Ensino de Ciências: Desafios e Benefícios

Prévia do material em texto

UNIDADE III - O ENSINO DE CIÊNCIAS POR MEIO DA ATIVIDADE PRÁTICA E DE CAMPO UNIDADE III - O ENSINO DE CIÊNCIAS POR MEIO DA ATIVIDADE PRÁTICA E DE CAMPO
O ato de ensinar requer uma dedicação do professor em vários aspectos, por exemplo, a escolha de uma metodologia de ensino adequada para um determinado conteúdo, a fim de que o conhecimento possa ser “transformado” em algo possível de ser aprendido. Ensinar Ciências é fácil? Somente ensinar teorias proporciona a construção do conhecimento? Diante de tais fatos, surge a necessidade de implementação de aulas práticas, como a aula em laboratório de Ciências e a aula de campo, em que é possível realizar a contextualização, a interdisciplinaridade e o aluno colocar em prática o que viu de forma teórica, aplicando todo o seu conhecimento. Dessa maneira, reflita sobre os principais desafios, as possibilidades e os benefícios da aplicação das aulas em laboratório de Ciências e em campo no contexto do ensino Fundamental (disciplina de Ciências). Na ausência de recursos (didáticos, financeiros, etc.) da escola, é possível realizar uma aula prática? Além do mais, quais conteúdo do ensino fundamental podemos selecionar para aplicar essas aulas práticas?
O Ensino de ciências é de suma importância, pois visa superar os desafios encontrados na compreensão dos conteúdos, mas sabe-se que ensinar Ciências não é uma tarefa fácil, exige-se dedicação, estudo, profissionalismo, criatividade e amor a profissão. 
É certo que a teoria é importante para o processo de aprendizagem, mas é necessário uma interligação entre a teoria e a prática, pois somente o ensino das teorias não irá proporciona a construção do conhecimento significativa, prático e enriquecedor. Assim, existe a necessidade de fazer uso de estratégias variadas para favorecer o processo de aprendizagem dos alunos. 
Nessa perspectiva, as aulas práticas em laboratório e as aulas de campo exercem uma função importante, permitindo a vivência dos conceitos teóricos de forma prática e contextualizada. Como é evidenciado nas palavras de Giordan (2019, p.09) em seu estudo sobre o papel da experimentação no ensino de ciências:
 É de conhecimento dos professores de ciências o fato da experimentação despertar um forte interesse entre os alunos em diversos níveis de escolarização. Em seus depoimentos, os alunos também costumam atribuir à experimentação um caráter motivador, lúdico, essencialmente vinculado aos sentidos. Por outro lado, não é incomum ouvir de professores a afirmativa que a experimentação aumenta a capacidade de aprendizado, pois funciona como meio de envolver o aluno nos temas que estão em pauta.
De acordo com o autor supracitado, compreende-se que as atividades experimentais são importantes para despertar a curiosidade do discente e também formar seres humanos críticos, reflexivos e capazes de atuar no mundo e na sociedade com clareza e autonomia.
Os maiores desafios para a aplicação das aulas em laboratório de Ciências e em campo no contexto do ensino Fundamental na disciplina de Ciências é a não disponibilidade de recursos, pois a falta de recursos didáticos e financeiros pode ser um desafio para a realização de aulas práticas, exigindo criatividade e adaptação por parte do professor, outro desafio é a segurança, pois a realização de atividades práticas requer cuidados com a segurança dos alunos, sendo necessário o planejamento adequado e a supervisão constante. A falta de interesse e desmotivação por parte alunos nas aulas de campo e nas experiencias em laboratórios também se configura um desafio enfrentado. Fourez (2013, 28) em seu trabalho sobre a crise no ensino de ciências diz que:
Perto do que fazia ainda minha geração, os jovens de hoje parecem que não aceitam mais se engajar em um processo que se lhes quer impor sem que tenham sido antes convencidos de que esta via é interessante para eles ou para a sociedade. Isto vale para todos os cursos, mas talvez ainda mais para a abstração científica. Minha geração estava pronta a assinar em branco, sem ter certeza de que o desvio pela abstração nos forneceria alguma coisa. Muitos jovens de hoje pedem que lhes seja mostrado de início a importância – cultural, social, econômica ou outra – de fazer este desvio. Mas nós, seus professores, estamos prontos e somos capazes de lhes mostrar esta importância? (FOUREZ, 2013, p.28).
No que concerne que as possibilidades e benefícios pode-se citar a contextualização, pois as aulas práticas proporcionam a oportunidade de relacionar os conceitos científicos com situações reais, facilitando a compreensão e a aplicação do conhecimento. A interdisciplinaridade também é benéfica, na medida em que as atividades práticas permitem a junção de diferentes disciplinas, promovendo uma visão mais abrangente e conectada do conhecimento abrindo assim um leque de perspectiva e conhecimento adquiridos. Outra atividade que pode desencadear possibilidade e ser benéfica e a aprendizagem ativa, por meio dela os alunos são envolvidos de modo mais ativa e participativa nas aulas práticas, o que favorece a construção do conhecimento e o desenvolvimento de habilidades cognitivas e motoras.
Mesmo com as limitações de recursos, existe a possibilidade de realizar aulas práticas de baixo custo, utilizando materiais alternativos, reutilizando materiais ou aproveitando o ambiente externo como recurso educacional, partindo sempre da realidade vivenciada. O educador pode aguçar o desejo de aprender através do estimulo a observação, a experimentação e a investigação, mesmo com recursos limitados, promovendo a curiosidade e a criatividade dos alunos.
O Ensino Fundamental embarca muitos conteúdos importantes e significativos que podem ser explorados por meio de aulas práticas, tais como: Estudo dos seres vivos: observação de organismos, estudo da diversidade e classificação biológica. Fenômenos físicos: experimentos relacionados a eletricidade, magnetismo, óptica, calor, entre outros. Reações químicas: realização de experimentos simples para compreender as transformações químicas. Meio ambiente: estudo da biodiversidade local, análise da qualidade da água, investigação de impactos ambientais.
REFERÊNCIA
FOUREZ, Gérard. Crise no Ensino de Ciências. Ciências – V8 (2). 2013. Disponível em: < https://www.if.ufrgs.br/cref/ojs/index.php/ienci/article/download/542/337>. Acesso em: 15 abr. 2024.
GIORDAN, Marcelo. O papel da experimentação no ensino de Ciências. Encontro nacional de pesquisa em educação em ciências, 2., 2019, Valinhos. Disponível em:<http://abrapecnet.org.br/atas_enpec/iienpec/Dados/trabalhos/A33.pdf>. Acesso em: 13 abr. 2024.