o que tem levado a dois sistemas de classificação: raças e 
biovares. A subdivisão em biovares está baseada na utilização de dissacarídeos e na 
oxidação de álcoois. A raça 1 (biovares 1, 3 e 4) ataca um grande número de plantas 
como batata, tomate, fumo e solanáceas em geral. A raça 3 (biovar 2) é específica da 
batata. Para confirmar o diagnóstico e evitar confusão da murcha bacteriana com outras 
outras doenças vasculares de origem fúngica que também causam murcha (como 
Fusarium oxysporum f. sp. licopersici e Verticillium spp.) , é recomendado o teste de 
beira de copo. Para este teste corta-se uma porção de 3 a 5 cm de caule (limpo), 
próximo à região do colo, e coloca-se sua extremidade inferior em contato com água 
limpa, contida num copo de vídro ou erlenmayer. Após 5 a 10 minutos, verifica-se 
formação de um filete branco na água. (fig. 44 e 45). Este filete branco e o exsudato 
bacteriano. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Fig. 
 
 
 
 
 
 Fig. 44 Fig. 45 
 
 
CONTROLE: O controle da murcha é extremamente difícil, pois a bactéria possui 
uma ampla gama de hospedeiros e capacidade de sobreviver no solo. A maioria das 
medidas de controle é preventiva e tem como objetivo impedir ou retardar o 
aparecimento do patógeno na cultura. Recomenda-se: escolha de terreno que não tenha 
histórico de murcha bacteriana. O cultivo em solos virgens pode não garantir a ausência 
da doença, uma vez que a bactéria e capaz de atacar um grande número de plantas, 
inclusive silvestres; rotação de cultura, por 3 ciclos ou mais, principalmente com 
gramíneas; usar batatas sementes sadias e evitar danos mecânicos durante os tratos 
culturais. 
 
 
MÍLDIO OU REQUEIMA 
 
 
GENERALIDADES: Esta doença foi descrita pela primeira vez em 1847 e, no 
Brasil, passou a ser problemática a partir de 1950. A requeima é uma doença altamente 
destrutiva, pela rapidez na colonização de toda a parte aérea das plantas e na 
disseminação do patógeno na cultura. É conhecida por vários nomes comuns, como: 
mela, crestamento tardio, crestamento de phytophthora e mufa. Pode causar danos de 
até 100%. 
 
 
SINTOMATOLOGIA: Plantas em qualquer idade são suscetíveis ao fungo que 
pode afetar toda a parte aérea e, em alguns casos, o tubérculo de batata. Nas folhas, a 
doença se inicia como pequenas manchas de aparência umida, que se tornam 
necrosadas, marrons, com um halo verde claro (fig. 46). Sob condições de alta umidade, 
verifica-se um crescimento esbranquiçado na página inferior da folha (fig. 47), que são 
as frutificações do fungo. Nos tubérculos de batata e frutos de tomate ocorre uma 
podridão dura e escura de bordos definidos. No caule as lesões são escuras. 
 
 
 
ETIOLOGIA: O agente causal é o fungo Phytophthora infestans (Mont) De Bary 
(fig. 48 e 49). Este tem como característica o alargamento da base das ramificações do 
zoosporangióforo. Fungo da classe dos Oomycetes, ordem Peronosporales, Família 
Pythiaceae. A sua disseminação é feita principalmente por vento, chuva e insetos. A 
penetração, é direta, com formação de apressório. Sua sobrevivência se dá em batata 
semente e em restos de cultura. As condições favoráveis para o desenvolvimento da 
doença são temperaturas baixas entre 18 e 21°C e umidade relativa do ar elevada 
(100%). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Fig. 48 Fig. 47 
 
 Fig. 46 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Fig. 48 Fig. 49 
 
 
CONTROLE: Considerando-se que, todas as cultivares e híbridos comerciais são 
suscetíveis, o método mais eficiente é o controle químico. Recomenda-se pulverizações 
preventivas periódicas com os fungicidas protetores à base de mancozeb, clorotalonil e 
cúpricos e com sistêmicos (metalaxyl, dimethomorph) sómente quando as condições 
climáticas forem favoráveis a doença. Pulverizações curativas e preventivas devem ser 
realizadas quando constatados os primeiros sintomas da doença. Também recomenda-
se: espaçamento amplo para favorecer a ventilação e diminuir a umidade ambiente; uso 
de sementes (tratadas) sadias; rotação de culturas por 2 a 3 anos. 
 
 
 
 
 
 
PINTA PRETA OU ALTERNARIOSE 
 
 
GENERALIDADES: A doença é encontrada em todas as regiões produtoras de 
batata e tomate e, junto com a requeima, é uma das principais doenças, destas culturas. 
As cultivares existentes não apresentam resistência ao patógeno e as perdas podem 
atingir de 25 a 35%. 
 
SINTOMATOLOGIA: O fungo ataca toda a parte aérea da planta, que pode ser 
afetada em qualquer idade. As lesões são mais abundantes nas folhas mais velhas. Nas 
folhas o sintoma é o aparecimento de manchas necróticas, de aspecto zonado e 
concêntrico, bordo definido, formato circular ou elípitico de cor parda (fig. 50). 
Raramente ataca tubérculos de batata. Nos frutos de tomate ocorre desenvolvimento de 
uma podridão escura, a partir da região peduncular (fig. 51), e nas hastes causa sintoma 
de cancro (fig. 52). Em condições de umidade elevada, toda a lesão fica recoberta por 
um crescimento aveludado preto devido as frutificações do fungo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Fig. 50 Fig. 51 Fig. 52 
 
 
ETIOLOGIA: O agente causal é o fungo Alternaria solani (Ell. & Mart.) Jones & 
Grout. Os conídios são disseminados principalmente pelo vento, insetos, sementes, 
trabalhadores e implementos agrícolas. Penetra diretamente através da cutícula ou da 
parede celular após formação de apressório. Sobrevive de um ano para outro em restos 
de cultura. A doença é favorecida por temperaturas entre 25 e 32°C e umidade elevada 
(gravura do fungo ver mancha púrpura em cebola). 
 
CONTROLE: Tratamento de sementes com thiram ou captan; rotação de cultura; 
adubação equilibrada e uso de matéria orgânica; pulverizações preventivas com 
mancozeb, clorotalonil e cúpricos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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 RAD (19/10/2007)

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