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Pedido de penhora de direito de usufruto do executado EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA ___ VARA CÍVEL DA COMARCA __________________. Processo n. º ___________________________ NOME DO EXEQUENTE, já qualificado nos autos, vem, respeitosamente, à presença de V. Exª., por intermédio do seu advogado ao final subscrito, requerer a busca e penhora de direito de usufruto do executado no valor atualizado da dívida de R$ XX,XX (valor por extenso), conforme cálculo em anexo. O usufruto está previsto nos artigos 1.390 e seguintes do Código Civil e trata-se de direito real sobre coisas alheias, conferindo ao usufrutuário a possibilidade de usar as utilidades e receber os frutos do bem, ainda que não seja o proprietário. No campo jurídico, o usufruto é o direito que se confere a alguém, para que, por certo tempo, de maneira inalienável e impenhorável, possa usufruir de coisa alheia como se sua fosse. O usufrutuário tem direito à posse, uso, administração e percepção dos frutos (rendas) e, no caso dos autos, o devedor é usufrutuário do bem X, conforme documento em anexo. Como visto, não cabe a penhora sobre o direito real de usufruto, sendo inalienável e impenhorável pela sua própria natureza. Contudo, é possível a penhora sobre o exercício do usufruto no caso de conter expressão econômica. Assim, o exercício do usufruto - que possua expressão econômica - é penhorável, uma vez que se trata de direito pessoal. Além disso, o usufrutuário pode usar o imóvel da maneira que preferir, ou seja, pode morar no imóvel ou, até mesmo, alugá-lo e auferir seus rendimentos. Dessa forma, caso o usufrutuário tenha alugado um imóvel do qual tenha o usufruto, os alugueres poderão ser penhorados. Neste sentido, confira os seguintes julgados: AGRAVO DE INSTRUMENTO – EXECUÇÃO DE TÍTULO EXECUTIVO EXTRAJUDICIAL – RENÚNCIA DE USUFRUTO – FRAUDE À EXECUÇÃO – REFORMA DA DECISÃO – AUSÊNCIA DE PROVA DE EXPRESSÃO ECONÔMICA DO USUFRUTO – O DIREITO REAL DE USUFRUTO É IMPENHORÁVEL – ADMITE-SE TÃO SOMENTE A PENHORA DO EXERCÍCIO DO USUFRUTO, OU SEJA, SOBRE OS FRUTOS/RENDIMENTOS, SE EXISTENTES – NECESSIDADE DE INICIALMENTE SE CONSTATAR EVENTUAL PROVEITO ECONÔMICO – RECONHECIMENTO DA FRAUDE AFASTADA, SEM PREJUÍZO DE NOVA APRECIAÇÃO APÓS DILIGÊNCIAS NECESSÁRIAS – RECURSO CONHECIDO E PROVIDO. "O usufruto é um bem fora do comércio, excetuando a possibilidade de sua alienação unicamente para o nu-proprietário. Desse modo, não existe motivo para se pretender o reconhecimento de que a renúncia do usufruto efetuada pelo executados poderia constituir fraude à execução, em virtude da impossibilidade de penhorar-se esse direito real". Precedente: REsp 242.031/SP, 3ª Turma, Rel. Min. Ari Pargendler, DJ de 29.3.2004. (TJMS. Agravo de Instrumento n. 1405303-68.2021.8.12.0000, Inocência, 3ª Câmara Cível, Relator (a): Des. Amaury da Silva Kuklinski, j: 29/10/2021, p: 05/11/2021) Posto isto, com o propósito de salvaguardar o cumprimento da sentença e consequentemente o crédito devido, a parte exequente requer que V. Ex: Determine a penhora sobre os frutos e rendimentos do executado sobre o bem XXX. Termos em que pede e se aguarda o deferimento.