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Resumo AP1 – Teatro e Educação Aula 11 - Resumo da aula sobre a natureza lúdica do teatro na Educação: - Molière, renomado dramaturgo do século XVII, ilustra a importância do teatro na sociedade e sua capacidade de satirizar valores e costumes, enquanto nos convida a explorar a mente e os sentidos. - A abordagem do saber sensível no ensino do teatro destaca a importância da integração corporal e sensorial no processo de aprendizado, valorizando a percepção estética e a imaginação. - Os princípios lúdicos do teatro destacam que o teatro é um jogo, envolvendo espaço delimitado, desafios, regras e uma realidade paralela, que estimula a atenção, a criatividade e a resolução de problemas. - O jogo teatral proporciona uma experiência estética, desencadeando prazer, envolvimento e cumplicidade entre jogadores e espectadores, enquanto permite a criação e a comunicação de novas imagens e símbolos. - O jogo no teatro é voluntário, desinteressado e tem uma estrutura autônoma, sem uma finalidade prática específica, destacando-se pela celebração da vida e da energia humana de transformação. Portanto, o teatro na Educação visa desenvolver a capacidade de jogo dos alunos, promovendo uma experiência estética que amplia a consciência do potencial de realização e transformação do mundo e da vida. É fundamental estar atento e reconhecer as qualidades lúdicas ou estéticas do jogo em diversas atividades ao redor, como no jogo de amarelinha, para se familiarizar com essas características e facilitar a prática e apreciação do jogo teatral. Ao aplicar jogos teatrais com os alunos, é importante estar presente de corpo inteiro, vibrando com eles e estimulando sua capacidade de jogo, sempre respeitando aqueles que possam ter receios ou dúvidas sobre sua própria habilidade. Participar dos jogos junto com os alunos pode ser uma forma eficaz de envolvê- los, pois eles se divertem ao ver o professor participando. Além disso, é recomendável familiarizar- se com o vocabulário da linguagem teatral, escrevendo os termos em um portfólio e definindo seus significados. É importante progredir com tranquilidade, sem ansiedade, pois esta pode dificultar a compreensão e o envolvimento. Refletir, pensar, reinventar e relacionar o conhecimento adquirido no curso com situações da vida diária e da prática escolar são passos essenciais para o desenvolvimento contínuo. Aula 12 - Resumo da aula sobre a importância da linguagem teatral para o ensino do teatro na Educação : O teatro na Educação tem uma história que remonta aos jesuítas no Brasil colonial, onde era utilizado como ferramenta educativa para catequizar os índios. Ao longo dos séculos, o teatro na escola passou por diferentes abordagens, desde uma atividade conservadora e moralizante até uma prática mais centrada na livre expressão e criatividade do aluno, especialmente com a introdução da Escola Nova Brasileira na década de 1920. A importância da linguagem teatral no ensino do teatro é destacada, pois o teatro é uma linguagem artística com elementos gramaticais, códigos e signos que precisam ser compreendidos e manipulados para criar um conjunto expressivo e rico em teatralidade. Por meio da prática do teatro na Educação, os alunos desenvolvem não apenas habilidades teatrais, mas também a capacidade de refletir sobre questões pertinentes à vida e à sociedade. A criação do signo teatral é discutida, destacando como o teatro utiliza elementos da linguagem para comunicar uma mensagem à plateia. A análise da linguagem do artista ressalta a importância de observar e compreender os elementos teatrais ao nosso redor, pois tudo pode servir como material para a criação teatral. As concepções moderna e contemporânea sobre o ensino do teatro na Educação são abordadas, destacando a importância de articular a produção, a percepção e a análise artísticas para ampliar o conhecimento do aluno sobre a arte teatral. O ensino do teatro não deve ser visto apenas como um instrumento didático, mas sim como uma forma de proporcionar experiências significativas que transcendem o campo puramente conceitual, permitindo ao aluno entrar em contato com sua própria beleza e poesia. Em conclusão, o teatro na Educação pode ser utilizado com diversas finalidades, mas é essencial reconhecer sua natureza artística e sua linguagem específica. Aprender os segredos dessa linguagem é fundamental para que os alunos possam expressar e compartilhar experiências humanas significativas, rompendo preconceitos e condicionamentos. Aula 13 - A aula abordou a importância do corpo no processo criativo do teatro, destacando como ele pode ser usado para expressar e comunicar sem a necessidade de palavras. Inicialmente, foi proposto um exercício de contar uma história apenas com o corpo, mostrando como diferentes gestos e posturas podem transmitir uma narrativa. Foi enfatizada a diferença entre mostrar e contar no teatro, ressaltando que a expressão física é essencial para tornar palpável uma realidade cênica. A partir das ideias de Viola Spolin e Constantin Stanislavski, foi discutido o conceito de "fisicalização" e a importância de criar imagens internas vívidas para dar vida a objetos e situações no espaço cênico. Além disso, foram exploradas técnicas para desenvolver a consciência corporal, como a pesquisa sobre as qualidades do corpo e a associação de imagens aos movimentos. O texto também abordou como a falta de consciência corporal na educação tradicional pode restringir o potencial expressivo do corpo, destacando a importância de criar ambientes favoráveis para a exploração corporal na sala de aula. Foram mencionados os conceitos de relaxamento e liberação do corpo para facilitar o processo criativo. Por fim, foram sugeridos exercícios práticos, como o jogo "Envolvimento sem as Mãos", para explorar a comunicação corporal de forma lúdica e espontânea. Concluiu-se enfatizando a importância de observar e respeitar o corpo como um instrumento de expressão e comunicação no teatro. Aula 14 - A importância do espaço para a construção da teatralidade na escola Nesta aula sobre a importância do espaço para a construção da teatralidade na escola, foi destacado o título inspirado em Antonin Artaud, enfatizando que o teatro é "poesia no espaço". Anteriormente, nos anos 30, a ênfase no teatro estava no texto, mas figuras como Artaud propuseram uma mudança radical, defendendo que o espaço cênico poderia expressar um sentido construído diretamente em cena. Essa perspectiva enfatiza que o espaço não é mais um elemento secundário, mas sim um substrato material através do qual nasce a forma expressiva ou poética. Foi destacado o trabalho de encenadores contemporâneos como Grotowski, Ariane Mnouchkine e Peter Brook, que seguiram essa linha de pensamento, propondo uma estética da "violência" capaz de sacudir os espectadores e levá-los a uma experiência mais profunda do sentido da vida. A aula abordou também a necessidade de enfrentar o espaço durante o exercício teatral, destacando que o espaço é deliberadamente observado pelos outros, tornando o jogo uma atividade desafiante. Foi mencionada a importância do professor em estimular uma atitude mais autêntica em relação ao espaço de revelação proporcionado pelo jogo teatral. Outro ponto abordado foi o conceito de "espaço vazio" de Peter Brook, que propõe uma forma de teatro mais dinâmica e democrática, desafiando a tradicional relação passiva entre espectador e espetáculo. Também foi mencionada a utilização de espaços não-convencionais para encenação teatral, permitindo uma maior interação entre atores e público. A aula também discutiu técnicas como o "enquadramento do espaço", que permite ao aluno desenvolver sua percepção estética e ressignificar os espaços cotidianos. Por meio do jogo teatral, os espaços institucionais são transformados em espaços poéticos, estimulandoos alunos a enfrentar o espaço e experimentá-lo corporalmente. Em suma, a aula destacou a importância do espaço na construção da teatralidade na escola, enfatizando sua dimensão física e expressiva, bem como a necessidade de explorá-lo de forma sensível, lúdica e simbólica para criar experiências teatrais significativas. Aula 15 - Propostas de organização da aula de teatro, dando destaque à primeira parte da estrutura: a integração. Na primeira parte da estrutura da aula sobre Propostas de organização da aula de teatro, a ênfase está na integração dos alunos ao ambiente teatral e ao grupo. Para criar um ambiente propício, é sugerido o uso de uma sala ampla específica para teatro, mas caso não seja possível, uma área de jogo pode ser improvisada em um canto da sala. Nesse espaço, é importante ter um baú ou uma arara para guardar roupas e objetos diversos que serão utilizados nos jogos teatrais, além de praticáveis (cubos de madeira) que podem servir como cenário. A criação de uma identidade para o ambiente de teatro é incentivada, com exposição de trabalhos dos alunos e convites para outras turmas assistirem às cenas. A aula começa com um círculo de discussão sobre a importância do teatro, onde os alunos aprendem que será uma oportunidade para se expressarem e compartilharem histórias de forma divertida. Na etapa de integração, todos os alunos ficam de pé em um círculo, fortalecendo a união do grupo e estabelecendo contato visual. Jogos de apresentação são propostos, como a passagem da bola com apresentação de nomes, gestos e movimentos, incentivando a memorização e interação entre os alunos. O professor também sugere jogos ritmados e de coordenação motora, como "Escravos de Jó" e "Direita-Esquerda", para promover a escuta, a memória e a harmonia coletiva. Outros jogos, como "Jogos das bolas em número crescente" e "Mestre e detetive", visam desenvolver o olhar, a relação com o outro e a flexibilidade diante de novas circunstâncias. A etapa de integração termina com a expressão das vogais por meio de movimentos corporais, que preparam os alunos para os desafios futuros da aula de teatro. Esses jogos preparatórios têm o objetivo de criar uma atmosfera de descontração, confiança mútua e coesão grupal, preparando os alunos para as etapas seguintes da aula, onde enfrentarão desafios mais específicos da linguagem teatral. Ao final da aula, é sugerido que o professor e os colegas vivenciem esses jogos em conjunto, fortalecendo ainda mais o vínculo entre todos. Aula 16 – Aula sobre etapas para a organização da aula de teatro: estímulo cênico, composição cênica e avaliação. A organização da aula de teatro envolve três etapas essenciais: Estímulo Cênico, Composição Cênica e Avaliação. 1. Estímulo Cênico: Nesta etapa, um estímulo é introduzido para incitar a ação cênica. Pode ser uma pergunta, uma ação simples, uma música, um objeto, um texto, entre outros elementos que estimulem o imaginário e a expressão cênica dos alunos. O objetivo é desencadear o processo criativo, levantando material de pesquisa e exercitando as habilidades cênicas dos alunos. 2. Composição Cênica: Os alunos, organizados em grupos, improvisam uma cena cênica a partir do estímulo proposto anteriormente. O professor orienta os alunos em relação à improvisação, levando em conta o material de pesquisa produzido na etapa anterior e o objetivo cênico trabalhado. Durante a improvisação, o professor acompanha os grupos, esclarece dúvidas e sugere instruções para enriquecer a experiência cênica dos alunos. 3. Avaliação: A avaliação se concentra na atividade executada, não no julgamento subjetivo. O foco está no processo, não no resultado final. O professor avalia se os alunos exploraram o espaço, se relacionaram entre si, se mostraram ou contaram as ações, quem eram os personagens, entre outros aspectos relacionados à linguagem teatral. A avaliação é feita em um clima de respeito e é um instrumento de crescimento e aprendizagem coletiva. Além disso, é importante conhecer a estrutura dramática proposta por Viola Spolin, que consiste em "onde, quem e o quê", correspondendo ao local, aos personagens e à ação da cena. Esta estrutura fornece o contexto básico para uma determinada situação cênica. Ao desenvolver uma aula, o professor pode utilizar diferentes técnicas, como o Teatro Imagem de Augusto Boal, onde os alunos constroem imagens que representam uma situação real, ideal e de transição. Essas imagens ajudam a explorar questões sociais e a trabalhar a criatividade dos alunos. Em resumo, a organização da aula de teatro segue uma estrutura que estimula a criatividade dos alunos, promove a experimentação cênica e utiliza diferentes técnicas para explorar temas e questões relacionadas à linguagem teatral. Aula 17 – Aula sobre o texto no teatro Nesta aula são abordados diversos aspectos importantes: Cena 1: O Texto Dramático - O texto dramático é dividido em atos e cenas, com personagens que realizam a ação dramática por meio do diálogo. - O conflito entre os objetivos das personagens impulsiona a trama. - As rubricas fornecem indicações cênicas, mas a encenação não precisa seguir rigidamente essas indicações. Cena 2: Os Processos de Estudo do Texto - O estudo tradicional do texto dramático envolve a leitura e análise intelectual da peça. - A análise ativa propõe uma abordagem mais lúdica, explorando o texto por meio do jogo e da improvisação. Cena 3: A Criação Coletiva - O texto pode ser construído coletivamente, a partir de jogos e improvisações. - A experimentação sensório-corporal dos elementos teatrais contribui para a compreensão do texto. Cena 4: Jogo Colado ao Texto - O jogo colado ao texto é uma forma de apropriação do texto pelo aluno, onde a compreensão ocorre durante o jogo. - Os alunos têm liberdade para utilizar trechos do texto de forma não linear, intercalando com outras falas e imagens. Cena 5: Dramatizando Histórias - Qualquer narração pode ser dramatizada, utilizando-se jogos como criar imagens congeladas e contar e dramatizar coletivamente. Teatro Épico e Peça Didática de Bertold Brecht - Brecht introduziu o Teatro Épico, que promove o estranhamento para manter o distanciamento crítico do espectador. - A Peça Didática é uma forma de teatro político-estético, onde o espectador participa ativamente da encenação. Cena 6: Blablação - A blablação é uma linguagem inventada na hora, que enfatiza a intenção e atitudes das personagens em relação ao contexto da cena. Conclusão (ou Epílogo) - O universo do texto no teatro é vasto e complexo, incluindo diversas formas de abordagem e utilização do texto. - Sugere-se que os alunos explorem esse universo por meio de pesquisas, leituras de peças e exercícios práticos com os jogos teatrais. Resumo AP2 – Aula 18 – A personagem: processos criativos Essa aula aborda a concepção e a construção de personagens no teatro, destacando a importância dos processos criativos tanto do ponto de vista físico quanto emocional. A criação de uma personagem pode ser abordada de duas formas principais: 1. Do exterior para o interior: Inicia-se pela caracterização física da personagem (aparência, postura, gestos, etc.). 2. Do interior para o exterior: Começa-se pela pesquisa dos processos subjetivos (sentimentos, pensamentos, motivações). Ambas as abordagens são inter-relacionadas, pois a composição física pode influenciar sentimentos e pensamentos da personagem e vice-versa. O texto sugere que os alunos explorem ambas as formas durante o processo de criação. Para ilustrar a construção da personagem, a aula usa a peça "Auto da Compadecida" de Ariano Suassuna. Essa peça é um exemplo rico para explorar tanto as características físicas quanto emocionais das personagens. História e Contexto da Obra: - Ariano Suassuna nasceu em 1927 na Paraíba e, desde cedo, foi influenciado pelo teatro de mamulengos e desafios de viola. - Fundouo Movimento Armorial em 1970, buscando promover a cultura popular brasileira. Um trecho de "Auto da Compadecida" é fornecido para estudo e análise prática das personagens. A cena exemplifica as interações entre João Grilo, Chicó, o Padre, a Mulher do Padeiro e o Padeiro, ilustrando a dinâmica cômica e as características de cada personagem. Pessoa-Personagem O conceito de "pessoa-personagem" refere-se à íntima relação entre o ator (pessoa) e a personagem criada. A pessoa empresta sentimentos e experiências pessoais à personagem, mas a personagem possui um universo próprio, distinto do ator. Criando um Corpo Imaginário A criação da personagem é um processo gradual que envolve: Pesquisa Ativa no Espaço: Experimentar o corpo da personagem no espaço usando recursos próprios e alguns acessórios. Características Físicas e Adereços: Adicionar elementos como chapéus, colares, óculos, etc., para moldar o comportamento corporal da personagem. Exploração de Profissões e Idade: Experimentar as atividades e comportamentos típicos da profissão e idade da personagem. Exercícios de Pesquisa Ativa Os alunos são incentivados a escolher uma personagem e explorar ativamente suas características por meio de exercícios que envolvem: • Profissão e atividades diárias: Como a personagem se movimenta e realiza suas tarefas. • Idade: Refletindo essa característica em suas ações físicas. • Relacionamentos: Entendendo como a personagem interage com outras, modificando sua postura e gestos conforme essas interações. Expandindo o Universo Interno das Personagens Para desenvolver a vida interior da personagem, os alunos devem: • Identificar objetivos e motivações: Entender o que a personagem deseja e como age para alcançar seus objetivos. • Memória afetiva: Utilizar experiências pessoais para encontrar emoções semelhantes às da personagem. • Ações físicas: Realizar ações que revelam os sentimentos e pensamentos internos da personagem. Relacionamento e Contextos Diferentes Os alunos são incentivados a colocar a personagem em diferentes contextos e situações para entender como ela se comportaria e reagiria. Isso inclui explorar diferentes relacionamentos e como esses influenciam suas ações e comportamentos. O objetivo da aula é proporcionar um processo de criação que envolve tanto o aspecto sensorial e corporal quanto o emocional e psicológico da personagem. Os alunos devem experimentar as sugestões propostas e adaptar os exercícios conforme necessário para aplicá-los no ambiente escolar, considerando a idade e o nível de desenvolvimento dos alunos. Este método prepara o jogador para "viver" a personagem de forma autêntica. A aplicação Prática na Educação deve ser feita adaptando os jogos de criação da personagem à idade e ao nível de desenvolvimento dos alunos e escolhendo textos adequados para ajustar os comandos e tornar as atividades mais acessíveis e significativas para os estudantes. Os alunos devem organizar um tempo para se dedicar a essas práticas e incorporá-las em suas rotinas diárias. Essa experiência prática permitirá um domínio maior dos jogos de criação de personagens e a aplicação eficiente dessas técnicas no contexto educacional. Aula 19 – A encenação teatral A aula fala sobre o surgimento do encenador, figura central na organização artística da encenação teatral, e como sua evolução ao longo do tempo tem moldado o teatro moderno. A partir disso, faz a análise da equipe artística e técnica por trás de um espetáculo teatral, compreendendo como cada membro contribui para a criação de uma obra coesa e envolvente. Além disso, explora um caso prático: a encenação de "Aviso aos Navegantes", uma peça que não só entretém, mas também educa, utilizando o teatro como uma poderosa ferramenta para transmitir conhecimento e valores aos espectadores. O encenador, ou diretor, desafia os elementos da encenação teatral para criar uma obra harmoniosa e expressiva. Sua emergência, no final do século XIX, coincidiu com avanços tecnológicos, como a iluminação elétrica e a expansão geográfica, que permitiram trocas culturais entre artistas. Essas mudanças possibilitaram o surgimento de novas técnicas e estéticas teatrais. Antes, o teatro era centrado em textos clássicos e atores renomados. Hoje, os encenadores contemporâneos ganham destaque, como Antunes Filho, Gerald Thomas e Zé Celso Martinez. No passado, o diretor era apenas um "régisseur", responsável pela organização física da cena, enquanto elementos como cenário e figurino eram pensados separadamente. No teatro moderno, o diretor assume o papel de maestro, coordenando todos os elementos da produção. A montagem de um espetáculo envolve uma equipe diversificada, incluindo atores, figurinistas, cenógrafos, iluminadores e diretores musicais. O trabalho colaborativo visa criar uma experiência teatral rica e coerente. Um exemplo marcante é a encenação de "Vestido de Noiva" por Ziembinsky, que revolucionou o teatro brasileiro em 1943, rompendo com paradigmas clássicos. Além da equipe artística, há a equipe técnica, responsável pela execução prática da encenação. O produtor teatral, por sua vez, capta os recursos necessários para a produção. A documentação da encenação, como o programa da peça, registra os créditos da equipe envolvida. "Aviso aos Navegantes", encenada em 2002, é um exemplo de teatro educacional que circulou por escolas públicas. Inspirada na literatura de cordel e na cultura digital, a peça critica a cultura de massa e valoriza as tradições populares. A encenação, despojada e criativa, envolvia o público com humor e música. A riqueza da encenação residia na inventividade dos recursos cênicos, como a manipulação de adereços e a iluminação natural. Os atores, como verdadeiros malabaristas, transformavam-se em diferentes personagens com agilidade. A peça deixou uma marca indelével pela sua força cênica e relevância contemporânea. O surgimento do encenador marca um ponto crucial na evolução do teatro, conferindo- lhe status de arte. No contexto educacional, é fundamental relacionar o teatro à vida dos alunos e explorar soluções cênicas que os envolvam emocionalmente. Assim, o teatro não apenas entretém, mas também educa e transforma, mantendo-se sempre relevante em nossa sociedade. Aula 20 – Teatro de animação O teatro de animação é uma forma de expressão artística que envolve a manipulação de máscaras e bonecos para criar performances teatrais. Esse tipo de teatro remonta às tradições antigas das danças ritualísticas e cultos religiosos, onde as máscaras eram usadas para simbolizar poderes divinos e transcender a realidade quotidiana. Ao longo do tempo, o valor mágico das máscaras foi redescoberto e resgatado por encenadores, especialmente no século XX. No Brasil, as máscaras têm presença significativa em manifestações culturais como o carnaval e festividades folclóricas. Elas podem ser feitas de uma variedade de materiais, desde couro e madeira até tecido, papel machê e jornais, cada uma carregando consigo um poder expressivo único. Além das máscaras, o teatro de bonecos também desempenha um papel importante, tanto no Oriente quanto no Ocidente. No Oriente, essa tradição continua enraizada em celebrações religiosas, enquanto no Ocidente, o teatro de bonecos reflete aspectos da vida cotidiana e social, muitas vezes com um tom cômico e satírico. No Brasil, o mamulengo é uma forma de teatro de bonecos típica do Norte e Nordeste, conhecida por sua riqueza em situações cômicas e sátiras. Originado nas feiras da Grécia antiga, suas personagens guardam semelhança com a Commedia Dell’arte. Existem várias técnicas de construção e manipulação de bonecos, desde bonecos pintados na palma da mão até marionetes movidas por fios. Cada técnica exige habilidades específicas de manipulação por parte do "bonequeiro", que pode estar ocultoou à vista do público durante a apresentação. O teatro de animação na escola oferece inúmeras oportunidades educacionais e benefícios, estimulando habilidades como comunicação, socialização, percepção visual e auditiva, coordenação motora, expressão gestual e criatividade. Além disso, os alunos se envolvem em atividades práticas, desde a criação dos próprios bonecos até a apresentação de espetáculos, promovendo aprendizado tanto artístico quanto cognitivo. Em resumo, o teatro de animação é uma ferramenta poderosa para estimular a imaginação, a expressão e a criatividade dos alunos, enquanto proporciona uma forma única de aprendizado e entretenimento na escola. Pessoa-Personagem Exercícios de Pesquisa Ativa Expandindo o Universo Interno das Personagens Relacionamento e Contextos Diferentes